“Vontade de fazer acontecer das Infraestruturas era desacelerada pelas Finanças”, afirma chairman da TAP

O presidente do conselho de administração da TAP afirmou que há temas que ficaram em suspenso por falta de decisão das Finanças. Um deles é a devolução da indemnização de Alexandra Reis.

O chairman da TAP, Manuel Beja, deixou esta terça-feira críticas à atuação das Finanças em relação à TAP, acusando o ministério de “imobilismo”. Apontou como exemplo a substituição do administrador financeiro da TAP em 2021. “Houve vários momentos em que a vontade de fazer acontecer do Ministério das Infraestruturas era desacelerada pelo imobilismo do Ministério das Finanças”, afirmou Manuel Beja, na comissão de inquérito à companhia aérea.

Audição do Dr. Manuel Beja, na qualidade de Chairman do Board da TAP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP - 11ABR23
Audição do Dr. Manuel Beja, na qualidade de Chairman do Board da TAP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAPHugo Amaral/ECO

O presidente do conselho de administração da transportadora diz que numa reunião em dezembro com Alexandra Reis, já como secretária de Estado do Tesouro, levou uma série de temas que já se arrastavam nas Finanças “há largos meses”. “Levar mais tempo a tomar uma decisão era uma atitude frequente nas Finanças”, reiterou.

Manuel Beja disse mesmo que depois da experiência destes últimos anos ficou “mais descrente em relação ao setor empresarial do Estado”. “Com grande pena minha”, acrescentou. Para o administrador, as causas são “culturais e legislativas” e é “mais profundo do que as pessoas”.

O chairman deu como exemplo mais recente do imobilismo das Finanças o facto de a TAP continuar à espera de indicações da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) sobre a devolução da indemnização por Alexandra Reis. Uma vez que a antiga administradora recebeu os 500 mil euros líquidos de impostos, em causa está um acerto de contas com o Fisco, que continua por apurar, explicou. Os esclarecimentos, que incluem também os dias de férias não gozados, foram solicitados por email no dia 23 de março.

Manuel Beja ilustrou a falta de resposta das Finanças também com a substituição de João Weber Gameiro, que pediu a renúncia ao cargo de administrador financeiro (CFO) em outubro de 2021. O chairman afirmou que foi necessário insistir várias vezes com o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, para que o cargo não ficasse vago, tendo pedido a intervenção de Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas.

Gonçalo Pires, que era administrador não executivo, foi nomeado pelas Finanças como CFO interino. “Conseguimos convencê-lo do impacto negativo para a TAP de não haver um administrador financeiro num momento delicado da companhia e com o plano de restruturação ainda por aprovar”.

Manuel Beja afirmou, no entanto que “o secretário do Tesouro Miguel Cruz era geralmente acessível. Quando eram assuntos importantes era possível chegar ao secretário de Estado”, disse. Acrescentou também que as relações com as Finanças “pioraram com saída de Miguel Cruz”. “As coisas tornaram-se menos ágeis”, disse.

O chairman assinou, em conjunto com a CEO da TAP, o acordo de cessação de funções da antiga administradora Alexandra Reis, que a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) considerou ilegal, por violar o Estatuto do Gestor Público. A 6 de março o ministro das Finanças anunciou a sua demissão, alegando “justa causa” devido ao incumprimento da lei, processo que aguarda ainda a conclusão formal.

O sucessor de Miguel Frasquilho na presidência do conselho de administração da TAP é o quinto a ser ouvido na CPI à gestão da companhia aérea, depois do inspetor-geral de Finanças, do gestor financeiro da transportadora, da CEO e da antiga administradora Alexandra Reis. Manuel Beja foi escolhido pelo antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e iniciou funções no final de julho de 2021.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

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Governo italiano decreta estado de emergência para facilitar deportações

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

A medida, com financiamento inicial de cinco milhões de euros, será aplicada em todo o território nacional durante seis meses.

O Governo italiano liderado pela ultradireitista Giorgia Meloni decretou esta terça-feira o estado de emergência migratório durante os próximos seis meses, confirmaram fontes do Ministério do Interior, uma medida que facilitará a expulsão de migrantes.

