Despedidas mais sustentáveis e digitais no horizonte do setor funerário

  • Servimedia
  • 2 Novembro 2023

A indústria funerária comemora o Dia de Todos os Santos, uma data emblemática que lembra a importância do seu trabalho e sua contribuição para a sociedade.

Neste contexto, o setor testemunha uma evolução constante nas suas práticas e serviços, condicionada por uma mudança na demanda de um consumidor cada vez mais consciente em relação à sustentabilidade e à digitalização.

Uma tendência chave ainda é o aumento da cremação em relação ao enterro tradicional. Segundo dados da Panasef, a Associação Nacional de Serviços Funerários, as cremações atingiram em 2022 um dos seus picos mais altos, acumulando cerca de 46% dos serviços de despedida realizados na Espanha, em comparação com os 16% relatados em 2005, por exemplo. De acordo com seu último relatório, ‘Radiografia do Setor Funerário de 2023’, em algumas regiões urbanas e áreas densamente povoadas, as cremações superaram os enterros tradicionais, representando mais de 55% dos serviços funerários.

Várias razões podem estar por trás dessa mudança de tendência. Por um lado, fatores económicos, uma vez que as cremações podem ser mais económicas. Além disso, a escassez de espaço em muitos cemitérios urbanos tem impulsionado a consideração de outras alternativas, e as mudanças socioculturais e uma perspetiva menos tradicional sobre as práticas funerárias também podem ter contribuído.

Paralelamente, a indústria também tem mostrado um aumento na conscientização ecológica, impulsionado pelo desenvolvimento de serviços e pelo uso de produtos mais respeitosos ao meio ambiente, como caixões ou urnas fabricados com materiais biodegradáveis e sem componentes químicos tóxicos.

Além disso, a pandemia, que impactou profundamente o setor, acelerou uma necessária digitalização e abriu caminho para a implementação de soluções tecnológicas de ponta.

Daniel Palacios, diretor-geral do Grupo Albia, empresa de serviços funerários, explica que “com a pandemia, testemunhamos uma mudança de paradigma no nosso setor, que valorizou nosso papel na cadeia sociosanitária e evidenciou a importância de realizar adequadamente as despedidas dos nossos entes queridos, iniciando o luto de forma saudável ao contar com o necessário apoio emocional que empresas como a nossa oferecem. O nosso compromisso em atender as famílias de forma emocionalmente adequada é essencial para nós e faz a diferença no serviço que prestamos”.

“A inovação e a tecnologia estão sendo fundamentais ao aplicar constantemente novos modelos nas despedidas, que atendem cada vez mais às necessidades das famílias. Também a parte de meio ambiente, responsabilidade social e boa governança está sendo de suma importância, um ponto em que, felizmente, a Albia já percorreu um caminho, mas onde temos margem de melhoria pela frente”, conclui.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 2 de novembro

  • ECO
  • 2 Novembro 2023

Ao longo desta quinta-feira, 2 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Iniciativa Liberal fala em “sorvedouro” e acusa Governo de ter “enterrado” 400 milhões na Efacec

  • Lusa
  • 2 Novembro 2023

Líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusa Governo de "enterrar" 400 milhões de euros na Efacec. "Mais um enorme sorvedouro" do dinheiro dos contribuintes "apadrinhado pelos socialistas".

O líder da IL, Rui Rocha, acusou o Governo de ter enterrado 400 milhões de euros na Efacec, valor que, disse, supera a verba do Orçamento do Estado para 2024 “para toda a economia durante um ano”.

“Entre injeção direta, suprimentos e obrigações, sabe-se agora que o Governo de António Costa enterrou 400 milhões de euros dos contribuintes na Efacec“, refere Rui Rocha numa mensagem publicada através da sua conta no X (antigo Twitter), considerando tratar-se de “mais um enorme sorvedouro” do dinheiro dos contribuintes “apadrinhado pelos socialistas”.

Esta terça-feira, a Parpública (do Estado) vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares, depois de ter obtido a aprovação da Comissão Europeia.

O Estado pôs mais 160 milhões de euros na empresa, tendo o Governo explicado numa conferência de imprensa do ministro da Economia, António Costa Silva, e do secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, a propósito da privatização da Efacec, que sem ‘limpar’ a situação financeira da empresa, não a conseguiria vender.

Este valor soma-se aos 200 milhões de euros que o Estado já pôs na empresa nos últimos 20 meses (para pagar custos fixos, desde logo salários). Ainda na esfera do Estado, o Banco de Fomento tem 35 milhões de euros em obrigações (convertíveis em capital) da Efacec.

Numa reação ao desfecho da venda da Efacec, o líder da Iniciativa Liberal comparou estes valores com a verba que o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) canaliza para a economia.

“Se considerarmos os 180 milhões de euros para capitalização e outros programas avulsos, podemos chegar, com boa vontade, a 300 milhões canalizados para as empresas no Orçamento do Estado para 2024. António Costa pôs mais 100 milhões numa única empresa do que prevê no Orçamento do Estado para toda a economia durante um ano”, escreveu o líder liberal, lamentando que o ministro da Economia tenha considerado que hoje “é um dia feliz”.

A Mutares prevê que a Efacec atinja o equilíbrio em cinco anos (breakeven) e tem a obrigação de se manter na empresa pelo menos durante três anos (sem vender). A Efacec tem cerca de 2.000 trabalhadores.

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CO2 Revolution lança campanha de reflorestamento com o objetivo de plantar 600.000 árvores

  • Servimedia
  • 2 Novembro 2023

A CO2 Revolution, a empresa especializada em biotecnologia aplicada a projetos de absorção de CO2 e reflorestamento, inicia campanha de reflorestamento com o objetivo de plantar 600.000 árvores.

