Setor automóvel português cresce acima de média europeia, garante AFIA

Setor automóvel português contesta dados de estudo da OIT para a área e revela que a indústria nacional de componentes automóveis cresceu 8% ao ano, contra 0,3% da produção automóvel europeia.

O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) contestou esta terça-feira os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que apontava para o elevado número de trabalhadores com vínculo precário e com futuro incerto tendo em conta a forte dependência de modelos a combustão. José Couto defendeu que a indústria nacional de componentes automóveis tem crescido acima da média europeia e que a OIT incorreu num erro de análise ao mão contemplar esta vertente da indústria na sua análise.

Segundo os dados do cluster da indústria automóvel, entre 2015 e 2019, a indústria nacional de componentes automóveis cresceu 8% ao ano contra os 0,3% da produção automóvel europeia. Contabilizando os efeitos da Covid-19 em 2020, a indústria de componentes nacional teve um desempenho de -13,6% nesse ano em termos homólogos, contra +4% em 2021; já a produção automóvel da Europa registou um desempenho de -22% em 2020, e -3,5% em 2021.

Em conferência de imprensa conjunta entre a AFIA, a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) e o cluster automóvel MOBINOV, o setor contestou os dados do mais recente estudo da OIT, por considerarem que o universo analisado é menor que o número real de empresas que o compõem.

O setor automóvel nacional avançou ainda que a área compreende mais de 1.100 empresas nacionais, das quais 350 (0,9%) trabalham para a indústria automóvel de componentes. Relativamente ao número de trabalhadores, o cluster automóvel esclareceu que já são mais de 90.000 o número de empregados diretos na indústria, ou cerca de 33% dos empregos gerados na indústria transformadora nos últimos quatro anos. Por sua vez, a indústria automóvel de componentes alberga cerca de 61.000 empregos diretos, o que representa um volume de negócios de 10,7 milhões de euros, ou 5,2% do PIB.

No que diz respeito ao número de trabalhadores temporários empregados, também aqui os números do cluster automóvel divergem dos da OIT. O setor automóvel nacional defende que apenas 11,7% dos seus trabalhadores se encontram em regime de trabalho temporário, contra 88,3% dos restantes trabalhadores. Por outro lado, as associações reiteram que a remuneração média anual per capita se encontra 13% superior à média da indústria transformadora.

O presidente da ACAP acrescentou ainda que no caminho para os motores elétricos, o “grande desafio não é da indústria, mas da parte dos consumidores”, disse referindo-se ao elevado preço de entrada para a aquisição de veículos elétricos. Relativamente a este assunto, Hélder Pedro rematou que Portugal tem as condições para investir na reconversão, visto que o país “tem toda a fileira para a produção de baterias”, disse acrescentando que o Governo português terá de dar passos nesta matéria.

Ainda no campo do investimento, dados da AFIA revelam que o investimento acumulado entre 2015 e 2020 correspondeu a uma média de 13,1 milhões de euros por empresa, sendo que as empresas de componentes automóveis investem, em média, 20 vezes mais do que as empresas da indústria transformadora. Em linha com estes dados, também a produtividade do trabalho por pessoa ao serviço verificou-se 26% superior à média da indústria transformadora, nos 38.500 euros.

O setor automóvel nacional criticou o estudo da OIT por este se focar na CAE 29, um código específico que deixa de fora outros produtos e componentes automóveis, como os sistemas de navegação, os revestimentos têxteis, pneus, peças técnicas em plástico e outros materiais. Para o cluster automóvel, o top 10 das empresas da indústria de componentes representam apenas 38% do volume de negócios (3,9 mil milhões de euros anuais), e 31% das pessoas ao serviço (19.500 pessoas).

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Conversas de Praia 2T #2: Os Desafios do Content Marketing

  • Conteúdo Patrocinado
  • 21 Junho 2022

Neste segunda conversa, o tema central é o conteúdo. Afinal, o que temos de fazer para construir conteúdos revelantes?

O conteúdo é rei! Os consumidores procuram conteúdos relevantes para si e para as suas vidas! Mas afinal o que temos de fazer para o construir? O que deve ser ponderado e considerado? Quais os riscos e as vantagens de o fazer?

Estas são algumas das perguntas que servem de mote para esta segunda conversa, que junta Rita Reis, Multichannel Communications na MSD, e Ricardo Assunção, Marketing and Communication Director no DIA Portugal, dirigida por Luís Nunes, Head of Content & Social Media Management na WYperformance. Assista aqui à conversa.

As Conversas de Praia, uma iniciativa promovida pelo WYgroup em parceria com o ECO, que já vai na segunda temporada, pretendem abordar temas transversais da atualidade, que vão desde sustentabilidade, educação, passando pelo marketing de conteúdo. Poderá acompanhar as Conversas todas as terças-feiras, às 11h, no Facebook do ECO, até 12 de julho. Descubra o tema da próxima neste calendário.

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“Estamos longe da meta” da descentralização na área da Saúde, diz Marta Temido

A ministra da Saúde reitera que ainda se "está longe" do que o Governo propôs em termos de descentralização já que os autos assinados na área que tutela são apenas 50. Mas está para breve o acordo.

“Ainda estamos longe daquilo que nos autopropusemos como objetivo”, afirmou a ministra da Saúde, à saída de uma reunião com os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP), revelando que já foram assinados cerca de 50 autos de transferência.

