Concertos de Coldplay geram impacto económico “brutal” em Coimbra

Câmara investiu 800 mil euros para acolher concertos de Coldplay, mas autarca José Manuel Silva estima ao ECO que "retorno será 50 vezes superior ao investimento". Hotéis com lotação máxima.

Coimbra recebe esta quarta-feira o primeiro concerto dos britânicos Coldplay, que marca o inicio da digressão Music Of The Spheres. A banda liderada por Chris Martin volta a subir ao palco do Estádio Cidade de Coimbra nos dias 18, 20 e 21 de maio, atraindo à cidade um total aproximado de 220 mil pessoas. Em declarações ao ECO Local, o presidente da Câmara Municipal prevê um impacto económico “brutal” para a cidade.

José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra

Questionado sobre o impacto económico para a região, o líder da autarquia responde que ainda é cedo para fazer contas exatas, mas faz “analogias com outros estudos”. Dá o exemplo da última edição do festival Primavera Sound, no Porto, que terá rendido mais de 36 milhões de euros. A título comparativo, o autarca estima que o impacto económico para a cidade da zona Centro seja superior, tendo em conta que são esperados mais de 200 mil visitantes.

O edil faz ainda referência a outro estudo, este realizado nos EUA pela Oxford Economics, atestando que, “em média, um visitante que gaste 100 dólares num bilhete, gasta adicionalmente mais 334 dólares”. “Se metade dos espectadores dos Coldplay gastarem numa proporção semelhante, teríamos um retorno de 33 milhões de euros para Coimbra”.

“O retorno económico direto tangível para Coimbra andará entre os 30 a 50 milhões de euros, com um pequeno investimento do município. É um retorno brutal para a cidade”, prevê José Manuel Silva.

O retorno económico direto tangível para Coimbra andará entre os 30 a 50 milhões de euros, com um pequeno investimento do município. É um retorno brutal para a cidade.

José Manuel Silva

Presidente da Câmara Municipal de Coimbra

O presidente da autarquia, que foi bastonário da Ordem dos Médicos, confirmou ainda ao ECO que a Câmara Municipal de Coimbra investiu cerca de 800 mil euros nos concertos dos Coldplay, somando todos as despesas. E está convicto de que o retorno será “50 vezes superior ao investimento da Câmara”. “Queremos que Coimbra entre na rota dos grandes eventos musicais e culturais. Queremos que seja uma cidade musical, até porque isso tem vantagens inequívocas“, acrescenta.

O objetivo é que a cidade dos estudantes, como é conhecida, passe a se um “destino regular” para estes grandes eventos. “Queremos que a cidade esteja preparada para isso. Este é um dos setores que queremos acarinhar na cidade para proporcionar mais oportunidades de vida, emprego e desenvolvimento económico. (…) Queremos tornar a marca Coimbra mais atrativa para os empresários e investidores”, salienta.

Para José Manuel Silva, a própria localização geográfica torna a cidade atrativa para receber grandes eventos culturais. “Coimbra tem uma vantagem competitiva, que é a localização central no país. O facto de ser uma cidade central no país é uma vantagem e certamente pesou na decisão da promotora”, afirma o autarca.

“No vídeo promocional dos Coldplay, a divulgar as datas nesta tour europeia, a cidade de Coimbra aparece em primeiro lugar. Tudo isso acaba por ter impacto, em termos da marca, que tem um valor extraordinário”, realça o presidente da Câmara. A banda britânica vai atuar também em cidades como Barcelona, Manchester, Milão, Nápoles, Zurique e Copenhaga, terminando em Amesterdão a 19 de julho.

Hotéis da região com ocupação máxima

Pedro Machado, presidente da Entidade Regional Turismo do Centro, sublinha ao ECO que estes concertos “esgotaram toda a hotelaria disponível” na cidade e noutras localizações próximas, com Lousã, Condeixa, Luso, Bussaco, Curia, Figueira da Foz — “e até cidades como Aveiro e Leiria também beneficiam deste impacto positivo”. Além dos portugueses, a maior procura tem chegado de espanhóis e brasileiros, relata ainda.

Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de PortugalNuno Carvalho / Click and Play

“A fortíssima procura acabou por determinar um aumento substantivo dos preços”, realça Pedro Machado. O responsável adianta que estão “apenas disponíveis uma dúzia de quartos” e que esses poucos lugares, em hotéis de 3 e 4 estrelas, estão a praticar preços entre os 300 e 400 euros por noite. Ainda assim, Pedro Machado sublinha que “não houve especulação nos preços”, notando que há unidades hoteleiras no Porto e em Lisboa que “estão a praticar os mesmos preços”.

Os bilhetes para os concertos “voaram” em poucas horas. De acordo com a TicketLine, este foi o evento que registou a maior procura de sempre em Portugal. A presidente executiva desta plataforma online, Ana Ribeiro, sublinhou que a procura pelos ingressos para os concertos de Coldplay esgotaram em poucas horas, atingindo um nível histórico. “É inédito em Portugal. Nunca houve tanta procura para um evento em Portugal”, destacou, em declarações à Lusa.

As páginas oficiais para a compra de bilhetes, que variaram entre os 65 euros e os 150 euros, chegaram a estar congestionadas. Só na plataforma da Ticketline, quase meio milhão de pessoas chegou a estar em lista de espera. Perante a procura, no ano passado já havia bilhetes para Coldplay à venda na internet por 1.700 euros.

Apoio de 440 mil euros à promotora

A Câmara de Coimbra atribuiu um pacote de apoios no valor de 440 mil euros à Everything is New, a empresa responsável pela realização dos quatro concertos na cidade. “Reconhecendo a grande projeção internacional dos Coldplay e o relevante interesse municipal do evento”, concedeu “um apoio financeiro como contrapartida pela seleção, escolha e promoção da cidade de Coimbra e do Estádio de Cidade de Coimbra para a realização dos espetáculos, num montante de 110 mil euros por cada concerto, o que perfaz um valor global de 440 mil euros”, explicou a autarquia, em comunicado.