Essa novo trabalho da CO2 Revolution tem como objetivo o compromisso com a sustentabilidade e a luta contra as mudanças climáticas. A campanha abrangerá uma extensão total de 525 hectares, equivalente à área de 735 campos de futebol.

A campanha vai-se estender a 8 regiões da Espanha, com um foco especial nas províncias de Pontevedra e Orense, onde se encontram seus projetos mais representativos. Regiões onde está previsto reflorestar uma área de 334 hectares com o plantio de mais de 380.000 árvores. Essas áreas foram selecionadas estrategicamente para estabelecer florestas em áreas onde há falta de árvores nessas províncias e assim melhorar as condições de infiltração do solo, prevenir possíveis perdas de solo e criar ecossistemas com o objetivo de abrigar a maior variedade de vida animal e vegetal possível.

Para realizar um reflorestamento sustentável, a empresa realiza uma fase de manutenção que inclui atividades como a limpeza e a desburocratização do terreno, essenciais para garantir um crescimento saudável das árvores recém-plantadas. Além disso, a CO2 Revolution realizará a reposição de mudas em projetos realizados em temporadas anteriores. Esse trabalho está sendo realizado atualmente, ou seja, após o verão, nos projetos localizados em Castela e Leão, Galícia, Aragão e Castilla La Mancha. Para a CO2 Revolution, essas reposições são cruciais para garantir o sucesso do reflorestamento, cujo objetivo é substituir as perdas nos locais onde as plantas não conseguiram se enraizar ou pereceram nos locais designados.

Segundo Juan Carlos Sesma, CEO da CO2 Revolution, com essas ações não apenas contribuímos para o cuidado do meio ambiente e a luta contra as mudanças climáticas, mas também “trazemos benefícios para comunidades e organismos locais, uma vez que o reflorestamento pode gerar empregos e oportunidades económicas, além de promover o ecoturismo e a recreação ao ar livre”. Com esses trabalhos de reflorestamento, a empresa também presta serviços a empresas e instituições que desejam colaborar no financiamento de projetos sustentáveis, além de compensar sua pegada de carbono e melhorar sua estratégia ESG.

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Um em cada três espanhóis já utiliza o BNPL como opção de pagamento nas suas compras

  • Servimedia
  • 2 Novembro 2023

A Oney apresentou o seu novo livro branco, 'Presente e futuro dos meios de pagamento', com pesquisas e análises sobre as tendências do mercado.

A Oney, uma empresa de parcelamento de pagamentos e financiamento na Europa, apresentou seu novo livro branco com uma análise sobre as tendências nos meios de pagamento e como eles impulsionam o comércio. Uma das suas principais conclusões é que se espera que o BNPL (Buy Now, Pay Later) ou pagamento parcelado cresça a uma taxa de 25% nos próximos anos, passando de uma participação de mercado de 2% para 3,50% em 2025.

Neste trabalho, a empresa se baseou na sua própria pesquisa e conhecimento de mercado, consumo e evolução dos meios de pagamento, para analisar a revolução que está ocorrendo em direção aos pagamentos parcelados e à digitalização em um setor-chave para impulsionar o comércio.

De acordo com o relatório ‘Presente e futuro dos meios de pagamento’ da Oney, 33% dos espanhóis já utilizaram pagamento parcelado nos últimos anos. Além disso, a pesquisa destaca que mais 18% reconhecem a possibilidade de usá-lo e são favoráveis a isso. Ao mesmo tempo, 60% dos entrevistados que consideram financiamento para suas compras afirmaram que veem o BNPL como a melhor opção para parcelar seus pagamentos.

O comércio eletrónico é o ambiente onde o BNPL está sendo mais aceito, de acordo com o trabalho elaborado pela Oney. 52% dos entrevistados fizeram suas compras parceladas pela Internet, em comparação com 34% que utilizaram o BNPL apenas em lojas físicas e 14% que o utilizaram em ambos os canais. Quanto ao tipo de produtos para os quais o pagamento parcelado foi usado, 41% dos entrevistados o utilizaram para compra de produtos para casa, 37% para tecnologia e 31% para viagens.

Além disso, o documento desenvolvido pela Oney reflete a importância da inflação nas decisões de compra e como os meios de pagamento podem ser uma ferramenta para melhorar a organização financeira da população. Isso é reconhecido por 80% dos entrevistados, que afirmaram que as próximas decisões de pagamento para as compras de Natal serão influenciadas pela inflação.

“O BNPL facilita o consumo tornando certas compras mais acessíveis e equilibrando a economia pessoal dos consumidores. Assim como o crédito é fundamental para o desenvolvimento das economias, as facilidades de pagamento são para o consumo. Portanto, elas aumentam a capacidade de consumo, com grande destaque para o segmento mais jovem”, Alexandre Lima, Chief Marketing & Data Officer da Oney Espanha.

TENDÊNCIAS

O livro branco destaca que, à medida que os jovens tenham mais poder de compra, outros métodos de pagamento serão adaptados. Nesse sentido, espera-se que, no curto prazo, o pagamento por celular (ou toque para pagar), que atualmente tem uma penetração de 21,3%, continue sendo um dos métodos mais relevantes.

De acordo com a pesquisa da Oney, as novas gerações não lidam mais com dinheiro em espécie, mas têm grande interesse em criptomoedas e tokens. Além disso, destacam que o cartão de crédito parece algo arcaico para eles e que em breve também será antiquado ter que guardar senhas.