A norma foi aprovada em conselho de ministros depois de nos últimos três dias terem desembarcado nas costas italianas mais de 3.000 pessoas, enquanto dezenas de embarcações, muitas em dificuldades, se dirigem para o país tirando partido da melhoria das condições climáticas, indicou a agência noticiosa Efe.

A medida, proposta pelo ministro da Proteção Civil e Políticas Marítimas, Nelo Musumeci, e com financiamento inicial de cinco milhões de euros, será aplicada em todo o território nacional durante seis meses, acrescentaram as fontes do Ministério do Interior.

Entre os procedimentos que permite este estado de emergência, excecional em termos migratórios, inclui-se um aumento das estruturas vocacionadas para o repatriamento de migrantes que não tenham direito a permanecer em Itália, segundo diversos media que tiveram acesso ao texto, ainda não divulgado pelo Governo. A abertura de novos Centro de Permanência para o Repatriamento (CPR) facilitará às autoridades as atividades de identificação e deportação.

Esta manhã, o vice-presidente do Executivo, Matteo Salvini, indicou que considerava necessário “pelo menos um centro de repatriamento para cada região” e pugnou por uma política mais dura face ao fenómeno migratório.

Salvini, líder da Liga Norte (direita nacionalista radical), que atualmente também exerce o cargo de ministro dos Transportes, impulsionou entre 2018 e 2019, então na qualidade de responsável pelo Interior, uma severa ação anti-migratória com algumas atuações que ainda estão em julgamento nos tribunais, como a recusa a conceder o desembarque de navios humanitário nos portos do país.

Após semanas muito intensas com a chegada de milhares de migrantes ao sul de Itália, onde há menos de dois meses um naufrágio provocou mais de 90 mortos na região da Calábria, Salvini assegurou que a Itália é “absolutamente incapaz” de gerir “mil chegadas diárias”, e que “é crucial que a Europa desperte e intervenha”.

Nas últimas semanas, a Itália registou um aumento significativo no número de migrantes e refugiados que chegaram à costa sul do país, vindos do norte da África. Mais de 3.000 migrantes chegaram à costa italiana nos últimos três dias, de acordo com a ANSA.

As chegadas de migrantes em Itália ascenderam a 28.000 nos primeiros três meses de 2023, mais 300 por cento em relação à 2022 [6.800 chegadas], e a este ritmo, as projeções apontam para 430.000 chegadas até ao final do ano, segundo a agência de notícias EFE, sublinhando ainda que o Governo pretende acelerar as iniciativas para travar as partidas sobretudo da Tunísia e da Líbia.

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IHRU investe 51,8 milhões na construção de 266 casas em Benfica

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

O novo projeto de 266 fogos de arrendamento acessível na Quinta da Baldaya fica localizado nas antigas instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária.

O novo complexo habitacional na Quinta da Baldaya, na freguesia lisboeta de Benfica, com 266 casas para arrendamento acessível, vai custar cerca de 51,8 milhões de euros, anunciou hoje o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

O valor estimado da construção é de 43,579 milhões de euros + IVA [Imposto sobre Valor Acrescentado], prevendo-se que o investimento total do IHRU nesta operação, financiada no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], seja de cerca de 51,8 milhões de euros, incluindo o valor do terreno”, informou o instituto público da habitação, em comunicado.

Em causa está o conjunto habitacional da Quinta da Baldaya, que ficará localizado entre a Estrada de Benfica, a Rua das Garridas e a Rua General Morais Sarmento, em Benfica, nas antigas instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, que tem uma área de 30.287,57 metros quadrados (m2).

O projeto prevê “266 fogos para arrendamento acessível”, destinados sobretudo a habitação, mas também a comércio e serviços, indicou o IHRU.

“Serão construídos edifícios com uma superfície de pavimento máxima de 32.290,0 m2, (26.336,0 m2 habitacionais distribuídos por 266 fogos e 6.584,0 m2 para comércio/serviços), a que acrescerão pisos enterrados para estacionamento e arrecadações”, apontou.

O IHRU realçou que a construção deste empreendimento, que observará as disposições do regime da habitação a custos controlados, “permitirá o aumento da oferta de arrendamento acessível”.

Neste âmbito, o IHRU lançou um concurso de conceção, em que foram apresentados 29 trabalhos, o que resultou na atribuição de prémios a oito, num montante global de 35 mil euros.