“Mais do que duplicámos aquilo que tínhamos no início da legislatura”, frisou Marta Temido, mas ainda assim longe da meta que o Governo estabeleceu. Para a ministra, a solução “é continuar a trabalhar”, porque ainda há aspetos estruturais e práticos que precisam de ser trabalhados.

“Naturalmente, há um conjunto de aspetos que já não são atuais e há dimensões de funcionamento prático das transferências de competências que têm de ficar acauteladas”, advertiu a governante. “Uma forma de o fazer é nos autos de transferência”, exemplificou. “Ao ouvir os autarcas, podemos recuperar aspetos que podem ser ainda melhorados em termos de normativo enquadrador”.

Há um conjunto de aspetos que já não são atuais e há dimensões de funcionamento prático das transferências de competências que têm de ficar acauteladas.

Marta Temido

Ministra da Saúde

Para a ministra da Saúde, ainda “há outras questões mais operacionais que se prendem com aspetos como seguros, despesas de saúde das pessoas a transferir, a possibilidade de condução de viaturas, que são dos municípios, por profissionais que não são dos municípios”. Na realidade, disse, “há um conjunto de aspetos práticos que tem de ser respondido”. Depois, prosseguiu, “ainda há aspetos estruturais que os autarcas têm e que também queremos responder, mas sobretudo numa lógica de que este é um primeiro passo”.

Marta Temido garantiu que esta reunião correu bem, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no Porto. Igual opinião teve a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, também presente no encontro. “Foi um ambiente construtivo normal entre quem tenta construir soluções para os portugueses”, descreveu a ministra da Saúde adiantando: “Estivemos a discutir com os presidentes das autarquias da AMP os aspetos que são necessários melhorar em termos dos autos de transferência na área da saúde”. Mas é preciso ter em conta, avisou, que “este é um processo que nasce num período difícil em contexto de pandemia, em 2019″.

Para “muito breve” acordo entre Governo e ANMP

Sem, contudo, adiantar datas, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, avançou que não deve faltar muito para o fim das negociações do processo de descentralização” com a Associação Nacional de Municípios (ANMP).Muito em breve teremos de fechar o acordo”, garantiu a governante, adiantando que “o senhor primeiro-ministro impôs um prazo curtíssimo” para o término desta questão que tem feito correr muita tinta e causado algum mal-estar entre alguns autarcas do país.

As câmaras já estão a receber mais do que o Governo gastava na descentralização.

Ana Abrunhosa

Ministra da Coesão Territorial

Depois de uma ronda de negociações que ainda vão decorrer, explicou Ana Abrunhosa, “cabe depois à ministra da Coesão Territorial, no seio do Governo, falar com as áreas setoriais e com o ministro das Finanças e o senhor primeiro-ministro para ver até que ponto se pode ir ao encontro e responder num conjunto de áreas”. E fez um reparo: “As câmaras já estão a receber mais do que o Governo gastava na descentralização”.

Ainda assim, Ana Abrunhosa admitiu ter “alguma dificuldade” em apontar prazos, porque ainda tem pela frente uma ronda de reuniões para “chegar a acordo” em matéria de transferência de competências que tem sido alvo de discórdia da parte de alguns autarcas e que até motivou a saída da Câmara Municipal do Porto da ANMP. O edil do Porto, Rui Moreira, tem sido a voz mais crítica.

A governante destacou, por isso, uma frase que ouviu de um autarca: “É mais o que nos une do que o que nos separa”, garantindo que este “é um processo complexo que ainda exige muito trabalho” pela frente. E que espera ver terminado em breve depois da “ronda de negociações” que ainda tem por todo o país.

Não vou dar o [valor] do pacote financeiro, porque isso é algo que anunciaremos quando chegarmos a acordo com a ANMP. O que está em causa, neste momento, é um conjunto de reivindicações dos municípios que a ANMP nos faz chegar”. Ainda assim, disse: “Há um pacote de escolas que terá múltiplas fontes de financiamento. Será o Portugal 2030”.

Durante a reunião com os autarcas da AMP, esteve em cima da mesa, adiantou a governante, “a possibilidade de se reforçar as verbas para os custos de manutenção no âmbito das escolas para o Orçamento de 2023”. Ana Abrunhosa adiantou ainda que deverá haver já um aumento da comparticipação do Estado nas refeições escolares. “Também há um pacote que estamos a refletir sobre um conjunto de escolas que, aliás, já existe desde 2019, em que há o compromisso do Governo em recuperar as escolas”, divulgou ainda. Ou seja, elucidou a governante, “há num conjunto de escolas e de centros de saúde, onde se necessita de fazer obras de grande envergadura. Não bastam as despesas de manutenção”. Segundo a ministra da Coesão Territorial, “na saúde esse equipamento está identificado e vai ser apoiado através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

A ministra garantiu ainda que, “se algum equipamento faltar, será através do Portugal 2030″ e o Governo fará “exatamente o mesmo na educação”, acrescentando que “essa lista está a ser fechada, porque o Ministério da Educação fez um primeiro mapeamento que enviou à ANMP e agora está a recolher informação junto dos municípios”. Apontou, por isso, para o próximo mês de “julho o lançamento dos primeiros avisos para apoiar as escolas que precisam de intervenção mais urgente”.