Dessa forma, espera-se que continuem surgindo novas tendências nos meios de pagamento, sem esquecer que algumas já estabelecidas têm um enorme potencial de crescimento. O celular, a integração de PSPs (Provedores de Serviço de Pagamento), os pagamentos instantâneos ou a globalização dos negócios já fazem parte do dia a dia dos consumidores e continuarão crescendo.

E-SHOW

A Oney apresentou seu livro branco ‘Presente e futuro dos meios de pagamento’ realizando um evento para clientes e parceiros no âmbito da feira de comércio eletrónico “e-Show”, onde esteve presente com um stand e uma palestra sobre BNPL de Alexandre Lima, onde foram apresentados os benefícios do BNPL como forma alternativa de pagamento e seu impacto nas vendas e na satisfação do cliente.

O livro branco é um trabalho no qual a Oney analisou a realidade do mercado e as principais tendências, elaborando um amplo trabalho de pesquisa para avaliar a opinião e as experiências dos clientes na sociedade espanhola. As pesquisas com vários milhares de cidadãos, entrevistados em profundidade, foram realizadas antes do Natal e das férias de verão, os dois momentos de maior gasto anual das famílias, superando até mesmo a “volta às aulas” ou os descontos de janeiro. Tanto o relatório completo quanto o resumo executivo podem ser baixados na sala de imprensa da Oney.

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Empresas recrutam mais cedo para tentar “fintar” escassez de trabalhadores no Natal

Os últimos meses do ano exigem equipas reforçadas. Empresas começaram a recrutar mais cedo para responder à escassez de mão de obra e há quem pague prémios a quem indicar candidatos.

Ainda faltam algumas semanas para que se vejam por toda a parte luzes a piscar, sinos a tilintar e portugueses na correria para comprar presentes. Mas as empresas — do comércio à logística — já começaram a reforçar as suas equipas, apesar da inflação e do previsível impacto que terá no consumo. Ao ECO, vários empregadores avançam que decidiram antecipar o recrutamento para tentar contornar a escassez de trabalhadores, sendo que há quem dependa muito dos estudantes que ficam de férias neste período. E há mesmo quem pague prémios a quem conseguir indicar candidatos adequados, tais são as dificuldades em preencher as vagas disponibilizadas na quadra festiva.

“As empresas devem ser capazes de corresponder às necessidades dos clientes, reforçando os seus negócios com talento temporário ou reforço de horários. No entanto, dado o contexto atual de escassez de talento, isto é algo que tem vindo a ser cada vez mais difícil“, relata Daniela Lourenço, brand leader da ManPower, empresa especialista em recursos humanos.

Perante este crescente desafio, a responsável sublinha que a primeira recomendação é a preparação antecipada da época festiva. “Fazer um planeamento e agendar com antecedências as necessidades em termos de equipas é essencial para que as empresas garantam o desejado resultado em termos de vendas”, explica.

E também Eduardo Gomes, sourcing manager da empresa de recursos humanos Multipessoal, indica que as empresas “antecipam cada vez mais os processos de recrutamento, de forma a assegurarem os reforços necessários para esta época do ano”.

Vamos, então, ao terreno. Ainda recentemente, numa entrevista ao ECO, a diretora de recursos humanos da McDonald’s Portugal, Sofia Mendoça, adiantava que, até ao final do ano, esta gigante da restauração pretende recrutar mais mil trabalhadores, uma vez que a quadra festiva coincide com um pico de procura por parte dos consumidores.

Dizia, porém, não prever dificuldades no preenchimento dessas vagas, porque a McDonald’s tem reforçado a sua política de atração de talento, nomeadamente antecipando o recrutamento. “Conseguimos criar um ambiente muito mais calmo, estável, de integração, de acolhimento a todos os nossos colaboradores“, sublinhava Sofia Mendoça.

O El Corte Inglés sabe da dificuldade atual de encontrar candidatos e, por essa razão, iniciou mais cedo campanha de recrutamento para a época do natal. A divulgação das vagas em aberto tem sido feita através de redes sociais ou através de campanhas internas.

Fonte oficial do El Corte Inglés

Já o El Corte Inglés, que tem abertas atualmente 500 vagas de emprego, reconhece dificuldades no recrutamento de candidatos. Daí que tenha iniciado “mais cedo a campanha de recrutamento para a época do Natal”, assinala fonte oficial, em declarações ao ECO.

“Não podemos negar que existem dificuldades adicionais em encontrar estes reforços [das equipas para o Natal], nos dias de hoje”, concorda Nuno Pardalejo, diretor de exploração da FNAC Portugal, que defende que uma das estratégias importantes para tentar contornar esse cenário é o planeamento antecipado. No caso da FNAC Portugal, estão a ser recrutados, neste momento, 400 trabalhadores, número superior em cerca de 10% ao verificado há um ano.

Na mesma linha, a Worten diz ter iniciado o processo de recrutamento “em meados de outubro” para garantir que tem os trabalhadores necessários para os picos de vendas associados às campanhas da Black Friday, no final de novembro, e do Natal, revela Inês de Castro, head of people ao ECO.

No caso desta empresa, estão disponíveis hoje cerca de 420 vagas, maioritariamente para as funções de vendedor e operador de logística. E, desse total, cerca de 20 servem para reforçar a equipa de técnicos de reparação ao domicílio a nível nacional (Porto, Aveiro, Lisboa, Faro, Leiria), detalha Inês Castro.

