IVA zero leva Centeno a prever menos inflação
Medida foi criticada por Mário Centeno, mas está a ajudar a conter as pressões inflacionistas, reconhece o Banco de Portugal. Inflação chegará aos 2% em 2025.
Desde o final do ano passado que a inflação está em trajetória de descendente, um caminho que continuará em 2023 e nos próximos dois anos, de acordo com o Banco de Portugal, que reviu em baixa as perspetivas para a evolução dos preços. A medida do IVA zero nos alimentos ajuda a explicar o otimismo do supervisor.
Depois da aceleração de 8,1% em 2022, a subida dos preços aliviará para 5,2% este ano, segundo a nova previsão da entidade liderada por Mário Centeno no Boletim Económico de junho apresentado esta sexta-feira.
O IVA zero num cabaz de produtos essenciais – uma medida em relação à qual o próprio governador levantou dúvidas sobre a sua eficácia – foi um dos motivos pelos quais o Banco de Portugal reviu em baixa a taxa de inflação para este ano. O outro motivo veio de fora, nomeadamente com a descida dos preços da energia e dos produtos agrícolas nos mercados internacionais.
“A projeção da inflação para 2023 é revista -0,3 pontos percentuais (pp) face à do Boletim Económico de março, com menores pressões inflacionistas externas e o impacto da redução temporária do IVA para alguns bens alimentares a serem parcialmente compensadas por maiores pressões internas sobre a componente de serviços”, explica a instituição.
O Banco de Portugal espera que a inflação subjacente – que exclui os preços mais voláteis da energia e alimentação e que conta para a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) – também siga o caminho de redução numa fase posterior, embora “condicionada por efeitos indiretos desfasados com origem nas componentes voláteis da inflação e por pressões associadas ao aumento dos salários e margens de lucro”.
Em todo o caso, a inflação vai convergir para a meta de 2% do BCE em 2025, quando se prevê uma taxa de 2,1% no índice geral de preços e de 2,3% se excluirmos os bens energéticos e alimentares.
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