Pedro Pinto Lourenço regressa a Portugal para assumir direção executiva de setor público na Microsoft

O profissional ocupou posições nas regiões de Western Europe e EMEA durante os últimos dois anos. Está há mais de uma década na Microsoft.

Há mais de uma década na Microsoft, Pedro Pinto Lourenço é o novo diretor executivo para o setor público, regressando à subsidiária portuguesa depois de dois anos a desempenhar funções internacionais enquanto partner lead e SAP partner lead na região da Europa, Médio Oriente e África.

“É com muito entusiasmo e profundo sentido de missão que assumo esta posição e regresso à filial portuguesa. Sou convictamente apaixonado pela forma como a tecnologia pode ter um impacto positivo na vida das pessoas e acredito que a melhor representação disso passa pelo setor público, na medida em que podemos ver o resultado da inovação na melhoria das condições de vida e nos serviços prestados ao cidadão”, começa por dizer Pedro Pinto Lourenço.

“O momento que vivemos oferece uma enorme oportunidade de transformação e acredito que temos as pessoas e as ferramentas para ajudar a transformar Portugal”, acrescenta o profissional, citado em comunicado.

Há 13 anos na Microsoft, Pedro Pinto Lourenço iniciou o seu percurso na empresa como account executive para o setor público, onde desenvolveu e geriu a relação institucional com o Ministério da Economia, Ambiente e Agricultura. Ao fim de dois anos, em 2012, passou a public safety & national security lead, com responsabilidade pela gestão da relação institucional com os Ministérios da Justiça, Administração Interna, Defesa Nacional e Presidência de Conselho de Ministros. Entre 2016 e 2021, foi diretor da área de Unidade de Dynamics 365 da Microsoft Portugal, tendo então assumido o desafio de potenciar o uso de soluções empresariais Microsoft como forma de contribuir para o desenvolvimento económico e social do país.

Ao longo da sua carreira, Pedro Pinto Lourenço desempenhou diversas funções na área de consultoria e na área comercial, tendo passado pela Oracle Corporation, Grupo Corte Inglês, Jazztel e DHL.

O anúncio surge sensivelmente um mês depois de divulgadas as conclusões do mais recente Estudo de Impacto Económico e Social do Ecossistema Microsoft em Portugal, desenvolvido pela consultora Ernst & Young (EY), que revelou a importância da atividade do ecossistema da empresa e o impacto, direto e indireto, para a economia nacional com destaque para o valor económico gerado, na ordem dos 4,9 mil milhões de euros, o equivalente a 2,4% do PIB português. Com uma rede de 4.000 parceiros atualmente, o estudo refere ainda que o ecossistema foi responsável por gerar cerca de 28 mil postos de trabalho.

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Despesa pública sobe 4,4% para mais de 107 mil milhões de euros em 2022

Apesar do aumento de 4,5 mil milhões de euros no último ano, a despesa de Portugal face ao PIB em prestações sociais, consumo intermédio e investimento fica abaixo da média dos países da UE.

O valor nominal da despesa pública aumentou 4,4% face em 2022 face ao ano anterior, superando pela primeira vez os 107 mil milhões de euros. “Comparativamente com 2021, a despesa pública aumentou 4,4% em termos nominais, refletindo o aumento do esforço orçamental associado às medidas de mitigação dos impactos do choque geopolítico e da inflação na economia portuguesa”, refere o comunicado do Instituto Nacional de Estatística.

No entanto, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira, a despesa pública atingiu um valor equivalente a 44,8% do PIB, menos 2,9 pontos percentuais que em 2021.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

Além disso, o INE revela ainda que “o peso da despesa pública no PIB em Portugal foi inferior em 6 pontos percentuais à média do conjunto de países da área do euro.” Contudo, o INE refere que, se a comparação for feita com a média simples dos pesos da despesa no PIB dos vários países da área do euro, Portugal apresenta valores próximos nos últimos cinco anos.

De acordo com dados apresentados esta segunda-feira, as prestações sociais foram a rubrica da classificação económica com maior peso relativo, representando 41,7% do total da despesa.

O INE nota que “as prestações sociais cresceram 7,4% em 2022 (3,5%, em 2021)”, salientando que “a sua principal componente (cerca de 70% do total) corresponde às pensões pagas, que aumentaram 6,2%, devido sobretudo ao impacto do complemento excecional a pensionistas (montante adicional de 50% do valor total auferido de pensão em outubro de 2022) e ao aumento em 0,9% no número de pensionistas do regime geral.”

Segundo o INE, as restantes prestações sociais em dinheiro aumentaram 10,4%, como resultado “do comportamento da despesa com o apoio extraordinário a titulares de rendimentos – Famílias Primeiro, com o apoio extraordinário às famílias mais vulneráveis e com o apoio extraordinário a titulares de rendimentos e prestações sociais que, no total, implicaram uma subida da despesa em mais de mil milhões de euros.”

