FMI revê em alta PIB mundial e coloca economia a crescer 3% em 2023
Apesar da revisão em 0,2 pontos percentuais face às previsões de abril, a economia mundial deverá crescer em 2023 a um ritmo inferior à média histórica e ficar abaixo dos 3,5% registados em 2022.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais otimista em relação à economia mundial do que estava em abril. Segundo a atualização do World Economic Outlook (WEO) publicada esta terça-feira, o FMI revela que reviu em 0,2 pontos percentuais o PIB mundial para este ano, colocando agora a economia global a crescer 3%.
Apesar desta revisão em alta, o PIB mundial deverá passar de um crescimento de 3,5% em 2022 para 3% este ano e apresentar um nível de crescimento “fraco em termos históricos”, quando comparado com uma taxa média de crescimento anual de 3,8% durante o período de 2000-2019, lê-se no relatório. Para 2024, as previsões do Fundo para a economia mundial não sofreram qualquer alteração, mantendo-se nos 3%.
“As economias avançadas continuam a liderar o declínio do crescimento entre 2022 e 2023, com uma indústria transformadora mais fraca, assim como fatores idiossincráticos, a contrariarem a atividade de serviços mais forte”, refere o Fundo.
Entre as economias mais penalizadas este ano estará a Alemanha, que, segundo os analistas do FMI, como resultado da “fraqueza da produção industrial e da contração económica no primeiro trimestre de 2023”, deverá entrar em recessão, contabilizando uma evolução do PIB de -0,3% em 2023 (em abril, o FMI estimava uma contração de -0,1%).
Apesar disso, a Zona Euro deverá conseguir evitar uma onda recessiva. O FMI até reviu em alta em 0,1 pontos percentuais a taxa de crescimento do PIB do espaço da moeda única, colocando agora o PIB da Zona Euro a aumentar 0,9% em 2023 e 1,5% em 2024. “As previsões mantêm-se, em termos gerais, inalteradas, mas com uma alteração da composição para 2023. Dado o reforço dos serviços e do turismo, o crescimento foi revisto em alta em 0,4 pontos percentuais para a Itália e em 1 pontos percentuais para a Espanha”, justifica o FMI.
As boas notícias chegam também ao Reino Unido, que, depois de em abril o FMI ter colocado a economia de Sua Majestade em recessão, com a economia a afundar 0,3%, agora deverá fechar 2023 com um crescimento de 0,4%.
Esta revisão em alta de 0,7 pontos percentuais para o PIB do Reino Unido “reflete um consumo e um investimento mais fortes do que o previsto, devido aos efeitos de confiança da queda dos preços da energia, uma menor incerteza pós-Brexit (na sequência do acordo do Quadro de Windsor) e um setor financeiro resiliente à medida que a tensão bancária mundial de março se dissipa”, justificam os analistas do Fundo.
Segundo as previsões do FMI, o crescimento da economia mundial deste ano continuará a ser maioritariamente sustentado pelas economias emergentes. O WEO publicado esta terça-feira reflete um crescimento estável da generalidade das economias para 2023 e 2024 e um crescimento do PIB em 2023 acima do registado em 2022 — ao contrário do que sucede nas economias mais avançadas.
Segundo o FMI, as economias emergentes deverão crescer 4,1% em 2023, 0,1 pontos percentuais acima das previsões de abril, e 1 ponto percentual acima dos 3,1% de crescimento registado em 2022. O destaque maior vai para as economias da região asiática, que deverão crescer 5,3% este ano e moderar para 5% em 2024.
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