Estudantes, prémios e processos de recrutamento mais fáceis

O recrutamento antecipado é relevante, mas não esgota as estratégias das empresas para contornarem a escassez de mão de obra. Para isso, hoje faz-se mira aos estudantes de férias, oferecerem-se prémios a quem indicar bons candidatos e até se facilitam os processos de recrutamento, descrevem os empregadores.

Por exemplo, no caso do El Corte Inglés, fonte oficial adianta que a divulgação de vagas tem sido feita através das redes sociais e de campanhas internas. Os colaboradores que referenciaram candidatos que venham a ser contratos recebem mesmo um prémio, assegura a retalhista espanhola.

“Os colaboradores com filhos com mais de 16 anos também podem inscrevê-los para os embrulhos. O El Corte Inglés tem parcerias com escolas, universidades e associações, o que nesta altura é também uma mais-valia”, acrescenta fonte oficial.

Um plano semelhante tem a FNAC Portugal. Nuno Pardalejo explica que “uma parte importante” dos colaboradores que trabalham todos os anos neste período na multinacional são estudantes. “Nestes casos, a FNAC tenta ao máximo ir ao encontro das suas disponibilidades de horário. A verdade é que muitos destes acabam por se tornar colaboradores FNAC“, sublinha.

O planeamento antecipado do recrutamento e o recurso a iniciativas diferenciadoras como Fnactico Recomenda um Amigo — em que cada colaborador propõe pessoas conhecidas para este recrutamento extraordinário — são estratégias importantes para alcançar este objetivo.

Nuno Pardalejo

Diretor de exploração da FNAC Portugal

Além disso, a FNAC Portugal tem dinamizado a iniciativa Fnactico Recomenda um Amigo, no âmbito da qual cada trabalhador pode propor pessoas conhecidas para o recrutamento extraordinário para a quadra festiva. “São estratégias importantes para alcançar este objetivo”, destaca o responsável.

Do comércio para a logística, a DPD tem hoje abertas 200 vagas para a triagem nos armazéns e 250 para a tributação, valores próximos aos registados há um ano, adianta fonte oficial. Mas reconhece: “O mercado está atualmente numa fase de pleno emprego pelo que lança novos desafios à DPD na busca por talento”.

Perante este cenário, a DPD enumera as seguintes estratégias para “fintar” a escassez de talento: “a aposta em processos mais simples e orientados aos candidatos, um melhor enquadramento inicial do que é esperado e uma política de remuneração com uma dimensão associada à retenção visa precisamente garantir que temos as melhores pessoas connosco”.

O ECO também questionou a Jerónimo Martins e a MC, dois dos maiores empregadores do país, sobre o recrutamento nesta quadra festiva, mas a primeira avançou que não terá um aumento considerável dos postos de trabalho e a segunda respondeu que a composição das equipas tem vindo a ser atualizada continuamente “por forma a garantirmos que, nomeadamente na época de Natal, nada faltará aos clientes”.

Inflação não faz encolher vagas, mas recomenda prudência

Apesar de a inflação continuar num nível elevado, e de as famílias estarem confrontadas com um aumento do custo de vida, as vagas de empregos disponíveis a propósito da quadra disponíveis não estão a encolher.

“Estamos a assistir a um aumento de 38% no número de vagas a preencher”, garante a Daniela Lourenço, da ManPower. “Face ao ano passado, registamos este ano um número superior de vagas de emprego. Estamos a ter na Multipessoal um aumento de pedidos de recursos humanos, de forma global“, corrobora Eduardo Gomes.

Antecipamos, fruto do contexto atual, um nível de contratação mais moderado do que em anos anteriores, algo que poderá evidenciar uma postura prudente e cautelosa por parte de quem recruta.

Afonso Carvalho

Presidente da APESPE-RH

Já Afonso Carvalho, presidente da Associação portuguesa das empresas do setor privado de emprego e de recursos humanos (APESPE-RH), antevê prudência nas contratações. “Antecipamos, fruto do contexto atual, um nível de contratação mais moderado do que em anos anteriores, algo que poderá evidenciar uma postura prudente e cautelosa por parte de quem recruta”, realça o responsável.

Ainda assim, numa nota mais positiva, Afonso Carvalho diz acreditar “que o nível de vagas poderá crescer, caso a procura e o nível de consumo também seja crescente”.

A DPD, por exemplo, está a disponibilizar um número de vagas semelhante ao do período homólogo, embora antecipe que a atividade diária crescerá na quadra festiva “ligeiramente” menos do que há um ano. “Os indicadores que temos até ao momento fazem-nos prever que a atividade diária em novembro e dezembro se posicione cerca de 23% acima da média do ano até outubro, variação ligeiramente abaixo do ano anterior“, afirma fonte oficial.

Mas há também, entre os retalhistas, quem tenha otimismo. O El Corte Inglés reconhece que os clientes poderão fazer “alguma contenção nos gastos“, mas projetam que terão “uma grande afluência nesta época do ano”, daí não terem reduzido o número de vagas face a 2022. Assim, apesar da inflação, o El Corte Inglés diz estar a disponibilizar um número idêntico de oportunidades de trabalho face ao período homólogo.

Com menos ou mais vagas de trabalho, menos ou mais rendimentos na carteira, empresas e portugueses, respetivamente, prepararam-se para o período de agitação festiva que aí vem. A Black Friday acontece já a 24 de novembro, mas há quem antecipe promoções. E alguns clientes aproveitam já para ir enchendo o sapatinho.

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Plano para acelerar eólicas na Europa apoiado por Governo, mas promotores têm reservas

Até meados do próximo ano, a Comissão quer reverter as dificuldades sentidas no setor e que resultaram em "perdas operacionais significativas". Promotores aplaudem, mas apontam riscos.