Ana Abrunhosa está a ter encontros, por todo o país, com comunidades intermunicipais e “têm corrido muito bem”, sendo “esta a primeira [reunião] com uma área metropolitana”. Gostaria de ter um bom desfecho “para que se possa ir de férias tranquilos”. Aliás, disse mesmo ser “uma questão de tempo para se fazer um grande acordo que estabilize, de uma vez por todas, os valores na educação, nas diferentes componentes, na saúde”. Adiantou, contudo, que a transferência das competências na área social ficará “para um bocadinho mais tarde”.

Ainda assim, Ana Abrunhosa admitiu que “este é um processo complexo”, tendo em conta que existe muita informação e estão em causa 21 diplomas setoriais. “Eu, como sabem, tendo a responsabilidade da descentralização, estou totalmente mandatada para discutir as questões técnicas”, clarificou. “Estas reuniões são para dar conta também de um processo que vamos fazendo paralelamente, de negociação intensa com a ANMP”. Aliás, frisou: “É quase raro o dia em que não falo com a senhora presidente da ANMP e temos reunido quase todas as semanas com a associação”. Por isso mesmo, a governante está descansada em relação ao seu papel na evolução deste processo de transferência de competências.

Tal como a ministra da Saúde, Ana Abrunhosa também fez questão de lembrar que “os dois últimos anos foram muito difíceis para se fazer estas reuniões”.

Em relação a Rui Moreira, a ministra afirmou: “Teve uma intervenção muito construtiva [durante a reunião] e, portanto, saio daqui muito satisfeita com a postura do senhor presidente, que foi de alguém que quer estar do lado da solução e com uma posição construtiva”.

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Salário competitivo é o benefício mais valorizado pelos portugueses. Mas apenas 13% afirma tê-lo

Apesar de 56% dos profissionais portugueses considerarem o salário competitivo o benefício mais importante, apenas 13% refere tê-lo. No caso das mulheres, o desfasamento é ainda maior.

Ter um salário competitivo é o benefício mais valorizado pelos profissionais portugueses. Mais de metade (56%) coloca-o no primeiro lugar da lista de benefícios desejados, no entanto apenas 13% afirma tê-lo. E este desfasamento é ainda mais evidente no caso das mulheres. Do lado das empresas, os benefícios mais oferecidos são o subsídio de alimentação (75%), a disponibilização de equipamento informático (38%) e o estacionamento gratuito (37%), revela o estudo “Necessidades e Expectativas dos Colaboradores de Empresas em Portugal”, realizado pela Multipessoal.

“Existe um claro desfasamento entre aquilo a que os profissionais portugueses mais atribuem importância e aquilo a que realmente têm acesso nos seus empregos atuais. Esta tendência acentua-se ainda mais para as mulheres, sendo que apenas 9% afirma ter um salário competitivo, face a 18% dos homens, o que levanta, mais uma vez, preocupações quanto à desigualdade entre géneros no contexto laboral”, afirma André Ribeiro Pires, executive board member e COO da Multipessoal.

Paralelamente, quanto mais elevadas são as habilitações literárias dos profissionais, maior importância é dada ao nível de remuneração. Se 44% dos indivíduos com até ao 9.º ano consideram este fator o mais importante, o valor sobe para 59% para as pessoas que completaram o ensino universitário.

Existe um claro desfasamento entre aquilo a que os profissionais portugueses mais atribuem importância e aquilo a que realmente têm acesso nos seus empregos atuais.

André Ribeiro Pires

Executive board member e COO da Multipessoal

Ainda no que se refere aos benefícios, o tema da saúde mental é visto de forma muito diferente consoante a idade dos profissionais. Os mais novos valorizam significativamente mais o acesso a plataformas de apoio à saúde mental do que os restantes targets, em especial a faixa etária dos 55 aos 64 anos.

Embora, de acordo com esta pesquisa, a saúde mental ainda não surja como uma das principais prioridades dos profissionais portugueses, estes dados evidenciam que este será um tema com importância crescente a médio-prazo, à medida que as agora gerações mais novas se integram e constituem cada vez mais uma fatia relevante do mercado de trabalho”, refere o COO da Multipessoal.

Quanto aos elementos que caracterizam a cultura da empresa, a boa relação com a equipa (72%), o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (67%) e o reconhecimento profissional (62%) são os aspetos mais valorizados pelos profissionais inquiridos. As oportunidades de progressão são identificadas por 53% dos participantes, denotando-se uma valorização crescente deste fator quanto mais elevado é o nível de escolaridade dos profissionais.

Teletrabalho ganhou adeptos, mas modelo presencial continua a prevalecer

No que se refere aos modelos de trabalho em vigor, o estudo revela que 78% dos inquiridos se encontra atualmente a trabalhar de forma exclusivamente presencial, 17% num regime híbrido e apenas 5% num modelo totalmente remoto. Em termos de preferências, quase metade dos participantes no estudo garante valorizar mais um modelo de trabalho 100% presencial, com foco nas gerações mais velhas. A principal razão para a preferência pelo trabalho 100% presencial é o facto de não haver outra hipótese para a realização do trabalho (34%) e o contacto humano/socialização (32%).