José Manuel Silva esclarece ao ECO que, sem esse apoio à Everything is New, “provavelmente os concertos não se realizariam em Coimbra”. O caderno de encargos da promotora incluía a recuperação do estádio, que não estava nessa altura em condições de receber os concertos dos Coldplay, exemplifica o autarca.

O diretor da Everything is New, Pedro Viegas, explicou à Lusa que foram feitos “melhoramentos a nível estrutural”. “O estádio tinha algumas questões pela sua não utilização nos últimos tempos. Há muitas zonas que ainda estão a ser melhoradas, desde casas de banho, luzes e limpezas, entre outras melhorias que assumimos”, afirmou o gestor.

Os locais podem fazer a vida normal. A vida das pessoas [de Coimbra] não tem de ser alterada. Existe um pouco de transtorno, mas isso é o que acontece na realização de grandes eventos.

José Manuel Silva

Presidente da Câmara de Coimbra

A Câmara de Coimbra reclama ainda ter preparado algumas medidas para mitigar as perturbações inerentes a este tipo de atividade. Entre outras, diz ter reforçado a linha de transportes e disponibilizado 16 parques de estacionamento, que podem ser livremente utilizados pelos visitantes.

Para facilitar a circulação das pessoas que pretendem assistir aos espetáculos, a Câmara de Coimbra reforçou ainda a oferta de linhas que cobrem a envolvente do estádio e vai disponibilizar quatro circuitos especiais de transporte coletivo, tendo ainda criado uma pulseira diária, no valor de quatro euros, que permite circular em todos os autocarros.

Os estabelecimentos escolares públicos no perímetro de segurança do concerto dos Coldplay não têm qualquer alteração de funcionamento. “Os locais podem fazer a vida normal, a vida das pessoas não tem de ser alterada. Existe um pouco de transtorno, mas isso é o que acontece na realização de grandes eventos”, garante o autarca.

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Saiba quanto pode receber de bonificação pelos juros do crédito à habitação

A bonificação dos juros pode ir até aos 720 euros por ano, mas mingua consideravelmente quanto maior for o montante do crédito à habitação e os rendimentos das famílias.

Foi a 16 de fevereiro que o Governo anunciou a bonificação dos juros do crédito à habitação, no âmbito das medidas do programa “Mais Habitação”. Ao longo dos últimos meses, a medida foi apurada e só a partir de terça-feira é que as famílias podem solicitar aos bancos esta ajuda, que pode ir até um montante anual máximo de 720,65 euros (cerca de 60 euros por mês).

O apoio é definido com base na diferença dos juros da prestação do crédito à habitação atual face aos juros da prestação da casa no momento da contratualização do contrato acrescido de um “prémio” de três pontos percentuais (taxa de stress).

Por exemplo, uma família com um crédito à habitação de 150 mil euros contraído há um ano pelo período de 30 anos, indexado à Euribor a 12 meses (0,03%), com um spread de 1% por 30 anos, apresentava uma prestação de 484,53 euros (128,75 euros de juros e 355,78 euros de amortização de capital). Aplicando a taxa de stress (acréscimo de 3 pontos percentuais sobre o indexante), a prestação do crédito à habitação passava para 718,72 euros (503,75 euros de juros e 214,97 euros de amortização de capital).

Com a revisão da taxa de juro do contrato no início deste mês, com base na Euribor a 12 meses média do mês de abril (3,74%), a prestação do crédito à habitação em maio saltou para 781,57 euros (592,50 euros de juros e 189,07 euros de amortização de capital).

Caso esta família tenha hoje uma taxa de esforço de pelo menos 35% e detenha rendimentos entre 20.700 mil e 38.632 euros (5.º e 6.º escalões de IRS, respetivamente), pode contar com um apoio de 44,38 euros por mês até ao final do ano (50% da diferença dos juros de 592,50 euros e 503,75 euros), com efeitos retroativos a janeiro.

Mas se os rendimentos do agregado familiar ficarem abaixo dos 20.700 euros, o apoio mensal sobe para 66,56 euros por mês (75% da diferença dos juros), até atingir um montante anual máximo de 720 euros (que confere um valor médio mensal de 60 euros por mês).

A bonificação dos juros abrange os contratos celebrados até 15 de março e até um máximo de 250 mil euros. Além disso, somente são considerados os créditos à habitação indexados à taxa variável ou à taxa mista, caso estejam no período de taxa variável. Além disso, as famílias têm de apresentar rendimentos abaixo dos 38.632 euros (6.º escalão de IRS), poupanças que não excedam os 29.786 euros e apresentem uma taxa de esforço acima dos 35%.

A fórmula de cálculo definida pelo diploma para a atribuição da bonificação dos juros beneficia sobretudo os contratos que foram contratualizados num período em que a taxa Euribor apresentava valores negativos, que aconteceu, sensivelmente, entre 2015 e o verão do ano passado.

No entanto, é um apoio marginal face ao aumento considerável registado nas prestações dos créditos, porque há um teto máximo de 720 euros por ano, além de minguar consideravelmente quanto maior for o montante do financiamento e o rendimento das famílias.

Com base no exemplo apresentado, a bonificação dos juros cobrirá, no máximo, 20% da subida da prestação ou 13% do aumento dos juros. Mas se o contrato tivesse sido celebrado há dois anos, quanto a Euribor a 12 meses estava a cotar com uma taxa de -0,484%, muito próxima dos seus valores mínimos históricos, a bonificação dos juros cobriria, no máximo, 18% do incremento da prestação e 11% dos juros.

E se além de ter sido celebrado há dois anos tivesse assumido um financiamento de 250 mil euros, a bonificação dos juros cobriria apenas 10,8% do aumento da prestação e 6,8% dos juros.

