Presidente do Supremo alerta para perigos de imprensa dominada por interesses económicos

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

Henrique Araújo diz que hoje há "uma série de profissionais da informação que manda às malvas os códigos éticos formais e informais e se deixa manipular por interesses económicos, políticos".

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) alertou esta terça-feira para a ameaça a “uma comunicação social livre e independente” que representa o haver órgãos na posse de “poderosos grupos económicos” que os usam em defesa de interesses próprios.

Todos sabemos que poderosos grupos económicos adquirem empresas de comunicação social para, através delas, influenciarem a opinião pública e levarem por diante os seus interesses. Com essa estratégia, conseguem escolher-se os temas de discussão pública através de notícias editadas no tempo e com o destaque que melhor sirva esses interesses, sem qualquer preocupação quanto ao cumprimento dos deveres profissionais do jornalismo”, disse hoje o juiz conselheiro Henrique Araújo.

O presidente do STJ falava no âmbito da uma conferência sobre os tribunais e a comunicação social, organizada pelo Círculo Cultural do STJ e que decorreu esta tarde no Salão Nobre deste tribunal. Henrique Araújo disse que em defesa de interesses particulares “destrói-se a honorabilidade e o bom nome de uma figura com mais protagonismo político ou social a partir da publicação de simples indícios retirados de processos em curso, muito dos quais cobertos pelo segredo de justiça”.

Para o presidente do STJ “é do interesse da Justiça e dos tribunais aprofundar a transparência da atividade judicativa”, mas isso só é possível com “uma comunicação social livre e independente e se existir por parte dos jornalistas e dos restantes profissionais da comunicação social uma consciência clara dos deveres que têm para com a sociedade”.

“Com exceção de alguns jornalistas (ainda bastantes, felizmente) sérios e independentes, comprometidos com a verdade e com o esclarecimento das populações, hoje gravita na área da comunicação social uma série de profissionais da informação que manda às malvas os códigos éticos formais e informais e se deixa manipular por interesses económicos, políticos e outros”, criticou.

Segundo Henrique Araújo, proliferam nos media, tradicionais e digitais, “notícias deliberadamente falsas, imprecisas ou descontextualizadas, com objetivos esconsos”, sendo este um “estado de coisas” sobre o qual os tribunais tem uma “noção exata”, justificando com isto a ideia de que a disponibilização da informação pedida aos tribunais pelos media “tenha de ser feita com cuidados redobrados, o que muitas vezes não se compatibiliza com a urgência que geralmente é solicitada”.

O presidente do STJ refere mesmo uma relação de “alguma tensão” entre comunicação social e tribunais decorrente de uma “permanente tentativa de acesso a dados processuais sigilosos” por parte dos jornalistas e pela “urgência na obtenção de elementos que só podem ser disponibilizados após o necessário tratamento”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lloyd’s quer segurar Serviço Nacional de Saúde britânico

  • ECO Seguros
  • 18 Abril 2023

O Lloyd's está interessado em providenciar seguros para o governo britânico, incluindo para o NHS (Serviço Nacional de Saúde), mas nem todos os decisores estão convencidos.

O Lloyd’s gostaria de poder oferecer cobertura para o Serviço Nacional de Saúde Britânico e contra eventos climáticos. A possibilidade foi alegadamente avançada durante uma reunião entre John Neal e o Chanceler Jeremy Hunt.

“Embora apreciemos o papel importante que o setor dos seguros desempenha na construção de resistência a riscos futuros, geralmente não representa uma boa relação custo-benefício para o governo central comprar seguros comerciais”, menciona um artigo do The Guardian, que cita um porta-voz do Tesouro britânico sobre ‘ofertas’ do chefe executivo do Lloyd’s, John Neal, e o presidente Bruce Carnegie-Brown. “O governo está empenhado em reforçar os próprios sistemas e capacidades que apoiem a resiliência coletiva contra riscos sistémicos”, escreve a publicação.

“Trata-se de compreender quais são os parâmetros de risco do governo em torno deste tipo de questões, e, historicamente, o governo tem suportado 100% dos riscos”, afirmou o presidente do Lloyd’s, John Neal.

Partilha de riscos

Carnegie-Brown foi citado pelo The Guardian como tendo declarado: “se conseguirmos fornecer uma solução de seguro que financie efetivamente o SNS se este violar a sua capacidade, ou questões orçamentais, então mostrará que a indústria seguradora responde de forma positiva a algo que foi causado por um evento exógeno. Obviamente, coisas como uma pandemia podem causar aumentos muito dramáticos na procura do SNS e dos seus recursos”.

Foi relatado que o ILS (seguros ligados a títulos) poderia ser uma forma de o fazer.

