Helvetia e MoneyPark unem-se para liderar em hipotecas na Suíça

  • ECO Seguros
  • 18 Setembro 2023

A seguradora Helvetia quer expandir a sua posição de destaque no mercado de hipotecas suíço, unindo-se à fintech MoneyPark. Visa aumentar o volume de crédito hipotecário em mais de 3 biliões.

Fundada em 2012, a fintech MoneyPark é especializada em hipotecas e imobiliário. Presente em vinte localidades na Suíça, a empresa digital ocupa o primeiro lugar quando se pesquisa por “comparação de hipotecas”. Agora, a Helvetia está a falar em expandir a posição de liderança que a MoneyPark e a Helvetia já detêm e em agregar o potencial conjunto da sua força de vendas líder. No final do ano passado, a Moneypark, a corretora de hipotecas mais bem-sucedida na Suíça até à data, chegou a ter de suprimir postos de trabalho.

“A combinação da experiência imobiliária líder da Moneypark com a ampla rede de distribuição da Helvetia é a resposta certa para o ambiente desafiador” garante Martin Jara, CEO da Helvetia Suíça.

O objetivo principal é o de continuar a expandir a atividade, como sublinham as duas empresas. O plano consiste em aumentar significativamente o volume anual de crédito hipotecário de mais de 3 mil milhões de francos suíços nos próximos cinco anos. De acordo com o comunicado de imprensa, a marca Moneypark mantém-se, mas a Helvetia está a concentrar-se nas lojas da sua filial. Para além das “flagship stores” da Moneypark, em Zurique, Lausana e Genebra, os serviços do corretor de crédito hipotecário serão futuramente prestados nas agências gerais da seguradora com sede em St. Gallen. Atualmente, a Moneypark detém 19 agências.

A integração das sucursais Moneypark está sujeita ao resultado da consulta Moneypark, bem como à aprovação da autoridade, de acordo com a nota. A medida tem ainda por objetivo reduzir custos. Ao agrupar recursos, podem ser realizadas sinergias de custos de 6 a 8 milhões a partir de 2024, de acordo com o comunicado. Serão igualmente efetuados cortes a nível dos recursos humanos. Prevê-se que a medida conduza a uma redução de 25 a 30 postos de trabalho nas funções de apoio da Moneypark.

As duas plataformas Helvetia Immoworld e Moneypark serão também objeto de fusão. Consequentemente, a Helvetia registará uma correção de valor de cerca de 27 milhões de francos suíços sobre o seu investimento na Moneypark, que será imputada aos resultados semestrais. A seguradora anunciará os seus números semestrais em 27 de setembro.

O CEO da Helvetia Suíça, Martin Jara, demonstrou-se optimista na passada terça-feira: “A combinação da experiência imobiliária líder da Moneypark com a ampla rede de distribuição da Helvetia é a resposta certa para o ambiente desafiador“, disse ele no anúncio.

 

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Prémio Bright Future: 46 mil euros para realizar sonhos dos jovens

  • ECO Seguros
  • 18 Setembro 2023

A Ardonagh Community Trust lança a terceira edição do Prémio Bright Future em Portugal e permite a jovens empreendedores juniores a oportunidade de obter 46 mil euros para concretizarem projetos.

A Ardonagh Community Trust (ACT) lança a terceira edição portuguesa do Prémio Bright Future, uma iniciativa que visa incentivar jovens empreendedores juniores a transformar os seus sonhos em realidade. Com um fundo disponível de 40 mil libras esterlinas, aproximadamente 46 mil euros, o prémio está aberto a candidaturas de jovens com idades entre os 13 e 19 anos.

“Acreditamos que este prémio pode ajudar a impulsionar as mudanças”, diz Paula Rios, Senior Advisor do CEO do Grupo MDS.

O ACT, uma instituição beneficente independente mas associada ao corretor de seguros Ardonagh Group, lançou o Prémio Bright Future para capacitar a próxima geração de líderes comunitários e promover a inovação entre os jovens.

Paula Rios, Senior Advisor do CEO do Grupo MDS, afirma: “acreditamos que este prémio pode ajudar a impulsionar as mudanças, incentivando a irreverência e a inovação dos jovens e o seu envolvimento nas comunidades. São muito encorajadores os resultados dos outros países onde o prémio foi implementado, pelo que estamos muito entusiasmados com este lançamento em Portugal”.

As candidaturas para o Prémio Bright Future estão abertas a jovens de 13 a 19 anos que residam em regiões onde a Ardonagh está presente, incluindo Portugal, o Reino Unido, Irlanda, Austrália, Brasil, Holanda, Grécia e Itália. O prémio está dividido em quatro categorias:

  • Your Community (a sua comunidade) – Fazer a diferença para as pessoas ao seu redor;
  • Your Planet (o seu planeta) – Proteger o meio ambiente e lutar contra as alterações climáticas;
  • Your Vision (a sua visão) – Impulsionar mudanças positivas através do empreendedorismo ou da inovação;
  • Your Passion (a sua paixão) – Partilhar o seu amor pela música, pelas artes ou pelo desporto com mais pessoas.

Além do financiamento, os vencedores também terão acesso a oportunidades de mentoria para concretizar os seus projetos.