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O apoio será sempre atualizado à medida que houver uma revisão da taxa de juro do contrato, consoante o indexante associado ao contrato: três meses no caso de utilizar a Euribor a 3 meses; seis meses no caso de estar indexado à Euribor a 6 meses; e 12 meses se tiver como base o indexante Euribor a 12 meses.

Por forma a ajudar a prever quanto pode significar a bonificação dos juros, o ECO desenhou seis exemplos com base num crédito à habitação a 30 anos com um spread de 1%, e com três diferentes valores para o atual indexante do contrato: 3,7% (Euribor a 12 meses média em abril), 3,5% (Euribor a 6 meses média em abril) e 3,2% (Euribor a 3 meses média em abril).

As simulações estão divididas pelos dois patamares de rendimentos do agregado familiar pelos quais distingue o diploma: bonificação de 50% da diferença dos juros para rendimentos do 5.º e 6.º escalões do IRS; e bonificação de 75% da diferença dos juros para agregados familiares com rendimentos até ao 4.º escalão do IRS.

Para agregados familiares com rendimentos entre o 5.º e 6.º escalões de IRS

Para agregados familiares com rendimentos até ao 4.º escalão de IRS

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Mais trabalhadores com ensino superior, mas salários estagnaram nos contact centers

Rotatividade no setor dos contact centers disparou para 48,2% no ano passado. Escassez de talento transversal à economia e forte concorrência no recrutamento podem explicar subida, diz APCC.

Há mais trabalhadores com o ensino superior a trabalhar nos contact centers, setor marcado no ano passado pela rotatividade que disparou para quase 50%. Apesar do aumento da inflação, os salários mantiveram-se praticamente inalterados, com os operadores a ganharem uma média de 897 euros/brutos e os supervisores 1.101 euros, segundo o “Estudo de Caracterização e Benchmarking da Atividade de Contact Centers em Portugal 2023”, da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC). Estima-se que o setor empregue 104 mil pessoas, ou seja, deve ter crescido 15,4%.

“Esta indústria apresentou um notável nível de crescimento, de 2019 para 2021, superior a 50%, motivado pela pressão da procura associada à pandemia. Não devemos esperar crescimentos tão dramáticos nos próximos anos, mas o setor mantém uma trajetória de crescimento sustentado que deve persistir“, considera Pedro Miranda, presidente da APCC.

Estima-se que no setor trabalhem mais de 100 mil pessoas, mas apesar do disparo da inflação no ano passado, no setor dos contact center os salários praticamente estagnaram.

Pedro Miranda, presidente da APCC

O inquérito realizado pela APCC junto aos associados – e respondido por 1.182 operações/linhas de atendimento, representativas de 52.102 colaboradores –, ao mesmo tempo que destaca o aumento do número de pessoas com ensino superior ou frequência a trabalhar no setor – “pela primeira vez acima dos 40%” (39% em 2020 e 36% em 2021), com os colaboradores com ensino secundário completo a passar de praticamente 60% nos dois anos anteriores (57% em 2020, 59% em 2021) para 50% –, aponta igualmente para uma “forte tendência de estagnação no valor do ordenado bruto médio mensal dos operadores”.

Pedro Miranda aponta uma possível explicação. “Nos últimos anos tem sido sempre verificado o aumento dos salários dos colaboradores. Neste ano ocorreu, pela primeira vez, uma quase estagnação que poderá dever-se à grande rotatividade e à necessidade de contratar maior número de novos colaboradores, que entram para escalões de formação”, refere o presidente da APCC ao ECO Trabalho.

Nos últimos anos tem sido sempre verificado o aumento dos salários dos colaboradores. Neste ano ocorreu, pela primeira vez, uma quase estagnação que poderá dever-se à grande rotatividade e à necessidade de contratar maior número de novos colaboradores, que entram para escalões de formação.

Pedro Miranda

Presidente APCC

Efetivamente, em média, o salário dos colaboradores assinala até uma redução de 0,78% para 890 euros, com o setor de saúde a pagar os salários mais elevados (1.106 euros) a estes profissionais e as telecomunicações os mais baixos (750 euros).

Mas no universo dos supervisores, a evolução, apesar de positiva, não é significativa, com o ordenado bruto mensal a subir 1,6%, para 1.101 euros. “A Administração Pública apresenta as remunerações médias mais elevadas (1.517 euros) e os Correios e Distribuição Expresso as mais baixas (873 euros)”, destaca o estudo.

“Contrariando frontalmente a narrativa de setor de precários, os resultados de 2022 revelam uma estabilização no tipo de contratos de colaboradores, acima dos 55% com contrato sem termo. A utilização de trabalho temporário é marginal, tendo descido para 5,6% e o recurso a recibos verdes é inferior a 2%”, aponta o estudo.

Rotatividade dispara no setor

Apesar dessa estabilidade contratual, o ano passado foi marcado pelo aumento da rotatividade. O turnover que até tinha vindo a diminuir na fase da pandemia, chegando a estar abaixo dos 20% em 2021, disparou para 48,2%. Valor que ainda é mais expressivo nas empresas que prestam estes serviços em outsourcing, atingindo mais de 54%. “Está acima dos 30% nas telecomunicações e nas utilities e acima dos 20% nos bancos e outras instituições financeiras e na saúde. Valores abaixo de 10% em todos os restantes setores”, detalha o estudo.

Mas, “talvez ainda mais preocupante, é o salto na rotatividade dos supervisores que passou num ano de 8% para 21%”, refere a APCC, com as empresas de outsourcing (57%) e comércio (31%) a apresentarem resultado acima da média e as de saúde e assistência em viagem a registar uma rotatividade zero.