“Trata-se de compreender quais são os parâmetros de risco do governo em torno deste tipo de questões, e historicamente o governo tem suportado 100% dos riscos”, afirmou o presidente do Lloyd’s, que acredita que a indústria dos seguros pode ser um parceiro governamental na redução dos elementos de risco.

“O que estamos a dizer é que o setor privado poderia assumir uma parte deste risco, mas precisaríamos de explorar os termos precisos em que o faríamos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Generali deixa cair bancassurance em Itália. Prefere agentes

  • ECO Seguros
  • 18 Abril 2023

A seguradora não vai renovar contratos de distribuição em Itália com os bancos Iccrea e Banco BPM. Rede de mediação assegura o negócio. Mantém o canal em todos os outros países incluindo o Banco CTT.

A Generali SpA, casa mãe da Tranquilidade em Portugal, não vai renovar os seus contratos de bancassurance com dois dos principais bancos italianos, revelaram os jornais italianos Bluerating e La Repubblica.

Bruno Scaroni, diretor de transformação da Generali afirmou: “a estratégia do grupo gira em torno dos agentes que são para todos os efeitos ‘lifetime partners’.

A opção, segundo as fontes, deveu-se ao facto de a maior seguradora de Itália e uma das maiores da Europa “não precisar de crescer por crescer”, pelo menos no seu país de origem. Também o desequilíbrio na remuneração, com dois terços das comissões de venda ficarem para os bancos, pesou. No entanto, o ponto fundamental desta estratégia é uma rede de agentes de 161.000 pessoas, das quais cerca de 40.000 são distribuidores em Itália.

Os bancos que a Generali pretende abandonar têm elevada expressão em Itália. O ICCREA, antes conhecido como Istituto Centrale delle Casse Rurali ed Artigiane, é o agrupamento numa instituição central de 118 cooperativas de crédito e caixas económicas rurais, sendo o maior banco cooperativo e logo com 100% do seu capital italiano, contando com 2500 balcões por todo o país.

O Banco BPM S.p.A resultou da fusão do Banco Popolare e do Banca Popolare di Milano, sendo o maior banco comercial atrás de Intesa Sanpaolo e do UniCredit. Tem 1.500 balcões.

Citando Bruno Scaroni, diretor de transformação do grupo Generali, o jornal afirma ter dito que o “nível de serviço oferecido pela rede de agentes é muito elevado, e a estratégia do grupo gira em torno deles, que são para todos os efeitos ‘lifetime partners’, capazes de assistir os clientes em todas as suas necessidades familiares e de segurança ao longo da sua vida”.

Em Portugal a bancassurance ainda agora começou

A decisão da Generali resume-se a Itália, mercado consolidado para a seguradora italiana. Em Portugal, o caminho bancassurance começou mais formalmente em novembro, com um acordo de distribuição com o grupo CTT e até com uma tomada de capital no Banco CTT.

Vão manter-se os acordos com bancos, ainda segundo as mesmas fontes, em países onde a Generali não possui uma rede de agências adequada e onde os acordos de bancassurance permanecem “fundamentais”.

Para além de Portugal, é o caso de França, com a Caisse D’Epargne, na Áustria com a Bawag e 3 Banken, na Europa de Leste com a Unicredit e Intesa SpA, em Espanha com Cajamar e Banca March e na Grécia com o Alpha Bank. A Generali ainda tem acordos na Malásia, Argentina, Brasil, Tailândia, China e Índia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Municípios ultimam propostas para revisão da Lei das Finanças Locais este ano

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

"Ainda este mês de abril, ou no máximo no mês de maio, a associação estará a entregar ao senhor ministro [das Finanças] esse documento, que já vai na terceira ou quarta versão”, indica a ANMP.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) vai entregar ao Governo, até maio, um documento com propostas para iniciar a discussão da revisão da Lei das Finanças Locais (LFL), visando a sua entrada em vigor até final do ano.

Temos todos o objetivo de ter uma nova Lei das Finanças Locais até ao final do presente ano de 2023. Ainda este mês de abril, ou no máximo no mês de maio, a associação estará a entregar ao senhor ministro [das Finanças] esse documento, que já vai na terceira ou quarta versão”, estimou esta terça-feira à agência Lusa o vice-presidente do conselho diretivo da ANMP, Ribau Esteves, após uma reunião com os municípios do distrito de Faro.

O social-democrata, que também preside à Câmara Municipal de Aveiro, defendeu que as “pressões” e as “responsabilidades diretas e indiretas” que os municípios têm hoje apontam para “uma conclusão de desfasamento dos mecanismos de funcionamento da LFL com a realidade”.

“Desde logo, na parte dos impostos do Estado, na parte do Orçamento do Estado que é entregue aos municípios. E um dos pressupostos base do trabalho que estamos já a fazer para uma nova LFL é aumentar a dotação dos impostos do Estado, do Orçamento do Estado, para o financiamento das atividades dos municípios portugueses”, vincou.