O Governo encara com bons olhos o plano de Bruxelas para a energia eólica. Ao Capital Verde, o Ministério do Ambiente considera a iniciativa “relevante” para o tecido industrial, e aponta um alinhamento com a estratégia portuguesa. Os promotores, embora considerem que a iniciativa permite dar resposta a alguns dos principais constrangimentos, identificam riscos que não devem ser ignorados.

“Vemos com otimismo o pacote apresentado, mas há que assegurar que as novas medidas não interfiram no cumprimento do principal objetivo, que consiste na descarbonização da economia europeia”, refere fonte oficial da Greenvolt. Para a empresa liderada por João Manso Neto, a nível europeu, existem metas “ambiciosas” de instalação de capacidade eólica mas que, neste momento, “estão longe de ser cumpridas”.

A realidade é percecionada, também, pelo executivo comunitário. Na estratégia apresentada, Bruxelas aponta que a indústria eólica europeia tem enfrentado “dificuldades na gestão dos seus negócios”. “Todos os maiores fabricantes de turbinas eólicas relataram perdas operacionais significativas em 2023“, aponta o executivo comunitário na estratégia. E deixa um alerta: com 16 gigawatts (GW) de novos projetos eólicos instalados em 2024, “não estamos nem perto dos 37 GW por ano necessários, para alcançar as metas da UE para 2030“.

O “Plano de ação para a energia eólica europeia” apresentado na semana passada pela Comissária europeia da Energia, Kadri Simson, visa dar resposta a um conjunto de desafios: licenciamentos morosos, simplificação dos leilões, flexibilização do financiamento e combate à concorrência desleal. Isto tudo para que, em 2030, a União Europeia tenha 500 GW de capacidade instalada uma vez que o bloco europeu está comprometido em assegurar que pelo menos 42,5% da energia global consumida seja proveniente de energias renováveis.

A nível do licenciamento, pretende-se que este seja mais célere e digital, dado que na União Europeia existem atualmente quatro vezes mais capacidade de projetos de energia eólica em fase de licenciamento do que em construção. Quanto aos leilões, será feito um redesenho, passando a incluir critérios de adjudicação mais objetivos e transparentes. Simultaneamente, será feita uma indexação dos preços do leilão aos custos reais de construção dos parques eólicos, nomeadamente, a inflação e os juros.

Isto são medidas positivas e que caminham no sentido de fortalecer e a independência energética na Europa”, aponta o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Pedro Amaral Jorge.

Para a EDP, que subscreve à importância desta medida, é importante realçar, contudo, que “a inclusão de fatores não económicos nos preços destes leilões pode aumentar os custos para os consumidores de eletricidade”. “Assim, a sua introdução deve ser sempre cuidadosamente ponderada”, aponta fonte oficial da energética de Miguel Stilwell d’Andrade.

É importante ter em conta que a inclusão de fatores não económicos nos preços destes leilões pode aumentar os custos para os consumidores de eletricidade. Assim, a sua introdução deve ser sempre cuidadosamente ponderada.

Fonte oficial da EDP

A Comissão também quer atuar a nível do financiamento. No plano, o executivo de von der Leyen pretende duplicar as verbas do fundo de inovação para 1,4 mil milhões de euros, garantir o risco de crédito da banca comercial face a projetos de energia eólica e incentivar os 27 a recorrer aos apoios comunitários temporários para acelerar a implementação de turbinas eólicas. Neste ponto, fonte oficial do MAAC refere que Portugal tem vindo a beneficiar destes apoios, considerando-os “relevantes para consolidar e robustecer a indústria nacional”. Ademais, aponta que o Governo tem defendido entre os 27 um regime europeu de Auxílios de Estado que “promova o desenvolvimento harmonioso dos diferentes Estados-Membros, valorizando parcerias entre diferentes países e o envolvimento de empresas de menor dimensão”.

As medidas referidas têm como principal objetivo limitar o crescimento da China no mercado da indústria eólica que, segundo o executivo comunitário, fez com que a região da Ásia-Pacífico ultrapassasse a União Europeia no espaço de dois anos. Este crescimento, segundo a APREN, tem por base a “concorrência desleal” assente em três aspetos: preços baixos, subsídios estatais e créditos.

“Os Estados-membros da UE não podem atribuir créditos a cinco ou a seis anos aos promotores para fazer a instalação de turbinas mas a China está, em alguns casos, a oferecer essa prática”, aponta Pedro Amaral Jorge.

As queixas já tinham sido ouvidas por outros promotores no espaço europeu sob o argumento de que as importações chinesas baratas estão a empurrar a indústria para a beira do colapso. Desta forma, Bruxelas quer monitorizar possíveis práticas comerciais desleais – não afastando lançar uma eventual investigação aos apoios estatais chineses – que possam estar a favorecer fabricantes.

“O que está subjacente nesta estratégia tem a ver com evitar que haja concorrência desleal de países que não estão no espaço europeu e que isso pudesse prejudicar tudo o que é a cadeia de valor europeia do eólico onshore e offhore”, acrescenta o líder da APREN.

O plano da Comissão também contempla outros aspetos igualmente relevantes: um reforço da rede elétrica uma vez que a instalação de nova capacidade energética assim o exige; melhorar a cibersegurança no desenvolvimento de nova capacidade renovável; fomentar o diálogo e parceria entre promotores e fabricantes e incentivar o desenvolvimento de competências e mão-de-obra especializada. Quanto à calendarização, o executivo pretende que as medidas se materializem até meados do próximo ano.

