Wall Street cai mais de 2% com receios de recessão

  • Lusa e ECO
  • 16 Junho 2022

Subida dos juros da Fed aumenta os receios dos investidores em relação a uma recessão na maior economia do mundo. Bolsa de Nova Iorque abriu sessão a cair mais de 2%.

A bolsa de Nova Iorque negociava no vermelho no início da sessão, depois de a Reserva Federal norte-americana ter anunciado na quarta-feira uma subida da sua taxa de juro de referência.

Pelas 14h45 (hora em Lisboa), o índice Dow Jones descia 2,37% para 29.943,46 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuava 2,60% para 10.818,26 pontos e o S&P500 caía 2,20% para 3.707,80 pontos.

Na quarta-feira, Wall Street fechou a subir, com o Dow Jones a ganhar 1%, pouco depois de a Fed ter anunciado um aumento da taxa de juro para combater a inflação.

A Fed decidiu subir a taxa de juro de referência em 75 pontos base, o terceiro aumento desde março e o maior desde 1994.

A decisão da Fed foi anunciada em comunicado após uma reunião de dois dias do comité de política monetária do banco central norte-americano e a taxa dos fundos federais fica agora entre 1,50% e 1,75%.

O banco central norte-americano reafirmou a intenção de travar a escalada da inflação para que possa regressar à meta de 2%.

Nas novas projeções que divulgou, a Fed indicou que espera agora uma inflação de 5,2% este ano, em vez dos 4,3% que previa em março e antecipou um crescimento mais fraco de 1,7%, quando há três meses previa 2,8%.

No mesmo dia, Banco Central Europeu (BCE) prometeu “flexibilidade” na política monetária para acalmar a tensão no mercado de dívida, após uma reunião de emergência do Conselho de Governadores.

A instituição “vai aplicar alguma flexibilidade no reinvestimento” das obrigações adquiridas no âmbito do programa de emergência lançado durante a pandemia (PEPP), anunciou o BCE no final da reunião, na quarta-feira, realizada por videoconferência.

O BCE vai também “acelerar” o projeto de um novo instrumento “anti-fragmentação” para impedir uma divergência acentuada entre as taxas de juro dos países do Norte e os do Sul na zona euro.

Com estas medidas, o BCE pretende afastar a ameaça de uma nova crise das dívidas soberanas que comprometa a sua política de luta contra a inflação.

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📹 Metade dos portugueses admite tentar poupar mais

  • ECO
  • 16 Junho 2022

47% dos consumidores estão preocupados com a sua situação financeira e metade (49%) admite vir a fazer um esforço adicional de poupança, mesmo com o aumento dos preços.

A invasão russa à Ucrânia veio acelerar a subida de preços da energia, o que, aliada à seca e a outros fatores, tem vindo a agravar a inflação na maior parte do mundo ocidental. A atual conjuntura económica também castiga as famílias portuguesas e reflete-se na taxa de inflação em Portugal, que acelerou para 8% em maio, um máximo desde 1993. Assim, de acordo com o Future Consumer Index da consultora EY, 47% dos consumidores estão preocupados com a sua situação financeira e metade (49%) admite vir a fazer um esforço adicional de poupança, mesmo com o aumento dos preços.

http://videos.sapo.pt/K6FzfEjJT6CQZ5SFnwyb

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Câmara de Gaia atribui 1,5 milhões de euros em cheques-oferta para combater abandono e insucesso escolar

Câmara de Gaia atribui 1,5 milhões de euros, em cheques-oferta, a alunos do município, no próximo ano letivo, para aquisição de material escolar. O objetivo é travar o abandono e insucesso escolar.

Ao todo são 1,5 milhões de euros que a Câmara Municipal de Gaia vai investir na aquisição de material escolar, os denominados cheques-oferta, que, no próximo ano letivo 2022/2023, vão abranger cerca de 30 mil alunos, para combater o abandono e insucesso escolar.

Este investimento vem dar seguimento à política de ação social escolar ativa do município, colocando como prioritário o apoio às famílias, e o combate ao abandono e insucesso escolar, no âmbito do programa Gaia+Inclusiva. Esta visão estratégica da câmara de Gaia, liderada por Eduardo Vítor Rodrigues, consiste “numa clara aposta na promoção do sucesso escolar e numa cidade mais inclusiva, com apoio às diferentes tipologias de ensino”, explica a autarquia, em comunicado.

Esta iniciativa vai abranger desde o 1º ciclo do ensino básico, passando pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social, 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário regular público até ao secundário profissional e ensino científico-tecnológico e artístico especializado.