O vice-presidente do conselho diretivo da ANMP acrescentou que o processo de descentralização em curso, dando mais poderes às autarquias em vários setores, apesar de não ser muito profundo, “exige” uma afetação maior de recursos. Estando “provado” que há “défices de financiamento”, a “fatia” de repartição dos impostos do Estado “tem de ser, seguramente, bem maior do que aquela que existe hoje para transferir para os orçamentos dos municípios portugueses”, sublinhou à Lusa Ribau Esteves.

“A verdade é que, com todas as contas feitas, os mecanismos de financiamento dos municípios são insuficientes. E esta realidade não tem que ver com estes processos novos que temos, da crise inflacionista, do aumento dramático dos custos de tudo – nomeadamente com incidência especial nas obras, na energia, nos custos de gestão dos resíduos sólidos urbanos –, mas tem que ver com o aumento de responsabilidade que nós assumimos”, salientou, lembrando que os municípios são a “primeira porta de interação” dos cidadãos com o Estado.

Ribau Esteves escusou-se a falar em valores, para “não perturbar” a fase inicial de discussão, que passará por um grupo de trabalho entre ANMP e Governo. “Estamos a terminar um documento interno na ANMP, que já teve várias versões, vamos entregá-lo, de acordo com o nosso compromisso, ao ministro das Finanças e à ministra da Coesão Territorial e, depois de o entregar, vamos ter reuniões de trabalho para procurarmos concertar essas grandes linhas de prioridade”, reforçou o autarca aveirense.

Na reunião descentralizada com os municípios do Algarve, a ANMP registou a “sintonia” existente com o trabalho do seu conselho diretivo, não só em relação à LFL como também noutros dois dossiês, relativos à descentralização e aos fundos comunitários. Depois dos municípios do Centro e do Algarve, a próxima ronda das reuniões descentralizadas da ANMP será com os municípios dos Açores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CUF e Lusíadas acabam com taxa Covid. Hospital da Luz mantém, mas só para infetados

Com o fim da obrigatoriedade do uso de máscara, a CUF e o grupo Lusíadas decidiram abolir a taxa de segurança e higiene, criada no âmbito da Covid. Já o grupo Luz Saúde mantém, mas só para infetados.

Os hospitais privados da rede CUF e do grupo Lusíadas decidiram abolir as taxas de segurança e higiene, criadas no âmbito da Covid, com o fim do uso obrigatório de máscara nas unidades de saúde e nos lares. Já o grupo Luz Saúde mantém esta cobrança, mas apenas para casos confirmados de Covid-19.

“Paralelamente à publicação em Diário da República do decreto-lei, que prevê a cessação da obrigatoriedade do uso de máscaras e viseiras em estabelecimentos e serviços de saúde, a CUF decidiu eliminar a tarifa de segurança, criada no contexto da pandemia Covid-19, para fazer face à adoção de medidas essenciais para proteção e segurança dos seus profissionais e doentes”, adianta fonte oficial do grupo, em resposta ao ECO.

O grupo CUF explica ainda que a tarifa deixa de ser aplicada a partir desta terça-feira e que servia para refletir “o significativo acréscimo de medidas de segurança implementadas em ambiente de prestação de cuidados de saúde hospitalar e consequente aumento exponencial dos custos envolvidos”.

A partir desta terça-feira, deixou de ser obrigatório o uso de máscara nos estabelecimentos de saúde, bem como nos lares de idosos e estruturas de cuidados continuados, na sequência do decreto-lei aprovado no Conselho de Ministros de 6 de abril. Recorde-se, que, na sequência da pandemia, os hospitais privados começaram a cobrar taxas de segurança e higiene (ainda que com nomes diferentes), para suportar os custos dos equipamentos de proteção individual (EPI) usados pelos profissionais de saúde, bem como o reforço de medidas de desinfeção e higienização dos hospitais.

Ao ECO, fonte oficial da CUF sinaliza ainda que, embora o uso de máscara deixe de ser obrigatório, mantêm-se “em vigor as boas práticas de segurança pré-pandemia, relacionadas com o cumprimento das precauções do controlo de infeção, das precauções baseadas nas vias de transmissão e da etiqueta respiratória”.

