Morreu Christopher de Beck, antigo vice-presidente do BCP
Christopher de Beck, ex-vice-presidente do BCP, morreu esta madrugada, aos 77 anos. Miguel Maya destaca "contributo da maior relevância" de de Beck para o desenvolvimento do banco.
Christopher de Beck, ex-vice-presidente do BCP, morreu esta madrugada, aos 77 anos, adiantou à Lusa Filipe Pinhal, antigo administrador do banco. “Estava doente há algum tempo”, acrescentou a mesma fonte.
A morte de Christopher de Beck, que integrou a administração do BCP no tempo de Jorge Jardim Gonçalves, é conhecida no dia que faleceu o empresário Manuel Fino, acionista do mesmo banco. Fino foi um dos protagonistas na guerra pelo controlo do poder no BCP, sendo aliado de Paulo Teixeira Pinto, que era presidente executivo do banco e que se incompatibilizou com o fundador Jardim Gonçalves.
Christopher de Beck, que nasceu em março de 1946, entrou no BCP em 1985, altura em que a instituição foi criada, juntando-se aos fundadores. De acordo informação recolhida, de Beck vinha do Banco Português do Atlântico (BPA), tal como o fundador do BCP, Jardim Gonçalves.
Três anos depois ascende à administração do BCP, instituição considerada na altura disruptiva, e no ano em que arranca a Expo’98 assume o cargo de vice-presidente do BCP, onde desempenhou funções importantes na internacionalização e ligado a operações na Grécia, Polónia e Roménia.
O gestor estava no BCP quando eclodiu o diferendo entre os acionistas, em que um lado estava Jardim Gonçalves e, do outro, Paulo Teixeira Pinto, numa disputa que terminou em tribunal com acusações de manipulação de mercado.
Em 2 de maio de 2014, enquanto Jardim Gonçalves era condenado pelo crime de manipulação de mercado, Christopher de Beck era absolvido de todas as acusações do Ministério Público. “Do meu ponto de vista, foi feita justiça”, afirmou aos jornalistas o ex-vice-presidente do BCP, o único dos quatro arguidos neste processo a ser totalmente absolvido no processo-crime.
Após a leitura do acórdão, o alívio era bem patente na cara de Christopher de Beck, que não quis falar acerca da condenação dos seus antigos colegas.
Maya destaca contributo da “maior relevância” para desenvolvimento do BCP
Em reação à morte de de Beck, o CEO do BCP destacou o seu contributo “da maior relevância” para o desenvolvimento do banco, nomeadamente por ter sido “pioneiro na intensa integração de tecnologia”. “Teve um contributo da maior relevância para a construção e desenvolvimento do BCP”, afirmou Miguel Maya, numa declaração publicada no portal interno do banco.
“De entre os muitos contributos relevantes nas múltiplas áreas do banco que coordenou, destacaria especialmente, pelo facto do seu trabalho se fazer sentir ainda hoje de uma forma indelével na cultura do BCP, ter sido pioneiro na intensa integração de tecnologia nos modelos e processos de negócio, com vista a alargar a oferta e a simplificar as interações dos clientes com o banco”, prosseguiu o gestor
Aliás, “muitos dos que com ele tiveram a oportunidade de trabalhar diretamente, como foi o meu caso, recordam certamente a presciência na leitura da evolução das tendências, a importância que atribuía à inovação, a capacidade de provocar, ouvir e potenciar as equipas e a determinação que incutia na implementação dos planos de ação”, relata.
A par das qualidades profissionais, “destacaria, no plano pessoal, a densidade humana, a sua vasta cultura, a profundidade das suas reflexões e a atenção que sempre dispensava aos que se relacionavam com ele”, sublinha Miguel Maya.
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