FMI aconselha Portugal e outros países a estarem “vigilantes” sobre crise na habitação

  • Lusa
  • 28 Abril 2023

O diretor do FMI para a Europa defende ser necessário acautelar "os riscos para a estabilidade financeira" e considera que "não se trata apenas de um problema do lado da procura".

O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Europa, Alfred Kammer, aconselha as autoridades de países europeus com problemas de habitação, como é o caso de Portugal, a estarem “vigilantes” sobre os riscos para a estabilidade financeira, propondo soluções no lado da oferta.

“Os preços das casas aumentaram bastante em vários países ao longo da última década e isso aconteceu em função das baixas taxas de juro durante um período relativamente longo e, depois, em vários países, tivemos outro impulso durante a pandemia porque as pessoas passaram para o teletrabalho”, contextualizou Alfred Kammer, em entrevista a agências de notícias europeias, incluindo a Lusa, em Estocolmo.

Confrontado pela Lusa com os atuais problemas de habitação verificados em Portugal, o responsável apontou ser necessário acautelar “os riscos para a estabilidade financeira”. “Os supervisores têm de ser vigilantes e realizar testes de ‘stress’”, sugeriu Alfred Kammer.

Ainda assim, o diretor do FMI para a Europa salvaguardou que “não se trata apenas de um problema do lado da procura“. “Tem havido na Europa, em muitos países, um problema do lado da oferta e isso tem de ser abordado, independentemente do que estamos a ver na frente dos preços da casa”, defendeu.

Segundo Alfred Kammer, este cenário no mercado habitacional “tem sido muito mau para o crescimento porque quando se olha para os jovens, eles não podem se mudar para os centros urbanos porque é muito caro”. “Essa é uma questão mais vasta fora das atuais correções a que estamos a assistir, que muitos governos europeus têm efetivamente de tratar.”

Os preços das casas aumentaram bastante em vários países ao longo da última década e isso aconteceu em função das baixas taxas de juro durante um período relativamente longo e, depois, em vários países, tivemos outro impulso durante a pandemia porque as pessoas passaram para o teletrabalho.

Alfred Kammer

Diretor do FMI para a Europa

O diretor do FMI para a Europa defendeu ainda que o stress bancário global “não terminou”, dado que as taxas de juro continuam a subir. “Não [terminou], porque o ciclo de subida das taxas [de juro] em muitos países ainda não terminou. O que se vê também é um aumento da margem financeira de juros, [pelo que] os bancos estão a beneficiar do facto de podermos aumentar as taxas de juro dos empréstimos, mas as taxas dos depósitos não se moveram tão rapidamente”, argumentou.

Ainda assim, perante o recente colapso do banco norte-americano Silicon Valley Bank e a crise do Credit Suisse, Alfred Kammer salientou que o ponto de partida para os bancos da moeda única “é diferente do que se viu em 2008”, altura da crise financeira, havendo agora um “um sistema bancário sólido na Europa”. “Está bem capitalizado, é altamente líquido, bem regulado e bem supervisionado e, portanto, a nossa avaliação é que este sistema bancário deve ser capaz de lidar com o ‘stress’”, estimou o responsável.

Contudo, segundo Alfred Kammer, “é necessário fazer mais”, já que “quando se olha para a questão do Silicon Valley Bank ou para o Credit Suisse, o que significa é que os supervisores precisam intensificar a sua ação e realizar testes de esforço e identificar vulnerabilidades”.

Novas regras para “consolidação” de países endividados da UE são uma “boa proposta”

Já sobre a revisão das regras orçamentais da União Europeia (UE), o diretor do FMI para a Europa disse considerar ser uma “boa proposta”, permitindo a “consolidação orçamental” de países endividados como Portugal. Além disso, recordou que a proposta tem “muitos dos elementos” que o FMI tem vindo a propor.

Esta quarta-feira, a Comissão Europeia propôs regras orçamentais “baseadas no risco” aquando da sua retoma em 2024, sugerindo uma “trajetória técnica” para países endividados da UE, como Portugal, dando-lhes mais tempo para reduzir o défice e a dívida.

Na proposta está prevista uma maior diferenciação entre os países da UE, pelo que os Estados-membros com défice superior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) ou com uma dívida pública superior a 60% do PIB terão essa “trajetória técnica” negociada com Bruxelas com base em planos nacionais.

“É baseada no risco, é focada em cada país, […] contém planos de consolidação e a médio prazo” e prevê ainda uma “trajetória para a despesa”, tornando-se “mais fácil de entender face às regras anteriormente existentes”, elencou.

