Exclusivo 7ª Bateria do Outão na serra da Arrábida vai ser transformado em restaurante com renda anual de 200 mil euros
Edifício podia ser transformado em alojamento, com 35 quartos, mas foi concessionado à Real Bolhão do Porto, com atividade na restauração. Renda anual supera em 70 mil euros o valor mínimo exigido.
As antigas instalações militares do Forte Velho do Outão, conhecido como 7.ª Bateria do Outão, no cimo da serra da Arrábida, vão ser transformadas num restaurante. O imóvel – que fica localizado em pleno parque natural perto da cimenteira Secil – estava a concurso no programa Revive e podia ser transformado em alojamento, com um total de 35 quartos, mas acabou por ser concessionado a uma empresa de restauração do Porto, a Real Bolhão, revelou ao ECO o Turismo de Portugal.
O contrato de concessão tem um prazo de 50 anos, assinado a 25 de agosto, prevê uma renda anual de 201 mil euros, o que traduz 16,750 euros mensais, que serão pagos ao Estado, através do Ministério das Finanças, revela ainda fonte oficial do Turismo de Portugal. Este valor fica cerca de 70 mil euros acima dos 130.987,32 euros anuais que eram exigidos como patamar mínimo aos candidatos à concessão da 7ª Bateria do Outão.
Desta forma, será agora a Real Bolhão, empresa nortenha que tem um restaurante na cidade Invicta, precisamente no renovado Mercado do Bolhão, que ficará responsável pela requalificação do imóvel que conta com uma área total de 6.909 metros quadrados.
De acordo com o caderno de encargos do concurso, lançado a 21 de julho de 2022 e que contou com sete candidatos, o adjudicatário teria um prazo máximo de quatro anos para licenciar o projeto e concluir as obras. Mas a Real Bolhão propôs uma antecipação de oito trimestres deste prazo, ou seja, dentro de dois anos o novo restaurante na 7ª Bateria estará a funcionar.
Por estar localizado em pleno parque natural, a recuperação do imóvel traz algumas dificuldades, sendo proibida a sua ampliação.
O Forte Velho do Outão foi construído após a II Guerra Mundial por uma comissão luso-britânica que desenvolveu um plano de defesa costeira da Região de Lisboa, conhecido como Plano Barron. Cessou atividade em 1998 e desde então que o edifício se encontra devoluto.
O programa Revive foi lançado em 2016 em conjunto pelos Ministérios da Economia, Finanças, Defesa e Cultura, para requalificar património do Estado para fins turísticos, conta com a colaboração das autarquias e é coordenado pelo Turismo de Portugal.
Com a adjudicação da 7ª Bateria do Outão, sobe para 21 o número de imóveis públicos que já passaram para a gestão de privados. E entre o universo de imóveis adjudicados, há, pelo menos três, que vão ser convertidos em restaurantes: o Forte Velho do Outão, o Forte de S. João e o S. Pedro, no Estoril.
Os últimos números do Turismo de Portugal apontam para um total de 2,5 milhões de euros por ano em rendas pagas ao Estado, tendo sido investidos 142,5 milhões na recuperação de edifícios públicos.
Entre os imóveis adjudicados, até à data, o valor da renda mais alto é cobrado ao grupo Azinor, dono dos hotéis Sana, que assinou o contrato de concessão a 17 de dezembro de 2019 para requalificar o antigo Quartel da Graça e transformar o imóvel num hotel de cinco estrelas. A renda anual ascende a cerca de 1,79 milhões de euros.
O ECO tentou contactar a Real Bolhão, mas sem sucesso até à hora de publicação deste texto.
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