Inundações na África do Sul já causaram a morte de 340 pessoas

  • Lusa
  • 14 Abril 2022

O porto de Durban teve de suspender as suas operações. E grandes fábricas, como a unidade da Toyota em Durban, também tiveram que interromper as atividades.

As inundações registadas desde segunda-feira na província sul-africana de KwaZulu-Natal (no leste do país) já causaram 340 vítimas mortais, prevendo-se que o número continue a aumentar, enquanto prosseguem os trabalhos das equipas de emergência.

Esta quinta as chuvas deram uma trégua à região, mas devem recomeçar amanhã. Por isso, as equipas de emergência e socorro estão a trabalhar para dar abrigo a milhares de pessoas afetadas, procurar dezenas de desaparecidos e prevenir mais danos nas infraestruturas e habitações afetadas.

“Nossos pensamentos estão com o povo de KwaZulu-Natal, que está a ser afetado pelas graves inundações, que já levaram à perda de muitas vidas e destruíram casas, empresas e infraestruturas públicas”, disse o Presidente do país em comunicado emitido esta quinta. Cyril Ramaphosa visitou na quarta-feira as áreas afetadas com as autoridades locais.

Nessa visita, o Presidente descreveu a situação como uma “catástrofe de enormes proporções” e relacionou-a diretamente com as mudanças climáticas. Por esta razão, o governo sul-africano declarou, na quarta-feira noite, o estado de calamidade em KwaZulu-Natal, o que permitirá à região aceder a recursos especiais do Estado para fazer face aos danos.

O último balanço de vítimas mortais, confirmado esta tarde em conferência de imprensa virtual pelo chefe de governo da província, Sihle Zikalala, ascende a 340, mas não está descartada a possibilidade de que este número venha a aumentar, dado que muitas pessoas ainda estão desaparecidas.

“O momento e a gravidade da catástrofe das cheias indicam claramente que vivemos tempos de desequilíbrio ecológico, alterações climáticas e degradação ambiental”, refletiu este responsável, depois de admitir que se trata de tempos de “desastre sem precedentes” para a região. Zikalala também estimou que os danos materiais, que ainda não foram quantificados, serão perdas milionárias.

Em pontos como o bairro de Reservoir Hills, moradores que perderam tudo nestas cheias dizem estar a ser ignorados pelas autoridades e fizeram protestos hoje que tiveram de ser dispersados pela Polícia.

O porto de Durban – a zona de transporte de carga marítimo mais importante de todo o continente africano – teve de suspender as suas operações esta quarta-feira e os caminhos-de-ferro da zona também sofreram danos significativos. Grandes fábricas, como a unidade de montagem que a Toyota tem em Durban, também foram completamente inundadas e tiveram que interromper as atividades.

Contingentes policiais foram mobilizados para lidar com tentativas de saques em algumas partes da província e o Exército tem tropas no terreno, para apoiar os esforços de resgate. Na sequência desta catástrofe natural, vários líderes do continente africano manifestaram a sua solidariedade para com a África do Sul e enviaram mensagens de condolências.

“Meus pensamentos estão com Cyril Ramaphosa e os camaradas sul-africanos, que foram afetados pelas fortes chuvas e inundações nos últimos dias. A Etiópia solidariza-se neste momento difícil”, postou hoje o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, na sua conta na rede social Twitter.

KwaZulu-Natal tem vindo a registar um aumento deste tipo de desastres climáticos nos últimos anos. O mais grave ocorreu em 2019, quando chuvas torrenciais e inundações deixaram cerca de 80 mortos, precisamente nesta época do ano.

Além disso, KwaZulu-Natal ainda está a lidar com a desolação causada pelos graves distúrbios que a África do Sul experimentou em julho de 2021, e que foram vividos com maior intensidade precisamente nesta província. Ali, registaram-se 275 dos 354 mortos que resultaram daqueles incidentes.