Quanto ao modelo híbrido, eleito como o favorito de 40% dos inquiridos, destacando-se o escalão etário dos 25 aos 34 anos, em que 48% prefere este regime de trabalho, e a área da Grande Lisboa, em que mais de metade dos profissionais (51%) elege esta opção. O poder de escolha entre trabalhar em casa ou no escritório (31%), a poupança em tempo e dinheiro (28%), a flexibilidade (25%) e a conciliação da vida profissional com a vida pessoal (25%) são os principais motivos de quem prefere o modelo de trabalho híbrido.

Embora o teletrabalho tenha vindo a ganhar cada vez mais protagonismo, a modalidade de trabalho 100% remoto é indicada como a preferida por apenas 11% da amostra, sendo que poupança em tempo e dinheiro é o principal motivo de 52% desta parcela dos inquiridos.

“Muitos profissionais viram com bons olhos a transição para modelos de teletrabalho e foi algo que, por força da necessidade, se normalizou. No entanto, de acordo com os dados recolhidos, os portugueses continuam a preferir ter maioritariamente uma componente presencial, ao invés de usufruírem de um regime exclusivamente remoto”, esclarece André Ribeiro Pires.

Em termos globais, 64% diz estar satisfeito com o modelo de trabalho que têm atualmente, no entanto, mais de um terço preferia ver implementado outro regime laboral na sua empresa. Destes, 27% preferia o trabalho em regime híbrido e apenas 1% um modelo totalmente presencial.

88% dos profissionais valorizam muito a aposta em formação

Outra das componentes em análise no estudo da empresa de recursos humanos foi a aposta em formação por parte das empresas. Os dados revelam que esta é muito valorizada pelos colaboradores, com 88% dos inquiridos a afirmar valorizar muito ou totalmente ter acesso à mesma em contexto profissional.

Os tipos de formação mais apreciados são cursos de desenvolvimento pessoal, selecionados por 56% da amostra, cuja importância se acentua à medida que o nível de escolaridade é mais alto, seguidos pelos cursos de línguas (55%) e os cursos de informática na ótica do utilizador (41%).

Finalmente, quando questionados sobre os fatores que os fariam despedirem-se da sua empresa atual, mais uma vez um salário pouco competitivo é o principal motivo apontado, tanto por homens como por mulheres. No entanto, nos segmentos mais jovens, destaca-se, mais do que um salário competitivo, a falta de progressão salarial e a falta de reconhecimento profissional como fatores importantes para sair da empresa atual.

Verificamos que as motivações mudam consoante o contexto e, em particular, a idade, e que os mais jovens tendem a atribuir grande importância às oportunidades de progressão de carreira e à valorização do seu contributo profissional.

André Ribeiro Pires

Executive board member e COO da Multipessoal

“Mais uma vez, verificamos que as motivações mudam consoante o contexto e, em particular, a idade, e que os mais jovens tendem a atribuir grande importância às oportunidades de progressão de carreira e à valorização do seu contributo profissional. Num momento em que se vão observando diversas mudanças nas dinâmicas de mercado de trabalho, com grandes desafios ao nível da retenção de talentos, é fundamental que as organizações se mantenham atentas e sejam proativas na forma como endereçam estas questões”, alerta André Ribeiro Pires.

Realizado nos meses de abril e maio de 2022, o estudo da Multipessoal, em parceria com a Netsonda, contou com entrevistas realizadas online a um total de 800 participantes, homens e mulheres, entre os 18 e os 64 anos, residentes em Portugal continental e atualmente empregados por conta de outrem.

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Remessas dos emigrantes sobem 5,1% em abril para 294,5 milhões de euros

  • Lusa
  • 21 Junho 2022

No que diz respeito aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a subida foi de 32,5%. Os portugueses a trabalhar nos países lusófonos africanos enviaram para Portugal 13,5 milhões.

As remessas dos emigrantes subiram 5,1% em abril, para 294,5 milhões de euros, enquanto os valores enviados pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal cresceram 9,9%, para 43,9 milhões de euros, segundo o Banco de Portugal.

De acordo com os dados, os portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal, em abril, 294,5 milhões de euros, o que representa uma subida de 5,1% face aos 280,1 milhões de euros enviados em abril do ano passado.

Em sentido inverso, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 43,9 milhões de euros em abril, o que equivale a uma subida de 9,9% face aos 39,9 milhões de euros enviados para os seus países de origem em abril do ano passado.

No que diz respeito aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a subida é ainda mais expressiva.

Os portugueses a trabalhar nos países lusófonos africanos enviaram para Portugal 13,5 milhões de euros em abril, o que equivale a uma subida de 32,5% face aos 10,2 milhões enviados no período homólogo de 2021.

Ao contrário, os trabalhadores em Portugal dos PALOP enviaram para os seus países de origem 3,2 milhões de euros, o que equivale a uma redução de 8,4% face aos 3,5 milhões de euros enviados em abril do ano passado.

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Será a aposta nas pessoas o caminho para a Cibersegurança?

  • ECO + EY
  • 21 Junho 2022

Teresa Zagalo e Melo, Manager EY Portugal, Cybersecurity, Consulting Services, explica a importância de incluir as pessoas na definição da Estratégia de Cibersegurança das organizações.