Por sua vez, também o grupo Lusíadas Saúde decidiu abolir, a partir desta terça-feira, a tarifa de prevenção e proteção de riscos, na sequência da entrada em vigor do decreto-lei. Ao ECO, fonte oficial do grupo – que no final do ano passado passou para as mãos do grupo francês Vivalto Santé – sublinha ainda, que, apesar do diploma do Governo, o hospital “considera determinante a manutenção de medidas de prevenção da transmissão de infeções respiratórias, sobretudo em ambientes e populações de maior risco”, pelo que “o Conselho Clínico por indicação da PPCIRA (Programa de Prevenção e Controlo de Infeções aos Antimicrobianos) definiu”:

  • Manutenção do uso de máscara cirúrgica em todas as pessoas em situação de risco de transmissão de infeções respiratórias;
  • Manutenção do uso de máscara cirúrgica por todos os profissionais de saúde na realização de procedimentos com previsão de projeção de gotículas de fluidos orgânicos, infeções respiratórias e asséticos;
  • Cessação da obrigatoriedade do uso geral de máscara por doentes, visitantes e profissionais.

Já o grupo Luz Saúde decidiu na quinta-feira passada deixar de cobrar “aos clientes os kits de EPI, com exceção dos kits em doentes com doença Covid-19 confirmada, que são uma percentagem residual neste momento“, afirma fonte oficial do grupo, em resposta ao ECO. “Com a divulgação, hoje [terça-feira, 18 de abril], da nova norma da DGS sobre utilização de máscaras em unidades de saúde, a Luz Saúde vai reavaliar a situação e agirá em conformidade com as novas instruções da autoridade de saúde”, acrescenta.

De acordo com o preçário divulgado no site do grupo, a tarifa aplicada é de 70 euros para cirurgias e partos por cesariana, encolhe para 30 euros nos restantes tipos de parto. Já a tarifa diária de internamento em quarto é de 10 euros e a tarifa diária de internamento em cuidados intensivos/intermédios sobe para 50 euros.

Em abril do ano passado, já tinha deixado de ser obrigatório o uso de máscara na generalidade dos espaços fechados. Na altura, esta obrigatoriedade continuou apenas obrigatória em locais de “elevada intensidade de utilização, difícil de arejamento e inexistência de alternativas, como era o caso dos transportes coletivos de passageiros” (incluindo TVDE), estabelecimentos e serviços de saúde, bem como para estruturas residenciais de idosos (ou equiparados).

Não obstante, aos poucos, o Governo foi levantando as restrições impostas na sequência da pandemia de Covid-19. Assim, desde o final de agosto que o uso de máscara deixou de ser obrigatório nos transportes públicos e nas farmácias, mas apesar do levantamento do estado de alerta (que terminou a 1 de outubro de 2022) a única medida que se mantinha até agora era precisamente o uso obrigatório nas unidades de saúde, lares de idosos ou de acolhimento de pessoas vulneráveis nas unidades da rede de cuidados continuados.

No início deste ano, as máscaras cujo IVA tinha sido reduzido temporariamente a 6%, no âmbito das medidas extraordinárias de combate à pandemia, voltaram também a ser taxadas a 23%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Patrões insistem em saber como aplicar benefício fiscal por aumentos salariais

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

Mais de 500 mil empresas poderão beneficiar do incentivo fiscal à valorização salarial, medida cujo impacto orçamental em 2024 será de 75 milhões de euros, segundo o OE2023.

As confederações patronais insistiram hoje para que o Governo clarifique como será aplicado o benefício fiscal às empresas que promovam valorização salarial, sublinhando que a medida tal como está, não tem aplicação prática.

Estas posições foram assumidas pelas confederações patronais à saída de uma reunião da Concertação Social, em Lisboa, na qual esteve em discussão a medida do acordo assinado em outubro e aprovada no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê um benefício em sede de IRC para as empresas que aumentem salários em, pelo menos, 5,1% este ano.

O presidente da CIP, Armindo Monteiro, disse que “são tantas as condições” e critérios para beneficiar da medida que “não é possível aplicar”.

Também o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, disse que a operacionalização da medida “foi muito discutida”, mas não se chegou a consenso porque “há entendimentos diferentes entre empresas e sindicatos”, nomeadamente sobre se as portarias de extensão são abrangidas ou não.

Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, defendeu que o benefício fiscal em causa “não devia ter restrições em termos de portarias de extensão”, ao contrário do que defendem as estruturas sindicais.

O que diz o Governo

Da parte do Governo, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que a operacionalização do benefício fiscal ainda está a ser discutida e que será tema numa próxima reunião, agendada para 10 de maio.

“Apresentámos aos parceiros sociais há cerca de um mês uma proposta de aplicação do benefício fiscal feita pela Autoridade Tributária para que os parceiros sociais se pronunciassem”, disse Ana Mendes Godinho.

Segundo a ministra, tem havido reuniões com os parceiros sobre dúvidas relativamente à aplicação do benefício fiscal, nomeadamente “o que é que se entende por contratação coletiva dinâmica” mas “ainda não houve desfecho”, estando a solução ainda a ser construída.