O vencedor do concurso foi o projeto apresentado pela empresa Paulo David – Arquiteto, Lda, com coordenação do arquiteto Paulo David Abreu Andrade, que ficou em 1.º lugar e arrecadou um prémio de 8.000 euros.

Segundo o IHRU, este concurso conta com a assessoria da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos e com a colaboração do município de Lisboa.

Toda a informação relativa ao concurso, inclusive os relatórios do júri, pode ser consultada em https://www.ihru.pt/web/guest/d82.44_baldaya.

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Quatro candidatos melhoraram propostas para a compra da Efacec

  • ECO
  • 11 Abril 2023

O consórcio formado pela Visabeira e pela Sodecia e os três fundos de private equity – o português Oxy Capital e os internacionais Mutares e Oaktree - apresentaram as suas propostas melhoradas.

Restam quatro candidatos no processo de reprivatização da Efacec. A data limite para a apresentação das apresentarem propostas revistas e melhoradas terminou oficialmente esta terça-feira às 17h, depois de a Parpública ter decidido prorrogar o prazo por 24 horas. Confirma-se a desistência da Mota-Engil, como o ECO noticiou em primeira mão.

No final do prazo para a apresentação da Best and Final Offer (Bafo), o consórcio formado pela Visabeira e pela Sodecia e os três fundos de private equity – o português Oxy Capital e os internacionais Mutares e Oaktree – mantêm-se na corrida à compra da posição de controlo (71,73%) que pertencia à empresária angolana Isabel dos Santos.

“No âmbito do Processo de Reprivatização de 71,73% do capital social da Efacec Power Solutions, SGPS, S. A., a Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A. informa o mercado e o público em geral que recebeu, no prazo estabelecido, propostas vinculativas melhoradas por parte da Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia”, adianta a Parpública em comunicado divulgado ao final da tarde desta terça-feira.

Em comunicado, a empresa diz ainda que após recebidas estas propostas melhoradas “seguir-se-á a verificação da regularidade e análise” das mesmas “nos termos previstos no caderno de encargos anexo à resolução do Conselho de Ministros n.º 107-A/2022, de 21 de novembro”.

A situação financeira da Efacec está a tornar-se cada vez mais débil, o que obrigou o Estado, como acionista maioritário, a injetar cerca de dez milhões de euros por mês desde novembro do ano passado, como o ECO revelou. Um montante que teve de subir para 14 milhões de euros já em 2023, de acordo com o Jornal Económico, dada a gravidade das contas da empresa sediada em Matosinhos.

A companhia liderada por Ângelo Ramalho fechou o ano com um prejuízo operacional de 90,6 milhões de euros e um resultado líquido consolidado negativo de cerca de 52 milhões, enquanto os capitais próprios revelam também uma situação líquida negativa de 50 milhões de euros (e ainda assim ajudada por 66 milhões de crédito fiscal por impostos diferidos).

(Notícia atualizada pela última vez às 20h17)

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CMVM abriu processo de contraordenação contra a TAP

O chairman da companhia aérea revelou na comissão parlamentar de inquérito que a CMVM abriu um processo de contraordenação devido à informação prestada na saída de Alexandra Reis.

O chairman da TAP revelou na comissão parlamentar de inquérito que a CMVM abriu um processo de contraordenação devido à informação prestada ao mercado na saída de Alexandra Reis da companhia, em fevereiro de 2022. Informação foi-lhe comunicada uma hora antes de comparecer na Assembleia da República.

A TAP informou o mercado a 4 de fevereiro de 2022 que Alexandra Reis, então administradora executiva, tinha apresentado a “renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios”. Depois de estalar a polémica sobre a indemnização de 500 mil euros, na véspera de Natal, o Governo pediu esclarecimentos à TAP que comprovam que a gestora saiu por iniciativa da CEO.

A informação prestada pela companhia foi enviada para a CMVM e a entidade liderada por Luís Laginha de Sousa obrigou a transportadora a corrigir o comunicado, para dizer que a saída “ocorreu na sequência de um processo negocial de iniciativa da TAP, no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação de todos os vínculos contratuais existentes entre Alexandra Reis e a TAP”.