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Novobanco com lucro recorde de 640 milhões de euros até setembro

Nos primeiros nove meses do ano, a margem financeira quase duplicou para 831,2 milhões de euros, refletindo o aumento das taxas de juro.

O Novobanco registou lucros recorde de 638,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de quase 50% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo anunciou esta quinta-feira em comunicado enviado à CMVM.

A explicar este desempenho — que permitiu ao banco que até há pouco tempo era a maior dor de cabeça do sistema nacional registar lucros ao nível dos rivais BCP e Santander — está o aumento da margem financeira: a receita com juros praticamente duplicou para 831,2 milhões de euros entre janeiro e setembro, à boleia do aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) que está a encarecer o custo do crédito para as famílias e empresas.

O próprio Novobanco dá conta de que o aumento da margem financeira — cuja taxa foi de 2,66% — é “o reflexo da melhoria da taxa de juro média dos ativos e de um menor aumento do custo dos recursos financeiros”. Isto é, enquanto acompanhou a subida dos juros do BCE na taxa que cobra pelos empréstimos, está a ser mais lento na taxa que paga aos depositantes.

Já as comissões estabilizaram nos 217,1 milhões de euros neste período. O que, feitas as contas, fez com que o produto bancário tivesse crescido 68,6% para 1.050 milhões de euros.

O Novobanco fala em “evolução positiva da atividade comercial, num ambiente de subida das taxas de juro” e adianta que “este desempenho mais que compensou o efeito da inflação e do investimento na melhoria dos processos do banco, que conduziu a um aumento dos custos operativos de 8,1%”.

Depósitos caem e crédito estagna

A carteira de empréstimos também estagnou, atingindo os 25,7 mil milhões de euros no final de setembro. O crédito às empresas encolheu quase 2% para 14 mil milhões de euros, mas esta quebra foi compensado com o aumento de quase 3% do crédito às famílias para 12 mil milhões de euros, sendo de assinalar a subida expressiva do crédito ao consumo, que disparou mais de 7% para 1,5 mil milhões.

Quanto aos depósitos, o Novobanco sofreu dos “mesmos males” dos outros bancos: perdeu poupanças para os Certificados de Aforro e com o facto de muitas famílias terem recorrido a esse dinheiro para acelerar os reembolsos do empréstimo da casa para contrariar a subida das taxas de juro. No caso do banco da Lone Star, os recursos totais ascendiam a 34,5 mil milhões de euros, uma descida de 0,7% face ao mesmo período do ano passado, com os depósitos a caírem mais de 1% para 28,1 mil milhões.

Sobre os níveis de capitais, o rácio CET1 reforçou-se para 16,5%, bem longe da fasquia de 12% abaixo da qual o Fundo de Resolução tem de injetar dinheiro ao abrigo do mecanismo de capital contingente. Já o rácio de solvabilidade está quase nos 20%.

E numa altura em que se perspetiva a venda do banco por parte dos americanos da Lone Star, os capitais próprios — um indicador frequentemente usado em transações — engordaram para 4,2 mil milhões de euros.

Mais uma centena de trabalhadores

A reestruturação do banco levada a cabo nos últimos anos levou saída de mais de 3000 trabalhadores entre 2015 e 2022. Entretanto, 2023 ficou marcado por uma inversão da evolução do quadro de pessoal, que aumentou pela primeira vez. O Novobanco emprega agora 4.209 trabalhadores, mais 119 do que tinha no final do ano passado.

Enquanto isso, a rede comercial manteve os 292 balcões que tinha em dezembro passado — e que são praticamente metade do que tinha em 2015.

(Notícia atualizada às 7h59)

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Cinco interessados na corrida ao negócio de malparado do ano em Portugal

LX Partners colocou à venda 4,2 mil milhões de euros em crédito malparado e o "servicer" Algebra. É o negócio do ano em Portugal e há cinco interessados.

O negócio de malparado do ano em Portugal atraiu cinco candidatos, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de duas fontes do mercado.

O consórcio formado pela Cerberus/Intrum/FS, a Balbec, a Carval, a LCM e a Bain apresentaram propostas não vinculativas para a compra dos 4,2 mil milhões de euros de crédito problemático e ainda da plataforma Algebra, que também faz parte desta transação.

A LX Partners, com sede no Luxemburgo, e a Algebra não responderam às questões colocadas pelo ECO até à publicação deste artigo.

Como o ECO avançou em primeira mão no início deste mês, a LX Partners colocou à venda todo o seu negócio de malparado em Portugal, num processo com o nome de código “Projeto Cascais” e que está a ser conduzido pela KPMG.

Em causa estão empréstimos em incumprimento que este fundo comprou nos últimos anos aos bancos portugueses. Com um valor bruto de 4,2 mil milhões de euros, cerca de quatro mil milhões dizem respeito a crédito unsecured (sem garantias) e outros 200 milhões a crédito secured (com garantias). O negócio inclui ainda o servicer responsável pela gestão desta carteira, a Algebra Capital.

A LX Partners é um investidor especializado em dívida de stress e NPL (non performing loans), private equity e ainda imobiliário. Em Portugal, além do negócio do malparado, esta sociedade detém a Five Credit (plataforma digital de empréstimos alternativos para PME), a sociedade gestora Circle Capital e investiu 125 milhões de euros na Smart Studios (estúdios para estudantes) em 2018.