Questionada sobre se as portarias de extensão serão abrangidas, a governante não respondeu, indicando que o objetivo é “garantir que a operacionalização do benefício fiscal deixe todas as partes confortáveis, para garantir a sua eficácia”.

Segundo o relatório do OE2023, mais de 500 mil empresas poderão beneficiar do incentivo fiscal à valorização salarial, medida cujo impacto orçamental em 2024 será de 75 milhões de euros.

A medida estava já prevista no acordo de Concertação Social assinado em outubro entre o Governo, as confederações patronais e a UGT.

Os destinatários da medida são as empresas que aumentem salários em linha com o acordo de médio prazo para a melhoria da competitividade e rendimentos, que prevê um referencial de atualização de 5,1% em 2023 (com impacto orçamental em 2024).

O incentivo fiscal à valorização salarial tem em vista “promover o aumento dos rendimentos dos trabalhadores, garantindo uma diminuição do IRC para todas as empresas que acompanhem, através da contratação coletiva dinâmica, as valorizações salariais dos trabalhadores”, pode ler-se no documento.

São majorados em 50% todos os custos — quer remuneração fixa, quer contribuições sociais — inerentes à valorização salarial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Lusa aprovam novas greves por “aumentos salariais condignos”

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

Em plenário, os trabalhadores decidiram avançar para quatro dias de greve em junho (9, 10, 11 e 1), e outros quatro dias em agosto (3, 4, 5 e 6), durante a Jornada Mundial da Juventude.

Os trabalhadores da Agência Lusa decidiram esta terça-feira, em plenário, avançar para quatro dias de greve entre 9 e 12 de junho, e outros quatro dias, entre 3 e 6 de agosto, exigindo “aumentos salariais condignos”.

Em comunicado, os sindicatos dos Jornalistas (SJ), dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE) anunciaram que os trabalhadores da Agência Lusa decidiram, em plenário, “avançar para quatro dias de greve em junho, nos dias 9, 10 (feriado), 11 e 12 de junho, e outros quatro dias em agosto, nos dias 3, 4, 5 e 6, durante a visita do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, para exigirem aumentos salariais condignos”.

As estruturas sindicais recordaram que “os trabalhadores reivindicam um aumento de apenas 100 euros no salário base, para fazer face a 12 anos sem aumentos, ou seja, menos de 10 euros por cada um dos 12 anos”. Os trabalhadores da Lusa “já fizerem quatro dias de greve em 30 e 31 de março e em 1 e 2 de abril, tendo ‘fechado’ a linha noticiosa, mas a administração da empresa não foi além de uma proposta de 74 euros”, lembraram.

Segundo as estruturas sindicais, “as marcações hoje de duas novas greves demonstram que os trabalhadores não baixam os braços e continuarão em força na luta por salários que respeitem e valorizem o trabalho que fazem diariamente, num momento em que cada vez mais é necessário ter jornalismo de qualidade, isento e rigoroso, com uma redação presente de norte a sul do país e Ilhas, e no estrangeiro”.

Os sindicatos salientaram que “cabe ao Governo intervir, já que o Estado detém a maioria do capital social da empresa” e criticaram a posição da tutela. “Na quarta-feira da semana passada, no parlamento, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, vincou a proposta de aumento de 74 euros e deu a entender que os trabalhadores da Lusa são uns privilegiados por terem salários médios acima do setor, declarações ofensivas quando se está perante um setor depauperado onde em muitas empresas se praticam salários indignos e precariedade”, lamentaram.

Os sindicatos disseram ainda que “além dos já 12 anos sem aumentos salariais, a perspetiva é de mais seis anos sem qualquer aumento real de vencimentos dos trabalhadores desta casa”, tendo em conta que “o novo contrato-programa não prevê nem contempla qualquer valor para esse efeito”. Os sindicatos revelaram ainda que na semana passada “pediram novas reuniões aos ministros da Cultura e das Finanças, mas até ao momento ainda não tiveram resposta”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ingleses da DS Smith investem 145 milhões na fábrica de papel de Viana do Castelo

Investimento do grupo britânico no Minho, apoiado por benefícios fiscais, aumenta capacidade produtiva de 400 para 428 mil toneladas, cria dez empregos e melhora o desempenho ambiental da fábrica.

A DS Smith, empresa de packaging, anunciou esta terça-feira um investimento de 145 milhões de euros para melhorar a fábrica de papel kraft em Viana do Castelo. O montante será usado para equipar a unidade fabril com algumas tecnologias avançadas de fabrico de papel, reconstruir a atual secção de prensas da máquina de papel e ainda reduzir as emissões de CO2.

O pacote de investimento plurianual nesta fábrica, que emprega 260 pessoas, incluirá a reconstrução da atual máquina de papel e a instalação de uma nova caldeira de recuperação, que irá permitir melhorar o desempenho ambiental e a eficiência operacional em 25% na produção do vapor.