Os dados do INE destacam ainda um crescimento de 3,5% das remunerações pagas, “refletindo as atualizações salariais, as valorizações remuneratórias e o crescimento do emprego.”

Na componente do investimento, os dados do INE revelam um crescimento de 7,7% da despesa com investimento, totalizando 6,1 mil milhões de euros em 2022.

“Este acréscimo deveu-se, principalmente, à despesa realizada pela Infraestruturas de Portugal, I.P., no âmbito do Plano de Investimentos em Infraestruturas “Ferrovia 2020”, à despesa realizada pela empresa de metropolitano do Porto associada à expansão da respetiva rede e aquisição de material circulante, aos investimentos na área da Defesa e à continuação do investimento no âmbito do projeto de Universalização da Escola Digital, pelo Ministério da Educação”, justifica o INE.

Tendo por base o PIB, Portugal apresenta pesos relativamente maiores da despesa pública com remunerações e com pagamento de rendimentos de propriedade face à média dos países da União Europeia. Porém, “gasta menos” com prestações sociais, consumo intermédio e investimento, face aos seus pares europeus.

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Mafra quer abolição de portagens na A21 e classificação como estrada nacional

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

Câmara Municipal de Mafra vai solicitar ao Governo a abolição de portagens na autoestrada A21 (Ericeira/Mafra/Malveira) e a sua classificação como estrada nacional.

“A Câmara Municipal de Mafra delibera solicitar ao Governo que — à semelhança do que aconteceu noutros concelhos do país, com fundamentação no crescimento demográfico, conjugado com a falta de resposta da rede estradal nacional — promova a desclassificação total da A21, com a consequente abolição de portagens, procedendo à classificação da via como estrada nacional“, avança a autarquia de Mafra.

Esta moção foi aprovada, por unanimidade, na última reunião do executivo municipal e vai ser enviada ao ministro das Infraestruturas a solicitar a abolição de portagens na autoestrada A21 (Ericeira/Mafra/Malveira) e a sua classificação como estrada nacional.

Segundo a autarquia, Mafra foi o concelho do país que “mais cresceu no conjunto dos dois últimos Censos”, passando de 50.000 para 90.000 habitantes em duas décadas.

O aumento populacional não tem vindo a ser acompanhado pelo devido investimento na expansão da rede viária nacional.

Câmara Municipal de Mafra

Face ao crescimento demográfico e ao consequente aumento do volume de tráfego, e apesar da existência da autoestrada, as estradas nacionais 116 e 8 “estão completamente saturadas, registando-se frequentes congestionamentos, traduzidos em longas filas de espera”. O que, argumenta o município, “condiciona a mobilidade dos cidadãos e contribui para a redução da qualidade de vida dos residentes nos principais centros urbanos, designadamente Venda do Pinheiro, Malveira, Mafra e Ericeira”.

Segundo a autarquia, “o aumento populacional não tem vindo a ser acompanhado pelo devido investimento na expansão da rede viária nacional“, pelo que são necessárias soluções para a “urgente diminuição do tráfego de passagem nas localidades e aumento da segurança rodoviária“.

Mafra foi o único município do país a construir uma autoestrada, a A21. Em 2008, o município propôs à então Estradas de Portugal (atual Infraestruturas de Portugal) a venda da autoestrada, por estar a acumular prejuízos diários calculados em 30 mil euros com a gestão e manutenção da via. O acordo foi fechado em 2009, mas só em março de 2012 a transferência da concessão se concretizou.

Em março de 2010, o tribunal condenou a empresa municipal Mafratlântico, entretanto extinta, a pagar aos construtores as “quantias devidas ao abrigo do contrato de empreitada para a construção da via”, no valor total de 14,7 milhões de euros.

Às dívidas da construção da A21 somavam-se em 2014 cerca de 20 milhões de euros de indemnizações reclamadas em tribunal por expropriações de terrenos que não foram aceites pelos seus proprietários.

Em fevereiro de 2011, o município decidiu extinguir a Mafratlântico e assumir todos os seus compromissos, entre os quais as dívidas da A21. Em 2014, a autarquia aprovou pagar, nos sete anos seguintes, o remanescente de 4,4 milhões de euros da dívida ao construtor da autoestrada.

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Metro de Lisboa recruta dez jovens para programa de estágios

O programa de estágios remunerados tem a duração de 12 meses e inicia em setembro. As candidaturas estão abertas até ao final do mês.

O Metropolitano de Lisboa (ML) acaba de lançar a terceira edição do programa de estágios remunerados “Trainees METRO – 1.ª Viagem”, que conta com dez vagas por preencher. As candidaturas estão abertas até ao final de maio e o programa, que dura 12 meses, tem início em setembro.

“O programa tem dez vagas disponíveis e procura captar jovens recém-licenciados com formação académica em auditoria, ciências documentais (arquivo) ou ciências da informação, direito, economia, engenharia eletrónica e telecomunicações, engenharia eletrotécnica e computadores, engenharia de gestão industrial, engenharia mecânica, finanças, gestão, marketing, segurança, emergência e proteção civil, segurança no trabalho”, lê-se em comunicado.