Esta injeção financeira acaba por ser uma lufada de ar fresco às famílias que, no início de cada ano letivo, se veem a braços com elevados encargos financeiros com a educação dos filhos, como é o caso dos materiais escolares.

Para levar a cabo este programa, a autarquia vai estabelecer um protocolo com a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Vila Nova de Gaia (ACIGaia) que vai ser responsável pela operacionalização junto dos estabelecimentos comerciais que queiram aderir à iniciativa.

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Juros acima da linha vermelha de 7%? “Não está no horizonte e não será permitido pelo BCE”, assegura Medina

Ministro das Finanças espera que medidas anti-crise anunciadas pelo banco central ajudem a acalmar os mercados de dívida.

Fernando Medina assegura que “não está no horizonte e não será permitido pelo Banco Central Europeu (BCE)” que os juros da dívida voltem a superar a chamada linha vermelha dos 7% que levou Portugal a pedir assistência externa em 2011.

Equacionar o regresso dessas taxas é algo que não está no horizonte e não seria hoje permitido pelo banco central. Está fora do horizonte de qualquer perspetiva sobre a evolução dos juros”, afirmou o ministro das Finanças em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião do Eurogrupo.

Medina aproveitou a questão para defender a estratégia que o Governo tem adotado na redução da dívida pública e do défice no Orçamento do Estado e que dá credibilidade a Portugal. “É um ativo muito importante para lidar com o momento em que as taxas estão a subir”, considerou.

Não só as yields das obrigações portugueses, mas do resto da Zona Euro estão em forte alta nos últimos dias, depois de o BCE ter anunciado na semana passada o fim do programa de compras de dívida e o início da subida das taxas de referência a partir do próximo mês. Mas os países da periferia e mais endividados foram os mais castigados pelos investidores, com a taxa portuguesa a superar os 3% e a italiana a romper a barreira dos 4%, aumentando os receios de uma nova crise na região.

Face a esse risco de fragmentação, o banco central anunciou esta quarta-feira que vai criar uma ferramenta para travar a subida dos juros da periferia em relação ao core da Zona Euro, nomeadamente da Alemanha.

Medina disse que espera que o novo mecanismo funcione para “movimentos especulativos sobre as dívidas soberanas de vários países, que atingiu alguns países” e considerou que a mensagem do BCE surgiu num momento importante no sentido de dizer aos investidores “Não façam isso porque não vale a pena, nós manteremos a unidade da Zona Euro e não aceitaremos a fragmentação da Zona Euro com taxas muitos diferentes da dívida soberana desses países”.

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Votação para o Mecanismo Europeu de Estabilidade adiada. Leão continua na corrida

Ex-ministro João Leão está na corrida para suceder ao alemão Klaus Regling no cargo de diretor do mecanismo dos resgates da Zona Euro, mas ministros das Finanças adiaram votação.

Os ministros das Finanças da Zona Euro adiaram a votação para a escolha do novo presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O ex-ministro João Leão é um dos três candidatos nesta corrida à liderança do mecanismo de resgates da zona euro, com Marco Buti (Itália) e Pierre Gramegna (Luxemburgo). O ministro das Finanças, Fernando Medina, admite que ainda não há consenso na escolha do sucessor de Klaus Regling. Será por isso necessário “mais tempo de diálogo para que se encontre a melhor solução”, afirmou à saída da reunião.

Cabe aos ministros das Finanças do euro tomar esta decisão, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.

Em declarações aos jornalistas, Medina explicou que ainda “não há condições para uma votação unânime” e que se entendeu que “seria preciso mais tempo para diálogo”, até porque o mandato do alemão Klaus Regling só termina em outubro.

O ministro português sublinhou que Portugal fará “parte da solução” neste processo, mas também considerou que o MEE tem “novos papéis a desempenhar no futuro”, depois de ter funcionado como um fundo de apoio aos resgates na crise da dívida soberana do início da década passada.

Portugal tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto. Para um candidato ser eleito como diretor executivo do mecanismo, tem de ter um apoio de pelo menos 80% dos votos dos membros do MEE.

O diretor executivo do MEE é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos e podendo ser renovados apenas uma vez.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da Zona Euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

(Notícia atualizada às 14h30 com declarações de Fernando Medina)

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Economia portuguesa é “vulnerável ao ambiente geopolítico”, diz MEE

  • Lusa
  • 16 Junho 2022

A elevada dependência energética externa de Portugal e o aumento dos preços internos da energia deixam o país vulnerável ao ambiente geopolítico, considera o Mecanismo Europeu de Estabilidade.