As pessoas dentro de uma organização podem ser, simultaneamente, a sua primeira linha de defesa como a sua maior vulnerabilidade. Analisando os três pilares basilares das organizações – pessoas, processos e tecnologia – verificamos que a estratégia adotada nos últimos anos foi muito focada no investimento tecnológico, pelo que neste momento devemos dar prioridade ao pilar das pessoas, investindo na sua capacitação, proporcionando uma mudança de mentalidade mais direcionada ao risco.

De acordo com o Relatório de Riscos e Conflitos de 2021 (Observatório de Cibersegurança – CNCS), “o volume de incidentes de cibersegurança e os indicadores de cibercrime cresceram de forma significativa em 2020”, sendo que um dos principais fatores terá sido o aumento em 867% nos ataques por distribuição de malware e em 160% nos ataques de phishing/smishing, constituindo os tipos de ciberataque mais comuns e mais bem-sucedidos dos últimos tempos. Estes indicadores são também o resultado de uma pandemia e da rápida adoção de novas formas de trabalhar e de interagir.

"É altura de nos focarmos nas pessoas, de incluí-las na definição da Estratégia de Cibersegurança das organizações, de as formarmos e de a dotarmos com conhecimento que lhes permita ser a primeira linha de defesa.”

Teresa Zagalo e Melo

Manager EY Portugal, Cybersecurity, Consulting Services

Se por um lado vivemos uma transformação digital acelerada como nunca antes vivenciamos, onde as empresas investiram em meios tecnológicos que lhes permitissem continuar os seus negócios remotamente, por outro este novo modelo de trabalho (remoto ou híbrido) trouxe uma falsa sensação de segurança, uma vez que as pessoas passaram a trabalhar a partir das suas casas – aparentemente locais seguros. Como consequência do trabalho à distância, a sensibilização para as ciberameaças diminuiu drasticamente, tornando as organizações mais vulneráveis.

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Tereza Zagalo e Melo, Manager EY Portugal, Cybersecurity, Consulting ServicesEY

As organizações, têm vindo a fazer um investimento crescente do ponto de vista tecnológico no âmbito da cibersegurança, descurando que por vezes basta um ataque simples direcionado a um colaborador, impercetível às várias ferramentas de deteção e prevenção, e poderá ser o suficiente para comprometer informação confidencial, dados pessoais (de colaboradores, clientes e/ou parceiros) e trazer danos reputacionais elevados para a organização.

É altura de nos focarmos nas pessoas, de incluí-las na definição da Estratégia de Cibersegurança das organizações, de as formarmos e de a dotarmos com conhecimento que lhes permita ser a primeira linha de defesa.

Na definição da Estratégia de Cibersegurança, devem ser considerados, entre outros, os seguintes pilares:

  • A criação e/ou revisão de políticas, normas e procedimentos de cibersegurança claros, que estejam ao alcance de todos os colaboradores com uma definição transparente dos seus papéis e responsabilidades;
  • A definição de programas de formação e sensibilização, com iniciativas interativas e direcionadas às diferentes equipas, áreas e setores da organização;
  • A realização periódica de simulacros de ciberataques, envolvendo as camadas de topo da organização;
  • A realização de ataques simulados de phishing e engenharia social de forma de forma aleatória para toda a organização, com vista a avaliar o nível de sensibilização e a eficiência do programa de formação e sensibilização implementado.

Nesta mudança de mentalidade, e na cibersegurança como um todo, as pessoas são a base da pirâmide e sem elas não nos é possível construir uma base sólida na defesa contra os ciberataques, sendo crucial o envolvimento de todas as camadas da organização.

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Casos de Monkeypox sobem para 304 em Portugal

Foram identificados mais sete casos de infeção pelo vírus Monkeypox, conhecido por “varíola dos macacos”, em Portugal. Com este novo balanço, há já 304 casos confirmados em território nacional.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou esta terça-feira mais sete casos de infeção pelo vírus Monkeypox em Portugal, também conhecido por “varíola dos macacos”. Com esta atualização, isto significa que há já 304 casos confirmados em território nacional.

“A maioria das infeções foram notificadas, até à data, em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve”, adianta ainda a entidade liderada por Graça Freitas, numa nota publicada no site da instituição.

Todas as infeções confirmadas são em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, precisa a DGS, acrescentando que os casos identificados se mantêm “em acompanhamento clínico” e que estão “estáveis”.

O vírus Monkeypox é uma doença geralmente transmitida pelo toque ou mordida de animais selvagens infetados na África Ocidental e Central, podendo também transmitir-se através do contacto com uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem “lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço”, explicou a DGS.

A informação recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está “a ser analisada para contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional”, explica a DGS na mesma nota que publicou no site, acrescentando que “continua a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias”.

Há cerca de uma semana, a entidade liderada por Graça Freitas adiantou ainda que Portugal vai receber 2.700 doses das vacinas contra o vírus Monkeypox adquiridas pela Comissão Europeia, sendo que ainda está por definir a forma como serão utilizadas.

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INE vê “trajetória marcadamente ascendente” dos preços em maio

  • ECO e Lusa
  • 21 Junho 2022

Índice de preços na produção da indústria transformadora subiu 22,9% em maio face ao mesmo mês de 2021, registando o crescimento mais elevado da atual série.