Na altura, o supervisor afirmou que ia aferir as “consequências legais aplicáveis”, tendo agora decidido abrir um processo de contraordenação, conforme revelou aos deputados o ainda presidente do conselho de administração.

O artigo 389.º do Código dos Valores Mobiliários diz que “a comunicação ou divulgação, por qualquer pessoa ou entidade, e através de qualquer meio, de informação que não seja completa, verdadeira, atual, clara, objetiva e lícita” constitui uma contraordenação muito grave, punível com coima entre 25 mil e 5 milhões de euros.

Manuel Beja foi questionado sobre o conteúdo falso do primeiro comunicado, dizendo que o mesmo foi “negociado entre os advogados das duas partes”.

(notícia atualizada às 20h20)

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EY recua na separação entre a consultoria e auditoria

  • ECO
  • 11 Abril 2023

A decisão tinha sido aprovada a 8 de setembro mas a consultora acabou agora por abandonar o "Projeto Everest".

A consultora EY abandonou os planos de separar as áreas de auditoria e de consultoria, depois de meses de conflito interno. A decisão já deverá ter sido comunicada aos sócios através de uma nota interna, a que a Bloomberg teve acesso.

O plano conhecido como “Projeto Everest”, tinha sido aprovado pela direção global da EY no passado dia 8 de setembro, depois de ter sido votada por mais de 13 mil sócios.

Esta possibilidade, que provocou um dos maiores abalos no setor da contabilidade das duas últimas décadas, foi justificada com os conflitos internos das áreas de negócios da consultora e foi comunicada no seguimento de atrasos e divergências internas sobre operações.

A nota interna da consultora, citada pela Bloomberg, sublinha, no entanto, que a empresa pretende, no futuro, seguir um novo caminho. “O executivo global continua comprometido em avançar com a construção de duas organizações de classe mundial que continue a promover a qualidade de auditoria, independência e escolha do cliente”, lê-se no documento.

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PCP elabora parecer sobre presença de deputado do PS em reunião com CEO da TAP

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

O parecer surge na sequência dos pedidos do PSD e Chega para que a reunião do deputado do PS, Carlos Pereira, com a presidente executiva da TAP seja apreciada pelo parlamento.

O PCP vai indicar o relator de um parecer sobre a presença do deputado socialista Carlos Pereira numa reunião com a presidente executiva da TAP na véspera da sua audição parlamentar em janeiro.

Na reunião desta terça-feira da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, foi decidido que caberá ao PCP indicar o deputado que irá elaborar o parecer, na sequência dos pedidos do PSD e Chega para que a reunião de Carlos Pereira com a presidente executiva da TAP seja apreciada pelo parlamento.

Os deputados da comissão aprovaram a admissão de ambos os pedidos, embora no caso do Chega isso só aconteceu porque o partido aceitou retirar a referência a uma eventual suspensão do deputado, por não ter cabimento legal. Depois da admissão dos dois requerimentos, a presidente da comissão, a socialista Alexandra Leitão, explicou que, pela ordem de atividade, compete ao Grupo Parlamentar do PCP elaborar este parecer.

Como os comunistas não estavam presentes na reunião, não foi identificado o deputado que o irá fazer. Na semana passada, o PSD anunciou que ia pedir que a comissão da transparência se pronunciasse sobre a presença do coordenador socialista na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, numa reunião com a presidente executiva da empresa na véspera da audição parlamentar de janeiro, tendo no dia seguinte o Chega também pedido um parecer, alegando um eventual conflito de interesses.

Esta terça, na apresentação dos requerimentos em comissão, a deputada do PSD Emília Cerqueira disse que este pedido resulta de uma situação “muito inusual”, comparando uma reunião como a que foi conhecida a um “advogado decidir preparar a testemunha na véspera do julgamento”.

Para os sociais-democratas, esta situação parece “deixar claras dúvidas” sobre o dever de independência que tem um deputado, podendo tratar-se de uma violação do estatuto, considerando fundamental que a comissão se pronuncie sobre esta “grande confusão entre Governo, empresas públicas e instituições”.

