Leixões recebe 115 carros da Autoeuropa por dia prontos a exportar
O motivo para o recurso ao porto de Leixões, em Matosinhos, no distrito do Porto, prende-se com a crise dos semicondutores,
É ao ritmo de 115 carros recebidos por dia que o porto de Leixões aguarda a chegada de um navio que exporte os veículos vindos da Autoeuropa, em Palmela, escoados pelo Norte devido à crise dos semicondutores.
“Já vamos com um embarque de 2.400 carros e um desembarque de 353 carros, todos do grupo Volkswagen”, explicou à Lusa Nuno Rosa Lopes, diretor de exploração do Terminal de Carga Geral e de Granéis de Leixões (TCGL), do Grupo ETE que, juntamente com outra empresa do grupo (Navex), está a cargo da operação logística.
De acordo com o responsável, está a ser preparado “um segundo embarque, mais 1.500 carros”, desde o início das operações mais recentes, em dezembro de 2022. “Segundo a última informação que recebemos da Volkswagen, poderá continuar até cerca de 6.000 carros, para já, nesta fase”, disse Nuno Rosa Lopes à Lusa.
O atual serviço põe fim a um interregno de quatro anos de operações deste tipo, já que em 2018, devido à greve dos estivadores em Setúbal, foi feita uma operação semelhante de envio de automóveis do grupo Volkswagen pelo Norte do país. Desta vez, o motivo para o recurso ao porto de Leixões, em Matosinhos, no distrito do Porto, é outro: a crise dos semicondutores, segundo o responsável do Grupo ETE.
Com a falta “de alguns componentes de carros que não permitem que os carros fiquem finalizados, totalmente homologados, […] os parques de espera dos carros em Setúbal estão congestionados”, detalhou o diretor do TCGL.
“Nós recebemos, atualmente, um comboio por dia, de terça a sábado. Cada comboio traz 115 T-Roc, que é o modelo da Volkswagen fabricado na Autoeuropa em Setúbal”, detalhou Nuno Rosa Lopes à Lusa, no porto de Leixões, perto da zona de embarque dos automóveis, mas ainda sem navio que os pudesse receber. O último embarque, realizado já este ano, contou com 2.400 viaturas, e 70% dessas chegaram ao porto de Leixões por via ferroviária e as restantes por rodovia.
Antes da chegada do comboio, abrem-se as barreiras da fronteira sob o olhar atento da GNR, da segurança do porto, da transportadora (Medway) e de responsáveis do grupo ETE, num processo cuidado que implica a instalação de uma rampa com recurso a uma empilhadora, para que os carros possam sair.
O comboio de 600 metros chega ao terminal ferroviário de Leixões, agora sob administração da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), com os automóveis em fila, prontos a descer.
Montada a rampa, cerca de uma dezena de estivadores, vestidos de branco, avançam sobre os vagões, entram nos novíssimos Volkswagen T-Roc e conduzem-nos ao lado norte do porto, num processo que dura entre uma hora e meia a duas. Sob o olhar atento das gaivotas que sobrevoam a zona, perto da ponte móvel de Leixões, os veículos ficam estacionados ao ar livre nas instalações do porto, prontos a exportar para Emden, na Alemanha.
O grupo ETE aguarda “a todo o momento” que a Volkswagen diga quando é que o seu navio vai escalar em Leixões para levar as viaturas, e “a partir daí, dependendo do número de carros que cá estiver, o navio irá sair”, refere Nuno Rosa Lopes. “Previsivelmente, no início do próximo mês”, apontou.
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