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WhatsApp anuncia “comunidades” e chamadas para até 32 pessoas

  • ECO
  • 14 Abril 2022

Nova ferramenta vai permitir criar grupos separados dentro do mesmo grupo. As novidades vão ser introduzidas na aplicação durante as próximas semanas.

O WhatsApp anunciou esta quinta o lançamento de novas funcionalidades. O destaque vai para as “Comunidades”, uma ferramenta que permitirá criar grupos separados dentro do mesmo grupo para conversas ou tarefas mais específicas.

As pessoas podem receber atualizações enviadas para toda a ‘Comunidade’ e organizar facilmente grupos de discussão menores sobre o que é importante para elas. As comunidades também vão contar com novas ferramentas para os administradores, incluindo notificações enviadas a todos e controlo sobre quais os grupos que podem ser incluídos nessas mensagens”, informa em comunicado a empresa detida pela Meta, que é também dona do Facebook.

A nova ferramenta tornará “mais fácil para um diretor de escola reunir todos os pais para partilhar atualizações obrigatórias e criar grupos sobre aulas específicas, atividades extracurriculares ou necessidades de voluntários”, exemplifica o WhatsApp.

A plataforma vai adicionar ainda outras funcionalidades. Algumas mais lúdicas, como as “reações”, que vão permitir partilhar rapidamente emojis sem ter de adicionar novas mensagens às conversas.

Outras permitem dar maior flexibilidade na utilização da plataforma. A partilha de arquivos vai permitir enviar ficheiros até 2 gigabytes e vai passar a ser possível adicionar até 32 pessoas para uma chamada de voz em grupo, com o WhatsApp a prometer um “design totalmente novo”. Outra ferramenta nova é o “Admin Delete”, que permitirá aos administradores do grupo remover mensagens erradas ou problemáticas de todas as conversas.

A data em que passarão a estar disponíveis estas funcionalidades não foi divulgada. O WhatsApp diz apenas que estes “recursos serão lançados nas próximas semanas para que as pessoas possam começar a testá-los antes mesmo de as ‘Comunidades’ estarem prontas”.

Com mais de dois mil milhões de utilizadores em todo o mundo, o WhatsApp é a aplicação de mensagens mais usada em todo o mundo.

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Greve na Docapesca levou ao encerramento das lotas

  • Lusa
  • 14 Abril 2022

"A adesão à greve foi total" nos dois dias, com "todas as lotas fechadas de norte a sul do país", avança o sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca.

Os trabalhadores da Docapesca cumpriram esta quinta-feira o segundo dia de greve, a nível nacional, em defesa de aumentos salariais e da revisão do Acordo de Empresa, o que levou ao encerramento das lotas, segundo o sindicato que convocou a paralisação.

Paulo Lopes, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (Simamevip) disse à agência Lusa que “a adesão à greve foi total” nos dois dias, com “todas as lotas fechadas de norte a sul do país”. A Lusa tentou confirmar esta informação junto da Docapesca, mas não obteve resposta.

Os trabalhadores da Docapesca avançaram com a greve de três dias, que termina no sábado, após duas tentativas na semana passada para desbloquear o conflito, que não resultaram, porque a empresa não apresentou nenhuma proposta de valorização salarial.

O sindicato teve uma reunião com a Docapesca, mas a empresa, segundo o mesmo, alegou não ter “autorização do Governo para aumentar salários”, propondo apenas um aumento de 0,50 euros no subsídio de alimentação e de 3% nas diuturnidades, o que foi considerado como “uma clara afronta aos trabalhadores”.

A pedido do Simamevip realizou-se na sexta-feira uma reunião de conciliação no Ministério do Trabalho, que “também não deu qualquer resultado”.

Na terça-feira realizou-se uma reunião entre os vários sindicatos representativos dos trabalhadores da Docapesca e a ministra da Agricultura e Pescas, mas o impasse manteve-se relativamente aos aumentos salariais para este ano. “Isto ocorre numa empresa em que 60% dos trabalhadores operacionais recebem o salário mínimo nacional”, disse Paulo Lopes.