O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) destaca que, apesar do reforço previsto para a atividade económica em Portugal este ano, a incerteza “aumentou significativamente”, dado que o país é “vulnerável ao ambiente geopolítico”, nomeadamente na área da energia.

“Apesar das limitadas ligações comerciais e financeiras diretas com a Rússia e a Ucrânia e de uma quota moderada de importação direta de gás da Rússia, a elevada dependência energética externa de Portugal e o consequente aumento dos preços internos da energia deixam o país vulnerável ao ambiente geopolítico”, afirma o MEE no relatório anual de 2021 hoje divulgado, no dia em que o seu Conselho de Governadores se reúne no Luxemburgo.

Na parte do documento referente a Portugal – que teve um programa de ajustamento macroeconómico entre 2011 e 2014 –, o MEE acrescenta que “a incerteza aumentou significativamente nos últimos tempos”, pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro passado, que acentuou a crise energética anteriormente existente.

Numa mensagem no relatório, o diretor executivo do MEE, Klaus Regling, aponta que a guerra da Ucrânia implica “uma nova crise grave” na Zona Euro.

“O conflito causou grande incerteza sobre a evolução económica futura, exacerbando a rutura das cadeias de abastecimento e contribuindo para uma inflação mais elevada, já observada no aumento acentuado dos preços da energia e dos alimentos”, salienta Klaus Regling, reconhecendo que “o impacto económico do conflito poderá ser duradouro”.

Klaus Regling reconhece que, “para os países importadores de energia, o aumento dos preços da energia provoca uma transferência de rendimentos e de riqueza para o estrangeiro”.

No conjunto da zona euro, esta perda ascendeu a cerca de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até ao primeiro trimestre de 2022, “a maior perda de termos de troca de que há registo”, adianta o diretor executivo do MEE.

Ainda no que toca a Portugal, o relatório indica que se “prevê que a atividade económica se reforce em 2022, apesar dos riscos de deterioração das perspetivas, e as reformas e investimentos financiados pelo Fundo de Recuperação poderão aumentar ainda mais a capacidade de Portugal para responder a choques futuros”.

Outro dos avisos da instituição criada pelos Estados-membros da área do euro para garantir estabilidade financeira é que “o elevado peso da dívida pública de Portugal continua a ser uma importante fonte de vulnerabilidade”, embora reconheça melhorias no ano passado.

“Enquanto o apoio orçamental necessário para enfrentar os impactos negativos da pandemia de covid-19 continuou a pesar no orçamento, o Governo manteve o seu compromisso de reforçar a consolidação orçamental, uma vez que a dívida pública diminuiu ligeiramente de 135,2% do PIB no ano anterior para 127,4% do PIB”, indica o organismo no relatório.

Ainda no que toca a 2021, o MEE observa que, no ano passado, “o consumo privado e o investimento apoiaram a recuperação parcial de Portugal da recessão económica induzida pela pandemia de covid-19”.

“Uma recuperação das receitas orçamentais levou a uma redução do défice primário. Os rendimentos das obrigações do Governo aumentaram devido ao aumento das expectativas de inflação na zona euro, mas as condições de acesso ao mercado permaneceram favoráveis, principalmente graças a uma política monetária acomodatícia”, elenca.

Além disso, “a rentabilidade dos bancos portugueses recuperou e o crédito não produtivo [malparado] diminuiu ainda mais”, conclui o MEE.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

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Banco de Inglaterra volta a subir juros e promete “agir com força” contra a inflação

Banco central britânico subiu as taxas pela quinta vez desde dezembro e prometeu responder "com força" se as pressões da inflação persistirem.

O Banco de Inglaterra aumentou esta quinta-feira as taxas de juro em 25 pontos base e sublinhou que está preparado para agir “com força” para combater os riscos da inflação que está acima de 11%.

A decisão surge depois de a Reserva Federal norte-americana ter subido as suas taxas em 75 pontos base esta quarta-feira, a maior subida desde 1994.

Já o banco central britânico tem prometido uma abordagem mais gradual no aperto das condições financeiras, tendo já avisado que a economia da região terá contraído no segundo trimestre do ano.

O comité de política monetária de nove membros do Banco de Inglaterra aprovou a subida de 25 pontos base para 1,25% com os votos de seis membros. É a taxa mais elevada desde janeiro de 2009.