Para o diretor do FMI para a Europa, “o que poderia ser feito, mas não para agora, seria estabelecer conselho orçamental europeu, que poderia olhar para a metodologia, por exemplo, fora da Comissão“, podendo ainda ser criada “capacidade orçamental central”.

Além disso, para Alfred Kammer, a UE deveria apostar em salvaguardar “capacidade orçamental” para investimentos climáticos, como através de um fundo ambiental com “vantagens claras para ser usado para projetos transfronteiriços”.

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Portugal foi o país da UE que mais cresceu no primeiro trimestre

Quando ainda só são conhecidos dados de 12 economias europeias, em comparação com o trimestre anterior, Portugal foi o país mais cresceu com uma evolução do PIB de 1,6%. Em termos homólogos foi o 3.º.

Portugal foi o país que mais cresceu na União Europeia no primeiro trimestre de 2023, de acordo com os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira. No entanto, ainda só existem dados para 12 economias. Irlanda e Áustria sofreram uma contração do PIB. Já se a comparação for feita em termos de crescimento homólogo, Portugal desce para terceiro lugar.

A economia portuguesa cresceu 1,6% nos três primeiros meses do ano face ao trimestre anterior, de acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta sexta-feira.

A estimativa rápida do PIB revela que no primeiro trimestre, a Zona Euro cresceu 0,1% e a União Europeia 0,3% em cadeia, ou seja, face aos três meses anteriores. Este desempenho traduz-se num crescimento depois da queda de 0,1% tanto na área do euro como na UE.

A economia europeia apresenta assim um crescimento marginal e inferior às estimativas dos analistas, que apontavam para uma progressão de 0,2%, de acordo com uma pool da Reuters. Por outro lado, é igualmente preocupante o facto de a Alemanha, a maior economia europeia, não ter crescido depois de uma contração de 0,5% no final de 2022, embora seja positivo o facto de ter conseguido escapar a uma recessão. Já França e Itália, cresceram 0,2% e 0,5%, respetivamente, depois de uma estagnação e de uma contração nos últimos três meses do ano.

Também Espanha, o principal destino das exportações nacionais, registou um crescimento de 0,5% face ao trimestre anterior, no qual tinha crescido 0,4%.

O Eurostat avança ainda que tanto a zona euro como a UE a 27 cresceram 1,3% em termos homólogos, um abrandamento face ao trimestre anterior. Aliás, na comparação face ao mesmo período do ano anterior estão ambas numa rota de abrandamento, pelo menos, desde o segundo trimestre do ano passado. Mas estes valores podem ser sujeitos a revisão tendo em conta que mais de metade dos países ainda não divulgaram as suas contas.

A escalada da inflação, devido à subida dos preços da energia e dos alimentos, na sequência da guerra na Ucrânia, tem pesado na confiança e levado a uma subida das taxas de juro, o que retira estímulo às economias euro. Ainda assim os economistas consideram que a economia tem revelado alguma resiliência inesperada, segundo os analistas, à semelhança do que aconteceu na pandemia de Covid-19 quando o crescimento superou as expectativas, com as empresas a ajustarem-se mais depressa às circunstâncias do que os governos antecipavam.

Mas ainda que os Estados-membros tenham tido um desempenho melhor do que receavam, o crescimento em 2023 será um dos mais fracos de sempre devido à queda do rendimento real das famílias e à subida das taxas de juro. A Comissão Europeia, nas últimas previsões, apontava para um crescimento de 0,9% na zona euro este ano e 1,5% no próximo.

(Notícia atualizada às 10h53 com mais informação)

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Economia espanhola cresceu 0,5% no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 28 Abril 2023

A economia espanhola cresceu 0,5% no primeiro trimestre do ano, comparando com o anterior. Já os preços subiram 4,1% em abril.

A economia espanhola cresceu 0,5% no primeiro trimestre do ano, comparando com o anterior, segundo uma estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha divulgada esta sexta-feira.

Este crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha entre janeiro e março é quase igual ao do trimestre anterior (0,4%). Já comparando com os mesmos meses de 2022, o PIB de Espanha cresceu 3,8% entre janeiro e março.

O INE diz que para este comportamento do PIB no primeiro trimestre contribuiu o incremento do investimento privado e das exportações, que permitiram o crescimento da economia apesar da diminuição do consumo.

A procura interna (consumo e investimento) retirou 0,8 pontos ao PIB no primeiro trimestre, mas a procura externa (exportações e importações) contribuíram positivamente com 1,3 pontos, segundo o INE.

A economia espanhola cresceu 5,5% no ano passado, um aumento igual ao de 2021 e, nos dois casos, o maior desde 1973.

Segundo o INE, o valor do PIB de Espanha no conjunto do ano passado, foi 1.327.108 milhões de euros a preços correntes, mais 10% do que em 2021, mas ainda abaixo do valor pré-pandemia.