Os trabalhadores da Docapesca fizeram um dia de greve no início de setembro de 2021 pelos mesmos motivos. Na altura, o Simamevip, da CGTP, afirmou que o conflito laboral tinha a ver com o facto de o Ministério das Finanças não ter permitido a melhoria das remunerações dos trabalhadores da Docapesca, previamente acordada com a empresa.

A Docapesca integra o Setor Empresarial do Estado, por isso a alteração das remunerações tem se ser aprovada pela tutela e pelas Finanças.

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Governo prevê subida de 4 cêntimos no gasóleo na próxima semana. ISP não mexe

O Governo decidiu não mexer no ISP, apesar da subida prevista no gasóleo. Em causa está o desvio acumulado devido às semanas em que o ISP não subiu.

As estimativas do Governo apontam para uma subida de quatro cêntimos no gasóleo e a manutenção do preço da gasolina. Apesar da subida, pelo menos num dos combustíveis, o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) não vai mexer, segundo anunciaram as Finanças esta quinta-feira. Em causa está o desvio acumulado durante as semanas em que o ISP não subiu.

“Na próxima semana, o desconto temporário do ISP de 4,7 cêntimos por litro de gasóleo e 3,7 cêntimos por litro de gasolina manter-se-á inalterado”, lê-se no comunicado das Finanças. Isto mesmo estimando que, “segundo dados de mercado, o preço do gasóleo deverá registar uma subida de 4 cêntimos por litro na próxima semana, prevendo-se a manutenção do preço por litro da gasolina”.

Se fosse aplicada a fórmula, esta determinaria uma descida de 0,6 cêntimos por litro de gasóleo (e a manutenção na gasolina). No entanto, tal não vai acontecer porque nas semanas em que o preço dos combustíveis desceu, o Governo optou por não mexer no ISP e acumula assim um “desvio”, que está agora a compensar nesta descida.

“Considerando que atualmente se verifica um desvio acumulado de 2,2 cêntimos na taxa do ISP por litro de gasóleo, conforme evidenciado na tabela de conta corrente que se apresenta e que já considera o preço publicado pela DGEG referente a 11 de abril, a descida resultante da aplicação da fórmula (0,6 cêntimos por litro de gasóleo) é descontada ao referido desvio, não se concretizando assim a alteração às taxas do ISP”, explica o Governo.

Já no caso da gasolina, o desvio é, neste momento, de 0,9 cêntimos por litro, que só serão “descontados” na próxima vez que a fórmula ditar uma subida.

Assim, o ISP não mexe por mais uma semana. A equação nasceu com o objetivo de ajudar a mitigar o impacto da subida do preço dos combustíveis, reduzindo o valor do ISP no montante correspondente ao aumento da receita do IVA, o imposto que é influenciado pelo aumento dos preços. A ideia era criar um mecanismo neutro do ponto de vista fiscal.

É de recordar que o Governo avançou também com uma outra medida que afeta o ISP (com uma baixa equivalente a uma redução do IVA dos combustíveis para 13%), mas que só irá entrar em vigor em maio, já que tem de passar pelo Parlamento.

(Notícia atualizada às 18h45)

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Com 100 milhões devolvidos, Autovoucher está aquém da meta original

O Governo contava devolver 133 milhões de euros com o Autovoucher até março, mas nem a subida de 5 para 20 euros e a extensão para abril permite alcançar essa meta. Este apoio termina no final do mês.

Nem 133 milhões de euros, nem os 40 milhões de euros adicionais previstos com a subida da devolução de cinco para 20 euros. Com apenas duas semanas para terminar esta medida, o Autovoucher arrisca-se a seguir o caminho do IVAucher quanto à ambição do Governo: o montante devolvido ficará aquém do previsto, situando-se atualmente nos 103 milhões de euros, de acordo com um comunicado do Ministério das Finanças divulgado esta quinta-feira. A adesão continua a ser o problema.

