Câmara da Guarda quer atrair mais empresas e fixar população

  • ECO e Lusa
  • 10 Novembro 2022

Câmara Municipal da Guarda quer afirmar-se como capital de distrito, atraindo mais investimento, empresas e população. Oposição critica "falta de visão ao longo deste mandato.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, o independente Sérgio Costa, disse esta quinta-feira que está a trabalhar para afirmar a cidade como uma “verdadeira capital” de distrito e onde exista “uma grande qualidade de vida”, atraindo mais empresas, investimento e população.

“Nós [executivo municipal] queremos que a Guarda seja considerada, cada vez mais, como uma capital de distrito, uma capital, uma verdadeira capital, onde as pessoas se sintam bem, onde tenhamos uma grande qualidade de vida”, disse à agência Lusa Sérgio Costa, que tomou posse há um ano, depois de encabeçar a candidatura pelo movimento independente Pela Guarda (PG), que conquistou a autarquia ao PSD.

Segundo o edil, “se se conseguir afirmar tudo isto, o restante vem a seguir”. Até porque, justificou: “As pessoas, as que cá estão, gostam de cá viver, e falarão sempre bem da sua cidade”. Ao mesmo tempo, o município quer dar condições para que as empresas se possam fixar, especificou o autarca, considerando que “todo o tipo de investimento é bem-vindo à Guarda”.

“E esta é a grande aposta. Queremos que as pessoas se fixem na Guarda e que outras pessoas possam vir viver para a Guarda. Afirmar a Guarda como capital de distrito, como a capital da Comunidade Intermunicipal [das Beiras e Serra da Estrela] e criar as condições para melhorar a qualidade de vida dos que cá estão e atrair mais pessoas do exterior”, declarou.

Todo o tipo de investimento é bem-vindo à Guarda.

Sérgio Costa

Presidente da Câmara Municipal da Guarda

O autarca independente assumiu, contudo, que é um trabalho que “vai demorar anos” e que há “um grande trabalho a fazer para que isto seja possível num futuro próximo”. Mas faz um balanço “francamente positivo” do trabalho realizado no primeiro ano do mandato e garantiu que a equipa que lidera está a fazer “paulatinamente” o que propôs no programa eleitoral.

“Temos tido um trabalho incessante ao longo deste ano, de reorganização dos serviços, com a nova lei orgânica e com os concursos da chefia de divisão, que estão a decorrer, para que, no mais curto espaço de tempo, essa reestruturação possa ser estabilizada e continuarmos, assim, na senda da nossa governação”, disse.

Ao longo do primeiro ano de mandato, “já muita coisa foi feita”. Apontou, como exemplo, o trabalho realizado ao nível da economia social, com a atribuição de meio milhão de euros para 14 instituições sociais executarem os projetos para se candidatarem a fundos comunitários destinados à criação de novas valências ou à realização de investimentos.

Nunca, na Câmara da Guarda tinham sido aprovados tantos projetos em tão pouco tempo”, sublinhou, prevendo que sejam apoiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e criados mais de 200 postos de trabalho.

O município também adquiriu um edifício no centro histórico para instalação de um centro tecnológico, que abrirá em breve, com condições para que as empresas do setor se fixem no território.

Na área da saúde, para além da constituição do Conselho Consultivo da Saúde Local, foi celebrado um protocolo com a administração da Unidade Local de Saúde para custear até 150 mil euros o projeto de execução do Centro de Investigação Nacional do Envelhecimento.

Por outro lado, o responsável lembrou que concretizou o processo de transferência de competências para as Juntas de Freguesia. “Fomos a primeira Câmara da região e das primeiras do país a fazer este processo, e com sucesso. Com um sucesso tal que foi aprovado por unanimidade na Assembleia Municipal e que nos leva a transferir mais de um milhão de euros anualmente para as Juntas de Freguesia”, referiu.

O executivo da Câmara Municipal da Guarda é composto por três eleitos do PG (Sérgio Costa, Amélia Fernandes e Diana Monteiro), três do PSD (Carlos Chaves Monteiro, Lucília Monteiro e Vítor Amaral) e um do PS (Luís Couto).

Oposição diz que “falta visão” e “dimensão de política”

Os dois partidos que estão na oposição na Câmara Municipal da Guarda consideraram, por seu lado, que “falta visão” e “existe uma clara falta de dimensão de política nas várias áreas” do executivo liderado pelo independente Sérgio Costa.

