BCP rejeita reembolso antecipado de dívida por causa das “incomuns condições de mercado”

Banco não quis proceder ao reembolso antecipado de uma emissão de dívida justificando a decisão com as "atuais e incomuns condições de mercado". Avança com operação de troca de títulos.

O BCP BCP 0,00% decidiu não proceder ao reembolso antecipado de uma emissão de dívida no valor de 300 milhões de euros, “após ponderar vários fatores, incluindo as atuais e incomuns condições de mercado”, segundo adianta em comunicado enviado esta terça-feira ao mercado.

O banco poderia exercer a opção de reembolso antecipado a 7 de dezembro, mas revelou agora que não vai acionar essa possibilidade. Os títulos vencerão assim em dezembro de 2027, não existindo mais nenhuma janela temporal para o BCP recomprar os títulos antes de atingirem a maturidade.

A decisão de não reembolsar antecipadamente as notes foi tomada após a ponderação de vários fatores, incluindo as atuais e incomuns condições de mercado, bem como o reconhecimento da emissão para Tier 2 capital e MREL”, justificou a instituição, acrescentando que “avaliará e decidirá se exerce ou não opções de reembolso antecipado futuras de outros instrumentos caso a caso”.

Com isto, o cupão dos títulos — emitidos em 2017 — vai ser atualizado com base na taxa mid-swap do euro que se registar a 5 de dezembro acima da margem inicial de 4,267% ao ano.

O BCP adianta ainda que, em face a esta decisão, vai avançar com uma oferta de troca, dando aos atuais titulares destes títulos a “opção e oportunidade” de os trocar por novos títulos que contam igualmente para capital Tier 2.

O BCP chegou a 30 de setembro com rácios CET1 e Capital Total (consolidados e fully loaded) de 11,4% e 15,1%, respetivamente.

Nos últimos meses, os bancos têm assistido a um aumento do custo das suas emissões de dívida para cumprirem os requisitos de MREL (requisito mínimo de fundos próprios e créditos elegíveis), que obriga os bancos europeus com importância sistémica a constituir uma almofada financeira adicional para fazer face às dificuldades.

No caso do BCP, a última emissão de 350 milhões teve um juro associado de 8,5%, com um spread acima de 5,5% — o que ajuda a explicar a decisão do banco de manter os títulos emitidos há cinco anos até ao final da maturidade.

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