O AUTOvoucher ultrapassou os 103 milhões de euros pagos em reembolsos, estando registados 3.021.635 aderentes (dados de 13 de abril)“, revela o Ministério das Finanças em comunicado divulgado esta quinta-feira, relembrando que “o programa continuará em vigor até final do presente mês”.

O Autovoucher foi criado no final do ano passado como um subsídio de cinco euros para quem fosse atestar o carro, inicialmente pensado para cinco meses (de novembro de 2021 a março de 2022). Nessa altura, o Governo anunciou que previa devolver 133 milhões de euros aos portugueses nesse período. Porém, até ao início de março apenas tinha devolvido 26 milhões de euros, apesar de o mecanismo ser mais fácil do que o do IVAucher.

Foi nessa altura, logo após o começo da invasão russa na Ucrânia, que o Governo decidiu aumentar o subsídio de cinco para 20 euros, o que aumentou o interesse dos contribuintes. Nessa altura, o Ministério das Finanças disse que esperava uma despesa extra de 40 milhões de euros. Mesmo com o aumento das adesões, sabe-se agora, a devolução não chegou ainda à meta original — muito menos à despesa extra anunciada –, situando-se em 103 milhões de euros, a duas semanas do final de abril.

Na nova proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) entregue esta quarta-feira no Parlamento, o Ministério das Finanças estima em 133 milhões de euros o impacto orçamental do Autovoucher, voltando à estimativa original e ignorando os 40 milhões extra anunciados no início de março. Este apoio vai acabar em abril, dando lugar a uma descida mais agressiva do ISP em maio, a qual será equivalente à redução do IVA dos combustíveis de 23% para 13% — uma medida que tem a duração prevista de dois meses e que custará 80 milhões de euros por mês.

No caso do Autovoucher, continuou a haver um problema operacional, tal como no IVAucher: a adesão dos consumidores à plataforma online, uma condição necessária para aceder ao apoio. O ex-ministro das Finanças, João Leão, defendeu no início de março que a adesão era fácil, mas reconheceu que apenas 1,6 milhões contribuintes tinham aderido até ao momento. Neste momento, são quase o dobro, três milhões de contribuintes, o que ainda assim não chega para atingir as metas de devolução do Executivo.

No IVAucher, apesar de não se conhecer o valor final, a diferença entre a previsão e a execução foi ainda maior: a dotação inicial prevista no Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) era de 200 milhões de euros, mas o Governo provavelmente devolveu menos de 40 milhões de euros aos portugueses em IVA na restauração, cultura e alojamento, de acordo com os últimos dados.

As Finanças argumentaram que os 200 milhões eram o teto do programa e que o sucesso do programa “mede-se pelo facto do objetivo – estimular o consumo nestes três setores muito afetados pela pandemia — ter sido atingido: os consumos nestes setores aumentaram de forma muito significativa no período de junho a agosto de 2021 face ao mesmo período de 2020 e superaram os valores do período homólogo de 2019, pré-pandemia”. Falta saber se o IVAucher foi, ou não, determinante para se alcançar esse objetivo ou se outros fatores pesaram mais, como o processo de vacinação.

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Bison Bank anuncia primeiro “criptobanco” em Portugal após autorização do regulador

Bison Bank adianta ao ECO que o Banco de Portugal deu autorização para avançar com a Bison Digital Assets, que vai operar no negócio de custódia e de exchange de ativos virtuais.

O Bison Bank recebeu autorização do Banco de Portugal para criar o primeiro “criptobanco” em Portugal, através da empresa Bison Digital Assets, segundo adiantou a instituição financeira ao ECO.