Ao longo de 12 meses, estes jovens serão integrados nas equipas do Metropolitano de Lisboa, dentro da sua área de conhecimento, participando nas atividades diárias da empresa.

Os interessados podem submeter a sua candidatura através de correio eletrónico ([email protected]) ou preenchendo o formulário disponível no site do Metro.

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Comissão alerta para perda de rendimento das famílias portuguesas com taxa variável no crédito à habitação

Portugal encontra-se entre os países com maior percentagem de contratos da casa com taxa variável. Pressão nos rendimentos das famílias pode penalizar consumo.

A Comissão Europeia alerta para a perda de rendimento das famílias portuguesas devido à elevada percentagem de taxa variável no crédito à habitação, um aviso que consta das previsões económicas de primavera divulgadas esta segunda-feira. Isto poderá, por sua vez, penalizar o consumo privado, acrescenta.

“Vários países com uma grande parcela de empréstimos à habitação com taxas variáveis, como como Finlândia, Portugal, Chipre e os estados bálticos na Zona Euro e Suécia, Polónia, Roménia e a Bulgária no resto da UE, podem sofrer uma perda no rendimento discricionário do agregado familiar com possíveis efeitos indiretos sobre o consumo”, lê-se no documento que atualiza as previsões económicas de Bruxelas.

Há assim perspetivas de perdas no rendimento discricionário, ou seja, o dinheiro que sobra depois de pagar impostos e despesas necessárias para o custo de vida, como renda ou prestações do empréstimo. Estas perdas podem ter repercussões no consumo, já que as famílias ficam com menos dinheiro disponível para gastar noutros bens.

Em Portugal, menos de 10% dos contratos de empréstimos para a compra de casa têm taxa fixa, valores que comparam com a média de 41% de contratos com taxa fixa na Zona Euro. A subida dos juros está a ser preocupante para muitas famílias com taxa variável, que estão a sentir um maior aperto financeiro perante o aumento da prestação mensal da casa, em resultado do agravamento do indexante, a Euribor.

Este contexto é arriscado numa altura em que os salários reais registam uma estagnação, como sinaliza Bruxelas. Ainda assim, no cenário geral, a Comissão prevê uma recuperação gradual do rendimento disponível das famílias, evolução que poderá ser mais complicada para os lares com créditos com taxa variável.

A recuperação do rendimento dá-se com a subida de salários, mas a Comissão alerta também para a pressão que isso pode colocar nos preços. O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, admite que pode existir uma contradição entre a realidade da perda do poder de compra e e os alertas para a espiral salários-preços. “Há contradição, mas é a realidade”, sinaliza o comissário, na conferência de imprensa de apresentação das previsões.

Questionado sobre os efeitos sociais deste contexto, Gentiloni destaca que “vários países têm medidas para apoiar famílias em relação aos custos de vida e estas medidas foram tomadas também em Portugal, por exemplo com o apoio às rendas, IVA Zero e aumento nas remunerações da Função Pública e das pensões”. “Tomamos nota destas medidas”, diz, referindo que em alguns setores há margem para acomodar “o impacto de subida dos salários sem colocar a inflação demasiado alta”.

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Preço do gás natural toca novo mínimo desde julho de 2021

Níveis de gás armazenado, clima ameno e contributo das renováveis têm resultado numa desvalorização do preço do gás. Contratos para entrega em junho tocam novo mínimo desde 2021.

O preço do gás natural na Europa atingiu um novo mínimo de 22 meses, tendo arrancado a manhã desta segunda-feira a negociar nos 31,66 euros por megawatt-hora (MWh), cotação que não se via desde julho de 2021.

Pelas 9h00 desta segunda-feira, o contrato de gás TTF para entrega em junho, negociado em Amesterdão e que serve de referência para o mercado europeu, estava a valorizar 1,2%, para 33 euros MWh.

Desde o início do ano que o preço do gás tem estado em queda, não só devido aos níveis de gás abastecido nos stocks europeus — em março, as reservas estavam nos 56%, de acordo com os dados da Comissão Europeia –, mas também por causa do tempo mais ameno e do maior recurso às energias renováveis para a produção de eletricidade.

Apesar desta queda, os analistas consultados pela Bloomberg antecipam a possibilidade de um aumento dos preços nas próximas semanas, à medida que se aproxima a época do verão. Isso poderá ser resultado de um maior consumo deste combustível para alimentar sistemas de arrefecimento, como ar condicionado, numa altura em que os Estados-membros têm que voltar a reabastecer os stocks de gás antes do próximo inverno.

O preço do gás na Europa mostra assim sinais de estabilização, depois de, em 2022, na sequência da guerra na Ucrânia, terem atingido níveis recorde. Recorde-se que em agosto os contratos de gás chegaram a superar os 300 euros por MWh, tendo os preços entrado em declínio a partir de dezembro.