O Banco de Espanha estimou, no final de março, que o PIB espanhol recupere o nível anterior à pandemia de covid-19 no segundo semestre deste ano.

O banco central de Espanha previu que a economia espanhola cresça 1,6% em 2023, mais 0,3 pontos percentuais do que na estimativa anterior, uma revisão em alta que justificou com a melhoria das perspetivas à escala global (após a abertura da economia chinesa com o levantamento das restrições associadas à pandemia), o desempenho do mercado de trabalho e a recuperação do turismo.

Inflação estimada sobe para 4,1% em abril

Os preços em Espanha subiram 4,1% em abril, que, a confirmar-se, revela um aumento em oito décimas da inflação, que tinha sido 3,3% em março.

Este aumento da taxa da inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) em Espanha deve-se, principalmente, à subida dos carburantes que, em abril de 2022 tinham descido.

A inflação subiu em abril, apesar de ter havido uma moderação no aumento dos preços dos alimentos, comparando com o mesmo mês do ano passado, diz o INE.

A estimativa para a inflação subjacente (que exclui a energia e os alimentos frescos, não elaborados) este mês é, por isso, de 6,6%, menos nove décimas do que em março.

Espanha fechou o ano passado com a taxa de inflação mais baixa da União Europeia (5,7%), depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos e de uma inflação subjacente não era tão elevada em Espanha desde a década de 1980, segundo o INE espanhol.

Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor em janeiro um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA (imposto sobre o consumo) de alguns alimentos e produtos considerados básicos.

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Porto lança Ciclo de Conversas para inspirar e acelerar neutralidade carbónica até 2030

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  • 28 Abril 2023

No âmbito do Pacto do Porto para o Clima, a cidade vai debater com parceiros, empresas e sociedade civil boas práticas e estratégias para atingir a descarbonização e garantir melhor qualidade de vida.

Arranca já no próximo dia 4 de maio, quinta-feira, o Ciclo de Conversas que pretende inspirar e dinamizar a implementação de projetos, alguns deles disruptivos, que permitirão ao Porto alcançar a neutralidade carbónica já em 2030. As sessões acontecerão em dez semanas distintas, entre 4 de maio e 20 de julho, e irão debruçar-se sobre os temas mais prementes no âmbito do Pacto do Porto para o Clima. O arranque deste ciclo de conversas conta ainda com uma sessão de abertura, a decorrer também no dia 4, na qual Filipe Araújo, Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto, irá contextualizar as grandes prioridades deste desígnio comum. As sessões são gratuitas e a sua presença é importante. Para assistir à primeira sessão registe-se aqui.

"Vamos abordar temáticas fundamentais, desde a transição energética à mobilidade sustentável, passando pela descarbonização da construção e formas de financiamento. Mas trataremos também de soluções mais inovadoras e de vanguarda, como o sequestro de carbono, a circularidade do sistema alimentar ou as soluções de base natural. Envolvendo sempre parceiros e a sociedade civil num objetivo comum a todos.”

Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto

“Energia descentralizada e limpa” é o tema do primeiro debate. O Porto Innovation Hub é o palco escolhido para o Ciclo de Conversas, incluindo a sessão de abertura e a primeira sessão, que decorrem já no dia 4 de maio. Neste dia, a discussão centrar-se-á na Energia, nomeadamente na forma como a produção de energia limpa e descentralizada contribui significativamente para a descarbonização das cidades, proporcionando inegáveis benefícios ambientais. Serão ainda abordados os impactos positivos associados, nomeadamente as vantagens económicas e sociais, já que a mudança contribui diretamente para a diminuição da pobreza energética e promove uma transição energética integrada e justa no território.

Saliente-se que, entre as várias fontes alternativas de energia, Portugal possui condições ímpares para uma aposta cada vez maior na energia solar, dado ser um dos países europeus com maior exposição solar. Este é um ponto de partida extraordinário que pode impulsionar a concretização dos ambiciosos objetivos climáticos a nível local, nacional e europeu.

Na primeira sessão, serão abordados alguns dos temas mais relevantes nesta área, como a importância da criação de Comunidades de Energia Renovável, a produção energética para autoconsumo, os modelos de negócio associados à geração de energia descentralizada e renovável, e as ambições de vários parceiros do Pacto do Porto para o Clima nesta matéria. O painel de oradores é constituído por Jorge Sousa, diretor do Serviço de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Universitário de São João; João Peças Lopes, professor catedrático da FEUP, e Carlos Sampaio, CEO da Elergone Energia. A moderação cabe a Rui Pimenta, administrador da Agência de Energia do Porto.