A Bison Digital Assets vai operar no negócio de custódia e de exchange de ativos virtuais. A empresa vai ser criada de raiz e atuará sob a marca Bison Digital, sendo totalmente detida pelo Bison Bank, o ex-banco de investimento do Banif comprado pelo grupo chinês Bison em 2018 que salienta que está a criar a primeira entidade em Portugal detida por um banco e autorizada pelo supervisor bancário para guardar e permitir a negociação de criptoativos.

Ao entrar no disruptivo negócio dos ativos digitais, a empresa diz que vai oferecer aos seus clientes “um novo e mais alargado conjunto de produtos e serviços que, em linha com as tendências de mercado e de procura neste novo segmento, combinam com as suas necessidades globais presentes em ativos financeiros e virtuais, através de uma plataforma regulada e segura, e de preparação para o futuro”.

A Bison Digital Assets irá posicionar-se no segmento de clientes com elevado património líquido, em linha com a estratégia da casa-mãe. Não foram revelados ainda detalhes sobre quais ativos digitais vai permitir negociar.

O Bison Bank, que tem um modelo de negócio assente em comissões de banco depositário e vistos gold, é detido pela Bison Capital Financial, que é detido por sua vez pela Bison Capital Holding Company Limited, com sede em Hong Kong.

Fecha 2021 com prejuízos de 10,6 milhões

Ao mesmo tempo que anuncia o criptobanco, o Bison Bank dá conta ainda de prejuízos de 10,6 milhões de euros no ano passado, um resultado em parte relacionado com um impacto de 3,6 milhões com a desvalorização de uma participação num fundo de investimento. Em 2020 teve prejuízos de cerca de sete milhões.

Apesar do agravamento dos prejuízos, o banco assegura, ainda assim, que os resultados do ano passado permitem continuar a dar seguimento “ao estabelecimento das bases para o processo de convergência para breakeven”.

Adianta que conta com posições sólidas de capital e liquidez, com rácios Tier 1 Common Equity de 65,8%, LCR de 152,5% e NSFR de 175,5% no final do ano passado.

O Bison Bank revela que iniciou um “diagnóstico interno de necessidades” para tornar o banco mais eficiente economica e financeiramente: vai reorganizar o seu modelo de governação e a aquilo que chama de “macro-estrutura organizacional”; e vai reavaliar e requalificar os seus trabalhadores. Todo o processo deverá estar concluído no final do primeiro semestre de 2022.

(Notícia atualizada às 18h57)

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Reino Unido congela 10 mil milhões de libras em ativos de sócios de Abramovich

Sócios de Abramovich com 10 mil milhões de libras em ativos congelados no que foi descrito como “o maior congelamento de ativos na história do Reino Unido”, por gerirem entidade associada ao oligarca.

O Reino Unido vai congelar cerca de 10 mil milhões de libras em ativos associados aos sócios do oligarca russo, Roman Abramovich, avançou esta quinta-feira o Financial Times (acesso condicionado).

Eugene Tenenbaum e David Davidovich foram alvo da mais recente vaga de sanções aplicadas, pelo Reino Unido, em função da invasão russa da Ucrânia. Tenenbaum, diretor do Chelsea Football Club, terá assumido em 24 de fevereiro (data de início da invasão) o controlo da Ervington Investments, uma investidora associada a Abramovich, avança o Governo. Por sua vez, Davidovich terá assumido o controlo da Ervington Investments em março, diz a fonte com base em documentos empresariais.

Com as sanções a Tenenbaum e Davidovich, o total de oligarcas, familiares e associados da Rússia, afetados pelas sanções do Reino Unido, passa para 106. Além de ter os bens congelados, Davidovich encontra-se ainda proibido de viajar.

A medida foi considerada “o maior congelamento de ativos na história do Reino Unido”, disse a secretária dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss. A responsável acrescentou ainda que “vamos continuar com as sanções até que Putin falhe na Ucrânia. Nada nem ninguém está fora da mesa”.