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Cheque de 30 euros complementa programa de apoio alimentar por mais dois meses

O cheque é pago pela Segurança Social "diretamente ao beneficiário ou, quando aplicável, ao seu representante legal" através de transferência bancária ou vale postal.

O Governo decidiu prolongar por mais dois meses o subsídio complementar de 30 euros destinado aos beneficiários do programa de apoio alimentar, com o intuito de compensar as famílias vulneráveis pelo aumento do custo de vida, de acordo com uma portaria publicada esta segunda-feira no Diário da República.

Em causa está um “cheque” complementar mensal de 30 euros por cada elemento que compõe o agregado familiar apoiado pelo Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC). Este apoio “excecional e temporário” foi anunciado a 10 de fevereiro e era atribuído por um período máximo de dois meses, com o intuito de “colmatar situações de carência económica ou perda de rendimentos” na sequência do aumento do custo de vida.

Em fevereiro, o Observador noticiou que os cabazes distribuídos ao abrigo do programa estavam a chegar incompletos às famílias mais pobres. Por isso, na prática, a medida veio apoiar as “pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade beneficiárias do POAPMC”, na sequência da “situação socioeconómica internacional” que veio agravar os “impactos causados pela situação de guerra na Europa” e que gerou “constrangimentos e atrasos nas entregas dos produtos que constituem o cabaz alimentar”, assume o Governo na portaria.

Neste contexto, e tendo em conta a “manutenção destes constrangimentos, ainda que estejam a ser desenvolvidos os esforços para a sua resolução”, o Governo decidiu prorrogar este apoio “pelo período de mais dois meses”, segundo consta na portaria assinada pela ministra da Coesão Territorial, bem como pelo secretário de Estado da Segurança Social e pela secretária de Estado da Inclusão.

As verbas associadas à implementação desta medida provêm do Orçamento do Estado e o cheque é pago pela Segurança Social “diretamente ao beneficiário ou, quando aplicável, ao seu representante legal” através de transferência bancária ou vale postal. A portaria entra em vigor na terça-feira.

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Portuguesa Powerdot aposta em França e vai investir 140 milhões até 2025

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

A Powerdot continua a apostar no mercado francês, onde vai investir 140 milhões de euros até 2025, depois já ter instalado 1.200 pontos de carregamento para elétricos.

A Powerdot continua a apostar no mercado francês, onde vai investir 140 milhões de euros até 2025, depois já ter instalado 1.200 pontos de carregamento para veículos elétricos nos últimos dois anos, revelou a empresa portuguesa.

Vamos investir 140 milhões de euros no mercado francês para acelerar o crescimento e melhorar a infraestrutura [de carregamento] de veículos elétricos neste país“, disse à agência Lusa o presidente executivo da Powerdot, Luís Santiago Pinto.

Nesta altura, a empresa tem “1.200 postos de carregamento operacionais” em França e possui “2.500 instalados” em toda a Europa, disse o gestor, lembrando que os objetivos da Powerdot são “muito ambiciosos”, pois pretende instalar mais de “8.000 pontos de carregamento até 2025” no país.

Fundada em 2018, a Powerdot surge com o objetivo de instalar carregadores de veículos elétricos em locais onde “as pessoas passam mais tempo”, evitando desvios nos trajetos dos utilizadores no seu dia a dia e explorando o conceito de ‘destination charging’, que associa o carregamento de veículos aos hábitos diários das pessoas.

Para o CEO e um dos fundadores a Powerdot, a França é “um dos pilares da expansão internacional”, o “maior mercado atualmente” para a empresa, sendo que esta “está comprometida em continuar a investir” no país, pois é esse o “caminho” traçado.

“Nós começámos em Portugal em 2018, o nosso processo de internacionalização iniciou-se em 2020 e neste momento a França já ultrapassou a dimensão de Portugal em número de pontos de carregamento instalados”, sendo várias as razões pelas quais este país “é para nós um mercado muito interessante”, disse o gestor.

E prosseguiu: “Em primeiro lugar, porque a procura de carros elétricos tem vindo a crescer muito, se calhar um pouco mais atrasada do que noutros países da União Europeia (UE), como a Alemanha ou a Holanda, mas neste momento sentimos que na França há um enorme crescimento e acompanhamento da procura por parte das pessoas a querem comprar carros elétricos e isso é verificado pelos números oficiais“.

Em segundo lugar, “nós sentimos que em França existe um enorme interesse privado na instalação de carregadores em parques de estacionamento de acesso público. Sentimos que os proprietários das localizações têm interesse e vêm a sustentabilidade como um dos seus objetivos e que uma solução de carregamento no seu parque de estacionamento se enquadra na estratégia que os proprietários têm para os seus espaços”, disse.

Por último, “o Governo francês tem dado incentivos e desenvolvido a legislação para fazer com que a adoção desta forma de mobilidade mais sustentável tenha crescido ao longo do tempo”, daí que a combinação destes três fatores com a dimensão do mercado faça da França um “país muito atrativo” para a operação da Powerdot.