Pelo Chega, Rui Paulo Sousa considerou que “fica em causa a idoneidade e isenção de Carlos Pereira”, uma vez que agora integra a comissão de inquérito à TAP que “tem como missão aferir os factos” sobre a saída de Alexandra Reis da TAP, considerando que “cabe perfeitamente na missão” desta comissão decidir sobre esta questão.

Pedro Delgado Alves, pelo PS, alegou que um dos conteúdos do requerimento do Chega tinha de cair por terra por não ter “base legal”, referindo-se à questão da suspensão do deputado. Sem querer antecipar a análise jurídica do tema, o socialista quis ressalvar que já tinha sido dito pela CEO da TAP que a referida reunião não tinha sido para combinar as perguntas da audição parlamentar, avisando que a questão do conflito de interesses está bem definida e não estica.

Pelo BE, Pedro Filipe Soares considerou que não vale a pena diabolizar reuniões entre Governo e partidos que o apoiam, sendo que o que é questionável são gestores públicos a reunirem-se com grupos parlamentares antes das comissões.

Na opinião do bloquista, inferir que o deputado Carlos Pereira ficava impedido de ter presença na comissão de inquérito “é um absurdo completo”, defendendo que estes “dois requerimentos atiram ao alvo errado” porque ilibam que tem “a história mais mal contada de todo o filme” que é o ministro João Galamba.

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Uma sessão de cinema para marketeers

Initiative e Cinemundo convidam profissionais de marketing para a ante-estreia de Air, filme considerado uma lição de marketing.

Esta quinta-feira chega às salas de cinema o Air, filme realizado por Ben Affleck que retrata a história da parceria entre a Nike e o basquetebolista Michael Jordan da qual resultaram os ténis Air Jordan. Considerado uma verdadeira lição de marketing, o filme é aproveitado pela Initiative e pela Cinemundo para organizar uma ante-estreia para marketeers.

É até hoje a parceria em termos de patrocínio que mais disrupção trouxe ao desporto e que continua a ser uma verdadeira lição de marketing, que mostra que é possível reinventar uma marca, criar um produto inovador, ter coragem para quebrar as regras e arriscar“, justifica Rui Freire, managing director da Initiative.

Esta sessão de ante-estreia exclusiva para marketeers surge duma parceria entre a Cinemundo e a Initiative como forma de incentivar os marketeers portugueses a continuar o trabalho fantástico que tem sido feito pelas marcas no nosso país“, conta ao +M.

Rui Freire estima que estejam presentes até 400 pessoas. O filme será antecedido pelo painel Break the Rules, que contará com Daniel Rodrigues da Unilever, Mónica Oliveira da Delta e Bruno Oliveira da Sumol+Compal, sendo moderado por Manuela Botelho, em representação da Associação Portuguesa de Anunciantes.

A ante-estreia vai ser esta quarta-feira, às 17h, no UCI El Corte Inglés.

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Trabalhadores do grupo EDP em greve esta quarta-feira por aumentos salariais

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

Os trabalhadores exigem aumentos salariais de 150 euros, para "fazer frente à brutal subida do custo de vida" e a valorização das profissões e melhoria da progressão na carreira.

Os trabalhadores do grupo EDP realizam, na quarta-feira, dia da assembleia-geral de acionistas da empresa, uma greve por aumentos salariais de 150 euros para fazer face ao aumento do custo de vida, segundo a Fiequimetal.

“Os trabalhadores das empresas do Grupo EDP, organizados nos sindicatos da Fiequimetal, vão fazer greve e vão levar uma clara mensagem de reivindicação e luta até junto da sede da empresa, na Avenida 24 de Julho, em Lisboa, onde se reúne a assembleia de acionistas”, pode ler-se num comunicado da federação sindical.

Os trabalhadores exigem aumentos salariais de 150 euros, para “fazer frente à brutal subida do custo de vida” e a valorização das profissões e melhoria da progressão na carreira. Os trabalhadores reivindicam ainda o direito à pré-reforma e “a uma reforma digna” bem como a melhoria dos sistemas de saúde.

“Embora se trate de um grupo que acumulou milhares de milhões de euros de lucros, nos últimos anos, a administração decidiu avançar com uma atualização salarial que fica abaixo do valor da inflação, agravando assim a perda de poder de compra dos trabalhadores”, indica a Fiequimetal.