As sanções surgem um dia depois de um tribunal nas Ilhas do Canal de Jersey ordenar o congelamento de mais de 7 mil milhões de dólares em ativos associados a Abramovich, sendo que o Governo do Reino Unido avançou que as suas sanções foram coordenadas com esta entidade.

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Portugueses comeram mais e beberam menos no último mês

Estudo de mercado da Nielsen mostra comportamento dos portugueses nas diferentes categorias de bens de grande consumo, com mais mercearia e menos bebidas no carrinho de compras do supermercado.

A venda de bens de grande consumo em Portugal aumentou 3,7%, em termos homólogos, no período entre 28 de fevereiro e 27 de março, um período que coincidiu com o primeiro mês de guerra na Ucrânia.

De acordo com os dados fornecidos pela Nielsen, a progressão no total do primeiro trimestre deste ano ascendeu a 0,9%, assente na melhoria da performance nas marcas da distribuição (7,4%), uma vez que as chamadas marcas de fabricante até recuaram 2,9% em relação aos primeiros três meses do ano anterior.

A análise feita ao consumo nesta quadrissemana, terminada no final de março, mostra que a alimentação teve um crescimento de 5,6% — no trimestre, o destaque vai para a subida nos produtos de mercearia e laticínios (ambos com +2%) e para o decréscimo nos artigos congelados (-4%).

Já a categoria das bebidas afundou 10,1% durante o primeiro mês da invasão russa, com as marcas brancas a cresceram a um ritmo oposto ao das marcas dos fabricantes. No acumulado do primeiro trimestre, esta foi mesmo a categoria menos dinâmica de todas entre os bens de grande consumo, em especial por causa da quebra de quase dois dígitos nas bebidas alcoólicas.


No capítulo da higiene do lar, o mês de março foi de crescimento (4,9%) nos supermercados nacionais, novamente impulsionado pelas marcas dos distribuidores. Por outro lado, os dados do NielsenIQ Scantrends relativos às compras de artigos de higiene pessoal evidenciam um impulso de 14,5% neste mesmo período, face ao homólogo.

Foi a 24 de fevereiro que a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. O conflito já levou à fuga de quase 12 milhões de pessoas, com a generalidade da comunidade internacional a responder com o envio de armamento para Kiev e sanções económicas e políticas a Moscovo.

A guerra contribui também para fazer disparar os preços nos bens alimentares. Na última semana, o preço de um cabaz de produtos essenciais disparou mais de seis euros, o que representa uma subida de 3,46% face à semana anterior. Supera já os 200 euros, segundo as contas realizadas pela Deco Proteste e foi o quinto aumento semanal consecutivo.

O aumento de preços já se sente de forma mais acentuada noutras categorias, além da alimentação e da energia. Uma análise realizada pelo marketplace KuantoKusta, comparador de preços a nível nacional, identifica que as maiores subidas em março e abril, face aos primeiros dois meses do ano, aconteceram nos produtos de saúde e beleza (+12,8%), alimentação para bebés (+10,7%), produtos veterinários (+8,5%), higiene (+4,6%) e ração para cães (+2,6%).

Pandemia encheu o cesto de compra

No ano passado, em média, os portugueses foram um total de 138 vezes ao supermercado. E de cada vez que lá foram, acabaram por levar mais produtos para casa e gastaram também mais dinheiro do que era habitual antes da pandemia de Covid-19.

Um estudo da consultora de mercado Kantar mostra que, apesar de os indicadores terem baixado em relação ao primeiro ano da pandemia, as cestas de compras estão maiores (10,3 quilogramas por ato vs. 10,1 em 2019) e mais valiosas, com um gasto médio de 22 euros em cada compra, dois euros acima do nível pré-pandemia.

Por outro lado, a população reformada foi, em 2021, o único grupo que aumentou a sua penetração no canal online face ao ano anterior, tornando-se mesmo o maior grupo sociodemográfico em percentagem de compradores (25%), representando um quarto de todos os lares compradores.