Por tudo isto, Luís Santiago Pinto vê com “muito agrado” a participação da Powerdot no Choose France Summit, evento criado há cinco anos pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que servirá para “apresentar e explicar” às grandes empresas internacionais o que tem sido feito para promover a atratividade económica no território francês.

Este ano, a Powerdot é uma das duas únicas empresas portuguesas convidadas para participarem neste evento, em conjunto com empresas de outros países.

Trata-se de um “passo muito importante” e acima de tudo é o “grande reconhecimento” por parte do Governo francês, pelo “forte investimento” e “desenvolvimento do negócio” que a empresa está a fazer, considerou o gestor.

No mercado francês, a Powerdot está a investir no longo prazo, pelo que o objetivo é fornecer os atuais e futuros utilizadores de veículos elétricos nas próximas décadas.

Questionado pela Lusa sobre a política de incentivos, Luís Santiago Pinto considerou-a “essencial” nesta fase desta tecnologia e disse que a França “criou bem” os seus incentivos, para os utilizadores, empresas e para os parques de estacionamento instalarem carregadores, pelo que os resultados “estão à vista”.

A Powerdot tem um escritório em Paris e emprega 49 trabalhadores que ajudaram a transformar o modelo de negócio originado em Portugal adaptando-o à realidade francesa.

O investimento que a empresa fará até 2025 vai criar mais 66 postos de trabalho diretos e mais de 150 postos de trabalho indiretos no mercado francês.

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Hôma aumenta salário de entrada em 13,5%. Quer recrutar 150 pessoas até final do ano

Mais de 350 trabalhadores são abrangidos pela atualização salarial. A retalhista prepara ainda a implementação de flexibilidade horária para os colaboradores do backoffice.

A hôma decidiu aumentar em 13,5% o salário de entrada dos seus colaboradores, fixando o ordenado mínimo praticado na companhia nos 12.760 euros brutos por ano, ou seja, cerca de 911 euros mensais. Com novas aberturas de lojas previstas, a cadeia de retalho planeia este ano reforçar a equipa e contratar cerca de 150 novos colaboradores, avança Inês Caldas, people & culture director da hôma, ao ECO Trabalho.

“Aumentamos em 13,5% o salário de entrada dos colaboradores, afastando-nos do Salário Mínimo Nacional (fixado este ano nos 760 euros). Os colaboradores hôma passam a receber, no mínimo, 12.760 euros por ano. A este valor acresce ainda um prémio anual e, para os colaboradores das lojas, prémios trimestrais e um prémio especial no Natal”, afirma a gestora de pessoas do antigo DeBorla.

A medida abrange mais de 350 pessoas, que representa cerca de 50% dos colaboradores da hôma. Questionada sobre o investimento feito pela empresa com esta decisão, a retalhista não deu resposta até ao momento da publicação.

Em matéria de compensação e benefícios, “vamos implementar a flexibilidade de horário para os colaboradores do backoffice”, adiantou Inês Caldas, sem detalhar, contudo, os detalhes do modelo em cima da mesa.

Aumentamos em 13,5% o salário de entrada dos colaboradores, afastando-nos do Salário Mínimo Nacional. Os colaboradores hôma passam a receber, no mínimo, 12.760 euros por ano. A este valor acresce ainda um prémio anual e, para os colaboradores das lojas, prémios trimestrais e um prémio especial no Natal.

Inês Caldas

People & culture director da hôma

Além disso, “os colaboradores passaram a ter 20% de desconto nas nossas lojas (…) e estabelecemos dezenas de parcerias com descontos em ginásios, farmácias, oficinas, restaurantes…”, salientou a people & culture da hôma.

Contratar 150 pessoas até final do ano

Ainda em 2023 está prevista a abertura de “mais três ou quatro lojas hôma em Portugal”, o que implica um novo reforço das equipas. Prevemos recrutar cerca de 150 novos colaboradores até ao final do ano”, adianta Inês Caldas. “Para além do reforço das lojas, a nossa estrutura central encontra-se também a crescer, e as principais vagas serão nas áreas de marketing, sistemas e tecnologias e recursos humanos”, detalha.

“Procuramos pessoas alinhadas com os nossos valores e apaixonadas pelo que fazem”, continua. E acrescenta: “Competências de colaboração, inovação, empatia, inteligência emocional, flexibilidade, agilidade, pensamento crítico, entre outras, serão críticas para os próximos tempos.”

Ao nível de crescimento do negócio, a retalhista espera continuar a expansão e apostar cada vez mais na experiência omnichanel, “com um e-commerce cada vez mais robusto”. Planos que exigem que “estejamos conscientes de que o talento das nossas equipas é o capital mais valioso que temos e que é nossa responsabilidade protegê-lo, desenvolvê-lo e criar condições para que evolua da melhor forma”.