Desde dezembro, o Banco de Inglaterra já subiu as taxas de referência por cinco ocasiões, mas tem sido pressionado a agir mais rapidamente tendo em conta a escalada dos preços.

“A escala, ritmo e timing de mais subidas irão refletir a avaliação do comité em relação às perspetivas económicas e às pressões inflacionistas”, disse o banco central em comunicado.

“O comité estará particularmente em alerta em relação a indicações de pressões inflacionistas mais persistentes e irá responder com força se for necessário”, assegurou ainda o banco liderado por Anrdrew Bailey.

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Agressividade dos bancos centrais pressiona bolsas com quedas até 3%

Fed aumentou taxas em 75 pontos base e Banco Central da Suíça decidiu aumentar a sua taxa em 50 pontos. Bolsas europeias perdem até 3% e juros da dívida sobem.

As bolsas europeias estão a registar quedas acentuadas até 3% esta quinta-feira, na sequência das decisões dos bancos centrais dos EUA e da Suíça em relação a subidas mais agressivas das taxas de referência e que estão a assustar os investidores.

As praças de Milão e de Frankfurt afundam cerca de 3% ao início da tarde, enquanto o CAC-40 de Paris e o IBEX-35 de Madrid cedem 2,4% e 1,6%, respetivamente. Já o índice de referência europeu Stoxx 600 recua mais de 2%.

Lisboa não escapa à pressão vendedora, com o PSI a perder 1,58% para 5,917,45 pontos. Apenas três ações estão em alta e 12 títulos perdem valor. A Galp afunda 4,59% e o BCP recua 4,48%, liderando as perdas na praça portuguesa.

A pressionar os índices acionistas estão as preocupações dos investidores com a agressividade dos bancos centrais face à escalada da inflação. A Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou esta quarta-feira uma subida das suas taxas de referência em 75 pontos base, o maior aumento em cerca de três décadas. Esta quinta-feira foi a vez de o Banco Central da Suíça aumentar as suas taxas em 50 pontos base, a primeira subida em 15 anos e uma decisão que apanhou os investidores de surpresa.

Já o Banco Central Europeu (BCE), que sinalizou que começará a subir as suas taxas em julho, realizou esta quarta-feira uma reunião de emergência para debater a subida dos juros da dívida da periferia da Zona Euro e anunciou a criação de uma ferramenta “anti-fragmentação” para travar a desconfiança em relação a países como Itália, Portugal e Espanha.

Com essa decisão, o BCE conseguiu acalmar as pressões sobre as dívidas públicas destes países, com os juros a cederem mais de 20 pontos base na quarta. Mas regressam agora às subidas acentuadas, na casa dos 10 pontos base.

“Há muito nervosismo. Após o alívio inicial para a Fed, os mercados parecem ter acordado que ainda assim é uma subida de 75 pontos base”, disse Giuseppe Sersale, da Anthilia, citado pela agência Reuters.

“Se até mesmo o banco central suíço subiu surpreendentemente as taxas em meio ponto, claramente os investidores imaginam que o aperto dos bancos centrais ainda é muito violento. Há muito pouco para se alegrar”, acrescentou.

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Taxas Euribor voltam a subir a três e a seis meses

  • Lusa
  • 16 Junho 2022

As taxas Euribor, que são usadas como indexante nos empréstimos da casa, voltam às subidas esta quinta-feira nos prazos a três meses e a seis meses.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, voltou a aumentar esta quinta-feira, fixando-se nos 0,249%, mais 0,012 pontos face a quarta, continuando também ascendente a três meses.

A Euribor a seis meses entrou em terreno positivo em 06 de junho, depois de ter estado negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

A taxa Euribor a três meses também voltou a subir, ao avançar para -0,172%, mais 0,010 pontos do que na quarta-feira.

Já a Euribor a 12 meses caiu para 1,058%, uma descida de 0,009 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na quarta-feira, o BCE prometeu “flexibilidade” na política monetária para acalmar a tensão no mercado de dívida, após uma reunião de emergência do Conselho de Governadores.

No final da reunião, a instituição anunciou que “vai aplicar alguma flexibilidade no reinvestimento” das obrigações adquiridas no âmbito do programa de emergência lançado durante a pandemia (PEPP).

O BCE disse também que pretende “acelerar” o projeto de um novo instrumento “anti-fragmentação” para impedir uma divergência acentuada entre as taxas de juro dos países do Norte e os do Sul na Zona Euro.

Com estas medidas, o BCE pretende afastar a ameaça de uma nova crise das dívidas soberanas que comprometa a sua política de luta contra a inflação.