Para a federação sindical, o “teto de 5,1%” serve “para a empresa ganhar mais uns milhões, com a redução do IRC”. A Fiequimetal espera que a paralisação tenha “elevadíssima adesão nos centros de contacto e nas lojas, muitas das quais poderão mesmo encerrar”.

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Conselho de administração da TAP ficou às escuras na reprivatização da empresa

O chairman da companhia aérea, Manuel Beja, afirmou na comissão de inquérito que a informação só é acessível pela CEO e pelo administrador financeiro.

O chairman da companhia aérea, Manuel Beja, afirmou na comissão parlamentar de inquérito que o conselho de administração foi posto à margem do processo de reprivatização, com a informação a ficar fechada na CEO e no administrador financeiro.

Audição do Dr. Manuel Beja, na qualidade de Chairman do Board da TAP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP - 11ABR23
Audição do Dr. Manuel Beja, na qualidade de Chairman do Board da TAP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAPHugo Amaral/ECO

A TAP contratou a Evercore há nove meses para preparar a privatização da companhia e auscultar interessados. O presidente do conselho de administração disse aos deputados que procurou que a informação recolhida fosse sendo partilhada com os restantes administradores. Da CEO recebeu a resposta de que tinha indicações do Governo para que o processo ficasse apenas com ela e com o administrador financeiro, Gonçalo Pires.

Manuel Beja diz que comentou o tema com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, à margem de um evento da NAV Portugal, e que este mostrou perplexidade. Contactou depois um assessor do Ministério das Infraestruturas, que lhe comunicou que se o conselho de administração tiver interesse no tema, teria de pedir informações à tutela financeira.

O sucessor de Miguel Frasquilho na presidência do conselho de administração da TAP é o quinto a ser ouvido na CPI à gestão da companhia aérea, depois do inspetor-geral de Finanças, do gestor financeiro da transportadora, da CEO e da antiga administradora Alexandra Reis. Manuel Beja foi escolhido pelo antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e iniciou funções no final de julho de 2021.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

(artigo em atualização)

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FMI pede mais cooperação internacional para acelerar transição energética

FMI defende ser fundamental a colaboração entre instituições financeiras internacionais e os bancos nacionais para o financiamento de projetos e tecnologias determinantes para a transição energética.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a “fragmentação do mundo” vai ser um dos principais desafios para a concretização da transição energética, sublinhando que em matéria de combate à crise climática “o trabalho coletivo, internacional” é fundamental para o alcance das metas.

Um mundo fragmentado vai dificultar o combate às alterações climáticas e a transição energética. Não só em termos de financiamento mas também em termos de matérias-primas criticas” pois podem comprometer as cadeias de abastecimento, considerou o diretor-geral adjunto do FMI, Bo Li, esta terça-feira, durante um painel num seminário da entidade dedicado ao financiamento climático e à segurança energética.

“Urgimos os países a unirem-se. A transição energética exige um trabalho coletivo, internacional. Temos que trabalhar juntos“, ressalvou.

Durante a sua intervenção, Bo Li sublinhou ainda que além de ser necessária a cooperação internacional, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, é fundamental uma colaboração entre instituições financeiras internacionais e os bancos nacionais para o financiamento de projetos e tecnologias determinantes para acelerar a transição energética. “Precisamos de uma ação holística neste campo”, defendeu.

Quanto ao valor do investimento necessário para alcançar a neutralidade carbónica prevista para 2050 e manter a temperatura global abaixo dos 1,5 graus Celsius, como prevê o Acordo de Paris, Tim Gould, economista-chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), estima que serão necessários 4 biliões de dólares até ao final da década, num estudo de 2021.

“Para atingir emissões líquidas zero até 2050, o investimento anual em energia limpa a nível mundial terá de mais do triplicar até 2030, para cerca de 4 biliões de dólares“, aponta o responsável, explicando que a AIE acompanhou os investimentos no setor energético e que, desde 2021, esse valor tem-se situado perto dos 1,4 biliões de dólares.

No entanto, esse valor não é generalizado. “Existe uma distribuição desigual deste investimento. A maioria vem da China. Precisamos de uma maior participação dos países em desenvolvimento. Estamos a ver progressos, mas precisamos de muito mais“, assume.