O vereador socialista Luís Couto referiu à Lusa que “há, da parte da vereação da oposição, um desconhecimento da estratégia que o executivo pretende implementar, desconhece-se o pensamento, as ações que se pretendem promover para assegurar o bom futuro deste concelho”. Além disso, continuou, “existe uma clara falta de dimensão de política nas várias áreas, da habitação, do espaço urbano, da inovação, da digitalização”.

Um ano após a tomada de posse, o vereador Carlos Chaves Monteiro (PSD), num depoimento por escrito enviado à Lusa, fez o balanço do trabalho feito por Sérgio Costa e, sobre o grau de independência dos membros do movimento, disse que é “frágil e quase ilusória”. Lembrou que “muitos deles são antigos militantes do PSD” e o líder, agora presidente, “foi corresponsável pela direção política e executiva do município ao longo de dois mandatos”.

Estamos sem rumo e atolados num amorfismo confrangedor. A esperança num futuro melhor tem, agora, pés de barro, podendo esboroar-se num curto espaço de tempo”, afirmou. Para o PSD, Sérgio Costa “não tem discernimento para aproveitar o que de bom que veio de trás e para o concretizar”.

“Com este executivo, no ano de 2022, pouco ou nada aconteceu além dos berros de retórica política de vitimização, de um presidente coitadinho que ‘chegou agora’ e que responsabilidade nenhuma tem sobre a obra do passado”, criticou.

“Passado um ano, cremos ser tempo de, de uma forma clara e sustentada, todos os que formamos o concelho da Guarda e o queremos afirmar, conhecermos como se propõe este executivo cumprir aquilo que prometeu aos munícipes”, referiu, por sua vez, o vereador socialista Luís Couto.

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Euribor inverte tendência e cai a três, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 10 Novembro 2022

A taxa Euribor mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação desceu esta quinta-feira para 2,319%. Nos prazos a três e a 12 meses, a Euribor caiu para 1,798% e 2,886%, respetivamente.

As taxas Euribor inverteram esta quinta-feira a tendência das últimas sessões e desceram a três, seis e 12 meses face a quarta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, desceu esta quinta-feira, para 2,319%, menos 0,014 pontos e depois de ter subido em seis sessões consecutivas e em 9 de novembro para 2,333%, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor baixou esta quinta-feira, ao ser fixada em 2,886%, menos 0,012 pontos, contra 2,874% em 9 de novembro, um novo máximo desde janeiro de 2009, e também depois de seis sessões consecutivas a subir. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também recuou esta quinta-feira, ao ser fixada em 1,798%, menos 0,004 pontos, contra 1,802% em 9 de novembro, um novo máximo desde março de 2009, e 15 sessões consecutivas a subir. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 8 de setembro em 75 pontos base. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Novobanco tem IPO na mira. Concorrência sem interesse no banco

“Queremos ter os destinos nas nossas mãos. Se é um IPO ou outra situação, não sei”, afirmou o administrador do Novobanco Luís Ribeiro. Os outros bancos ouviram, mas estão focados em si próprios.

O próximo capítulo do Novobanco deverá passar pela bolsa, já admitiu o CEO, Mark Bourke. O administrador Luís Ribeiro sublinhou que o banco quer “ter os destinos nas suas mãos”. “Se é um IPO ou outra situação, não sei”, referiu na Money Conference, organizada pelo Diário de Notícias, Dinheiro Vivo e TSF.

Na mesma conferência estavam responsáveis do BCP, BPI e Santander, que ouviram as declarações de Luís Ribeiro, mas disseram que os bancos que gerem estão focados em desenvolver o negócio que já têm.

“A preocupação é fazer do BCP um banco mais eficiente no serviço aos portugueses”, disse Miguel Maya. Mesmo com uma noiva [o Novobanco] “engalanada”? “Eu já sou casado”, respondeu o líder do BCP, soltando risos da plateia.

“Estamos focados em nós próprios”, acrescentou depois o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa.

No Santander, o foco é o mesmo. “Não está no nosso horizonte [comprar o Novobanco]. Estamos completamente focados no desenvolvimento em Portugal”, afirmou o administrador Miguel Belo.

O administrador do Novobanco disse que não sabia se o futuro do Novobanco é um IPO ou não, mas argumentou depois que o mercado português já tem um elevado grau de concentração para observar movimentos de consolidação.