Na síntese económica de conjuntura de maio divulgada esta terça-feira, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) dá destaque à “trajetória marcadamente ascendente” dos preços no produtor e no consumidor. O índice de preços na produção da indústria transformadora subiu 22,9% em maio face ao mesmo mês de 2021, registando o crescimento mais elevado da atual série.

Os dados conhecidos esta terça-feira indicam que, excluindo a componente energética, o índice de preços na produção da indústria transformadora aumentou 16,3% em maio face ao mesmo mês de 2021, apresentando também o crescimento mais elevado da atual série (contra 15,7% em abril).

Em relação à taxa de inflação, o INE recorda que a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 8% em maio, o nível mais elevado desde fevereiro de 1993. O indicador de inflação subjacente (IPC total excluindo bens energéticos e alimentares não transformados) registou uma variação homóloga de 5,6% em maio, contra 5,0% em abril e a mais elevada desde outubro de 1994.

“Refletindo em grande medida a aceleração dos preços, os indicadores de curto prazo da atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis até abril de 2022, continuaram a revelar crescimentos elevados em termos nominais, ainda que em desaceleração face ao mês anterior”, afirma o INE.

Na indústria, o índice de volume de negócios aumentou 19,7% em abril (contra 26,1% em março), crescimentos nominais indissociáveis do atual ciclo de aumento de preços na indústria (24,7% em abril), adianta o INE, sublinhando que os resultados obtidos podem ter sido influenciados pelo facto de abril ter tido 19 dias úteis, menos dois que em 2021 e menos três que em março de 2022.

Na vertente externa, o aumento mais expressivo dos preços implícitos das importações de bens comparativamente às exportações traduz perdas dos termos de troca, que se têm agravado nos últimos meses devido sobretudo aos preços dos bens energéticos, contribuindo para a deterioração do saldo externo de bens.

De acordo com as estimativas provisórias mensais do Inquérito ao Emprego, a taxa de desemprego (16 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, foi 5,8% em abril, idêntica aos valores definitivos registados no mês anterior e há três meses (6,9% em abril de 2021). A taxa de subutilização do trabalho (16 a 74 anos) situou-se em 11,2%, mantendo-se inalterada face a março (13,0% em abril de 2021).

A população empregada (16 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, diminuiu 0,1% face ao mês anterior e aumentou 3,5% em termos homólogos (variação homóloga de 4,0% em março).

De acordo com a edição de maio de 2022 do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – COVID-19, 56% das empresas já tinham alcançado ou ultrapassado o nível de atividade pré-pandemia em maio. No Alojamento e restauração esta proporção era inferior (37%). Por outro lado, 54% das empresas perspetivam um aumento do volume de negócios face ao ano anterior e apenas 14% preveem uma redução. No Alojamento e restauração, esta percentagem de empresas sobe para 75%.

Considerando a informação disponível para junho, o preço do petróleo (Brent) manteve o movimento ascendente, registando um valor médio de 119,3 euros nos primeiros dezasseis dias, o que representa um aumento de 11,3% face ao valor médio de maio.

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Países avançam com planos de emergência para enfrentar cortes ao gás russo

Os planos de emergência acionados por alguns países europeus passam pelo racionamento das reservas de gás para proteger as famílias ou a reativação das centrais a carvão.

Desde o início da invasão da Ucrânia e da aplicação das sanções contra a Rússia, que o Kremlin tem usado o fornecimento do gás como arma de arremesso contra o Ocidente. Enquanto uns viram o fluxo de gás a ser cortado por completo, outros assistem a uma redução progressiva que pode comprometer os armazenamentos necessários para fazer frente ao inverno. Este cenário levou a países como a Alemanha, Aústria e Países Baixos a acionar planos de emergência que, entre outras medidas, inclui a reativação das centrais a carvão. Mas e os outros?

A Bulgária, que depende em 90% do gás natural oriundo de Moscovo, virou-se para os Estados Unidos para garantir que os fluxos não eram interrompidos, antecipando um cenário em que o Kremlin fechava a torneira. Anunciado em maio, a medida entrou em vigor este mês. Além dos Estados Unidos, o governo do país reforçou as ligações ao Azerbaijão, pedindo que as entregas de gás fossem aumentadas, e está a estudar acordos com a Grécia e a Turquia, informa a Reuters.

A agência de energia da Dinamarca declarou, esta terça-feira, um “alerta precoce” sobre o fornecimento de gás, devido à incerteza sobre as importações de energia da Rússia devido à guerra na Ucrânia. “Estamos a enfrentar uma situação séria e que foi agravada pela redução nos fornecimentos”, cita a Reuters o comunicado do vice-diretor da Agência Dinamarquesa de Energia, Martin Hansen, em comunicado. A Dinamarca tem 75% das reservas completas, mas o seu principal fornecedor é Moscovo, a quem recusou pagar o gás em rublos.

Na passada sexta-feira, 17 de junho, a operadora da rede francesa de transporte de gás GRTgaz anunciou que não recebe gás russo através do Nord Stream desde 15 de junho, com a “interrupção do fluxo físico entre França e Alemanha”, cita a Reuters o comunicado. O gás russo representa 17% do utilizado em França e é distribuído através de gasoduto, ou em forma líquida em navios. A oferta caiu 60% desde o início do ano, segundo a GRTgaz, e desde meados de junho que foi reduzida a zero.