Registe-se aqui.

"A apresentação, divulgação e partilha de boas práticas é uma forma de inspirar outras organizações e cidadãos, com vista a acelerar a necessária e urgente transição climática, um dos temas que mais preocupa uma grande maioria de cidadãos.”

Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto

Programação Ciclo de Conversas

Sessão #1 | 04 de maio: Energia descentralizada e limpa

Sessão #2 | 11 de maio: Mobilidade sustentável

Sessão #3 | 18 de maio: Descarbonização da construção

Sessão #4 | 01 de junho: A circularidade do sistema alimentar

Sessão #5 | 15 de junho: O envolvimento da comunidade

Sessão #6 | 22 de junho: O sequestro de carbono

Sessão #7 | 29 de junho: Os desafios de uma transição justa

Sessão #8 | 06 de julho: A importância dos dados

Sessão #9 | 13 de julho: Financiamento

Sessão #10 | 20 de julho: Soluções de base natural

 

O Pacto do Porto para o Clima é uma iniciativa liderada pelo Município do Porto que pretende despertar a ação dos cidadãos e organizações e criar uma verdadeira comunidade de aprendizagem, partilha de experiências e conhecimento, e apoio mútuo para este desígnio. Esta iniciativa conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República. A iniciativa tem mobilizado atores de diversos quadrantes e congrega já mais de 200 subscritores de enorme prestígio, de áreas tão diversas como a academia, justiça, educação, telecomunicações, construção, indústria, ONGs, 3o setor, desporto, ciência, saúde, cultura, abrangendo algumas das mais reputadas instituições e organizações empresariais da cidade e da região.

Saiba mais aqui.

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Politécnico da Guarda quer turismo mais inclusivo e acessível no interior do país

Para tornar o turismo mais inclusivo e acessível no interior do país, o Politécnico da Guarda apresenta uma cadeira de rodas todo-o-terreno e um andarilho inteligente com sensores.

Uma cadeira de rodas todo-o-terreno, um andarilho inteligente com sensores e um menu digital para invisuais são alguns dos projetos apresentados esta sexta-feira na feira de turismo TechTur, na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O objetivo é tornar o turismo mais inclusivo e acessível, facilitado a mobilidade e autonomia das pessoas com deficiência.

“A feira tem dois grandes objetivos: dar a conhecer os projetos de investigação desenvolvidos na área do turismo inclusivo e auscultar as necessidades das empresas turísticas da região”, começa por sublinhar Teresa Paiva, docente e responsável pelo InovC+ no Politécnico da Guarda.

Bicicleta com cadeira de passageiro para adulto

Entre os projetos a apresentar está o sistema Menu4All, criado por investigadores do IPG. Esta aplicação permite a pessoas invisuais aceder, de forma autónoma, à ementa de um restaurante e fazer o pedido. Já os equipamentos de mobilidade — a cadeira de rodas todo-o-terreno e o andarilho inteligente com sensores — foram criados no âmbito do projeto Fronteira que visa desenvolver o turismo acessível e inclusivo nas zonas de fronteira entre Portugal e Espanha.

Estes projetos visam, assim, otimizar “as experiências turísticas de pessoas com deficiência” nas regiões do interior do país, de modo a “facilitar a sua mobilidade nas zonas montanhosas e aumentar a sua autonomia nos restaurantes”, avança o politécnico num comunicado enviado às redações.

A feira tem dois grandes objetivos: dar a conhecer os projetos de investigação que se têm desenvolvido na área do turismo inclusivo e auscultar as necessidades das empresas turísticas da região.

Teresa Paiva

Docente e responsável pelo InovC+ no Politécnico da Guarda

Dinamizada pela equipa do projeto InovC+ do IPG, a TechTur – Mostra de Inovação e Sustentabilidade em Turismo vai reunir centros de investigação, instituições de ensino superior e empresas da região Centro.

Segundo o presidente do IPG, Joaquim Brigas, “a TechTur é mais uma aproximação da instituição às empresas da região para transferir conhecimento e, através de um trabalho conjunto, dar continuidade ao desenvolvimento de soluções para melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

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Águeda está entre os municípios com mais empresas Gazela

Mais de 100 empresas da região Centro receberam o Prémio Gazela 2022, sendo Águeda a localidade com mais empresas Gazela.

“Somos dos municípios que mais empresas Gazela tem e esta é uma homenagem a Águeda e aos nossos empresários”, começou por afirmar o autarca Jorge Almeida a propósito da cerimónia de entrega do Prémio Gazela 2022 a um total de 104 empresas da região Centro.