Futuro será cada vez mais híbrido

Uma dificuldade na retenção do talento num ano em que, terminadas as maiores restrições impostas pela pandemia, muitas empresas começaram a mudar o regime de trabalho, verificando-se uma redução muito significativa de pessoas a trabalhar em regime 100% remoto – de 62% em 2021 para 30% em 2022 –, acompanhado por um aumento do modelo 100% presencial de 12%, para 32%. Os restantes 38% trabalham em regime híbrido, dos quais 23% com dias fixos presenciais e 15% sem dias fixos presenciais.

Poderá esta mudança de modelo de trabalho explicar esse aumento da rotatividade? “O aumento da percentagem de colaboradores em regime 100% presencial, a redução do 100% remoto e a grande incidência de regimes híbridos tem vindo a ocorrer sem dificuldades, sendo geralmente acolhidas as expectativas e preferências dos colaboradores”, considera Pedro Miranda. “Num clima de dificuldade de recrutamento e esforço de retenção de talentos não seria de esperar diferente”, acrescenta o presidente da APCC.

O aumento de taxa de rotatividade é o resultado esperado de uma situação generalizada de falta de recursos humanos transversal à economia e da forte concorrência no recrutamento, mesmo entre empresas do setor.

Pedro Miranda

Presidente da APCC

“O aumento de taxa de rotatividade é o resultado esperado de uma situação generalizada de falta de recursos humanos transversal à economia e da forte concorrência no recrutamento, mesmo entre empresas do setor”, conclui o responsável.

Quanto à evolução do regime de trabalho futuro? “A maioria respondeu que o mesmo será híbrido (41%), com maior peso da opção com dias presenciais fixos (28%) do que sem dias presenciais fixos (13%)”, aponta o estudo.

Menor antiguidade e mais absentismo

A maior dificuldade passa por reter o talento que resulta num menor rácio entre o número de supervisores e colaboradores. As equipas de gestão têm agora mais pessoas a seu cargo, com impacto na antiguidade média dos colaboradores que reduziu de forma significativa: de 43 para 34 meses “contrariando o crescimento deste indicador que se verificava há já três anos”.

“O setor de correios e distribuição expresso mantém a taxa mais elevada, superior a 100 meses, apesar de uma redução significativa (era de 126 meses em 2021), enquanto o dos bancos e outras instituições financeiras mantém o valor de antiguidade média mais reduzido (que passou de 30 em 2021 para 23,2 meses agora)”, aponta o estudo.

Já a antiguidade média dos supervisores ainda não reflete o aumento do turnover, com os 75 meses a manter-se em linha com anos anteriores. Esta é superior à média nos correios e distribuição expresso (204 meses) e na assistência em viagem (180 meses), com as seguradoras e comércio a apresentarem antiguidades médias mais baixas.

No ano passado, o absentismo também aumentou. Depois de ter descido consideravelmente no início da pandemia, continua a crescer gradualmente: de 8,1% em 2020 para 8,8% em 2021 e 9,4% no ano passado. O setor de atividade com a maior taxa de absentismo foi o das telecomunicações (13,9%), como tem sido hábito ao longo dos anos. Relativamente a 2021, seguradoras (de 5,9%, para 11,7%) e bancos e outras instituições financeiras (8,4%, para 10,3%) apresentaram o maior aumento e a Administração Pública a maior redução (4,5%, para 2,6%).

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SCOR regressa aos lucros

  • ECO Seguros
  • 16 Maio 2023

"Todas as unidades de negócio - Propriedade e Sinistros (P&C), Vida e Saúde (L&H) e Investimentos - observaram resultados positivos. O valor económico do Grupo aumentou significativamente", diz CEO.

A resseguradora francesa SCOR registou resultados líquidos, relativos ao Grupo, de 311 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, em comparação com prejuízos líquidos de 35 milhões de euros no ano anterior, mesmo que as receitas de seguros tenham diminuído 4%, para 3,9 mil milhões de euros.

“O Grupo está a tirar o máximo partido do ambiente favorável atual”, partilhou Denis Kessler, presidente da SCOR.

No contexto do Grupo, os prémios brutos emitidos (GWP) diminuíram 0,7% em relação ao ano anterior, para 4,7 mil milhões de euros, impulsionados por um declínio de 3,1% no GWP de Propriedade e Sinistros (P&C), parcialmente compensado pelo crescimento de 1,6% nos prémios de L&H.

A empresa comunicou que, durante o trimestre, o setor dos resseguros continuou a ser impulsionado por três desenvolvimentos favoráveis que surgiram e se aceleraram. Um deles é a fase positiva em curso, referente ao ciclo de resseguro P&C. A SCOR regista um aumento da taxa média de 7% para a sua carteira de P&C, renovada em 1 de abril de 2023, o que, segundo a empresa, deverá conduzir a uma melhoria significativa da rentabilidade técnica. A SCOR prevê que a tendência favorável se mantenha nas renovações de meados do ano, num contexto de persistência de perdas elevadas resultantes de catástrofes naturais. No que respeita a resseguro Vida e Saúde (L&H), a SCOR explica que o excesso de mortalidade associado à pandemia foi consideravelmente reduzido.

Do lado dos ativos do balanço, a SCOR espera que a subida das taxas de juro e, consequentemente, das taxas de reinvestimento, aumente significativamente a contribuição financeira dos investimentos para os resultados das resseguradoras em geral.

Na SCOR P&C, as receitas de seguros aumentaram 5,4% a taxas de câmbio constantes, com um rácio combinado de 85,2%, que inclui um rácio nat cat de 9,9%, em linha com o orçamento de 10% anunciado em 12 de abril de 2023. Os novos negócios CSM ascendem a 588 milhões de euros.

Na SCOR L&H, as receitas de seguros diminuíram 11% a taxas de câmbio constantes, enquanto o resultado do serviço de seguros se situa em 272 milhões de euros e o CSM de novos negócios em 192 milhões de euros no 1º trimestre de 2023.