Em antecipação da decisão, a empresa preparou, em abril, um plano com medidas que podem ser invocadas para limitar o fornecimento de gás aos clientes em caso de escassez, permitindo também aos transportadores que preencham o armazenamento subterrâneo antes do próximo inverno. As medidas permitem à empresa emitir ordens para reduzir ou interromper o consumo de gás até duas horas para grandes consumidores ligados à rede e solicitar aos operadores do sistema de distribuição que façam o mesmo em caso de interrupção no abastecimento.

O mesmo risco de corte ao gás levou a que a Grécia preparasse um plano que visa mudar quatro centrais de gás natural liquefeito para diesel, prevendo também aumentar a mineração de carvão nos próximos dois anos como uma medida temporária, escreve e Reuters. A mesma alternativa virada para o carvão está a ser estudada em Itália que, depois de ter visto o abastecimento a ser cortado em 50%, na semana passada, prepara-se para declarar estado de emergência nos próximos dias se o fluxo normal não for retomado. Além do carvão, a Reuters adianta que pode ser ativado medidas de racionamento de gás.

Também o racionamento está a ser considerado na Polónia. O ministro do Ambiente do país, apresentou uma moção formal ao governo para introduzir limitações no uso de gás, que irão afetar primeiro a indústria e de forma a proteger as famílias. A Polónia obtém cerca de 50% do gás da Rússia.

Von der Leyen alerta para riscos dos combustíveis fósseis

Perante os planos de emergência acionados e a decisão de alguns de reativar as centrais a carvão, a presidente da Comissão Europeia apelou que os Estados-membros não recuassem nos compromissos ambientais. Ursula von der Leyen, que reconheceu a necessidade para tal, apelou que os governos continuassem focados “em investir nas renováveis”, cita o Financial Times. O aumento iminente do uso de carvão, mesmo que temporário, alimentou preocupações de que países europeus estejam usar a crise para adiar a transição para alternativas menos poluentes.

“Temos que ter a certeza de que usamos esta crise para dar um passo em frente e não para trás, de volta aos combustíveis fósseis”, disse. “É uma linha muito ténue e não está garantido que vamos seguir o caminho certo”.

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Nova operação da Easyjet em Lisboa depende do “handover” dos slots pela TAP

Companhia britânica venceu o concurso para ficar com 18 slots da TAP no Humberto Delgado, mas a dimensão do reforço da operação depende da negociação final com a empresa portuguesa.

A vitória no concurso para a atribuição das 18 faixas horárias da TAP vai permitir à Easyjet instalar três aeronaves em Lisboa e tornar-se a segunda maior companhia no aeroporto da capital, ultrapassando a Ryanair. A companhia britânica vai acrescentar novas rotas e aumentar a capacidade de outras. Mais detalhes só quando o processo de entrega dos slots pela companhia aérea estiver concluído.

“Os 18 slots correspondem a uma capacidade aproximada de três aeronaves. Essa é a zona de grandeza da operação. Para sabermos o número exato de lugares, tipo de aeronaves e número de empregos criados, teremos de aguardar até ao handover dos slots pela TAP“, afirma José Lopes, diretor-geral da easyjet em Portugal. A empresa poderá operar as faixas horárias a partir de 30 de outubro.

Neste momento decorre em Seattle a conferência internacional para a coordenação de slots e depois terá de existir um processo de negociação com a transportadora portuguesa, já que as faixas podem oscilar 20 minutos para cima ou para baixo. A Easyjet terá ainda de ajustar com as faixas nos aeroportos de destino.

A prioridade agora é pôr os voos à venda para poder rentabilizar os novos slots. “Temos um plano A, mas tudo dependendo do que forem exatamente os slots que a TAP vai entregar. Espero que esteja tudo finalizado até ao final de agosto, setembro. Aí apresentaremos todos os detalhes”, acrescentou.

Certo é que a companhia britânica passará a ser a segunda maior a operar no aeroporto Humberto Delgado. Este verão, a quota de capacidade é de 9%, mais três pontos percentuais do que no mesmo período do ano passado. De acordo com o último boletim estatístico trimestral da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), referente ao último trimestre de 2021, a TAP tinha uma quota de 51% no aeroporto de Lisboa, seguida da Ryanair com 16% e da Easyjet com 6%.

José Lopes referiu ainda que a nível nacional a quota da Easyjet é de 13% (mais dois pontos percentuais do que em 2021), referindo dados da OAG. A TAP lidera com 29% (menos cinco pontos percentuais) e em segundo está a Ryanair, com 19% (mais dois pontos percentuais)

A Comissão Europeia anunciou a 16 de junho que a Easyjet tinha ficado em primeiro lugar no concurso para a atribuição de 18 slots (faixas horárias diárias) da TAP no aeroporto de Lisboa. O outro concorrente era a Ryanair. A cedência dos slots pela companhia aérea portuguesa foi um dos compromissos assumidos para viabilizar o auxílio de Estado de 3,2 mil milhões euros, parte deles em compensações pelos prejuízos provocados pela pandemia. O remédio visou “mitigar possíveis distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que recebeu de Portugal, aprovado pela Comissão em dezembro de 2021”, explicou Bruxelas.