Este ano, a empresa decidiu reforçar o plano de formação dos seus colaboradores, “tornando-o mais robusto e com diferentes formatos”. Simultaneamente, planeia implementar uma série de iniciativas para continuar a “atrair, desenvolver e fidelizar o talento de que precisamos, promovendo um maior bem-estar para as nossas pessoas e assegurando que a nossa cultura e valores são vividos por todos”.

Também no processo de integração de novos colaboradores, nomeadamente na formação, foram já feitas melhorias. “Implementámos o projeto ‘hôma boarding‘, um plano de integração construído à medida das nossas necessidades e alinhado com a cultura hôma. Este programa pretende potenciar a motivação e fidelização dos novos colaboradores, bem como otimizar o seu desempenho e produtividade. O ‘hôma boarding‘ permite uma formação inicial mais estruturada e eficaz”, explica a people & culture director do retalhista.

“Criámos várias ferramentas para apoiar esta formação como um Diário de Bordo com todos os conteúdos que devem ser abordados e com os momentos de interação social e de feedback que devem acontecer sempre que recebemos um novo colaborador. Preparámos todas as chefias de loja, criámos o ‘hôma friend‘, que apoia o novo colaborador e potencia a sua integração de forma informal. O programa foi construído com o envolvimento dos vários intervenientes de forma a facilitar o papel de quem já cá está e a criar a melhor experiência possível para quem se junta a nós”, conclui a responsável.

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Bruxelas revê em alta crescimento e inflação na Zona Euro

Um arranque de ano melhor do que o esperado e um mercado de trabalho forte explicam a revisão em alta do crescimento da Zona Euro para 1,1%. Mas as previsões para a inflação também são mais altas.

A Comissão Europeia está mais otimista. Um arranque de ano melhor do que o esperado levou a uma ligeira revisão em alta das previsões de crescimento para este ano: 1% na União Europeia e 1,1% na Zona Euro. Mas Bruxelas também reviu em alta as previsões para inflação face às previsões de inverno. Na Zona Euro, a taxa deverá ser de 5,8% este ano, desacelerando para 2,8% em 2024, ainda acima da fasquia de 2% protagonizada pelo Banco Central Europeu (BCE), que deverá continuar a subir as taxas de juro.

Nas previsões de inverno, em fevereiro, a Comissão antecipava que a Europa iria escapa por um triz à recessão técnica este ano, já que a economia europeia entrara em 2023 mais forte do que o antecipado. As previsões apontavam para um crescimento 0,8% e na Zona Euro 0,9%, após um crescimento de 3,5% em 2022. As previsões de evolução da inflação também sugeriam que depois do pico em 2022 iriam desacelerar para 6,4% e 5,6%, respetivamente.

Fonte: Comissão Europeia

“Não haverá recessão, mas o crescimento é moderado”, resumiu o comissário europeu para os Assuntos Económicos, na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas da primavera. Paolo Gentiloni frisou que quase todas as economias europeias deverão registar este ano uma expansão e que é o setor dos serviços o maior motor do crescimento já que a indústria ainda luta para superar os choques provocados pelos elevados preços da energia — que entretanto estão a normalizar — e as perturbações nas cadeias de abastecimento.

Mas apesar da revisão em alta das previsões, algo de que as economias se deveriam “orgulhar”, segundo Gentiloni, o comissário sublinhou que os riscos negativos são agora maiores.

“Uma inflação subjacente mais persistente poderá continuar a restringir o poder de compra das famílias e forçar uma resposta mais forte da política monetária, com amplas ramificações macrofinanceiras”, explicou Gentiloni. Além disso, acrescentou, que entre os riscos que pesam negativamente nas previsões estão os novos episódios de stress financeiro e de perturbações no setor bancário, nomeadamente nos Estados Unidos e na Suíça, que podem levar a um novo aumento da aversão ao risco, o que poderá levar a uma maior restrição nos critérios de atribuição de crédito do que os assumidos nesta previsão.

Entre os riscos estão sempre as tensões geopolíticas relacionadas com a guerra na Ucrânia, que, pela primeira vez, tem um capítulo específico nestas previsões.

do lado positivo estão os “desenvolvimentos mais benignos nos preços da energia que levaram a uma descida mais rápida da inflação, o que teve um efeito positivo na procura interna”.

No entanto, a inflação subjacente (a que exclui energia e os produtos alimentares não transformados) foi revista em alta porque tem-se revelado “mais persistente”. Em março atingiu o máximo histórico de 7,6% — que a Comissão considera ter sido “o pico”, segundo Gentiloni –, mas depois deverá “desacelerar gradualmente, à medida que “as margens de lucro absorvem as pressões de aumentos salariais e as condições financeiras se tornam mais apertadas”, lê-se no relatório. O comissário sublinhou que a “estimativa rápida da inflação de abril mostra uma pequena redução da inflação subjacente de 7,5% para 7,3%”. “Daí considerar o caminho de redução da inflação subjacente muito lento”, acrescentou.

