Executivo do Porto discute prorrogar descentralização na ação social até abril
Executivo da Câmara do Porto discute prorrogação até abril da descentralização na área da ação social por não estarem "reunidas as condições necessárias" para assumir aquelas competências.
O executivo da Câmara Municipal do Porto discute, na segunda-feira, prorrogar até abril a descentralização na área da ação social por não estarem, neste momento, “reunidas as condições necessárias” para assumir aquelas competências.
Na proposta, a que a Lusa teve acesso, o presidente da autarquia do Porto, Rui Moreira, afirma que a prorrogação do prazo advém do entendimento de que “não estão, neste momento, reunidas as condições necessárias para o seu exercício“.
“O município do Porto entende que, responsavelmente e na defesa dos interesses da sua população, deve exercer a possibilidade legal de prorrogar o prazo determinado para a transferência neste domínio até 3 de abril de 2023, alargando ao máximo o período de tempo, de forma a assegurar que serão reunidas as condições para assumir aquelas competências”, acrescenta.
Na proposta, que será votada em reunião pública do executivo, o independente Rui Moreira recorda que o município tem “firme e sistematicamente” manifestado a sua oposição relativamente à descentralização na área da ação social e, “oportuna e repetidamente”, contestado as verbas a transferir do Estado para os municípios “pela sua insuficiência“.
O município do Porto entende que, responsavelmente e na defesa dos interesses da sua população, deve exercer a possibilidade legal de prorrogar o prazo determinado para a transferência neste domínio até 3 de abril de 2023, alargando ao máximo o período de tempo, de forma a assegurar que serão reunidas as condições para assumir aquelas competências.
Em 6 de dezembro, a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) solicitou a prorrogação da transferência obrigatória de competências na ação social de janeiro para abril; pedido que foi aceite pelo Governo, segundo a secretária de Estado da Inclusão.
No dia seguinte, em declarações à Lusa, o vereador da Coesão Social da Câmara do Porto, Fernando Paulo, afirmou que o Governo atendeu às preocupações do município, reforçando o número de técnicos e as verbas a transferir, e que o Porto estava em condições de assumir as competências na ação social em janeiro.
“O Governo acomodou as nossas principais preocupações e estão hoje reunidas as condições para, a partir de 1 de janeiro de 2023, o município do Porto assumir essa responsabilidade”, afirmou.
O vereador esclareceu que as duas reuniões entre o Governo e o município, uma em Lisboa e outra no Porto, permitiram “negociar as condições mínimas” para que o município assumisse competências na área da ação social.
Entre as várias preocupações, o vereador destacou ter sido possível chegar a “entendimento” quanto ao reforço de verbas relativamente aos apoios sociais, no âmbito do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), que passa de 106 mil euros para 288 mil euros, representando um aumento de “mais de 60%” da verba prevista a atribuir pela tutela.
A par do reforço de verbas, está também prevista uma maior afetação de técnicos para a gestão dos processos de Rendimento Social de Inserção (RSI) , que de 10 passam a 27, bem como a definição de uma regra para a afetação processual para a gestão do RSI, nomeadamente, “100 processos por técnico”.
Questionado, na ocasião, sobre a prorrogação do prazo, de janeiro para abril de 2023, para a transferência de competências na ação social, reivindicação também feita pelo município do Porto, Fernando Paulo afirmou que “uma vez que o Governo ultrapassou as condições mínimas exigidas” e “atendeu às principais preocupações” do município, o processo está pronto e estão criadas as condições para o Porto assumir essa responsabilidade no início do ano.
“Acautelámos e preparámos todo o processo com as instituições da cidade”, acrescentou na altura.
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