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Falta de seguros foi problema para setor alimentar e de bebidas

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2023

Falta de soluções de seguros esteve entre os maiores desafios na abordagem aos riscos da cadeia de abastecimento nos últimos três a cinco anos, de acordo com um novo relatório da WTW.

Mais de metade, 79%, das empresas globais do setor alimentar e de bebidas afirmou que a falta de soluções de seguros esteve entre os seus maiores desafios na abordagem aos riscos da cadeia de abastecimento nos últimos três a cinco anos, de acordo com um novo relatório da WTW, especializada em consultoria, corretagem e soluções.

Luís Teixeira, Risk & Broking Sales Lead na WTW Portugal, afirma: “este setor é crítico para as sociedades. Uma disrupção nas cadeias de abastecimento – desde as colheitas, passando pelo transporte até às fábricas onde são transformados os produtos – pode alterar de forma significativa os padrões de consumo e inflacionar os preços dos alimentos e bebidas”.

Menos de um terço, 30%, das empresas está confiante de que tem seguros suficientes para cobrir o impacto de condições meteorológicas extremas na sua cadeia de abastecimento.

As empresas também enfrentam obstáculos consideráveis na obtenção dos dados de que necessitam para alcançar a plena visibilidade dos riscos da sua cadeia de abastecimento, sendo que mais de três quartos, 78%, disseram não dispor dos dados e conhecimentos necessários para compreenderem os seus riscos. Um número semelhante, 76%, indicou que as preocupações dos fornecedores sobre a titularidade dos conhecimentos e a propriedade intelectual eram um impedimento à transparência.

Apesar de as cadeias de abastecimento alimentar, de bebidas e agrícola parecerem ter resistido bem aos desafios mais recentes, nomeadamente a pandemia e a guerra na Ucrânia, a indústria tem sido profundamente afetada por interrupções de produção, escassez de mercadorias, subida dos preços da energia e pela inflação.

Quase três quartos, 73%, dos inquiridos no Relatório de Riscos da Cadeia de Abastecimento Alimentar, de Bebidas e Agrícola de 2023 da WTW afirmaram que as suas perdas relacionadas especificamente com os riscos da cadeia de abastecimento foram superiores ou muito superiores ao esperado nos últimos dois anos, em comparação com os 65% verificados nos outros setores.

As experiências e aprendizagens deste período motivaram as empresas a aumentar a sua resiliência contra choques futuros. Uma grande maioria dos inquiridos, 68%, indicou ter feito algumas melhorias na sua abordagem à gestão da cadeia de abastecimento em resposta à pandemia, enquanto outros 20% referiram ter transformado completamente a sua abordagem.

Luís Teixeira, Risk & Broking Sales Lead na WTW Portugal, afirma: “este setor é crítico para as sociedades. Uma disrupção nas cadeias de abastecimento – desde as colheitas, passando pelo transporte até às fábricas onde são transformados os produtos – pode alterar de forma significativa os padrões de consumo e inflacionar os preços dos alimentos e bebidas. É crucial que as empresas tenham acesso a ferramentas de gestão de risco ajustadas à complexidade deste setor.”

Sue Newton, Diretora, GB Food & Drink Practice Leader na WTW, disse: “o setor alimentar e de bebidas esteve sempre exposto a perturbações na cadeia de abastecimento, mas é provável que a indústria enfrente desafios cada vez mais difíceis no futuro, desde a logística contínua e a escassez de matérias-primas até aos impactos a longo prazo das alterações climáticas na agricultura e à crescente competição pela terra e pelos recursos naturais.”

“A utilização de ferramentas que mapeiam a cadeia de abastecimento pode ajudar as empresas a começar a compreender onde estão as lacunas de informação e a começar a preenchê-las. Um terço das empresas do setor afirmou que a utilização de software de cartografia da cadeia de abastecimento estava entre as medidas que teriam um impacto benéfico na gestão dos riscos.”

O Relatório de Riscos da Cadeia de Abastecimento Alimentar, de Bebidas e Agrícola de 2023 da WTW decorreu entre novembro e dezembro de 2022 em toda a Europa, América do Norte, Ásia-Pacífico e América Latina, tendo sido inquiridos 100 decisores de topo, incluindo gestores de risco, gestores de abastecimento e logística e CEOs.

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