As previsões de primavera apontam para uma inflação subjacente anual de 6,1% este ano, antes de desacelerar para 3,2% em 2024, “permanecendo acima da inflação total nos dois anos”. Mas se a inflação subjacente persistir, isso forçará as autoridades monetárias a agir, ou seja, a agravar mais o aumento dos juros, o que tem terá sempre impacto negativo nas famílias. Aliás, as previsões reconhecem que a apostas das famílias no mercado imobiliário já estão a sofrer, assim como o consumo, já que a inflação continua a erodir o poder de compra.

Bruxelas prevê que os salários reais vão continuar a descer este ano, embora seja de “esperar uma ligeira retoma no final do ano”. Mas, em termos de mercado de trabalho, a Comissão sublinha que “o mercado de trabalho tem superado as expectativas”. “A taxa de desemprego atingiu um valor historicamente baixo enquanto o emprego continuou a crescer e as horas trabalhadas estão lentamente a regressar a níveis pré-pandemia”, diz o relatório. A taxa de desemprego deverá permanecer nos 6,8% tal como em 2022, na zoa euro, mas o crescimento do emprego deverá abrandar.

Gentiloni fez questão de sublinhar que o “arrefecimento do mercado do crédito” se deve a uma “transmissão eficaz da normalização da política monetária e não a uma fragilidade do setor bancário”. “Os bancos europeus têm posições de capital sólidas, uma qualidade de ativos robusta e almofadas de liquidez suficientes”, referiu. O relatório sublinha ainda que os bancos “parecem ter capacidade para absorver o impacto de uma redução da qualidade do crédito”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Bruxelas revê em alta crescimento de Portugal de 1% para 2,4% em 2023. “Economia deve crescer o dobro da UE”, diz Gentiloni

A Comissão Europeia reviu em alta crescimento do PIB português de 1% para 2,4% em 2023, com impulso do turismo. Inflação deverá ficar em 5,1%.

A Comissão Europeia reviu em alta as previsões para o crescimento da economia portuguesa para mais do dobro. Espera agora que o PIB avance 2,4% em 2023, segundo indicou nas previsões económicas de primavera, merecendo elogios do comissário europeu para a Economia. É uma melhoria face aos 1% estimados em fevereiro e também mais otimista que Fernando Medina, que projetou um crescimento de 1,8% este ano.

Em fevereiro, as previsões económicas da Comissão Europeia apontavam para um crescimento do PIB de Portugal de 1%, o que já nessa altura era uma revisão em alta. Já para a inflação, previa que ficasse nos 5,4% este ano. Os números evoluem agora para um crescimento de 2,4% em 2023 e uma inflação de 5,1%, o mesmo que o previsto pelo Governo no Programa de Estabilidade.

Fonte: Comissão Europeia

Depois de uma recuperação no arranque do ano, impulsionada pelo turismo, “prevê-se que o crescimento económico enfraqueça” no segundo trimestre, para voltar a subir novamente nos trimestres seguintes “no contexto de uma recuperação gradual do rendimento disponível real das famílias e do consumo privado”, nota a Comissão nas previsões de primavera.

É também esperada uma subida mais forte das exportações do que das importações este ano, o que já se tem verificado nos primeiros meses de 2023, nomeadamente devido à recuperação do turismo, ajudando a impulsionar o crescimento. Já para 2024, Bruxelas mantém a previsão de um crescimento de 1,8%.

Este crescimento previsto para Portugal é “o dobro da média da UE para este ano”, de 1% na União Europeia e 1,1% na Zona Euro, destaca o comissário Paolo Gentiloni, na conferência de imprensa, acrescentando que “não podemos descrever isto como negativo”.

Apesar da melhoria, as previsões mais animadoras para a economia portuguesa continuam a ser as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que espera um crescimento de 2,6% este ano. O maior otimismo surge devido à surpresa no crescimento do PIB no primeiro trimestre, que foi de 1,6% em cadeia, mais forte do que o esperado.

No que diz respeito ao défice, a Comissão prevê mesmo que este se reduza para 0,1% em 2023, permanecendo inalterado em 2024. Fica abaixo dos 0,4% em 2023 e 0,2% em 2024 estimados pelo Ministério das Finanças no Programa de Estabilidade para 2023. “A receita tributária é o principal motor desse crescimento, principalmente da tributação indireta, ainda refletindo a elevação sustentada dos preços”, explica Bruxelas.

Paolo Gentiloni, comissário europeu com a pasta da Economia, destacou que é “interessante notar o equilíbrio orçamental, apesar de um número de medidas relacionadas com os preços da energia significantes, que tiveram um impacto substancial no Orçamento”, em conferência de imprensa. “No geral, o equilíbrio é melhor que outros membros”, salientou, ficando abaixo do limite dos 3% do PIB.

Quanto ao rácio da dívida pública, as perspetivas são de uma redução para 106,2% em 2023 e 103,1% em 2024. Portugal encontra-se entre as maiores quedas da Europa: a Grécia lidera (52 p.p.), seguida por Chipre (41 p.p.), Portugal (32 p.p.), Croácia (25 p.p.) e Irlanda (20 p.p.). Mesmo com esta redução, o rácio vai continuar a ser superior a 60% do PIB no final de 2024, a meta das regras orçamentais da UE, bem como acima de 100%.