Luís Ribeiro enfatizou ainda que “a situação da pandemia e guerra veio mostrar a importância de ter bancos portugueses”.

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Lidl contribui com sete mil milhões em três anos para a economia

Mais de metade da riqueza gerada resulta de impacto direto da cadeia alimentar. Postos de trabalho indiretos cresceram 7% ao ano, entre 2019 e 2021.

Em três anos o Lidl gerou mais de sete mil milhões de euros para Portugal. Só em 2021 a cadeia de supermercados contribuiu para a riqueza nacional com 2.610 milhões de euros — valor que representa 1,2% do PIB nacional desse ano — e para a manutenção de 60 mil postos de trabalho, de acordo com a segunda edição do Estudo de Impacto Socioeconómico, realizado pela consultora KPMG, para o retalhista alimentar, apresentado esta quinta-feira. Este ano, a cadeia prevê investir cerca de 200 milhões de euros.

“Os resultados deste estudo refletem o impacto crescente do Lidl na economia nacional e são consequência de um compromisso sério com Portugal, com os nossos colaboradores e clientes, assim como com os produtores e fornecedores nacionais. É com orgulho que os apresentamos e que nos reafirmamos como uma mais-valia para sociedade e economia em que nos inserimos. Continuaremos a trabalhar com a premissa de oferecer a máxima qualidade ao melhor preço e a investir igualmente em relações sólidas e duradouras com todos os nossos stakeholders“, diz Bruno Pereira, administrador do Lidl Portugal, citado em comunicado.

Entre 2019 e 2021, o retalhista contribuiu para a geração de sete mil milhões de euros para Portugal, dos quais 2.610 milhões de euros só em 2021. Deste impacto económico total do Lidl nesse ano, mais de metade (58%) corresponde à contribuição direta da empresa através do pagamento a fornecedores, de salários e impostos, 17% ao impacto indireto e 25% ao induzido. “Por cada euro gasto pelo Lidl foram gerados 1,73 euros na economia portuguesa”, destaca o estudo.

Estudo do seu Impacto Socioeconómico em Portugal 2019-2021. Realizado pela consultora KPMG, para o Lidl.

 

Criação de emprego aumenta 7% ao ano

A ação da cadeia também se refletiu ao nível da criação de emprego. Em três anos, o número de trabalhadores do Lidl subiu 11%, para 8.200 em 2021, quer ao nível de criação de postos de trabalho indiretos, assinalando um aumento médio de 7% ao ano.

“Só em 2021, por cada posto de trabalho gerado pelo Lidl, foram criados adicionalmente 7,3 novos postos de trabalho, resultando em quase 60 mil postos de trabalho criados de forma direta e indireta”, destaca o estudo da KPMG.

Estudo do seu Impacto Socioeconómico em Portugal 2019-2021. Realizado pela consultora KPMG, para o Lidl.

 

O setor agrícola (+29%), alimentar (+21%) e construção de edifícios (+11%) foram os setores onde o impacto do retalhista em termos de geração de riqueza mais se fez sentir, com igual impacto ao nível da criação de emprego com 41%, 13% e 7%, respetivamente.

A primeira edição do estudo, divulgada em junho de 2019, analisava cinco anos da atuação do Lidl em Portugal, e apontava um impacto de mais de nove mil milhões de euros para a economia portuguesa e a criação de mais de 46 mil postos de trabalho. Só em 2019, de forma direta e indireta, a cadeia alemã tinha contribuído com 2,12 milhões de euros para a riqueza nacional, ou seja 1% para o PIB. Deste valor, 56% resulta de impacto direto da cadeia da alimentar.

Atualmente, com uma rede de 270 lojas e quatro entrepostos em 2022, o Lidl emprega mais de nove mil colaboradores — no ano passado eram 8.200 — tendo previsto um investimento total de cerca de 200 milhões de euros, dos quais 125 milhões se destinam à intervenção nas lojas.

Recentemente, a companhia anunciou um investimento de 8,4 milhões de euros em aumentos salariais para 2023, dos quais 93% se destinam a colaboradores de lojas e entrepostos.

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Líder da Associação Sindical dos Juízes pede combate ao “populismo justicialista”

  • Lusa
  • 10 Novembro 2022

Manuel Soares defendeu que é preciso “combater todas as formas de desvirtuamento da justiça”, para que as instituições não fiquem ao serviço do “populismo justicialista”.