No que diz respeito à SCOR Investments, o segmento apresenta um retorno sobre os ativos investidos de 2,9% e um rendimento regular de 2,8% no trimestre.

Denis Kessler, Presidente da SCOR, disse: “a SCOR gerou excelentes resultados no primeiro trimestre de 2023. O Grupo está a tirar o máximo partido do atual ambiente favorável. O nosso novo CEO, Thierry Léger, está encarregado de elaborar um novo plano estratégico trienal ao abrigo da IFRS 17. Este plano definirá as melhores formas e meios para o Grupo consolidar a sua posição como ressegurador líder mundial, tirando partido da sua plataforma de subscrição global Tier 1 e do seu know-how técnico. O Conselho de Administração está confiante na capacidade do Grupo para prosseguir ativamente o seu crescimento, com o duplo objetivo de solvência e criação de valor.

Thierry Léger, Diretor Geral (CEO) da SCOR, acrescentou: “os resultados do primeiro trimestre são muito satisfatórios. Todas as unidades de negócio – P&C, L&H e Investimentos – geraram resultados positivos, e o Valor Económico do Grupo aumentou significativamente. Paralelamente, as nossas equipas financeiras geriram com êxito a transição para o novo quadro da IFRS 17: gostaríamos de lhes agradecer por este feito. Olho agora para o futuro: o mercado actual é muito favorável e todas as equipas estão mobilizadas”.

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“Os seguros são um negócio de confiança”

  • ECO Seguros
  • 16 Maio 2023

Manuel Caldeira Cabral falava no contexto do Fórum Ibérico Insurtech, onde destacou o papel central dos reguladores e explicou como estes podem contribuir para o crescimento de empresas inovadoras.

A Associação Fintech Insurtech Portugal (AFIP) e a sua congénere espanhola Madrid Capital Fintech (MadFintech) organizaram o Fórum Ibérico InsurTech, na passada sexta-feira, no Fórum Picoas da Altice Portugal, onde se juntaram mais de duas dezenas de startups, keynote speakers, investidores, seguradoras e distribuidores ibéricos, bem como tecnológicas e consultores.

Manuel Caldeira Cabral, membro do conselho de administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), resumiu o tema que deu mote ao encontro – os desafios das insurtech – e destacou que os reguladores portugueses – e não se referia apenas ao dos seguros – têm tido uma “abertura grande às fintechs” e que “querem continuar a ter“. O executivo disse que os reguladores “não vêm nas fintech uma ameaça ou problema, mas, pelo contrário, recebem os novos players, que podem trazer mais concorrência – e isso é positivo”. Estes trazem novas soluções e serviços aos clientes. “Obviamente, também levantam questões de regulação e segurança no mercado“, acrescentou o especialista.

Manuel Caldeira Cabral lembrou que “a confiança é algo extremamente importante” para o setor. “Os seguros vendem a promessa de uma ação. Uma promessa de cobertura de um risco e essa tem de ser cumprida. O papel dos reguladores é garantir isso”, afirmou. “Havendo uma igualdade de concorrência que queremos que se mantenha, entre empresas mais pequenas e maiores, inovadoras e outras, queremos que a igualdade de concorrência seja também uma igualdade de respeito pela confiança dos consumidores que nos cabe a nós, reguladores, guardar”.

“Hoje em dia, a inovação tecnológica está nas novas empresas, nas fintech, mas também muito incluída nos incumbentes. Tem aspetos muito interessantes e traz novas importantes maneiras de chegar aos clientes e um potencial muito grande de poupança de custos, de automatização de processos que é importante para melhorar relação com os clientes, tendo uma capacidade também de calcular de forma diferente os riscos – forma mais personalizada, melhor, mais efetiva”.

Mas o membro do conselho de administração da APS apontou que os riscos devem ser levados com seriedade. “Quando começamos a confiar em algoritmos ou inteligência artificial (IA) para, individualmente, calcular o risco, temos que perceber quais são os mecanismos e quais são as regras por detrás do algoritmo de IA, porque esse calcula por si próprio algo que é evolutivo, não responde a uma regra fixa, mesmo na forma como calcula e usa os dados”. O administrador sublinhou que “há regras de início e é preciso verificá-las e ver se, em termos comportamentais, estão corretas”. Partilhou: “tudo isto é um desafio muito grande para os reguladores. Estes vão ter que adicionar aos seus conhecimentos também um conhecimento sobre os próprios algoritmos”. São assim adicionadas novas funções, de regular e fiscalizar os algoritmos e a cibersegurança. “Muita informação e dados que as novas empresas e as incumbentes têm, sobre os clientes, geram também riscos em termos de cibersegurança”, acrescentou.

Os reguladores portugueses iniciaram há cerca de cinco anos o Finlab. Este é o “culminar da ideia de cooperação entre reguladores e novas empresas fintech”, de acordo com Caldeira Cabral. É um compromisso dos reguladores, “não de fechar portas ou levantar dúvidas mas de trabalhar com as novas empresas, no sentido de conseguir que estas cumpram a regulação”.

O Finlab é um ‘financial lab‘, o que é diferente da ideia de ‘sandbox‘, – um espaço mais pequeno, em que se assume que as empresas, enquanto forem de pequena dimensão, podem não cumprir certas regras.

No espaço de regulação de seguros, pela natureza do negócio, e inseridos na estrutura da UE, não há espaço para métodos ‘sandbox‘. O Finlab oferece, assim, um tipo de apoio de “extrema importância” para as empresas em fase startup, porque lhes dá a informação e o apoio que “demorariam anos a conseguir“. E explicou: “Estamos a falar não só da ASF, mas do BdP e da CMVM a trabalharem e darem por escrito soluções para que modelos de negócio encaixem na regulação”, disse o administrador. O apoio dá a segurança às fintech de que podem avançar. Esta segurança tem um valor ainda maior porque os investidores em fintech, quando estão a dar o salto, “as primeiras perguntas que fazem é em torno de regulamentação”.

