Portugal volta à cimeira industrial alemã com menos de metade das empresas
Comitiva nacional baixa de 109 para 42 expositores na edição de 2023 da Hannover Messe, com custo de participação 50% superior. Portugal entra na área de startups e mostra drone feito em Matosinhos.
A Hannover Messe (HM), considerada a maior feira de tecnologia industrial do mundo, arranca esta segunda-feira com um total de 42 expositores portugueses, incluindo as presenças institucionais da AICEP e da AIMMAP (associação da indústria metalúrgica e metalomecânica). Um registo que fica muito aquém daquela que foi a participação da comitiva nacional na edição de 2022, em que Portugal teve o estatuto de país parceiro e levou 109 empresas a Alemanha.
Depois de um ano excecional em que Portugal teve a segunda maior comitiva estrangeira da feira, a AICEP considera “normal” esta redução a mais de metade das participantes, notando que isso aconteceu com os anteriores países-parceiros nas edições seguintes, e contrapondo que este registo fica “acima da média” dos anos anteriores. Luís Castro Henriques lembra ainda a “conjuntura atual” na economia e o aumento de custos associados à participação em feiras, “o que leva a que os empresários façam uma gestão cuidadosa dos seus investimentos em promoção internacional”.
Também Rafael Campos Pereira, porta-voz da AIMMAP, fala num “registo muito positivo, tendo em conta as exigências que se impõem a uma participação bem-sucedida na Hannover Messe, particularmente num ano em que as empresas continuam a enfrentar um cenário de incerteza e de enormes desafios conjunturais”. Além disso, insiste, os custos de participação na feira aumentaram cerca de 50%, o que “obviamente inibe a participação de algumas empresas”.
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA) salienta, por outro lado, o facto de “muitas empresas terem decidido estrategicamente não estar presentes em 2023, pois pretendem trabalhar e reforçar os contactos estabelecidos na edição de 2022”. “Estas mesmas empresas manifestaram, no entanto, interesse em regressar à edição de 2024”, assegura fonte oficial. Destacando, por outro lado, que Portugal diversificou as áreas temáticas em que está presente.
As empresas portuguesas estão espalhadas por todas as áreas temáticas da HM, incluindo numa especial de exposição dedicada exclusivamente às startups. Haverá este ano expositores nacionais que também serão oradores no “Startup Stage” para apresentarem as suas soluções. A nível oficial está prevista a intervenção de Ana Fontoura Gouveia, secretária de Estado da Energia e Clima, e de Bernardo Ivo Cruz, secretário de Estado da Internacionalização, nos palcos Public Forum Hydrogen & Fuell Cells Europe e Trade & Invest Conference Stage, respetivamente.
As empresas portuguesas há muito que são fornecedoras fiáveis e muito respeitadas de empresas de enorme dimensão, como a Bosch, a Siemens, a Volkswagen ou a Mercedes, entre muitas outras.
Na edição de 2023, a AICEP terá um stand de 200 metros quadrados localizado no Hall 2, situado na entrada norte da feira. Dos projetos em exposição no stand de Portugal, a agência pública destaca um drone modular com quatro motores e elevada capacidade de carga para operações e missões de logística e monitorização, desenvolvido pelo CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e Serviço, localizado em Matosinhos.
Notando que as empresas nacionais são “há muito fornecedoras fiáveis e muito respeitadas” de gigantes alemãs como a Bosch, Siemens, Volkswagen ou Mercedes, Rafael Campos Pereira reforça que “depois de uma participação tão impactante em 2022, que a ninguém passou despercebida pelos elevados padrões de organização, profissionalismo e sofisticação do ponto de vista institucional e empresarial, ficou bem visível para todos os visitantes que as empresas portuguesas estão totalmente aptas para corresponderem à procura dos mais exigentes clientes alemães”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Portugal volta à cimeira industrial alemã com menos de metade das empresas
{{ noCommentsLabel }}