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Manuel Soares, defendeu esta quinta-feira que é preciso “combater todas as formas de desvirtuamento da justiça”, para que as instituições não fiquem ao serviço do “populismo justicialista”.

Com o mesmo vigor com que exigimos regras mais eficazes para o combate à corrupção, temos de ser capazes de combater todas as formas de desvirtuamento de justiça, que queiram transformá-la numa entidade qualquer militante ao serviço do populismo justicialista”, declarou. O líder da Associação Sindical dos Juízes falava esta quinta-feira no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, na sessão de abertura da sexta edição das Jornadas Açorianas de Direito.

Manuel Soares reforçou que a justiça “não pode atuar a reboque” daqueles que “veem um corrupto em cada esquina do poder político”. “Numa democracia saudável, a eficácia do combate à corrupção é essencial, mas igualmente essencial é que esse combate seja justo e se faça no rigoroso cumprimento do Estado de Direito”, avisou.

O representante dos juízes portugueses alertou que as políticas de combate à corrupção devem abranger todos os setores da sociedade e não apenas o poder político.

“Não podemos ter, nem temos, uma visão moralista sobre a necessidade de políticas anticorrupção direcionadas para a classe política. Como se do lado da justiça fosse tudo puro, e, do outro lado, da política e dos negócios, fosse tudo injurioso”, afirmou. E prosseguiu: “Se há verdade dolorosa com que fomos confrontados recentemente é que também pode haver corrupção na justiça. E talvez pior ainda é que os órgãos que deviam cuidar disso com mais apego não parecem, às vezes, muito interessados em fazê-lo”.

Manuel Soares criticou o Conselho Superior de Magistratura que “demorou mais de um ano a aprovar um regulamento mal feito” e que “não previa sequer a fiscalização das declaraçõesdos juízes.

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses defendeu ainda que é “normal, saudável e legítimo” os juízes terem intervenção pública, rejeitando que tal signifique uma “violação do principio da separação de poderes”.

“Descansem, pois, os saudosistas do tempo em que os juízes não levantavam a cabeça dos processos e estavam ausentes do espaço público de discussão”, vincou.

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Descida nas comissões? Banca garante que preçários não vão acompanhar inflação

Banca afasta descida nas comissões, mas asseguram que não vão aumentar tanta como a inflação no próximo ano. Já os juros dos depósitos vão aumentar "a seu tempo".

Nos últimos anos, os bancos aumentaram as comissões, numa altura em que a baixa dos juros pressionava a margem. Agora, com a subida das taxas, as comissões vão descer? Os banqueiros afastam uma descida no preçário, dizendo antes que não vão acompanhar a subida geral dos preços no próximo ano.

“As comissões têm de remunerar os investimentos que os bancos fazem na tecnologia. Os serviços têm de ter a remuneração adequada”, apontou Luís Ribeiro, administrador do Novobanco na Money Conference, organizada pelo Diário de Notícias, Dinheiro Vivo e TSF.

“Temos com uma inflação acima de 10%. Os preçários dos bancos não vão evoluir no mesmo sentido”, assegurou ainda o responsável do Novobanco.

A intervenção do CEO do BCP foi no mesmo sentido. “Não vejo racional para a comissões descerem, desde que o cliente percecione que o serviço gera valor”, afirmou Miguel Maya, assegurando antes que “não vai acompanhar a inflação em termos gerais”. “Não haverá um crescimento relevante”, frisou.

Juros dos depósitos vão subir “a seu tempo”

Em relação aos juros dos depósitos, os bancos portugueses ainda resistem a subir as taxas de remuneração das poupanças, mas o cenário irá inverter-se “a seu tempo e no momento oportuno”, declarou João Pedro Oliveira e Costa, presidente do BPI.

“Com certeza que havemos de remunerar”, garantiu o líder do BPI. Contudo, “estamos a falar de muitíssimo pouco, o valor será pouco relevante”, sublinhou.

Pedro Leitão, presidente do Banco Montepio, lembrou que os depósitos são a grande fonte de financiamento dos bancos e que, nessa medida, “não há ninguém mais interessado do que os bancos” em assegurar remunerações “competitivas e sólidas”.

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Empresários do Porto veem “oportunidade desperdiçada” no PRR

"Perante uma oportunidade desperdiçada, terão de ser, uma vez mais, os industriais a dar testemunho da sua resiliência e capacidade de adaptação", diz o presidente da Associação Comercial do Porto.

O presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Nuno Botelho, criticou esta quinta-feira o Governo liderado por António Costa por ter desperdiçado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao não utilizar este instrumento “como meio de transformação da economia”, à semelhança do que outros países estão a fazer.

Em Portugal serviu, sobretudo, para que o Estado alavancasse despesa e fizesse o investimento público que não tem capacidade de fazer pela via orçamental“, denunciou Nuno Botelho, durante a abertura da conferência “Que indústria de futuro queremos para Portugal?”, organizada pelo ECO, que juntou dezenas de empresários na Alfândega do Porto.

O líder da ACP admitiu estar desiludido com a forma como o Estado está a a gerir a chamada bazuca europeia. Devo partilhar a minha desilusão — partilhada por muitos empresários — com o PRR”, afirmou. “Um instrumento que outros países europeus, como a nossa vizinha Espanha, estão a utilizar como meio de transformação da sua economia, mas que em Portugal serviu sobretudo para que o Estado alavancasse despesa e fizesse o investimento público que não tem capacidade de fazer pela via orçamental”, criticou.

Para Nuno Botelho, “perante uma oportunidade desperdiçada, terão de ser, uma vez mais, os industriais portugueses a dar testemunho da sua resiliência e da sua capacidade de adaptação e mudança, mostrando que o país deve seguir”.

Perante uma oportunidade desperdiçada, terão de ser, uma vez mais, os industriais portugueses a dar testemunho da sua resiliência e da sua capacidade de adaptação e mudança, mostrando que o país deve seguir.

Nuno Botelho

Presidente da Associação Comercial do Porto

Por outro lado, Portugal deve aproveitar o facto de haver “uma vontade política na Europa para reforçar o peso na indústria na economia, diminuir o volume de importações, reduzir o risco das dependências externas e das tensões geopolíticas“. O país tem como trunfos as boas condições geográficas — sobretudo no corredor marítimo transatlântico –, logísticas, técnicas, humanas e sociais, elencou. Mais, reiterou: “Em nada ficamos a dever, nessas características, a outros países do espaço europeu onde a componente industrial no PIB é francamente superior à nossa”.

Nuno Botelho defendeu ainda a otimização no perfil de especialização do tecido produtivo português como “o caminho a seguir e aquele que melhor se enquadra nos objetivos definidos pela Comissão Europeia em termos de reindustrialização do espaço comum, de transição para um modelo de economia verde e de transformação digital dos negócios”.

Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do PortoHugo Amaral / ECO

Uma forma de estar na dianteira e de alavancar Portugal pode passar por “escolher os projetos mais diferenciadores e onde temos mais vantagens comparativas”. Para o presidente da ACP é importante “assumir que Portugal não pode competir em mão de obra intensiva, mas pode crescer em setores de alto valor acrescentado, em processos de automação e de digitalização, em ID e em projetos com as nossas universidades cada vez mais capacitadas e mais bem cotadas nos rankings internacionais”.

Ainda assim, o responsável destacou os “sinais de evolução” registados na atividade industrial, “fruto de uma melhor capacitação dos chamados setores tradicionais, mas sobretudo do nível de diferenciação tecnológica cada vez mais significativo” em setores como o automóvel e seus componentes. Além da eletrónica, farmacêutica, biotecnologia, energia e engenharia de materiais.

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Resíduos têxteis de empresas de Vouzela vão ganhar nova vida

  • Lusa
  • 10 Novembro 2022

Resíduos têxteis de empresas de Vouzela vão ganhar nova vida com o projeto de economia circular "by.Vouzela". Serão criados produtos de ecodesign na linha da sustentabilidade.

Resíduos têxteis de duas empresas de Vouzela vão ganhar nova vida, no âmbito de um projeto de economia circular, através do qual a Câmara Municipal local quer criar produtos de ecodesign e proporcionar uma receita extra aos munícipes. O projeto conta com uma verba de 15 mil euros, resultante dos Prémios Caixa Social 2022.

“No setor têxtil, as empresas têm muitos sobrantes, material que, se não fosse reutilizado no âmbito desta iniciativa, teria de ser levado para um aterro ou para incinerar”, explicou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Vouzela, Rui Ladeira.

O autarca daquele concelho do distrito de Viseu disse que, de imediato, começará a formação que permitirá colocar a funcionar uma oficina de costura na comunidade, provisoriamente na Associação Cultural e Recreativa de Cambra (futuramente passará para a antiga escola primária de Cambra, que vai entrar em obras).

