FMI vê comércio internacional ainda mais limitado e inflação abaixo de 7% em 2023
O Fundo Monetário Internacional antecipa que as trocas comerciais aumentem apenas 2% este ano e que a inflação mundial fixe-se nos 6,8% em 2023, 0,2 pontos percentuais abaixo das previsões de abril.
Além de continuar a prever um crescimento mundial mais moderado do que em 2022, as novas previsões do FMI apontam também para uma contração ainda maior do comércio internacional para este ano, com particular impacto nas economias emergentes, e também para uma inflação mais modesta do que era antecipado em abril.
Se em abril o FMI previa que o volume de trocas comerciais aumentasse 2,4% em 2023, depois de em 2022 ter registado um crescimento de 5,2%, agora, os analistas do Fundo antecipam que o comércio mundial cresça apenas 2% este ano, ficando muito abaixo da média de 4,9% registado nas duas décadas no período 2000-2019.
“O declínio em 2023 reflete não só a trajetória da procura global, mas também as mudanças na sua composição para serviços nacionais, os efeitos desfasados da valorização do dólar americano — que abranda o comércio devido à faturação generalizada de produtos em dólares americanos — e o aumento das barreiras comerciais”, justifica o FMI na atualização do World Economic Outlook (WEO), publicado esta terça-feira.
Nas novas previsões do FMI, os analistas do Fundo continuam também a reforçar um abrandamento do índice de preços no consumidor, colocando agora a inflação mundial em 2023 nos 6,8%, cerca de 0,2 pontos percentuais abaixo do que estimavam em abril, e nos 5,2% em 2024 (em linha com as previsões feitas há três meses).
“Cerca de três quartos das economias mundiais deverão registar uma inflação global média anual mais baixa em 2023” face aos níveis de 2022, refere relatório do FMI. Segundo os analistas do Fundo, “espera-se que o aumento da restritividade da política monetária atenue gradualmente a inflação, mas um dos principais fatores da desinflação projetada para 2023 é a descida dos preços internacionais das matérias-primas.”
O Fundo destaca ainda que a inflação subjacente (que não tem em conta os preços da energia e dos bens alimentares), apesar de “permanecer muito acima das metas dos bancos centrais”, está também a cair gradualmente, com os analistas a anteciparem uma taxa de 6% este ano e 4,7% em 2024 — uma revisão de 0,4 pontos percentuais face às previsões de abril.
Porém, o FMI sublinha que, “numa base média anual, espera-se que cerca de metade das economias não registe uma descida da inflação subjacente em 2023.” Entre as mais visadas estão as economias avançadas, que deverão fechar este ano com uma taxa de inflação subjacente de 5,1% e de 3,1% em 2024.
“Claramente que a batalha contra a inflação ainda não está ganha”, sublinha o FMI no WEO publicado esta terça-feira, sublinhando ainda que “a evolução do mercado de trabalho e a dinâmica salários-lucros serão fundamentais para a persistência da inflação”.
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