Em declarações ao ECO, o diretor desta fábrica, que exporta 90% da produção, sobretudo para Espanha e para a Alemanha, adiantou que esteve investimento vai criar dez postos de trabalho. Questionado sobre os apoios públicos a este investimento, que vai aumentar a capacidade produtiva das atuais 400 mil para 428 mil toneladas, Mário Amaral respondeu apenas, sem quantificar, que a companhia terá direito a “benefícios fiscais”.

Conhecida anteriormente como Europac Kraft Viana, a fábrica de papel de Viana do Castelo foi adquirida pela DS Smith em 2018. O grupo inglês opera em 34 países e emprega cerca de 30 mil pessoas.

“Sendo uma das nossas maiores fábricas, a unidade de Viana do Castelo tem um enorme papel a desempenhar neste contexto e o investimento de 145 milhões de euros é prova do nosso compromisso de permanecer na vanguarda do mercado, e de liderar a corrida para as zero emissões líquidas na indústria do papel”, destaca, citado em comunicado, Niels Flierman, responsável pela direção de paper & recycling na DS Smith.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DN entrega “Carta Aberta” a Marcelo que apela à inversão “no rumo da degradação” do jornal

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

"Sem jamais esclarecer qual o seu projeto para o jornal, a administração do grupo parece considerar que ganha com 'saídas amigáveis' e com precariedade laboral", lê-se na carta aberta.

O Conselho de Redação e as delegadas sindicais do Diário de Notícias (DN) entregaram esta terça-feira uma “Carta Aberta” ao Presidente da República, na qual apelam para que se mobilize “na defesa de uma inversão no rumo da degradação” do título.

De acordo com informação divulgada à redação, a que a Lusa teve acesso, os membros eleitos do Conselho de Redação (CR) e as delegadas sindicais do título do grupo Global Media (GMG) entregaram a “Carta Aberta” que a redação aprovou em 8 de março ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Dirigimo-nos a todos os que em Portugal percebem a necessidade de pluralismo na comunicação social para que o princípio democrático se mantenha forte. É a estes que a redação do DN vem apelar para que connosco se mobilizem na defesa de uma inversão no rumo de degradação do DN enquanto jornal de referência”, lê-se na “Carta Aberta”.

Esta carta aberta “surge por constatarmos ter sido, até agora, impossível o diálogo com a Comissão Executiva do Global Media Group no sentido de encontrar uma forma de reforçar este jornal, garantindo que o seu jornalismo não perde qualidade”, refere a redação, na missiva.

“Três despedimentos coletivos nos últimos 14 anos (2009, 2014 e 2020) e rescisões ditas ‘amigáveis’, como as que foram tentadas no último mês, têm vindo a esvaziar o DN dos seus quadros mais qualificados”, alerta, referindo que neste momento “a redação está nos mínimos de sobrevivência, longe de poder medir os seus recursos com os concorrentes diretos e continuar a honrar a sua história de 158 anos”.

Aliás, entre os generalistas da GMG – DN, JN e TSF, “este é o que tem sido mais duramente sangrado: dos 17 jornalistas incluídos no último despedimento coletivo na empresa, oito eram” do Diário de Notícias, aponta. “Sem jamais esclarecer qual o seu projeto para o jornal, a administração do grupo parece considerar que ganha com ‘saídas amigáveis’ e com precariedade laboral. Mas o que, num mero exercício contabilístico, poupa em massa salarial, é o que o DN perde em memória e experiência, ou seja, em qualidade – logo, em viabilidade”, lamenta.

Ora, “por decisões de gestão, que contrariam até o discurso público do acionista principal – que invariavelmente garante querer ‘jornalismo de excelência’ – o DN está a ser morto por dentro”, enfatiza a redação, que duvida que o atual presidente executivo (CEO) [Marco Galinha] “deseje ficar para a história como ‘o empresário que fechou o Diário de Notícias'”.

“Resta-nos a perplexidade: porquê? E entre vários exemplos que atestariam a falta de recursos ou visão estratégica com que o DN é gerido hoje, atente-se no seguinte: um jornal que teve entre os seus colaboradores Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, que viu Césario Verde estrear nas suas páginas a publicação da sua poesia, que integrou na sua direção a escritora Alice Vieira e o futuro Nobel da Literatura José Saramago”, que teve colaboradores como Herberto Helder e Vasco Pulido Valente, entre outros, “encontra-se hoje numa inacreditavelmente degradante situação de falta de meios humanos e tecnológicos em todas as áreas de produção do jornal”.

