Lucro do Novobanco sobe 4% para 148,4 milhões no primeiro trimestre
Banco sofreu uma queda de 3% nos depósitos até março, com fuga para os Certificados de Aforro, mas diz que saída de fundos estancou em abril. Margem financeira disparou à boleia da política do BCE.
O Novobanco registou lucros de 148,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 4% em comparação com o mesmo período de 2022, com as receitas com juros a dispararem 85% à boleia do aperto do Banco Central Europeu (BCE).
A margem financeira do banco — que corresponde, em grande medida, à diferença entre os juros que ganha nos empréstimos e os juros que paga nos depósitos — atingiu os 246,3 milhões de euros nos três primeiros meses de ano, aumentando 84,5% em termos homólogos, “impulsionada por uma carteira de crédito maioritariamente indexada à taxa de juro variável e pelo ambiente favorável da evolução das taxas de juro”.
De acordo com o banco, em 2022 remunerou os depósitos à taxa média de 0,39%, enquanto cobrou uma taxa média de 3,83% no crédito a clientes. Este desfasamento entre taxas tem sido uma tendência transversal aos outros bancos e uma prática muito criticada no Parlamento, com o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, a exigir ao setor, numa audição, que acelere o aumento dos juros das poupanças, por exemplo.
Quanto às comissões, praticamente estabilizaram nos 68,9 milhões de euros no mesmo período. Somando esta rubrica à margem financeira, o Novobanco obteve um aumento de 55,8% no produto bancário comercial para 315,3 milhões de euros.
Crédito estagna, depósitos quebram à mercê dos Certificados
Tal como anunciou o Totta na véspera, também o Novobanco teve uma quebra nos depósitos, com as famílias a correrem para os Certificados de Aforro. O banco registou uma queda de 3,1% nos depósitos entre janeiro e abril face a dezembro do ano passado, com o stock a baixar para 27,5 mil milhões de euros. Entretanto, já com dados relativos a abril, a fuga parece ter estancado.
Em relação ao crédito a clientes, teve um crescimento ligeiro de 0,2% para 25,7 mil milhões de euros, praticamente estagnando tanto no segmento da habitação (0,1%) como nas empresas (0,1%).
Neste período, aponta o banco liderado por Mark Bourke, “as entradas de crédito não produtivo mantiveram-se em níveis reduzidos, o que juntamente com a atividade de recuperação, contribuiu para o decréscimo do montante de crédito não produtivo”. O rácio NPL (non performing loans) situou-se nos 4,4%.
Nos rácios de solvência, o Novobanco dá conta de um aumento de 100 pontos base nos rácios CET 1 e de solvabilidade total fully loaded para 14,1% e 16,5%. Conforme sublinha, os indicadores não têm em conta os montantes não pagos — e que considera serem devidos pelo Fundo de Resolução — no âmbito do acordo de capital contingente. Estão em curso diligências no tribunal arbitral relativamente às divergências entre as duas partes.
O Novobanco é detido em 75% pelos americanos da Lone Star, que têm como objetivo vender a sua participação para recuperar os 1.000 milhões de euros investidos em 2017. Os outros 25% estão divididos pelo Fundo de Resolução e Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças.
(Notícia atualizada pela última vez às 7h47)
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