O “Projeto Cascais” pode ser considerado o maior deste ano, que está a ser marcado por um forte arrefecimento do mercado. As poucas carteiras que têm saído para o mercado este ano são de valor reduzido, raramente superando os 100 milhões de euros. Um dos maiores processos será mesmo aquele que o Banco Montepio tem em curso, relativo a um portefólio de ativos problemáticos avaliados em cerca de 230 milhões de euros, incluindo dívida going concern, cash in court, entre outros.

A principal razão para este arrefecimento tem a ver com a “grande limpeza” que os bancos realizaram nos últimos anos. Há cinco anos, o sistema bancário defrontava-se com 31,8 mil milhões de euros em NPL, correspondendo a 13,6% do total do crédito. O rácio caiu para 3,1% no final de junho, abaixo do “número mágico” de 5%, totalizando os 9,7 mil milhões, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal. Em termos líquidos de imparidades, os NPL ascendiam a 4,2 mil milhões.

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão apresentados resultados de várias empresas, como EDP e Nos, bem como do Novobanco. Vão também ser conhecidos dados sobre a dívida pública e sobre o desemprego.

O dia será marcado pela apresentação de resultados até setembro por parte de várias empresas, nomeadamente a EDP e a Nos, bem como, no setor da banca, pelo Novobanco. Serão também conhecidos dados estatísticos relevantes, sobre a dívida pública, juros dos novos empréstimos e o desemprego. No Parlamento, continuam as audições no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado na especialidade, com o Tribunal de Contas a ser ouvido de manhã.

Empresas do PSI prestam contas

Continua a época de apresentação de resultados entre as cotadas do principal índice de referência nacional. Chega esta quinta-feira a vez da EDP, bem como da Nos e da Corticeira Amorim, que vão revelar aos mercados e aos investidores como evoluíram as contas ao longo dos primeiros nove meses deste ano.

Banco de Portugal divulga dados sobre dívida pública e juros

Serão divulgados vários dados pelo Banco de Portugal esta quinta-feira, nomeadamente sobre a dívida pública e as taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos. Além disso, o banco central publica também o indicador diário de atividade económica, que permite fazer uma avaliação mais imediata da evolução da economia.

Novobanco apresenta resultados

O setor da banca continua também a revelar os resultados até setembro, sendo que esta quinta-feira será o Novobanco a avançar com a apresentação das contas dos primeiros nove meses, antes da abertura da bolsa. No primeiro semestre, o banco registou lucros de 373,2 milhões, um crescimento de quase 40%.

Como evoluiu o desemprego?

O Instituto Nacional de Estatística publica esta quinta-feira as Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego, referentes a setembro deste ano. Em agosto, a taxa de desemprego recuou ligeiramente para 6,2%. Apesar desse recuo não ter sido expressivo, levou o indicador em causa a mínimos de outubro de 2022.

Tribunal de Contas ouvido sobre OE2024

No Parlamento, continuam as audições na especialidade sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024. Da parte da manhã, os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças vão ouvir o Tribunal de Contas, enquanto à tarde recebem o Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

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SAP promete às empresas o “Santo Graal” da IA generativa

Tecnológica de origem alemã anunciou a integração de inteligência artificial (IA) generativa em algumas das suas principais soluções de software empresarial.

Imagine que tem um colega de trabalho que até é boa pessoa, mas que não sabe nada de nada da própria empresa, nem do que se passou no mundo nos últimos dois anos. Segundo a SAP, a maior tecnológica europeia, é o que sentem alguns gestores e programadores na hora de aplicar inteligência artificial (IA) generativa ao negócio.

Os grandes modelos de linguagem foram treinados com uma espécie de fotocópia do que está na internet. Isso permitiu criar programas como o ChatGPT, o popular chatbot que surgiu há quase um ano e acelerou o desenvolvimento da IA como em nenhum outro período da história. Mas, além de o ChatGPT não saber nada do que aconteceu para lá de 2021, não está familiarizado com o contexto de cada empresa individual. Nem poderia estar. É informação confidencial e proprietária que pertence a cada negócio.

A partir de Bangalore, na Índia, a SAP — lê-se S A P, e não “sap” — anunciou esta quinta-feira a integração da IA generativa em algumas das principais soluções de software do seu portefólio. Essas soluções ajudam os clientes a gerirem os negócios, desde a parte financeira às cadeias de abastecimento, passando pela contratação e pelos recursos humanos. Os novos lançamentos assinalam o início da conferência anual SAP TechEd, que, este ano, decorre no país onde a SAP mais está a crescer, servindo para aproximar a empresa dos parceiros.

“Com estes anúncios, aproximamo-nos do Santo Graal da IA generativa, em que combinamos as capacidades dos Large Language Models [que permitem aos computadores gerarem conteúdos em linguagem natural e que estão na base da nova tendência da IA] com dados em tempo real das empresas”, defendeu Juergen Mueller, administrador executivo da SAP com o pelouro da tecnologia, numa sessão com os jornalistas.

Com estes anúncios, aproximamo-nos do Santo Graal da IA generativa.

Juergen Mueller

Chief Technology Officer da SAP

Mas como dar esse contexto que falta aos modelos de IA? Desde logo, a tecnológica decidiu reforçar a plataforma HANA Cloud com todo o potencial da IA generativa, garantindo que o algoritmo tem acesso aos dados estruturados da empresa que já estão no sistema SAP. Segundo Juergen Mueller, isso permitiu “reduzir massivamente” as alucinações do algoritmo, o jargão usado no setor da tecnologia quando o modelo responde a um pedido com informação falsa ou mesmo absurda.