O responsável da Easyjet referiu que a companhia britânica venceu o concurso logo no primeiro critério, que dizia respeito à capacidade acrescentada, uma vez que se comprometeu a operar as 18 faixas horárias em pleno durante todos os dias do ano. Uma obrigação que vai ter de cumprir durante um período de cerca de três anos. José Lopes revelou que a Ryanair não foi o único adversário, mas referiu não poder dizer o nome dos restantes por uma questão de confidencialidade.

O diretor-geral da transportadora low-cost assinalou a importância da vitória como uma “oportunidade única” para reforçar a quota num aeroporto saturado como o de Lisboa, tendo em conta que um novo aeroporto só estará pronto dentro de vários anos.

(Notícia atualizada às 12h15)

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Preços de bens e serviços em Portugal abaixo da média europeia em 2021

Com um nível de 89,4%, Portugal surge a meio da tabela no que toca à disparidade de preços dos bens e serviços de consumo entre os Estados-membros.

Os preços ao consumidor de bens e serviços na União Europeia (UE) divergiram muito entre os 27 Estados-membros em 2021. Numa lista liderada pela Dinamarca e a Irlanda, ambas com cerca de 140% da média da UE, os níveis de preços mais baixos verificaram-se na Roménia e Bulgária (55,5% e 55,6%, respetivamente), segundo dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat. Portugal surge no 15.º lugar, com 89,4% da média comunitária.

Índices de preços para bens e serviços de consumo (2021). Fonte: EurostatEurostat 21 junho 2022

Após a Dinamarca e a Irlanda, os níveis de preços mais elevados foram encontrados no Luxemburgo (132,4%), na Suécia (127,9%) e na Finlândia (126,3%). Acima dos 100%, ficaram ainda mais seis países. No fundo da lista, além da Roménia e da Bulgária, ficou a Polónia (59,7% da média da UE).

Restaurantes e hotelaria lideram níveis de disparidade de preços

As maiores diferenças de preços no ano passado verificaram-se nos restaurantes e hotéis. De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, os preços no setor da restauração e hotelaria eram quase 3,4 vezes mais elevados no país mais caro face ao mais barato.

“Os níveis de preços variavam entre 46% da média da UE na Bulgária, 54% na Roménia e 62% na Hungria, e 155% da média na Dinamarca, 137% na Suécia e 133% na Finlândia”, nota o Eurostat.

O álcool e o tabaco ficaram em segundo lugar em termos de diferença de nível de preços, com os níveis mais baixos a serem registados na Bulgária (64% da média da UE), Polónia (72%) e Hungria (79%) e os mais altos na Irlanda (205%), Finlândia (173%), Suécia (136%) e Dinamarca e França (ambos 134%). Esta grande variação de preços, segundo o Eurostat, deve-se principalmente a diferenças na tributação destes produtos.

Já os alimentos e bebidas não alcoólicas eram mais baratos na Roménia e na Polónia (69% e 72% da média comunitária, respetivamente), e mais caros no Luxemburgo (125%), na Dinamarca (120%) e na Irlanda (119%).

Os setores que registaram menor diferença de preços entre os 27 Estados-membros foram o vestuário, o equipamento de transporte pessoal e a eletrónica de consumo. No vestuário, os preços variaram entre 76% da média da UE na Bulgária e 134% na Dinamarca, enquanto no equipamento de transporte pessoal os níveis oscilaram entre 81% da média da UE na Polónia e 138% na Dinamarca. A Polónia registava os preços mais baratos em produtos eletrónicos (88% da média da UE) e os Países Baixos os mais caros (113%).

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RioSul Shopping cria horta corporativa para aproximar equipas

O ‘Cantinho da Horta’ foi pensado para ser um espaço de partilha, onde as equipas do centro se encontram num ambiente descontraído e, ao mesmo tempo, reforçam os laços com a comunidade local.

O RioSul Shopping, centro comercial gerido e comercializado pela consultora imobiliária CBRE, decidiu criar o “Cantinho da Horta”, uma horta corporativa que se transformou num local de partilha entre as equipas do centro, onde são plantados legumes, frutas e hortícolas, promovendo a biodiversidade urbana e a conexão com a natureza, e cuja produção será sempre doada e partilhada.

“O centro demonstra com esta iniciativa o seu compromisso em tornar-se mais sustentável, otimizando recursos e estimulando os seus colaboradores para a adoção de hábitos mais saudáveis e amigos do ambiente. Além disso, o ‘Cantinho da Horta’ foi pensado para ser um espaço de partilha, onde as equipas do centro se encontram num ambiente descontraído e onde, ao mesmo tempo, reforçamos laços com a comunidade local. A visita das instituições locais, como parte ativa do projeto da horta, tem sido uma partilha muito gratificante para todos os envolvidos”, comenta Paulo Ruivo e Silva, diretor do RioSul Shopping, em comunicado.

A iniciativa, que surge para responder aos objetivos ESG (Environmental, Social & Governance), estabelecidos pela CBRE, vem fomentar laços e o trabalho conjunto, reunindo as equipas do centro em sessões regulares para que a horta seja tratada e cuidada, e convidando associações locais a participar, como já foi o caso da Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados do Seixal e Almada (CERCISA).

Com uma área de horta de nove metros quadrados, o RioSul Shopping espera alcançar anualmente a meta de produção de 216 quilos de vegetais, legumes e verduras.

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