Intitulado “by.Vouzela”, este projeto – que foi esta quinta-feira apresentado publicamente – envolve a autarquia, a associação de promoção Vouzelar, a União de Freguesias de Cambra e Carvalhal de Vermilhas, a Associação Cultural e Recreativa de Cambra, as empresas Faurecia e Brintons, a Escola Profissional de Vouzela, a Universidade da Beira Interior e a Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos.

Rui Ladeira explicou que a ideia é “dar uma nova vida aos resíduos que não são utilizados por estas duas indústrias” que estão instaladas no concelho. “Com isto, queremos fazer um modelo social colaborativo, com matéria-prima e talento local”, criando um negócio com a marca “by.Vouzela”, acrescentou.

Segundo o autarca, este é um projeto “que encaixa na estratégia da sustentabilidade” em que o município está focado. “Mais importante do que dizer que queremos alinhar nesta estratégia, é ter projetos que venham a cumprir esse desígnio: a reciclagem, o uso e a transformação”, frisou.

Rui Ladeira referiu que qualquer pessoa poderá trabalhar na oficina, desde que integre “um plano de formação, de regras e de boas práticas” e que assuma compromissos, porque o projeto tem associada a marca “by.Vouzela”. As peças finais, criadas com o apoio de designers, serão depois colocadas à venda, gerando “um complemento financeiro para quem integre este projeto”.

De acordo com o autarca, o objetivo é o de, “com este processo de valorização do produto, criar economia local, colaborativa e social para quem precisa”.

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Abreu Advogados reforça área de Projetos & Financiamento Estruturado com integração de uma nova equipa

Bruno Azevedo Rodrigues integra a Abreu Advogados enquanto sócio, João Lupi e Rui Ferreira de Almeida, enquanto associados sénior, e Ashick Hussein Remetula, como associado.

A Abreu Advogados reforçou a área de Projetos & Financiamento Estruturado com integração de uma nova equipa. Bruno Azevedo Rodrigues integra o escritório enquanto sócio, João Lupi e Rui Ferreira de Almeida, enquanto associados seniores, e Ashick Hussein Remetula, como associado. Os quatro advogados transitam da TELLES.

“A equipa dedica-se à assessoria estratégica e multidisciplinar – do financiamento, estabelecimento joint-ventures e outros acordos de fusão ou cooperação e codesenvolvimento, ao aconselhamento regulatório e eventuais resoluções de litígios – em projetos complexos e de especial envergadura, nomeadamente no desenvolvimento de infraestruturas de alto perfil em várias jurisdições, com destaque para os setores de transportes, energia e saúde”, refere o escritório.

Bruno Azevedo Rodrigues possui cerca de 25 anos de experiência e transita TELLES, onde coordenava a área de Financeiro, Projetos e Mercados de Capitais e co-coordenava a área de Energia e Recursos Naturais. Do seu percurso fazem também parte escritórios internacionais, como a DLA Piper e a Miranda, sendo ainda o assessor jurídico da direção da Associação Portuguesa de Energias Renováveis e do conselho de administração da ENERSIS (Babcock Group).

“O Bruno Azevedo Rodrigues é um advogado com um curriculum e experiência que falam por si. É uma referência no mercado para os clientes e para os seus pares. A sua competência tem sido repetidamente refletida em rankings e diretórios, que sublinham o seu percurso e experiência na condução e acompanhamento de grandes projetos. O Bruno acrescenta valor a uma área-chave para a Abreu, crucial para muitos dos nossos clientes e em vários mercados. Estamos muito agradados por poder anunciar este reforço aos nossos clientes e parceiros”, refere Inês Sequeira Mendes, managing partner da Abreu Advogados.

Bruno Azevedo Rodrigues admite que está “muito satisfeito” por integrar a Abreu Advogados e acredita que o escritório dispõe de uma equipa e posicionamento no mercado que são ummatch perfeito com o perfil e necessidades” dos seus clientes.

“Os projetos e as operações de project finance continuam com um grande dinamismo, até como resposta das economias ao pós-Covid, uma trajetória que creio se manterá. É com grande alegria e entusiasmo que poderei oferecer o meu contributo para reforçar uma área onde a sociedade é já um player relevante, e de desenvolver e fortalecer relações estratégicas e de grande proximidade com os clientes. A minha integração é facilitada pelo alinhamento que tenho com os restantes sócios quanto à ambição, ao espírito humanista, empreendedor e orientado para a inovação que devem nortear a nossa ação conjunta“, sublinhou o advogado.