Numa iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), foram premiadas 104 empresas da região Centro que representam mais de 4.500 postos de trabalho. Assim como um volume de faturação de mais de mil milhões de euros e um volume de exportação de quase 900 milhões de euros, avança a autarquia de Águeda.

Somos dos municípios que mais empresas Gazela tem.

Jorge Almeida

Presidente da Câmara Municipal de Águeda

Segundo o município, estão sediadas em Águeda quatro empresas que conquistaram o Prémio Gazela 2022, uma distinção que premeia as empresas jovens e com elevados ritmos de crescimento. “O que demonstra a força do nosso tecido empresarial”, sublinhou o autarca Jorge Almeida, destacando as 750 fábricas de Águeda com um volume de faturação de cerca de dois mil milhões de euros anuais.

Entre as empresas de Águeda galardoadas estão Profincom PVC — fornecimento e aplicação de caixilharias em PVC e alumínio –, RCN – Innovation in Aluminium Systems, Lda, Triangle ́s – Cycling Equipments, e YoungSource – Electronics, Lda.

“São números significativos que revelam a importância que as vossas empresas têm para a região e para o país”, sustentou, por sua vez, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Também a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, destacou o papel decisivo destas empresas “para a criação de riqueza e postos de trabalho, assim como para as exportações e o contributo para o desenvolvimento da região”.

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Gestão de ativos com novas regras no final do próximo mês

Reforma prevista no PRR, o novo Regime de Gestão de Ativos visa fomentar a competitividade e o desenvolvimento do mercado. Novas regras entram em vigor a 29 de maio.

O novo Regime da Gestão de Ativos, que vai simplificar a regulação do setor e uniformizar as regras nacionais com a lei europeia, entra em vigor no dia 29 de maio, de acordo com o decreto-lei publicado em Diário da República.

Entre outros objetivos, as novas regras visam fomentar a competitividade e o desenvolvimento do mercado, designadamente através da “promoção de um ambiente empresarial mais favorável que proporcione incentivos ao investimento, à capitalização das empresas e à consolidação setorial” e da “promoção da competitividade da atividade e a disponibilização de maior oferta de fontes de financiamento à economia”, de acordo com diploma.

É uma das reformas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Com o novo regime, há lugar a uma simplificação do catálogo das tipologias de sociedades gestoras, passando a existir duas tipologias: sociedades gestoras de organismos de investimento coletivo e sociedades de capital de risco.

Estas sociedades podem ser de pequena ou de grande dimensão. As sociedades gestoras de pequena dimensão ficam sujeitas a um procedimento simplificado de autorização, com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a dispor de 30 dias para dar luz verde ao início de atividade.

Em relação às sociedades gestoras de grande dimensão e de Organismos de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários, é reduzido o prazo para a decisão de autorização da CMVM, sendo estabelecido um prazo de decisão de 90 dias, prorrogável por 30 dias.

Além da redução dos prazos de decisão por parte do regulador, também há uma simplificação ao nível da redução dos elementos instrutórios dos pedidos de autorização, passando a ficar em linha com as regras europeias.

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Economia surpreende com crescimento em cadeia de 1,6% no primeiro trimestre

Contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB manteve-se positivo, mas inferior ao observado no trimestre precedente, em resultado da desaceleração do consumo privado e investimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,6% nos três primeiros meses do ano face ao último trimestre de 2022.na comparação homóloga, a economia portuguesa cresceu 2,5%, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. As exportações explicam o bom desempenho.

“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB manteve-se positivo no primeiro trimestre, mas inferior ao observado no trimestre precedente, em resultado da desaceleração do consumo privado e da redução do investimento, determinada por um contributo negativo da variação de existências, verificando-se uma aceleração das exportações de bens e serviços e um abrandamento das importações de bens e serviços. Em consequência, o contributo positivo da procura externa líquida foi superior ao do trimestre anterior”, avança o INE.

Fonte: INE

O ministro das Finanças tinha antecipado uma progressão económica em cadeia de 0,6%. Já as estimativas dos economistas oscilavam entre 1,2% e 0,2%, tal como o ECO antecipou esta sexta-feira. No quarto trimestre de 2022, a economia cresceu 0,3% face ao trimestre anterior e 3,2% em termos homólogos, o que colocou a evolução do PIB em 6,7%, ou seja, menos uma décima face às estimativas do Executivo.

A estimativa rápida do INE revela assim um desempenho da economia superior às estimativas mais positivas e são as exportações as responsáveis por esta surpresa. “Comparando com o quarto trimestre de 2022, o PIB aumentou 1,6% em volume (crescimento em cadeia de 0,3% no trimestre anterior), refletindo o contributo positivo expressivo da procura externa líquida (que tinha sido negativo no quarto trimestre), em larga medida resultante do dinamismo das exportações, enquanto o contributo da procura interna passou a negativo”, precisa o INE, na estimativa rápida que ainda poderá ser alvo de alguma revisão ao incorporar mais dados económicos. Este cálculo do PIB é feito com base nos dados disponíveis 30 dias depois de terminar o primeiro trimestre.