Abrem-se hoje muitas possibilidades

Manuel Caldeira Cabral lembrou: “hoje há muitos mercados onde se pode chegar, não só de jovens, mas soluções efetivas e interessantes como, por exemplo, para pessoas mais velhas, ou com menos mobilidade e necessidades específicas“.

O administrador voltou a reforçar: “os seguros são um negócio de confiança. Todo o setor financeiro se baseia na confiança e os reguladores não vão facilitar na parte da confiança. Vão facilitar, sim, trabalhando com as empresas inovadoras, com as consultoras e todos os envolvidos e ajudando-as a que percebam melhor o valor que desta confiança. E ainda, o valor que tem uma regulação forte, séria e atuante e também aberta – que quer mais concorrência e que está muito aberta a que novos serviços tragam mais opções aos clientes”, concluiu Caldeira Cabral.

O Fórum Ibérico InsurTech é um evento que mobiliza atores do setor segurador em Portugal e em Espanha, e em particular as insurtech. Entre diversos sponsors, destaca-se a Tranquilidade, como grande patrocinador e exclusivo no setor dos seguros.

O vídeo da sessão está disponível nesta ligação.

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HDI, Mapfre e Allianz perseguem Liberty na América Latina

  • ECO Seguros
  • 16 Maio 2023

O grupo alemão parece estar à frente na corrida aos negócios da Liberty na América latina. Trata-se de adquirir 1% de quota de um mercado que vale 150 mil milhões de prémios anuais.

Os alemães do grupo Talanx, com a HDI, a Mapfre e Allianz estão interessadas na compra das operações da Liberty na América do Sul, negócio que a Liberty Mutual colocou à venda quase ao mesmo tempo que iniciou o processo de alienação da unidade europeia, em que se esperam concretizações no final deste mês de maio.

Segundo o jornal brasileiro Valor Económico, a HDI – que tem forte presença no Brasil e México – já estará na segunda fase do processo competitivo sendo apontado um valor de 1.000 milhões de dólares como indicativo para o valor da transação mediado pelo JP Morgan. A HDI já nomeou a Rothschild para assessorar nesta tentativa de compra que deverá estar concluída até junho.

Nenhuma das entidades mencionadas faz comentários nesta fase, sabendo-se apenas que os negócios da Liberty envolvidos referem-se às operações Brasil, Chile, Colômbia e Equador, com predominância de seguros gerais no total.

A Mapfre é o maior grupo segurador na América Latina, um mercado que valeu – segundo estudo da própria Mapfre – cerca de 150 mil milhões de dólares em 2021. O grupo espanhol detém 5,5% do mercado seguindo-se a BrasilPrev, do grupo Banco do Brasil, com 5% de quota, a Bradesco com 5,1% e a CNP Assurances com 5%. Completa o top 5 a Zurich com prémios de 7,2 mil milhões de dólares e 4,8% de quota de mercado.

A Liberty tem na América do Sul uma quota de 1% e 1,5 mil milhões de dólares de prémios, sendo o 23º maior grupo. Já a HDI/Talanx é 19ª com 1,3% de quota. Outro potencial comprador é a Allianz, 14º maior grupo, que tem 1,9% de quota e com a aquisição da Liberty entraria no top 10.

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Provedora de Justiça preocupada com forma de pagamento de apoios às famílias

  • Lusa
  • 16 Maio 2023

"A preferência ou exclusividade quanto ao pagamento por transferência bancária geram aguda preocupação, sobretudo no que toca a grupos vulneráveis", alerta Maria Lúcia Amaral.

A provedora de Justiça considera preocupantes as diferenças do modo de pagamento dos apoios às famílias que visam mitigar o impacto da inflação destacando o caso dos que não têm conta bancária ou estão impedidos de a movimentar.

“As diferenças quanto aos modos de pagamento, bem como a preferência ou exclusividade quanto ao pagamento por transferência bancária geram aguda preocupação, sobretudo no que toca a grupos vulneráveis, designadamente quanto a quem não dispõe de — ou não pode movimentar — conta bancária”, refere a provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, num relatório enviado ao Governo sobre as medidas adotadas desde setembro de 2022 no quadro da mitigação dos efeitos da subida de preços e hoje divulgado.

No documento, produzido na sequência de queixas que foram chegando à Provedoria de Justiça, Maria Lúcia Amaral aponta aspetos relacionados com a “falta de clareza, complexidade e imprecisão dos regimes”, “obscuridade na delimitação do âmbito subjetivo das medidas”, bem como “aplicação e comunicação deficitárias”.

É no âmbito das deficiências de aplicação e comunicação das medidas que Maria Lúcia Amaral refere a solução adotada pelo Governo para o pagamento destes apoios, apontando as diferenças existentes entre os pagamentos da competência da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e do Instituto da Segurança Social e ainda o facto de nos mais recentes apoios ter sido decidido que os mesmos apenas são feitos por transferência bancária deixando de fora as pessoas que não possuem uma conta.

“Sendo esta a única forma de pagamento dos apoios, teme-se que não cheguem, por exemplo, às pessoas singulares declaradas insolventes, já que um dos efeitos da declaração de insolvência é a apreensão, para entrega imediata ao administrador da insolvência, de todos os bens integrantes da massa insolvente”, refere o relatório.

Entre as situações de “falta de clareza, complexidade” dos regimes, Maria Lúcia Amaral sublinha, entre outros, o caso dos pensionistas, lembrando que no pagamento de um valor extra equivalente a meia pensão, em outubro de 2022, o desenho da medida fez com que ficassem de fora vários grupos de pensionistas.