Outro dos reforços do escritório foi João Lupi. O advogado foi assessor jurídico e depois diretor-adjunto no grupo financeiro BDK. Tem-se destacado no trabalho realizado no aconselhamento e apoio jurídico estratégico na área de Projetos, Energia e Recursos Naturais, mas também em Finanças, M&A e Mercados de Capitais, junto de empresas líderes nas suas áreas de atividade, entidades financeiras e autoridades públicas, em vários tipos de transações e numa vasta gama de mercados e produtos, tanto do ponto de vista transacional como regulamentar.

Rui Ferreira de Almeida foi técnico especialista do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Energia do XXII Governo Constitucional, onde acompanhou de perto os setores energético e mineiro em matérias respeitantes aos mercados nacional e europeu. Tem desenvolvido a sua atividade no acompanhamento a temas de especial relevância no panorama internacional como são, entre outros, o setor das energias renováveis, o hidrogénio, os gases de origem renovável e projetos Power-to-X.

Por fim, Ashick Hussein Remetula, é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, tendo depois concluído a pós-graduação em Corporate Finance e Direito Aéreo pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Antes do Direito, frequentou a licenciatura em Gestão da Universidade Católica Portuguesa.

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Fundo Atena compra Science4you e lidera injeção de 11 milhões na empresa

A sociedade de capital de risco comprou uma participação maioritária na Science4you e vai liderar uma injeção de 11 milhões de euros na empresa de brinquedos científicos para crianças.

A Atena Equity Partners, através do fundo Atena II, comprou uma participação maioritária na empresa de brinquedos científicos Science4you. A sociedade gestora de private equity vai ainda liderar uma injeção de capital de 11 milhões de euros na empresa.

Sem referir o valor do negócio, a sociedade de capital de risco destaca que o investimento vai permitir “reforçar a solidez e contribuir para o desenvolvimento da empresa, cuja estratégia prevê o cimentar da posição de destaque na Península Ibérica”, bem como reforçar a “presença no canal online a nível global, ao mesmo tempo que prossegue a aposta na inovação e desenvolvimento de novos produtos”, adianta em comunicado.

“Para apoiar este desenvolvimento estratégico da Science4you, a empresa vai beneficiar de uma capitalização de 11 milhões de euros da empresa, liderada pela própria Atena”, acrescenta a nota.

A Science4you, empresa portuguesa que produz e comercializa brinquedos científicos e educativos para crianças, emprega mais de 100 pessoas e tem uma faturação anual de cerca de dez milhões de euros. Está presente em mais de 45 países, entre os quais Espanha, Alemanha, Reino Unido e França, e exporta 70% das suas vendas.

Já o Fundo Atena II fez nos últimos dois anos seis aquisições, onde se inclui o Hospital Particular de Almada e a empresa têxtil Quinta & Santos – Score, especialista em acabamentos, nomeadamente para o segmento de luxo.

Citado em comunicado, João Rodrigo Santos, founding partner da Atena Equity Partners, realça que a “Science4you é uma empresa única em Portugal, com produtos diferenciados que lhes oferecem vantagens competitivas a nível nacional e internacional” e sublinha que o objetivo é “solidificar a empresa, potenciar a sua equipa de desenvolvimento de produto e apoiar o seu crescimento“.

Miguel Pina Martins, fundador da Science4you, que continuará na gestão da empresa, salienta que a “entrada da Atena Equity Partners é uma ótima notícia”, dado que permite à empresa de brinquedos científicos “capitalizar o valor distintivo” da oferta de produtos.

Além da forte capacidade financeira, conta com uma equipa especializada que será uma enorme mais-valia na expansão da companhia, tanto em Portugal como a nível internacional, e na exploração e potenciação de novos canais de crescimento”, conclui o CEO.

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Montenegro admite aproveitar “reflexões” de Rio e Passos Coelho na revisão constitucional

O PSD reúne esta quinta-feira o Conselho Nacional com o projeto de revisão constitucional na agenda. Montenegro assume-se "tranquilo" e confiante com os "dois terços" necessários.

O líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou em declarações à comunicação social que vai aproveitar muitas das reflexões feitas à volta da Constituição da República Portuguesa por anteriores lideranças, incluindo a de Rui Rio e Pedro Passos Coelho. Mas estas serão “adaptadas” ao seu “pensamento” e “perspetivas”. Montenegro mostrou-se “confiante” e “tranquilo” com o processo e curso.