No mesmo dia, a Fed anunciou que decidiu subir a taxa de juro de referência em 75 pontos base, o terceiro aumento desde março e o maior desde 1994.

A decisão foi anunciada em comunicado após uma reunião de dois dias do comité de política monetária do banco central norte-americano e a taxa dos fundos federais fica agora entre 1,50% e 1,75%.

O banco central norte-americano reafirmou a intenção de travar a escalada da inflação para que possa regressar à meta de 2%.

Nas novas projeções que divulgou, a Fed indicou que espera agora uma inflação de 5,2% este ano, em vez dos 4,3% que previa em março e antecipou um crescimento mais fraco de 1,7%, quando há três meses previa 2,8%.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As Euribor a três, a seis e a 12 meses entraram em terreno negativo em 21 de abril de 2015, 06 de novembro de 2015 e 05 de fevereiro de 2016, respetivamente.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

 

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Sonangol quer produzir hidrogénio verde a partir de 2024

  • Lusa
  • 16 Junho 2022

A Sonangol assinou um memorando de entendimento com as empresas alemãs Gauff e Conjucta para a produção de hidrogénio verde a partir de 2024.

A petrolífera estatal angolana Sonangol assinou um memorando de entendimento com as empresas alemãs Gauff e Conjucta para a produção de hidrogénio verde, a partir de 2024.

Segundo um comunicado de imprensa da Sonangol, o acordo surge na sequência de estudos de viabilidade técnica e económica, previamente efetuados, para o financiamento, construção e operação de uma fábrica de produção de hidrogénio verde e produtos derivados, em Angola.

O objetivo é comercializar o produto no mercado local e internacional, em países como a Alemanha, prevendo-se igualmente a criação de empregos.

Citado no comunicado, o ministro dos Recursos Minerais Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, realçou na cerimónia de assinatura que, “não obstante a produção de energia alternativa, Angola vai continuar a explorar hidrocarbonetos, com a devida atenção à sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente”.

Já o presidente da Sonangol, Gaspar Martins, adiantou que a empresa se posiciona como companhia de hidrocarbonetos, “com aposta na diversificação do seu portfólio de negócios, que inclui a produção de energia a partir de fontes renováveis, produção e comercialização de hidrogénio verde e seus derivados, biocombustíveis, de entre outros, por intermédio do seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento”.

Os passos seguintes são o desenvolvimento do projeto técnico detalhado e a contratação do empreiteiro, entre outros aspetos, prevendo-se para 2024 o início de produção do hidrogénio verde.

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Subscritor: uma espécie rara em vias de extinção

  • ECOSeguros + Innovarisk Underwriting
  • 16 Junho 2022

Nas últimas semanas, em duas conversas distintas, ouvi a frase “subscritor: uma espécie rara em vias de extinção”, que me fez ficar a pensar no assunto e originou esta redação.

Caso não esteja familiarizado com o mercado segurador, a função do subscritor dentro de uma seguradora consiste na análise, aceitação e tarifação de determinado risco; no fundo é quem aceita ou recusa esse risco e, em caso de aceitação, a que condições (preço, coberturas e franquias); é quase como se de um investidor se tratasse dentro da seguradora, em que o retorno é o prémio pago pelo cliente e as perdas podem atingir, em caso de sinistro, o capital seguro da apólice.

Como pode ser entendido pela descrição, acaba por ser uma função de enorme responsabilidade, uma vez que é quem aceita o risco para a carteira da seguradora, e em que moldes, no qual as potenciais perdas poderão ser avultadas, sabendo que os acionistas não ambicionam perdas (mas sim o oposto!). Esta função encontra-se, regra geral, dentro do departamento técnico, sendo no fundo o core business da seguradora.

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Joel Lopes, subscritor de Patrimoniais Empresas da Innovarisk.

Então porque está a função de subscritor em vias de extinção?