E, apesar das soluções encontradas para os bancários, por exemplo, “surgiram novos problemas de diferenciação não justificada”, sendo este o caso “dos pensionistas abrangidos pelos regulamentos especiais de segurança social dos trabalhadores ferroviários, dos pensionistas do Banco de Portugal, dos pensionistas de entidades pertencentes ao grupo económico do BPN – Banco Português de Negócios, S. A., dos pensionistas advogados e solicitadores”.

Entre as situações em que considera existir “obscuridade” relativamente à delimitação do âmbito das medidas, a Provedoria de Justiça aponta o facto de terem ficado de fora do pagamento deste complemento extra os pensionistas que, apesar de receberem uma pensão paga pelo Centro Nacional de Pensões ou pela Caixa Geral de Aposentações, não têm residência fiscal em Portugal e aqueles que eram já pensionistas em outubro de 2022, mas cuja pensão não tinha ainda começado a ser processada e que, por esse motivo, foram excluídos.

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Ministro assegura que vai restituir remuneração do Júri Nacional de Exames

  • Lusa
  • 16 Maio 2023

As estruturas nacionais de exames tinham tido um corte de 25% no subsídio que recebem, na remuneração que recebem, desde o tempo da troika. "Nós vamos repor esse corte", disse o ministro.

O ministro da Educação assegurou esta terça-feira que vai restituir o corte de 25% na remuneração do Júri Nacional de Exames, após alguns membros terem colocado o lugar à disposição, esperando que as provas de aferição decorram com a “devida tranquilidade”.

“O que está em causa é uma coisa simples e que está a ser corrigida. As estruturas nacionais de exames tinham tido um corte de 25% no subsídio que recebem, na remuneração que recebem, desde o tempo da troika, [mas] nós vamos repor esse corte”, disse o ministro da Educação, João Costa a jornalistas portugueses em Bruxelas, após o Conselho de Educação, Juventude, Cultura e Desporto, adiantando que “já houve uma reunião com as estruturas”.

“E eu tenho a certeza que teremos serenidade e que as provas vão decorrer com a com a devida tranquilidade que todos os alunos merecem”, adiantou. Questionado sobre problemas temporários verificados esta terça nas provas de aferição, João Costa apontou que “todos os passos dados são passos num contexto de uma monitorização que é feita da aplicação e da transferência destas provas para o digital”.

“Este é o primeiro ano de mudança, o primeiro ano de generalização, portanto, é normal que existam que existam receios e dúvidas”, concluiu. Na segunda-feira, o Ministério da Educação garantiu que a realização das provas de aferição está assegurada e que se irá manter o calendário previsto, apesar de responsáveis pela classificação das provas terem posto o seu lugar à disposição.

Na véspera do arranque das provas de aferição em formato digital e a cerca de um mês do início dos exames nacionais, vários responsáveis do Júri Nacional de Exames anunciaram que tinham posto o lugar à disposição. A informação começou a circular na segunda-feira à tarde nas redes sociais e, questionado pela Lusa, o gabinete de imprensa do Ministério da Educação garantiu que “tem estado a acompanhar a situação das estruturas do Júri Nacional de Exames, estando envolvido na procura de soluções que venham a garantir o pleno funcionamento daquelas estruturas”.

Algumas escolas tiveram dificuldades em exportar as credenciais dos alunos para as provas de aferição, mas “na grande maioria dos casos” os problemas não afetaram a realização das provas, informou o Ministério da Educação.

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IP reafirma reabertura da Linha da Beira Alta a 12 de Novembro

  • Lusa
  • 16 Maio 2023

“Alguns trabalhos continuarão depois dessa data, mas o principal ficará feito e a expectativa é de que os comboios possam começar a circular a partir dessa data”, disse o vice-presidente da IP.

A Linha da Beira Alta, que se encontra encerrada enquanto decorrem obras de modernização, deverá reabrir no dia 12 de novembro, anunciou esta terça-feira o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes. “Estamos a fazer um esforço imenso em termos das nossas equipas e das equipas das quatro empreitadas que estão a correr. Estamos, de facto, comprometidos em reabrir a linha no dia 12 de novembro”, afirmou o responsável, no final de uma visita a um troço da obra entre Mangualde e Celorico da Beira.

Segundo Carlos Fernandes, “alguns trabalhos continuarão depois dessa data, mas o principal ficará feito e a expectativa é de que os comboios possam começar a circular a partir dessa data”. O vice-presidente da IP frisou que se trata de “uma das maiores obras em curso em Portugal”, que representa “um investimento de praticamente 600 milhões de euros, integrado no programa Ferrovia 2020”.

“Vamos renovar integralmente esta infraestrutura, construir instalações para comboios de mercadorias, suprimir todas as passagens de nível que ainda existem nesta linha e criar uma ligação da Linha da Beira Alta à Linha do Norte, permitindo que haja serviços diretamente do Porto para a Linha da Beira Alta”, explicou.

Carlos Fernandes falava no local onde vai surgir uma das grandes variantes da Linha da Beira Alta, após uma visita do ministro das Infraestruturas, João Galamba. “Vamos construir 16 quilómetros de novas variantes na Linha da Beira Alta. Vamos, com isso, poupar 25 a 30 minutos do tempo do percurso atual e vamos harmonizar a velocidade de circulação nesta linha para cerca de 120 quilómetros por hora”, referiu.

O responsável sublinhou que a modernização da Linha da Beira Alta é “uma das grandes obras numa das linhas mais importantes do país”, que “liga a Espanha e à Europa” e está “muito vocacionada para a área das mercadorias”. João Galamba deixou a garantia ao presidente da Câmara de Mangualde, Marco Almeida, de que serão desenvolvidos todos os esforços para que a linha reabra no dia 12 de novembro.

“É o prazo que está contratualizado e, neste momento, não temos informações de que esse prazo seja violado. Estamos muito empenhados no sucesso desta obra”, garantiu. Marco Almeida considerou que esta obra vai aproximar o território “da Europa, dos mercados mais competitivos”, tendo, por isso, “grande significado não só para o país, mas especialmente para esta região”.