A origem dos produtos é mais importante para os portugueses (74%) do que para a média dos países da Europa Ocidental (67%), especialmente para os designados eco-actives (89%), o segmento da população que toma mais ações no seu dia-a-dia pelo ambiente e que, de acordo com o estudo “Who Care Who Does”, da Kantar, em 2025 representará 50% da população portuguesa.

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Pfizer pede autorização nos EUA para 3.ª dose de vacina em crianças dos 5 aos 11 anos

  • Lusa
  • 14 Abril 2022

Dados de um ensaio clínico com 140 crianças, que receberam a terceira dose desta vacina, mostra que o nível de anticorpos era 36 vezes maior.

A farmacêutica Pfizer e a biotecnológica BioNTech anunciaram esta quinta-feira que vão pedir autorização nos Estados Unidos para a administração generalizada da terceira dose da vacina contra a covid-19 a crianças entre os 5 e os 11 anos.

Segundo um comunicado das duas empresas, a terceira dose aumenta significativamente a proteção contra a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, que é mais transmissível.

Dados de um ensaio clínico com 140 crianças que receberam a terceira dose da vacina da Pfizer-BioNTech, cerca de seis meses após a segunda, revelaram que o nível de anticorpos era 36 vezes maior, de acordo com o consórcio, que acrescenta que a vacina foi bem tolerada e não levantou novas questões de segurança.

A terceira dose da vacina Pfizer-BioNTech já está autorizada nos Estados Unidos para crianças entre os 5 e os 11 anos com o sistema imunitário comprometido, para jovens entre os 12 e os 17 anos e para adultos.

Pfizer e BioNTech anunciaram ainda que pretendem partilhar os dados de que dispõem sobre a terceira dose em crianças entre os 5 e os 11 anos com a Agência Europeia do Medicamento e outros reguladores.

Na União Europeia, a terceira dose da vacina da Pfizer-BioNTech está autorizada para adultos e adolescentes entre os 12 e os 17 anos. Em Portugal, é apenas administrada a adultos.

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UE já prepara embargo ao petróleo russo

  • ECO
  • 14 Abril 2022

O The New York Times noticia que as instituições europeias iniciaram a legislação que levará ao embargo do petróleo russo, mais uma sanção virada ao Kremlin perante a ofensiva na Ucrânia.

Após semanas de resistência, a União Europeia parece inclinada a avançar com um embargo ao petróleo russo. De acordo com o The New York Times, as instituições europeias preparam já o esboço da legislação que permitirá sancionar o petróleo com origem na Rússia, de forma a penalizar mais o país por ter invadido a Ucrânia. Contudo, esta nova sanção não deverá ser discutida a nível europeu até que terminem as eleições francesas, cuja segunda volta acontece a 24 de abril, para evitar que o impacto económico prejudique o incumbente Emmanuel Macron e ajude Marine Le Pen.

Este embargo tem tido a resistência de vários Estados-membros, nomeadamente a Alemanha, por causa dos seus potenciais custos e o risco de disrupção na Europa. Porém, o NYT diz que diplomatas europeus e os responsáveis da UE, que falaram sob anonimato, consideram que os países estão agora preparados para dar este passo, optando por um embargo faseado que dê tempo às economias para arranjarem fornecedores alternativos.

De acordo com dados da Reuters, a UE é o destino de 29% do petróleo russo.

Uma abordagem semelhante foi adotada no caso do embargo da União Europeia ao carvão russo com a concessão de um período de transição de quatro meses. O embargo ao petróleo russo era visto como impensável pelo que esta abordagem faseada será um dos requisitos para convencer os 27 Estados-membros numa altura em que a Rússia prepara-se para um renovado ataque no leste da Ucrânia.