O DN “não vê, há sucessivas administrações, e ao contrário do que souberam fazer os seus principais concorrentes, qualquer investimento ou sinal de revitalização” e “mesmo a recente valorização do Arquivo do Diário de Notícias como Tesouro Nacional aconteceu malgrado sucessivas tentativas internas de o descaracterizarem e de o integrarem num arquivo geral do grupo, sem atender ao seu ADN próprio”, denuncia a “Carta Aberta”.

Apesar de reconhecer o papel da massificação da Internet, que criou “problemas globais de sobrevivência” nos media, ou os problemas nacionais de pobreza e iliteracia, a redação do DN considera que a estes constrangimentos “somam-se causas próprias de incompetência na gestão empresarial do jornal, como o foram os recentes avanços e recuos na decisão de abandonar a edição diária impressa por uma semanal, de forma totalmente imprudente e que apenas serviu para sustentar mais um processo de esvaziamento da redação”.

Citando o lema do Washington Post desde 2017, que sem jornalismo a democracia morre na escuridão, os jornalistas do DN acreditam “na missão do jornalismo e na sua importância fundamental na vida democrática e na defesa dos direitos humanos”.

Acreditamos num jornalismo que faz diferença. Com rigor, acutilância, assertividade, coração e ganas. Somos jornalistas, não ‘produtores de conteúdos’. Queremos continuar jornalistas. Morrendo o DN como jornal de referência, o panorama do jornalismo de imprensa ficará substancialmente reduzido”, alertam. “Ficará um pouco mais escuro; a democracia ficará a perder. Num momento em que o ideal democrático parece por vezes perder fulgor, queremos crer que a sociedade portuguesa não ficará indiferente ao nosso apelo”, concluem na missiva.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Polónia e Ucrânia alcançam acordo sobre trânsito de cereais ucranianos

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

Depois de ter banido a importação de cereais ucranianos, a Polónia chegou a acordo com a Ucrânia para o trânsito das mercadorias por território polaco desde que nem uma tonelada fique no país.

A Polónia e a Ucrânia concluíram esta terça-feira um acordo sobre o reinício do trânsito de cereais ucranianos através de território do país vizinho, suspenso no sábado, indicou o Ministério da Agricultura polaco. “Conseguimos pôr em prática os mecanismos que farão com que nem uma única tonelada de trigo vai ficar na Polónia, que as mercadorias vão transitar pela Polónia”, declarou Robert Telus após um encontro em Varsóvia com responsáveis ucranianos.

As duas partes indicaram que o trânsito de cereais ucranianos pela Polónia deverá ser retomado nos próximos dias. “Abordamos os nossos problemas e dos nossos colegas polacos com a mesma atenção que a Polónia trata os nossos. Em consequência, devemos reagir rapidamente e de forma construtiva a esta situação de crise”, indicou aos media a ministra do Desenvolvimento económico ucraniana, Iulia Svyrydenko.

Os transportes de cereais ucranianos através da Polónia são designadamente vigiados pelo sistema GPS, precisou o ministro polaco. No sábado, a Polónia decidiu proibir as importações de cereais e outros produtos agrícolas provenientes da vizinha Ucrânia para proteger os seus próprios agricultores, sem consultar Kiev nem a Comissão Europeia e expondo-se às críticas das duas partes.

Os cereais ucranianos destinados a países estrangeiros transitam pela União Europeia (UE) após o itinerário tradicional de exportação via mar Negro ter sido bloqueado pela invasão russa. Mas ao contrário dos projetos iniciais que apenas previam o seu trânsito, as reservas de cereais acumularam-se na Polónia, provocando uma queda dos preços locais, e que originou manifestações de agricultores e a demissão do ex-ministro da Agricultura polaco.

A Hungria e Eslováquia, ao alegarem proteger os seus agricultores, também anunciaram uma proibição temporária das importações de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia. A UE suspendeu em maio de 2022, por um ano, os direitos aduaneiros de todos os produtos importados da Ucrânia e organizou-se para permitir exportar as suas reservas de cereais após o encerramento das rotas pelo Mar Negro, na sequência da invasão daquele país pela Rússia.

No domingo, o ministro ucraniano da Política Agrária, Mykola Solsky, tinha referido que esperava “negociações difíceis” com vários países europeus, incluindo a Polónia, mas também Hungria, Eslováquia, Bulgária e Roménia. A proibição das importações de cereais ucranianos “torna mais difícil” alcançar “uma vitória comum”, lamentou o ministro ucraniano.

Na segunda-feira, a União Europeia (UE) denunciou uma medida “inaceitável” e adiantou estar a “considerar” um segundo pacote de ajuda aos agricultores dos países afetados. A Comissão revelou ter “solicitado informações adicionais às autoridades competentes para poder avaliar estas medidas”, nomeadamente a sua base legal.

