Portugal com balança comercial negativa e a agravar-se face à Coreia do Sul
O défice da balança comercial nacional face à Coreia do Sul agravou-se nos últimos anos, apesar de um crescimento das exportações nacionais.
O défice da balança comercial nacional face à Coreia do Sul tem vindo a agravar-se nos últimos anos, apesar de se registar um crescimento das exportações nacionais, que é superado em valor pelas importações, designadamente de automóveis e smartphones. Este é o quadro das relações económicas bilaterais que terá em conta o primeiro-ministro, António Costa, quando chegar a Seul, na terça-feira, para uma visita oficial de dois dias à Coreia do Sul.
Em relação à balança comercial entre os dois países, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao período entre 2018 e a 2022, verifica-se que é tradicionalmente negativa para Portugal, com a taxa de cobertura das exportações nacionais a variar entre os 24 e os 21%.
As exportações nacionais foram na ordem dos 118,9 milhões de euros em 2018 e atingiram os 192, 8 em 2022, enquanto, no mesmo período, as importações da Coreia do Sul passaram de 496,7 milhões para os 918,6 milhões de euros. O saldo negativo foi de 377,7 milhões de euros em 2018 e de 725,8, milhões de euros no ano passado.
De acordo com o executivo de Lisboa, em 2021, exportaram para a Coreia do Sul 697 empresas portuguesas, mais 57 do que em 2017.
No que respeita aos principais produtos exportados de Portugal para a Coreia do Sul, em termos de valor, a primeira posição é ocupada por pneumáticos novos (de borracha), que em 2022 representou 60 milhões de euros e 31% do total, a que se seguem os acessórios para tratores e para veículos de transporte até 10 pessoas (carrinhas) — um segmento de produtos que no ano passado atingiu os 17,5 milhões de euros, cerca de nove por cento do total.
Segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), as maiores exportadoras nacionais para o mercado da Coreia do Sul são a Bial, a Caso (suínos do Oeste), a Continental Mabor, a RiopeleTêxteis, a BollinghausSteel (aço), a Cálculo de Vanguarda (refinação de azeite), a Dan Cake, a Dux Interiores (têxteis), a ICM (Indústria de Carnes do Minho), e a Malhe (componentes de motores).
Entre 2021 e 2022, os maiores crescimentos em termos de exportações foram produtos elétricos e conversores rotativos, assim como componentes para motores e geradores, a que se seguem os produtos do setor agroalimentar como as gorduras e óleos vegetais e carne de porco.
Já no que concerne aos principais produtos importados da Coreia do Sul, também entre 2021 e 2022, destacam-se os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos (que apresentam o maior valor), automóveis, produtos laminados, polímeros de propileno e de etileno, e aparelhos telefónicos, sobretudo smartphones. Entre 2021 e o ano passado, esta gama de produtos telefónicos cresceu mais de 127%.
Em 2014, durante uma visita que efetuou à Coreia do Sul, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, defendeu que as relações comerciais entre os dois países apresentavam já então “uma capacidade de expansão muito elevada”, nomeadamente na área alimentar, nas energias renováveis, na indústria automóvel e na tecnologia.
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