Medina atingido com tinta verde por ativista climática

"Pelo menos tenho uma apoiante do aumento do IUC", ironizou o ministro das Finanças que estava a iniciar a apresentação do Orçamento do Estado para 2024 na Faculdade de Direito de Lisboa.

Uma ativista climática do movimento Ocupa jorrou tinta verde contra o ministro das Finanças, Fernando Medina, gritando: “Sem futuro, não há paz”. O momento insólito aconteceu esta sexta-feira no auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa quando o governante iniciava a apresentação do Orçamento do Estado para 2024.

“Pelo menos tenho uma apoiante do aumento do IUC”, ironizou o ministro das Finanças em reação ao ataque da ativista, num momento de elevada contestação social por causa do agravamento do imposto para carros anteriores a julho de 2007. De salientar, que a petição pública eletrónica contra este aumento já superou as 270 mil assinaturas.

A ativista acabou por ser retirada do auditório por dois elementos da PSP. Mas do lado de fora do auditório, o protesto continuou em surdina, perturbando a apresentação do Orçamento do Estado. “Sem futuro, não há paz!”, gritaram vários elementos do movimento Ocupa no exterior da sala.

Este é o segundo ataque com tinta verde a membros do Governo nos últimos meses. No final de setembro, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, foi atingido com um balão de tinta quando participava numa iniciativa organizada pela CNN Portugal e patrocinada pela EDP e a Galp.

Fernando Medina ainda equacionou interromper a apresentação, mas decidiu continuar com a palestra indicando os grandes números do cenário macroeconómico para 2024 com especial enfoque nas contas certas.

"Termos saldos equilibrados e positivos é a nossa posição natural, quando temos crescimentos económicos.”

Fernando Medina, ministro das Finanças

“Termos saldos equilibrados e positivos é a nossa posição natural, quando temos crescimentos económicos”, afirmou o governante, sublinhando que, “este ano, vamos ter um saldo orçamental positivo de 0,8% do PIB. É o maior de toda a história da democracia portuguesa”.

“Para 2024, o saldo positivo será de menor dimensão, de 0,2% do PIB, porque a economia que vai crescer menos, mas a nossa trajetória é para que este saldo se mantenha. E será uma raridade ter dois anos consecutivos de saldos orçamentais positivos“, destacou ainda Medina.

Em relação à dívida pública, Medina afirmou que há “esperança no futuro”. “É uma prioridade do Governo a redução do peso da dívida no produto”. “Em 2015, estávamos no terceiro lugar, no pódio dos países mais endividados, com uma dívida de 131,2% do PIB e durante muitos anos foi essa a nossa posição até 2022”, frisou.

Medina voltou a repetir que 2023 será um ano de viragem: “Este ano vamos saltar do terceiro mais endividado para a sexta posição e, em 2024, para a sétima posição, com um rácio de 98,9% do PIB, abaixo dos 100%, o que é um retorno a 2010, ao período antes da crise financeira”.

Como resultado, “Portugal deixará de ser um país sem credibilidade, a pagar juros particularmente altos”, afirmou, acrescentando que a economia nacional vai passar a estar “no meio da tabela”, logo atrás da Finlândia.

No final da conferência, o ministro das Finanças, Fernando Medina, não quis responder aos jornalistas sobre um eventual recuo do Governo no aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para carros anteriores a julho de 2007 face ao ambiente de contestação social e até algum mal-estar dentro do PS. Medina disse apenas: “Não vou prestar declarações, vou ter muitas oportunidades ara falar com os jornalistas. Terei muitas semanas, mais do que um mês de debate do Orçamento de Estado e terei muitas oportunidades para falar com os jornalistas”.

(Notícia atualizada às 17h26)

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