Fonte: Comissão Europeia

A Comissão salienta ainda que a remuneração por trabalhador estagnou em Portugal. Prevê que o desemprego se fixe nos 6,5% em 2023 e 6,3% em 2024, durante “um aumento moderado do emprego e dos salários reais, compensando os funcionários pela perda de poder de compra em 2022”.

(Notícia atualizada pela última vez às 9h55)

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Especialistas recomendam semana de quatro dias e psicólogo na medicina do trabalho

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

Estudo recomenda que ao nível das organizações, as empresas tenham programas de prevenção dos riscos psicossociais e de promoção do bem-estar psicológico.

O Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS) recomenda a concretização da semana de quatro dias de trabalho, sem perda de remuneração, para melhor conciliar a vida profissional e familiar e conseguir reter as novas gerações.

“Esta semana de quatro dias só funciona com algumas condições: que não haja decréscimo salarial, ou seja, que a pessoa não fique a receber menos, e que a pessoa não tenha que fazer o trabalho de todos os dias naqueles quatro dias, senão acaba por ficar completamente sobrecarregada”, explicou Tânia Gaspar, coordenadora do trabalho desenvolvido pelo LABPATS.

Reconhecendo que há atividades profissionais em que a semana de quatro dias é mais fácil de aplicar do que noutras, a psicóloga acrescenta: “se a pessoa tiver de fazer o mesmo número de horas [da semana] numa fábrica, por exemplo, em quatro dias, vai haver quatro dias muito pesados e isso pode levar à exaustão”.

Tânia Gaspar considera que as empresas têm de mudar o seu paradigma “se querem reter os profissionais”, explicando que “as novas gerações têm outra atitude face ao trabalho e valorizam realmente muito o seu bem-estar”.

“O trabalho é uma área da sua vida, mas não é a área da sua vida”.

No conjunto de recomendações a que a Lusa teve acesso e que serão apresentadas na terça-feira, em Lisboa, os especialistas aconselham mudanças na legislação sobre saúde ocupacional, integrando nas equipas um psicólogo do trabalho/sociólogo do trabalho, para fortalecer a relevância da saúde mental e psicossocial, uma das dimensões que apresenta maior risco no estudo feito pelos investigadores.

Para chegar às recomendações, os especialistas do laboratório avaliaram 2.000 profissionais de áreas tão diversas como a saúde, a administração pública, educação, indústria e restauração, identificando vários níveis de risco em termos de ambiente de trabalho saudável. O mais elevado prende-se com a saúde mental e o burnout.

Para incentivar as organizações a promoverem ambientes de trabalho saudáveis, recomendam a criação de incentivos e/ou benefícios fiscais.

Defendem também que a saúde e bem-estar devem ser prioridades na definição de políticas e programas nos diferentes ministérios e que se deve valorizar e promover a confiança e celeridade do Sistema de Mediação Laboral e Sistema Judicial, atribuindo mais recursos. Tudo com auditorias regulares para monitorizar o cumprimento da lei.

“Esta questão da saúde e do bem-estar tem de ser uma prioridade (…) transversal aos vários programas dos vários ministérios. Nós não podemos achar que isto porque tem lá nome saúde é do Ministério da Saúde ou, porque tem o nome trabalho, é do Ministério do Trabalho”, afirmou a especialista.

Ao nível das organizações, recomendam que as empresas tenham programas de prevenção dos riscos psicossociais e de promoção do bem-estar psicológico, participação e desempenho dos profissionais, “principalmente ao nível do stress, burnout, assédio e na conciliação entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer”.

Devem igualmente promover a participação dos profissionais na definição das políticas empresariais e na participação em atos de gestão das organizações, assim como permitir o teletrabalho ou trabalho híbrido, sempre que possível.

Ao nível das lideranças, aconselham a que se coloque o bem-estar dos profissionais como uma prioridade das práticas de gestão de recursos humanos que se incentive a formação continua de conhecimentos e competências de liderança.

Para um ambiente de trabalho saudável, recomendam a promoção da liderança baseada na empatia e a promoção de recompensas aos profissionais pelo seu mérito, sejam elas financeiras ou não financeiras, como por exemplo a atribuição de dias de folga/férias extra.

Aconselham ainda que seja promovida maior assertividade junto da administração/direção para a “gestão conjunta de objetivos e gestão de desempenho da própria liderança e dos profissionais, justa e realista”.

“Dar voz” aos profissionais, promovendo momentos de partilha, escuta ativa com segurança psicológica é outras das recomendações na área das lideranças.

Ao nível dos profissionais, aconselham a que desenvolvam competências de autocuidado, autorregulação e autoconhecimento (para evitar situações extremas como o burnout) e defendem que devem apoiar e envolver-se na elaboração das estratégias de melhoria das condições de trabalho.

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