“Estive em vários processos de revisão constitucional. Este, do ponto de vista da sua tramitação interna e dos seus mecanismos de participação, não fica nada a dever” aos anteriores, frisou em declarações transmitidas pela Sic Notícias. “Pelo contrário, está a ir mais longe do que é costume até do ponto de vista interno do PSD”, referiu.

Face ao pouco que se sabe sobre o projeto, Luís Montenegro apenas sublinhou que se soubesse “muita coisa” isso significava que se estava a “desvalorizar a participação das pessoas”. “Não se sabe tudo, porque não se fechou ainda o processo. Ainda estamos a ouvir e estamos a valorizar as audições que estamos a fazer”, garantiu.

Entre os princípios fundamentais do projeto que avançou foram a preocupação intergeracional, preocupação em terem regras de funcionamento do sistema político “mais aprimoradas”, que reforcem a transparência e a independência de algumas instituições, e o aprofundamento das autonomias regionais.

“Aquilo que me enche de satisfação é que desde que o PSD vai mostrando a sua atividade e outros partidos, nomeadamente o PS, vêm no encalço do que são as nossas prioridades e atividades. Portanto fico muito satisfeito que o PS também vá apresentar um projeto de revisão constitucional. Creio que se podem criar condições para haver um entendimento que em algumas matérias possam consumar-se com o apoio de mais de dois terços dos deputados e portanto possa haver uma revisão constitucional”, disse.

Esta quinta-feira, o PSD reúne o seu Conselho Nacional, em Lisboa, com a “análise da situação política” e o “projeto de revisão constitucional” na agenda da reunião. As dúvidas recaiam sobre se a proposta do PSD vai aproveitar, ou não, alguns dos pontos da proposta alargada de revisão da Constituição de Rui Rio, o antecessor de Luís Montenegro na liderança dos social-democratas. Ou se, uma vez que já fez saber que vai dialogar com o PS nesta matéria, vai querer apenas incluir os pontos que os socialistas querem alterar no texto fundamental. Ou seja: alterações relativamente aos metadados e a questões relacionadas com possíveis novos confinamentos.

A anterior direção do PSD apresentou publicamente um projeto de revisão da Constituição em setembro do ano passado, mas que que não chegou a ser entregue no Parlamento devido à dissolução da Assembleia da República e à campanha interna para a presidência do partido. E logo nessa altura Luís Montenegro fez saber que não concordava que Rui Rio entregasse o seu projeto de revisão constitucional.

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Questões sobre privatização da TAP “devem começar a preocupar os portugueses”, diz presidente do CFP

A presidente do Conselho das Finanças Públicas defende que é "importante ver em que condições a venda se vai materializar e o impacto que possa ter para os contribuintes".

Existem ainda muitas dúvidas sobre a TAP, nomeadamente a privatização que deverá avançar, que preocupam a presidente do Conselho das Finanças Públicas e que deveriam “começar a preocupar os portugueses”. Nazaré Costa Cabral alertou que é necessário perceber os impactos que a eventual venda poderá ter para os contribuintes.

A TAP foi um dos elementos que o CFP considerou como um risco orçamental, por não existir muita informação disponível por parte do Governo. “Não temos informação adicional, não sabemos detalhes do que se pretende fazer em termos de conclusão do processo de reestruturação na TAP nem o que se pretende fazer em termos de privatização“, salientou a presidente do CFP numa audição no Parlamento.

Na situação da companhia área, o preço da venda e em que condições esta poderá acontecer “são questões que devem começar a preocupar os portugueses”, reitera Nazaré Costa Cabral. Isto já que a “empresa tem um passivo muito grande, tem dívida financeira e alguma dela vai vencer no próximo ano”, sendo que é “importante ver em que condições a venda se vai materializar e o impacto que possa ter para os contribuintes”.

O Governo ainda não adiantou muitos detalhes sobre uma eventual privatização da TAP, sendo que não está previsto um impacto orçamental associado a esse processo na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

A presidente do CFP falou também sobre o Novobanco, outro risco identificado pela falta de referência no Orçamento. “Ainda temos a utilização do Mecanismo de Capital Contingente, que tem remanescente que poder ser utilizado, mas isso em função da situação financeira”, apontou.

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