Como no primeiro trimestre se registou “um abrandamento significativo do deflator das importações em termos homólogos, mais intenso que o do deflator das exportações”, houve “ganhos dos termos de troca, o que não acontecia desde o primeiro trimestre de 2021“, acrescenta ainda o INE.

Os economistas já apontavam para o bom desempenho das exportações nos três primeiros meses do ano, já que beneficiaram da redução dos preços das matérias-primas e da melhoria da procura externa, “num quadro de dissipação dos receios de uma crise energética nas principais economias da área do euro, que condicionaram o desempenho da atividade exportadora nos últimos meses de 2022”, como escreveu a economista Márcia Rodrigues, da área de estudos económicos do Millennium bcp, na sua nota de conjuntura. Já “a manutenção de níveis de crescimento robustos do turismo deverá ter contribuído para suportar o bom desempenho das exportações de serviços”, acrescentou.

Também António Ascensão Costa, na síntese de conjuntura do ISEG de abril, antecipava o contributo mais positivo da procura externa líquida, “em particular devido à recuperação da procura turística externa e ao maior crescimento das exportações face às importações”, mas também devido a “um efeito base parcial”. Ascensão Costa, que colocava a hipótese de o PIB crescer em cadeia 1,4% (no extremo superior do intervalo) sublinhava que caso a estimativa se viesse a concretizar, então, Portugal poderá crescer entre 1,5% e 2% este ano.

O ministro da Economia, em declarações à RTP3 defendeu que um crescimento homólogo de 2,5% no primeiro trimestre permitirá que a economia nacional tenha um desempenho idêntico ao do ano passado. “Sou das pessoas que acredita que a performance deste ano será semelhante à do ano passado ou muito próxima”, disse António Costa Silva. Em 2022 Portugal cresceu 6,7%.

(Notícia atualizada às 12h52 com reação do ministro da Economia)

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Walk Talks. Aprendemos mais com o falhanço do que com o sucesso

  • Trabalho
  • 28 Abril 2023

Uma conversa, enquanto se caminha, que se repete todas as semanas aqui na Pessoas. Bem vindos à Walk Talks.

Falhar faz parte da condição humana. Todos falhamos. Mas lidar com a falha pode não ser assim tão simples. Na caminhada desta semana, os mentores e partners da Walking Mentorship, João Perre Viana e Nuno Santos Fernandes, falam-nos sobre a importância e a pertinência de falhar, e sobre como lidar melhor com o falhanço.

“Não creio que tenha aprendido muito com os sucessos da minha vida. No entanto, quando nós falhamos, temos o espaço para refletir e para pensar em como podemos fazer melhor. Nessa ótica, vejo a falha como, não só parte integrante, mas parte fundamental no nosso desenvolvimento”, afirma João Perre Viana.

Aprender a perdoar-se a si próprio depois de falhar, tentar que os outros (se implicados) também o perdoem e trabalhar para não repetir essa mesma falha são passos fundamentais para lidar melhor com o falhanço, referem os mentores.

A sugestão desta semana é o filme “The Pursuit of Happyness”.

http://videos.sapo.pt/8HQK5OyyD20fvjuwZVsQ

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Preços reais das casas em Portugal duplicaram desde 2015

  • Lusa
  • 28 Abril 2023

Os preços das casas em Portugal duplicaram desde 2015, alerta o FMI, que assinala que a diferença entre estes e as rendas acentuou-se desde a pandemia, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.

Os preços das casas em Portugal duplicaram desde 2015, alerta o FMI, que assinala que a diferença entre estes e as rendas acentuou-se desde a pandemia, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.

Num relatório regional sobre a Europa, o Fundo Monetário Internacional (FMI) dá nota de que os mercados imobiliários revelam crescentes sinais de sobrevalorização em toda a região, apontando cinco países como exemplo deste cenário.

“Os preços reais das casas duplicaram desde 2015 na República Checa, na Hungria, na Islândia, no Luxemburgo, na Holanda e em Portugal“, pode ler-se no relatório.

Os técnicos do FMI sublinham que “desde a pandemia, a divergência entre os preços das casas e os rendimentos, e entre os preços das casas e as rendas, aumentou ainda mais”.

Segundo as contas da instituição de Bretton Woods, os rácios preço das casas/rendimentos situam-se atualmente em mais de 30% acima das tendências de longo prazo, enquanto os rácios preço das casas/rendas “também excedem em muito as normas históricas, incluindo em economias do Norte da Europa ou de países europeus emergentes.

