Turquia acelera negociações para prolongar acordo de exportação de cereais
"Estamos a trabalhar arduamente para a extensão do acordo de cereais do Mar Negro", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu. Acordo termina a 18 de março.
O Governo turco disse este domingo que está a acelerar as negociações para prolongar o acordo de exportação de cereais, assinado entre a Rússia e a Ucrânia, que termina em 18 de março.
“Estamos a trabalhar arduamente para a extensão do acordo de cereais do Mar Negro”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, que falava em Doha, no Qatar, numa conferência das Nações Unidas.
O acordo sobre a exportação de cereais, bem como de fertilizantes, ucranianos e russos foi assinado em julho de 2022 em Istambul. No início de março, a Turquia e a Rússia já tinham discutido este acordo.
“A continuação do acordo sobre os cereais só será possível se os interesses dos produtores agrícolas e de fertilizantes forem levados em consideração em termos de acesso irrestrito ao mercado internacional“, informou, na altura, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia a propósito da reunião realizada entre os dois diplomatas à margem do encontro dos chefes da diplomacia das 20 maiores economias mundiais (G20), que decorreu em Nova Deli.
Segundo a diplomacia russa, os ministros também trocaram impressões sobre a cooperação entre Moscovo e Ancara na esfera comercial e económica e, em particular, eventuais medidas de ajuda para a Turquia após o sismo que atingiu o sudeste do país no início de fevereiro.
A Rússia ameaçou retirar o apoio ao pacto de exportação de cereais, que expira no dia 18 deste mês, se as sanções ao comércio de produtos agrícolas da Rússia não forem suspensas, uma exigência que Moscovo vincula diretamente a esse acordo.
Rússia promete cumprir acordo de cereais se outras partes o fizerem
Entretanto, a Rússia anunciou também este domingo que está pronta a cumprir a sua parte no acordo de exportação de cereais, assinado em julho do ano passado, se os outros participantes o aplicarem numa base de igualdade.
Em entrevista ao canal de televisão Rossiya-1, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou que a Rússia está pronta a implementar a sua parte do acordo, se os outros participantes cumprirem os seus compromissos numa base de igualdade.
“Se este acordo, que tem obrigações das partes e não apenas de uma delas e maquinações da outra parte, se este acordo for igual, nós sempre implementámos e implementaremos a nossa parte de todos os acordos“, afirmou.
E prosseguiu: “Se é mais uma trapaça dupla, se é mais uma tentativa de se concentrarem no que querem e esquecerem todo o resto, e já vimos tais exemplos, mesmo no âmbito do acordo alimentar, então lamentamos”.
Um dos acordos regulou a exportação de cereais dos portos controlados por Kiev de Odessa, Chernomorsk, e Yuzhny. Um acordo entre a Rússia, Turquia, Ucrânia e as Nações Unidas previa o estabelecimento de um centro de coordenação de quatro pontos para revistar navios que transportassem cereais, a fim de evitar o contrabando de armas e evitar provocações.
Além disso, a Rússia e as Nações Unidas assinaram um memorando que prevê que a ONU tomará medidas para levantar várias restrições às exportações de produtos agrícolas e fertilizantes russos no mercado mundial.
Na passada quinta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que o acordo não estava a funcionar, acusando o ocidente de não aplicar a sua parte dos acordos relacionada com a Rússia.
Segundo o ministério, cerca de 262.000 toneladas de fertilizantes que o lado russo planeou doar aos países mais pobres estão bloqueadas nos portos da Letónia, Lituânia, Estónia e Países Baixos. O único lote de 20.000 toneladas foi expedido para o Malawi, mas “ainda não chegou ao destinatário”.
(Notícia atualizada com mais informação às 17h59)
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