“No final, vamos estar mais competitivos e mais capacitados para enfrentar os novos desafios”, acrescentou.

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Marcelo promulga diploma da eutanásia

  • Lusa e ECO
  • 16 Maio 2023

O Presidente da República promulgou o diploma da eutanásia, "tal como está obrigado", avançou em nota no site da presidência.

O Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou esta terça-feira o decreto sobre morte medicamente medicamente assistida “tal como está obrigado”, de acordo com uma breve nota publicada no site da Presidência.

A Assembleia da República confirmou no passado dia 12 de maio, por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, a nova versão do diploma sobre a morte medicamente assistida, pelo que o Presidente da República promulgou o Decreto n.º 43/XV, da Assembleia da República, tal como está obrigado nos termos” da Constituição, lê-se na nota.

O decreto, que o Presidente da República tinha vetado em 29 de abril, foi confirmado na passada sexta-feira no Parlamento, e seguiu nesse mesmo dia para o Palácio de Belém para promulgação. A partir desse momento, Marcelo tinha um prazo de oito dias para o promulgar.

O diploma teve 129 votos a favor, das bancadas do PS, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PAN e Livre, 81 votos contra, da ala do PSD, Chega e PCP. Um deputado social-democrata absteve-se.

 

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SAD do FC Porto paga 6,25% para emitir 40 milhões de euros de obrigações

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Maio 2023

A SAD liderada por Pinto da Costa vai pagar uma taxa de juro fixa bruta de 6,25% ao ano na emissão a três anos.

A SAD do Futebol Clube do Porto (FC Porto) anunciou esta terça-feira o lançamento de um empréstimo obrigacionista no valor inicial de até 40 milhões de euros, num total de oito milhões de obrigações ao valor nominal unitário de cinco euros. A SAD portista paga uma taxa de juro fixa bruta de 6,25% ao ano.

As Obrigações FC Porto SAD 2023-2026 serão emitidas no âmbito de duas ofertas que decorrem entre 22 de maio e 2 de junho de 2023:

  • Uma oferta pública de subscrição tendo como objeto até 8.000.000 de obrigações, com o valor nominal unitário de 5 euros e global inicial de até 40 milhões de euros;
  • Uma oferta pública de troca, no mesmo montante, de obrigações emitidas pela FC Porto SAD em 26 de maio de 2021, com data de reembolso em 26 de novembro de 2023, “correspondendo a cada Obrigação FC Porto SAD 2021-2023, a título de contrapartida, uma Obrigação FC Porto SAD 2023-2026, um prémio em numerário no valor de 0,05 euros e os juros corridos desde 26 de maio de 2023, inclusive, até à data de liquidação, exclusive, no montante de 0,007256944 por cada Obrigação FC Porto SAD 2021-2023, encontrando-se estes pagamentos sujeitos a impostos, comissões e outros encargos”.

No prospeto agora enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a FC Porto SAD explica que as ordens de subscrição e/ou de troca transmitidas em aceitação da respetiva oferta e devidamente validadas estarão “sujeitas aos critérios de alocação de ordens e de rateio aplicáveis e serão satisfeitas de acordo com os mesmos”, caso a procura exceda as Obrigações FC Porto SAD 2023-2026 disponíveis.

Como é habitual neste tipo de operações, o valor de 40 milhões de euros poderá ser aumentado, por opção do emitente e oferente, mediante publicação de adenda ao prospeto que seja aprovada pela CMVM e divulgada até 31 de maio de 2023.

Nesta operação, coordenada pelo Haitong Bank e em que participam como “colocadores” o ActivoBank, Banco Best, Banco Carregosa, Montepio, Caixa BI, CCCAM, CGD, EuroBic, Haitong Bank, Millennium bcp e o Novobanco, o pagamento de juros será realizado a 7 de junho e 7 de dezembro de cada ano, esclarece ainda o clube azul e branco.

A data de reembolso das obrigações está prevista para 7 de dezembro de 2026.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h35)

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Marcelo recusou receber Christine Ourmières-Widener

  • Ana Petronilho
  • 16 Maio 2023

"Tudo o que o Presidente da República pudesse dizer iria ser ruído", por isso, Marcelo Rebelo de Sousa optou por não receber a ex-CEO da TAP, num momento em que já sabia ter sido demitida.

Christine Ourmières-Widener pediu para ser recebida por Marcelo Rebelo de Sousa já depois de ter sido demitida pelo Governo, apurou o ECO junto de fonte de Belém. Mas o Chefe de Estado optou por não a receber para evitar “ruído”, tendo em conta que já estava em curso a Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da companhia aérea.

O Presidente da República disse esta terça-feira que recusou pedidos de responsáveis da TAP para serem recebidos, assim como qualquer tipo de contactos, para não interferir de modo algum no processo de inquérito parlamentar em curso na Assembleia da República.

O ECO sabe que foi a ex-CEO da TAP quem solicitou a audiência, numa altura em que tinha sido demitida pelos ministros das Finanças e das Infraestruturas, mas formalmente ainda se encontrava em funções. O Chefe de Estado recusou receber a gestora para evitar qualquer interferência num momento de definição do futuro da companhia e numa matéria que está a ser discutida numa comissão parlamentar de inquérito.

Em resposta aos jornalistas, no antigo picadeiro real junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar assuntos abrangidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, incluindo o funcionamento dos serviços de informações.

“Tudo o que o Presidente da República pudesse dizer iria ser ruído, e tenho evitado isso. Nomeadamente nesse caso, tenho evitado esse ruído, por exemplo, não recebendo responsáveis da empresa que pediram para ser recebidos por mim, ou não aceitando contactos de qualquer natureza que fossem uma maneira de interferir, direta ou indiretamente num processo que está no Parlamento“, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP “é um processo que está no Parlamento, é do Parlamento”.

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