“É importante frisar que a política comercial é de competência exclusiva da UE e que ações unilaterais não são admissíveis”, insistiu a porta-voz do executivo europeu, Miriam Garcia Ferrer. “Nestes tempos difíceis, é crucial coordenar e alinhar todas as decisões dentro da UE”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Programa de Estabilidade revê em alta carga fiscal para os próximos anos

Documento entregue em Bruxelas no ano passado apontava para uma redução da carga fiscal para a casa dos 34%. Novo Programa de Estabilidade prevê que se mantenha em redor dos 37%.

A carga fiscal vai manter-se elevada este ano e nos próximos, depois de ter atingido um recorde em 2022, segundo o INE. No Programa de Estabilidade 2023 – 2027, o Governo prevê que o peso das receitas fiscais e das contribuições sociais atinja os 37,3%, mantendo-se perto desse patamar até ao final da legislatura. No primeiro ano de António Costa como primeiro-ministro a carga fiscal comparável era de 36.4%.

Os números que constam no Programa de Estabilidade 2023 – 2027, entregue esta segunda-feira em Bruxelas, mostram que a carga fiscal deverá recuar de 38,2% para 37,3%, incluindo as contribuições sociais imputadas. No Orçamento do Estado para este ano, apresentado há seis meses, o Executivo apontava para uma descida para 37,1% do PIB.

“Estamos a falar de uma dimensão que tem uma grande explicação na sua base que se chama emprego. Quando temos mais pessoas a trabalhar, temos mais pessoas a contribuir e mais pessoas a pagar os seus impostos“, justificou o ministro das Finanças na apresentação do Programa de Estabilidade, esta segunda-feira, ao ser questionado sobre o recorde registado no ano passado.

Estamos a falar de uma dimensão que tem uma grande explicação na sua base que se chama emprego. Quando temos mais pessoas a trabalhar, temos mais pessoas a contribuir e mais pessoas a pagar os seus imposto.

Fernando Medina

Ministro das Finanças

“Repare que este valor da carga fiscal é atingido num ano em que se baixaram as taxas de imposto e que sucede a vários anos de descida das taxas de imposto. Isto é, sucede a várias anos de desgravamento e não agravamento fiscal”, acrescentou Fernando Medina, sublinhando que esse esforço vai continuar nos anos seguintes. O Governo prevê reduzir a receita de IRS num montante acumulado de dois milhões até 2027.

Carga fiscal nos 37% até 2026

O facto é que nos anos seguintes o peso dos impostos e contribuições sociais no PIB pouco irá variar: 37,1% em 2024, 37% em 2025 e 2026 e 36,8% em 2027. Uma previsão bem diferente do Programa de Estabilidade apresentado no ano passado.

No documento entregue a Bruxelas no final de março de 2022, o Governo prometia uma redução progressiva com o peso a andar na casa dos 34%. Depois da carga fiscal ter subido para 35,8% em 2021, apontava para uma descida paulatina a partir de 2022 até chegar aos 34% em 2026, bem abaixo dos 36,4% registados no primeiro ano em que António Costa foi primeiro-ministro.

Desde que assumiu a liderança do Governo, só em 2019 é que o peso das receitas fiscais e das contribuições sociais desceu de acordo com a série publicada pelo INE, que neste caso não inclui as contribuições sociais imputadas (ver gráfico).

Caso se confirme a projeção atualizada esta semana no Programa de Estabilidade 2023 – 2027, o PS chegará ao final da legislatura com uma carga fiscal ligeiramente acima daquela que recebeu quando chegou ao poder.

(Notícia corrida às 12h35. O indicador da carga fiscal usado no Programa de Estabilidade prevê uma descida e não uma subida do peso dos impostos e contribuições sociais em 2023, ao contrário do que era referido)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ONU expressa aos EUA “preocupação” com espionagem a Guterres

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

"Tais ações são inconsistentes com as obrigações dos EUA enumeradas na carta da ONU e na Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas", segundo o porta-voz de Guterres.

A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou oficialmente aos Estados Unidos da América (EUA) “preocupação” com a espionagem de que o secretário-geral, António Guterres, foi alvo, assim como “interferências” do Governo norte-americano, informaram esta terça-feira fontes oficiais.

A ONU expressou oficialmente ao país anfitrião (EUA) a sua preocupação em relação a informações recentes de que as comunicações do secretário-geral e de outros altos funcionários da ONU foram objeto de vigilância e interferência por parte do Governo dos EUA”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.

A ONU deixou claro “que tais ações são inconsistentes com as obrigações dos EUA enumeradas na carta da ONU e na Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas”, acrescentou Dujarric.

Em causa está a divulgação de documentos secretos norte-americanos sobre a Ucrânia que indicam que Washington tem monitorizado o secretário-geral da ONU.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.