O FMI indica, neste sentido, que os modelos empíricos apontam para uma supervalorização de 15-20% na maioria dos países europeus, mas com as rendas ao banco ainda a aumentar e os rendimentos reais a serem prejudicados pela inflação, “os preços das casas caíram recentemente em muitos mercados”.

Na mesma análise, assinala ainda que o aumento do custo de vida e as prestações ao banco das casas estão a “esticar” o equilíbrio familiar, que se pode deteriorar ainda mais caso existem mais choques adversos.

Em cenários adversos com maiores custos de vida e prestações mais altas, cerca de 45% das famílias – e mais de 80% de baixos rendimentos — poderia enfrentar maiores dificuldades económicas.

Ainda assim, o FMI acredita que “os impactos nos balanços dos bancos devem ser geralmente contidos“, mas considera que esta “fotografia fica mais sombria sob uma combinação de choques, incluindo uma grande correção nos preços das casas”.

“Sob o padrão de referência (Common Equity Tier 1), a diminuição de capital do aumento do incumprimento da dívida das famílias não ultrapassaria 100 pontos-base na maioria dos países, mas uma desaceleração de 20% no mercado imobiliário aumentaria as perdas para um intervalo entre 100 a 300 pontos base, com os países do Sul e Leste da Europa a serem os mais severamente afetados”, acrescenta.

Neste cenário, tais perdas podem levar a padrões de crédito mais rígidos, aumentando as hipóteses e ciclos adversos entre os balanços dos bancos, os preços de imóveis (e outros ativos) e economia real.

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A minha família tem rendimentos muito baixos. Posso pedir isenção do IMI?

  • ECO
  • 28 Abril 2023

O ECO escolheu algumas dicas do Guia Fiscal da Deco Proteste para ajudar os contribuintes na altura da entrega do IRS, que serão partilhadas diariamente.

A campanha do IRS já arrancou no primeiro dia do mês, mas há quem tenha ainda dúvidas sobre a entrega desta declaração. Alguns têm o trabalho facilitado, estando abrangidos pelo IRS automático mas, mesmo assim, certos aspetos poderão ainda estar por esclarecer. A resposta às perguntas mais frequentes dos contribuintes pode ser encontrada no Guia Fiscal 2023, da Deco Proteste.

Há vários contribuintes com acesso ao IRS automático, e os mais novos podem optar pelo IRS Jovem. Entre as novidades deste ano, onde já se pode sentir o efeito das novas tabelas de retenção na dimensão do reembolso, encontra-se o desdobramento de escalões de IRS, de sete para nove.

O ECO selecionou algumas dicas disponibilizadas pela Deco Proteste para ajudar a esclarecer todas as dúvidas, que serão partilhadas diariamente.

A minha família tem rendimentos muito baixos. Posso pedir isenção do IMI?

As famílias com rendimento anual bruto até 15.295 euros e com imóveis de valor tributário até 66.500 euros não têm de pagar IMI. Não é necessário apresentar qualquer requerimento, pois a isenção é automática. Enquanto o rendimento do agregado e o valor total dos imóveis se mantiverem abaixo desses limites, a isenção é renovada de forma automática todos os anos. Se, porventura, detetar que tal não acontece, reclame num serviço de Finanças.

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Quem são os novos donos da Altice Arena?

Controlando atualmente cerca de 70% do mercado de bilheteira e de eventos ao vivo, o grupo tem sido investigado por questões de concorrência e eventual abuso de monopólio.

A Live Nation Entertainment, uma promotora de espetáculos norte-americana, vai adquirir uma participação maioritária da Altice Arena, conforme o Eco noticiou esta quinta-feira, ao comprar uma posição de controlo na Ritmos & Blues e na Arena Atlântico (dona da Altice Arena). Mas o que é afinal a Live Nation Entertainment, a nova dona da Altice Arena?

No aviso publicado na imprensa, a propósito da compra, lia-se que a Live Nation Entertainment se encontra “ativa em vários níveis da cadeia de valor dos eventos ao vivo”, sendo que, em Portugal, está “ativa na promoção do festival Rock in Rio Lisboa”. Na verdade, detém 60% do Rock in Rio desde 2019.

A promotora apresenta-se como a empresa “líder” a nível mundial no que diz respeito ao ramo dos espetáculos de entretenimento ao vivo, referindo que tem o “privilégio” de trabalhar com artistas para trazer a sua criatividade aos palcos de todo o mundo.