Até ao momento, a UE já aprovou cinco pacotes de sanções tendo a Rússia, indivíduos russos e empresas russas como alvo. Fora da mesa continua um eventual embargo ao gás natural russo.

Em Londres, o barril de Brent valoriza 2,41% para 111,41, ao mesmo tempo que o WTI avança 1,99% para 106,32 dólares.

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Uso de transportes públicos dispara 137% no primeiro trimestre

Metropolitano de Lisboa assistiu a uma maior recuperação. Apesar disso, o número de passageiros continua inferior ao período pré-pandemia.

Entre janeiro e março deste ano, a utilização dos transportes públicos disparou. De acordo com os dados do Ministério do Ambiente, observou-se um aumento de 137% face ao ano passado no uso dos metros do Porto e Lisboa e dos barcos da Soflusa/Transtejo.

“Das três empresas, o Metropolitano de Lisboa foi aquela em que se assistiu a uma maior recuperação“, neste caso de 146% face ao mesmo trimestre do ano passado, diz aquele ministério, em comunicado enviado esta quinta-feira.

Apesar do aumento do número de passageiros, “a procura por estes meios de transportes coletivos ainda está aquém da verificada no primeiro trimestre de 2019”, quando a operação das empresas ainda não estava a ser afetada pela pandemia. Assim, o número de passageiros verificado no primeiro trimestre de 2022 representa 72% da procura registada no primeiro trimestre de 2019 e 77% da procura do primeiro trimestre de 2020.

No triénio 2019-2021, diz o Ministério do Ambiente, as várias iniciativas que o Governo lançou para incentivar ao uso de transportes públicos mobilizaram 662 milhões de euros. Este ano, na proposta de Lei do Orçamento de Estado, estão inscritos 138,6 milhões de euros para o do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART), tal como em 2021.

A este valor podem acrescer mais 100 milhões de euros para “assegurar os níveis de oferta nos sistemas de transportes públicos abrangidos pelo PART, tendo em conta um cenário mais adverso dos efeitos da crise pandémica no sistema de mobilidade”. O Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP) será reforçado para 15,5 milhões de euros, refere o mesmo comunicado.

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Alemanha antecipa corte do apoio à compra de veículos híbridos e elétricos

Robert Habeck planeia cortar em um terço o apoio à compra de elétricos, passando de 6.000 euros para 4.000 em 2023, e para 3.000 euros em 2024-25. Objetivo é focar na proteção climática.

O Ministério da Economia da Alemanha, Robert Habeck, planeia antecipar o fim do subsídio à compra de veículos híbridos plug-in já no final deste ano, bem como cortar em um terço o apoio à compra de elétricos, a partir de 2023, avançou esta quinta-feira a Bloomberg (acesso condicionado).

A proposta pretende canalizar os atuais subsídios para a proteção do ambiente, e sobre a mesa fica a redução do apoio à compra de elétricos, de 6.000 euros para 4.000 em 2023, e para 3.000 euros em 2024 e 2025. A informação foi avançada inicialmente pelo jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

“Queremos aprimorar o foco do nosso apoio aos carros elétricos e focar-nos mais na proteção climática”, disse Habeck, acrescentando que, “na nossa opinião, os híbridos plug-in são comercializáveis ​​e já não precisam de financiamento público”.

Em reação, Hildegard Mueller, líder da Associação Alemã da Indústria Automóvel, defendeu que um corte antecipado dos apoios em questão iria colocar “em risco o aumento da mobilidade elétrica e ignoraria as realidades dos consumidores na Alemanha”, visto que os híbridos plug-in são “pioneiros na transição para a mobilidade elétrica”.

Entre as críticas de Mueller, o responsável também mencionou que os apoios em questão estão vinculados à data de entrega dos veículos, o que gera incerteza entre os compradores. Esta incerteza, por sua vez, afeta o valor final no momento de compra de um carro, graças às atuais listas de espera de vários meses associadas aos problemas nas cadeias de abastecimento.

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