A SAP anunciou ainda uma nova caixa de ferramentas com “tudo o que os programadores necessitam” para criar aplicações de IA e IA generativa nas empresas. A nova solução AI Foundation está integrada na SAP Business Technology Platform, uma plataforma que inclui produtos e serviços que ajudam os clientes a desenvolverem software para resolver questões fundamentais da operação.

A terceira novidade foi o lançamento daquilo a que a SAP chamou de Build Code, um conjunto de soluções que, entre outras coisas, vão facilitar a cooperação entre programadores e outros profissionais que não tenham conhecimentos avançados de programação. “O SAP Build Code destina-se aos programadores profissionais, dando-lhes ferramentas de IA para aumentar o seu impacto e produtividade. Os programadores vão ser capazes de criar novas aplicações e extensões para as soluções SAP, usando o nosso assistente de IA generativa Joule para gerar código, modelos de dados ou até dados de teste para as suas aplicações”, detalhou Juergen Mueller.

Juergen Mueller, Chief Technology Officer da SAP, ladeado à direita por Julia White, Chief Marketing & Solutions OfficerCortesia da SAP

Ação ou reação?

Questionado pelo ECO, o gestor recusou que os lançamentos deste ano sejam o fruto de uma reação da SAP ao acelerar da inovação em IA, garantindo que a empresa já trabalha nestas áreas há alguns anos. Mas a verdade é que, ao longo do último ano, a massificação de modelos de IA generativa, como as múltiplas versões do GPT da OpenAI, financiada pela Microsoft, ou o Bard, que foi desenvolvido pela Google, está a forçar as empresas de software a adaptarem-se a esta tecnologia.

Para a SAP, que tem mais de 100 mil trabalhadores espalhados pelo mundo, e da qual dependem milhões de empresas à escala global, a questão poderia ser existencial. Isso ajuda a entender porque é que, além do investimento em cloud, a tecnológica está a apostar em força na IA generativa.

As novidades desta quinta-feira surgem ainda num ano que arrancou com o anúncio pela SAP de uma ronda de despedimentos de 3.000 trabalhadores, ou 2,5% do total, à semelhança de outras multinacionais do meso setor. De acordo com o Financial Times, este despedimento coletivo serviu para a empresa poupar 350 milhões de euros em 2024, que poderá ficar marcado pelo abrandamento da economia mundial, depois da subida das taxas de juro pelos bancos centrais para tentarem controlar a inflação.

Para já, até ao final da semana, enquanto decorre o SAP TechEd em Bangalore, são esperadas mais novidades tecnológicas por parte da empresa, que tem um valor de mercado superior a 157 mil milhões de euros. O público-alvo serão empresas de todos os tamanhos e setores, porque, apesar de ser pouco conhecida do grande público, esta gigante alemã, fundada em 1972, desenvolve o software de que dependem muitos negócios para funcionar.

(O ECO viajou para Bangalore a convite da SAP Portugal)

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PS e PSD chegam a acordo para indicar Helena Sousa como presidente da ERC

O PS e o PSD chegaram finalmente a acordo para a escolha do nome que vai liderar a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC). Helena Sousa será a presidente e Pedro Gonçalves o vice-presidente.

Helena Sousa, este é o nome da próxima presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), depois de meses de negociações entre o PS e o PSD, apurou o ECO junto de duas fontes que conhecem os detalhes deste processo. Oficialmente, não foi possível obter comentários a este nome, mas o acordo está selado entre as direções dos dois partidos e deverá ser anunciado nos próximos dias.

Professora Catedrática do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho (ICS), Helena Sousa Foi presidente do ICS entre 2013 e 2019, diretora do Departamento de Ciências da Comunicação (DCC) e presidente do Conselho de Cursos de Ciências Sociais. E coordenou um trabalho de investigação precisamente sobre a “A Regulação dos Media em Portugal: O Caso da ERC

Em julho, tinha sido indicada pelo PS para uma lista ao conselho da ERC. Nessa altura, o parlamento elegeu, por voto secreto, com maioria superior a dois terços, a lista conjunta apresentada pelo PS e PSD com quatro novos membros para o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Segundo os dados anunciados em plenário pela mesa da Assembleia da República, para a ERC, em 196 votantes, a lista composta por Helena Sousa (PS), Telmo Gonçalves (PS), Pedro Gonçalves (PSD) e Carla Martins (PSD), obteve 141 votos a favor, 43 brancos e 12 nulos.

A Constituição, recorde-se, estabelece que a Assembleia da República designa quatro dos cinco membros da ERC, sendo depois escolhido um quinto elemento, e o presidente da entidade sai de entre os designados pelo parlamento. O quinto elemento do conselho foi anunciado há dias, e já resultou deste acordo mais amplo entre os socialistas e social-democratas. Assim, os quatro membros eleitos para o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) escolheram Rita Figueiredo Reis Rola para preencher o último lugar disponível deste conselho, segundo um comunicado enviado à Lusa.

Do acordo parlamentar dos dois maiores partidos, resultou assim que Helena Sousa será a escolhida para suceder a Sebastião Póvoas e Pedro Gonçalves, indicado pelo PSD, será o vice-presidente do conselho regulador da ERC.

De acordo com o Curriculum que consta da página oficial da Universidade do Minho, Helena Sousa foi membro do Conselho Geral Independente da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e Co-cordenadora do Observatório das Políticas de Comunicação e Cultura do CECS. Em termos de investigação, tem dado especial atenção à regulação dos media, políticas de comunicação, economia política da comunicação, jornalismo e serviço público de média, tanto a nível europeu como no quadro dos países de língua oficial portuguesa. Iniciou a carreira profissional em 1988 como Jornalista no Jornal de Notícias, Porto.

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