“Sejam duas horas numa discoteca cheia ou um fim de semana inteiro de espetáculos num festival, um espetáculo ao vivo faz mais do que entreter. Ele pode elevar, inspirar e criar uma memória que dura uma vida inteira”, lê-se no site da empresa.

Segundo o seu site, a Live Nation Entertainment dá vida a 40 mil espetáculos, mais de cem festivais e vende 500 milhões de bilhetes anualmente. Conta com cerca de 44 mil funcionários. “Mas só porque somos grandes, isso não significa que fazemos as coisas da mesma forma que outras empresas do nosso tamanho”, refere.

Esta “grandeza” começou a ser desenhada em 1993 por Robert F. X. Sillerman, enquanto SFX Entertainment, refere o The New York Times, tendo, ao longo dos anos 90, gasto mais de dois mil milhões de dólares em aquisições de promotoras, criando a primeira empresa verdadeiramente forte a nível nacional no setor.

No ano 2000 a cadeia de rádio Clear Channel Communications comprou a SFX por 4,4 mil milhões de dólares e, cinco anos mais tarde, uma separação entre empresas deu origem à Live Nation.

O grande salto aconteceu em 2010, quando a Live Nation – enquanto promotora de eventos – se uniu com a Ticketmaster, líder mundial no negócio de bilheteira. Atualmente, estima-se que a Live Nation Entertainment – o resultado desta fusão – controle cerca de 70% do mercado de bilheteira e de eventos ao vivo, avança a CNBC, referindo que o grupo tem sido investigado por eventuais questões de concorrência e abusos de monopólio.

Um dos casos mais recentes foi motivado pela tour de Taylor Swift, que era marcada pelo regresso da cantora aos palcos, tendo milhões de fãs ficado impossibilitados de comprar bilhete ou terem mesmo ficado sem o ingresso depois de já o terem adquirido. O motivo? Uma quebra no site da Live Nation Entertainment.

A venda de bilhetes acabou por entretanto ser cancelada, o que, segundo a CNN, levou a uma chuva de críticas e a um novo processo movido pelo Comité Judiciário do Senado norte-americano intitulado “That’s The Ticket: Promoting Competition and Protecting Consumers in Live Entertainment”, que visou examinar a falta de competitividade na indústria bilhética.

No entanto, o crescimento da empresa não foi abalado. Aliás, este tem sido recorrente ao longo dos anos, tendo o grupo adquirido a Voodoo Music + Arts Experience (2013), a Union Events e a Big Concerts International (2016), entre outras, refere o Público.

Na sua mais recente aquisição, estão em causa, então, as empresas Ritmos & Blues e a Arena Atlântico, esta última dona da Altice Arena (a maior sala de espetáculos do país), incluindo também as respetivas subsidiárias, como a participação minoritária na BlueTicket.

Em 2022, o grupo afirma ter “ligado” 670 milhões de fãs através de 43600 eventos, com 7,800 artistas, em 48 países. Mas a empresa também alargou o seu campo de ação à gestão de artistas, tendo agenciado 410 artistas no ano passado, através de 90 profissionais.

Em termos financeiros, e no cômputo geral, no último ano, a Live Nation Entertainment, viu a sua receita crescer 44% face a 2019, para 16,7 mil milhões de dólares (cerca de 15,17 mil milhões de euros), segundo os dados por si divulgados.

A empresa investiu também mais 45% em artistas, em relação em 2019, num total de 9,6 mil milhões de dólares. O valor bruto com a emissão de bilhetes também subiu bastante (54%), para 27,5 mil milhões de dólares, bem como a receita com patrocínios (65%) que alcançou perto de mil milhões de dólares no último ano.

A meio da tarde desta quinta-feira as ações da empresa estavam cotadas num valor muito próximo dos 66 dólares (59,91 euros).

Gráfico com evolução do valor das ações da Live Nation Entertainmen no último ano. Fonte: https://investors.livenationentertainment.com/

Em termos de festivais, a empresa organiza vários a nível mundial, como o Barcelona Beach Festival (Espanha) os festivais Leeds, Reading e Download (Reino Unido), Lollapalooza (em sete países diferentes), entre muitos outros.

A Live Nation Entertainment está presente em várias regiões e países a nível global, desde Espanha à Tailândia, Coreia do Sul, Filipinas, Polónia, Nova Zelândia, Japão, Finlândia, África do Sul, Estados Unidos da América e Canadá, Singapura, Reino Unido, Hong Kong ou América Latina, mercado onde se está atualmente a tentar expandir, nomeadamente para o Brasil e Peru, segundo o MarketScreener.

Michael Rapino é o atual presidente, diretor e CEO da Live Nation Entertainment, posições que ocupa desde 2005. Joe Berchtold é presidente e diretor financeiro.

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