CGTP exige fixação de preços máximos nos bens essenciais e taxação de lucros
A CGTP-IN "considera a ação proposta pelo Governo como completamente desfasada da situação com que se deparam os trabalhadores, pensionistas e suas famílias".
A CGTP considerou esta sexta-feira que o Governo continua sem dar resposta ao aumento dos preços e exige medidas como a fixação de preços máximos nos bens essenciais, a taxação dos lucros e a subida dos salários e pensões. Em comunicado, a central sindical critica o programa de ação do Governo anunciado na quinta-feira pelo ministro da Economia, António Costa Silva, para combater “as situações anómalas” quanto aos preços no setor alimentar, como referiu o governante.
“Sem prejuízo de uma análise mais aprofundada, a CGTP-IN considera a ação proposta pelo Governo como completamente desfasada da situação com que se deparam os trabalhadores, pensionistas e suas famílias”, sublinha a intersindical, acrescentando que o Governo “continua a não dar resposta ao aumento brutal dos preços”.
Segundo a CGTP, “a especulação que alimenta os lucros” nos setores da grande distribuição, energia ou habitação “é uma realidade que se acentuou de forma gritante no decorrer do ano de 2022, perante a ação conivente do Governo que nada fez ou faz para a travar”. A situação “exige medidas concretas”, defende a central sindical liderada por Isabel Camarinha.
Para a CGTP, “a fixação de preços máximos nos bens e serviços essenciais, colocar limites às práticas do setor financeiro e taxar efetivamente os lucros e outras fontes de rendimento do capital são exigências possíveis, necessárias e que dependem apenas da opção política do Governo e da maioria que o suporta”.
Estas exigências têm de ser acompanhadas por aumentos de salários e pensões que invertam a perda de poder de compra, acrescenta. Na quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro da Economia prometeu “ser inflexível” para com todas as situações anómalas no setor alimentar.
António Costa Silva sublinhou que, nos últimos tempos, o país tem estado preocupado com o setor alimentar face à subida dos preços, numa altura em que a inflação está a descer, assim como o preço da energia e fertilizantes. “Isto contrasta, em absoluto, com o que se passa a nível dos preços dos bens alimentares. Por isso, o Governo desenvolveu uma estratégia e está a trabalhar em seis dimensões. Respeitamos os operadores económicos, mas também respeitamos muito os direitos dos consumidores”, apontou.
A primeira grande dimensão tem a ver com a atuação da ASAE no país, instituição que o ministro classificou como “excelente”. Para António Costa Silva é igualmente importante compreender a estrutura de preços do setor, desde a produção à comercialização, passando pela distribuição.
O ministro assegurou que vai ser exigida transparência neste processo, vincando ser um “beneficio para todos os operadores” a disponibilização de informações à ASAE. O Governo quer também continuar a estabelecer contactos com os representantes dos vários operadores e convocar a PARCA – Plataforma de Acompanhamento nas Relações na Cadeia Agroalimentar.
Por outro lado, vai continuar a dotar a ASAE de todas as condições e trabalhar com todos os “organismos relevantes” para este setor.
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