Deve estar neste momento a pensar qual o motivo para o subscritor estar em vias de extinção, mas importa referir que não é a função em si que está em vias de extinção, mas sim as pessoas formadas/capacitadas no mercado para exercer a mesma. Esta redução de subscritores no mercado é consequência de diversas práticas ao longo dos últimos anos:

  • as companhias de seguros cada vez investem mais no departamento de pricing (compostos na sua grande maioria por atuários), em que o objetivo é criar os melhores modelos de tarifação com base na carteira: criação de clusters da carteira (clustering é uma conhecida técnica de big data analysis), análise aos mesmos e, por fim, criação de tarifas dinâmicas com base nas conclusões obtidas; exemplo disso é hoje em dia o seguro automóvel que funciona praticamente como os bilhetes de avião, em que o seu preço está a variar a toda a hora no simulador das seguradoras;
  • existe um maior investimento nos departamentos de marketing das seguradoras, em especial em campanhas publicitárias, televisivas ou outras, para chegar ao cliente final de uma forma mais “comercial”; nos últimos anos passou a existir uma maior publicidade aos seguros, fazendo lembrar o que acontece com os perfumes ou os relógios pela altura do Natal;
  • campanhas e incentivos nas diversas redes comerciais – internas e de parcerias – das seguradoras; ou seja, um grande foco nas vendas com os modelos tarifários criados, descurando um pouco a análise técnica dos riscos mais complexos (ou até mesmo deixando estes riscos fora do próprio apetite da seguradora).

Em suma, o core business das seguradoras foi alargado ao pricing, marketing e vendas, fazendo com que a subscrição tenha cada vez menos intervenção no processo de aceitação. Importa relevar que isto não acontece só aqui no nosso país, sendo esta uma tendência global.

Será então o caminho a seguir, companhias sem um departamento de subscrição forte?

A venda, a publicidade e os modelos de tarifação funcionam (muito bem até) em alguns ramos, como são exemplos os seguros automóvel, de acidentes de trabalho ou de saúde individual. Mas, e no caso de querermos segurar uma ponte? Uma ida ao espaço? Uma indústria mais pesada? Ou uma obra de arte?

Aí, pela sua complexidade ou por se tratar de nichos de mercado, não há modelos matemáticos num simulador, vendas pela televisão, ou incentivos à venda que funcionem; aí é necessária mão humana, entenda-se subscritores e analistas de risco, para analisar, “medir” perdas e tarifar em conformidade; é necessário know-how, experiência quer no mercado quer na tipologia de riscos a subscrever, e isso é o que está cada vez mais em falta no mercado.

A consequência disto está a ser a concentração de carteiras em companhias com um departamento de subscrição forte, ou, por outro lado, uma perda de carteira constante de riscos complexos/maiores nas companhias que aplicaram as práticas acima referidas.

Texto por Joel Lopes, subscritor de Patrimoniais Empresas da Innovarisk Underwriting.

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Bruxelas cede 18 slots da TAP no aeroporto de Lisboa à Easyjet

Easyjet ganhou a corrida pelos 18 slots diários no aeroporto de Lisboa que pertenciam à TAP. Transportadora low-cost poderá operar novas rotas na capital portuguesa a partir de 30 de outubro.

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que a companhia aérea low-cost Easyjet ganhou a corrida pelos 18 slots diários no aeroporto de Lisboa que a TAP teve de ceder no âmbito das ajudas de Estado por causa da pandemia.

“A Comissão Europeia classificou a Easyjet em primeiro lugar entre as transportadoras aéreas que se candidataram à atribuição da carteira com um máximo de 18 slots [faixas horárias diárias] no aeroporto de Lisboa”, refere o executivo comunitário em comunicado. Também a Ryanair estava na corrida.

A TAP teve de abdicar dos slots no aeroporto de Lisboa para “mitigar possíveis distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que recebeu de Portugal, aprovado pela Comissão em dezembro de 2021”, explica Bruxelas. Em causa está um auxílio de 2,25 mil milhões de euros que a Comissão aprovou em dezembro de 2021 e que implicou um plano de reestruturação da companhia portuguesa para reduzir os custos e assegurar a viabilidade, sem comprometer a concorrência do mercado.

De acordo com a Comissão Europeia, a Easyjet poderá começar a operar novas rotas a partir de 30 de outubro. “A Easyjet tem agora prioridade para concluir com a TAP o acordo para a transferência de slots que lhe permitirá expandir as suas operações no aeroporto de Lisboa”, acrescenta a Comissão.

A vice-presidente do executivo europeu com a pasta da Concorrência, Margrethe Vestager, sublinha que esta decisão “vai incentivar a concorrência no setor de aviação europeu, pois permitirá que a Easyjet expanda suas atividades neste aeroporto congestionado, contribuindo para preços justos e maior escolha para os consumidores europeus”.

“Também ajuda a garantir que o apoio financeiro dado à TAP por Portugal para permitir que a transportadora aérea volte à viabilidade não tenha um efeito negativo indevido no Mercado Único”, assinala em comunicado.

(Notícia atualizada às 11h12)

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