Para participar, os candidatos, individualmente ou em grupo, devem inscrever as suas propostas no website do ACT e explicar como o financiamento será utilizado para tornar os seus sonhos em realidade. As inscrições estão abertas de 18 de setembro a 3 de novembro.

Nas edições anteriores do Prémio Bright Future, um total de 60 mil libras esterlinas foram doadas a jovens de todo o mundo, apoiando uma variedade de ideias vencedoras, desde projetos de energia eólica reciclável até iniciativas de saúde mental para adolescentes.

Desde a sua criação, em 2017, o ACT já apoiou mais de 700 causas diversas, abrangendo áreas como saúde mental, educação, meio ambiente, artes, desporto e cultura.

O Grupo MDS, representado por Paula Rios no Conselho de Curadores do ACT, “demonstra um forte compromisso com a iniciativa beneficente, destacando o seu envolvimento na promoção do bem-estar social e ambiental”, afirma a empresa.

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UE deve combater “falsa narrativa antiocidental” da Rússia

  • Lusa
  • 18 Setembro 2023

Michel advertiu para os perigos de "um mundo bipolar [que trará] uma maior fragmentação" e defendeu, em vez disso, um mundo multipolar e uma vontade política "que trarão mais prosperidade".

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu na semana de encontros ao mais alto nível na ONU, em Nova Iorque, que a União Europeia deve combater a “falsa narrativa antiocidental” que a Rússia está tentar disseminar.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, Charles Michel disse que a União Europeia (UE) “tem consciência de que tem de combater” essa narrativa que classificou como “falsa” e deu como exemplo o facto de a UE ser o principal financiador da ajuda ao desenvolvimento no terceiro mundo.

Michel referia-se ao discurso oficial russo que, desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, se apresenta contra o Ocidente e, para tal, utiliza determinados conceitos para conquistar a opinião de alguns países africanos e latino-americanos, como culpar o colonialismo europeu de tudo ou rejeitar qualquer ingerência dos países ocidentais nos assuntos internos dos outros Estados.

São os países africanos –e ultimamente, também o Brasil – os que, na ONU, estão a distanciar-se do discurso ocidental e a assumir frequentemente uma posição de suposta neutralidade em relação à Rússia e ao Ocidente.

A esse respeito, Michel advertiu para os perigos de “um mundo bipolar [que trará] uma maior fragmentação” e defendeu, em vez disso, um mundo multipolar e uma vontade política “que trarão mais prosperidade, mais segurança e mais previsibilidade” aos diferentes conflitos em curso no mundo.

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Tony Blair é destaque em conferência de seguros no Rio de Janeiro

  • ECO Seguros
  • 18 Setembro 2023

O ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, será um dos oradores principais na FIDES, a maior conferência de seguros da América Latina, no Rio de Janeiro, de 24 a 26 de setembro.

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, fará uma palestra na edição deste ano da FIDES – descrita como a maior conferência de seguros da América Latina – no Rio de Janeiro.

A ter lugar de 24 a 26 de setembro, a Conferência de Seguros do Hemisfério Ocidental da FIDES é organizada a cada dois anos pela Federação Interamericana de Companhias de Seguros. As edições anteriores foram realizadas no Chile (2015), El Salvador (2017) e Bolívia (2019).

Tony Blair junta-se aos oradores Luis Alberto Moreno, antigo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia. Entre os oradores, estão líderes de companhias como a Munich Re, Aon, Allianz Commercial, Swiss Re e AIG.

Os organizadores do FIDES Rio 2023 avançaram em comunicado: “A experiência internacional inigualável de Blair, tanto como primeiro-ministro como depois de deixar o cargo, dá-lhe uma perspetiva única sobre os acontecimentos mundiais e uma visão política que oferece soluções para os desafios cruciais do nosso tempo”.

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Lula e Zelensky têm prevista reunião em Nova Iorque

  • Lusa
  • 18 Setembro 2023

Esta será a primeira vez que Lula da Sila e Volodymyr Zelensky terão um encontro bilateral, depois de, em maio, à margem da cimeira do G7, o encontro ter acabado por não acontecer.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, têm prevista uma reunião bilateral na quarta-feira em Nova Iorque, confirmou esta segunda-feira à Lusa fonte da presidência do Brasil.

Numa informação avançada anteriormente pela imprensa brasileira, e agora confirmada à Lusa, os dois presidentes deverão encontrar-se por volta das 16:00 no hotel onde o Presidente brasileiro está hospedado durante a sua estadia na cidade norte-americana para participar da 78.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. O encontro entre Lula da Silva e Volodymyr Zelensky deverá acontecer depois da reunião que o líder brasileiro terá com o Presidente norte-americano, Joe Biden.

Esta será a primeira vez que Lula da Sila e Volodymyr Zelensky terão um encontro bilateral, depois de, em maio, à margem da cimeira do G7, o encontro ter acabado por não acontecer, com Volodymyr Zelensky a referir que “não houve diligências” por parte de Lula da Silva. Por outro lado, o chefe de Estado brasileiro afirmou ter ficado “chateado” após a delegação ucraniana adiar o encontro até finalmente não aparecer.

Apesar de condenar a invasão da Rússia na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado, o Presidente brasileiro já tinha, em abril, admitido a cedência da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014, como uma saída para o conflito e, na cimeira dos BRICS, voltou a pedir uma paz negociada e o abandono de uma “mentalidade obsoleta da Guerra Fria”.

A reunião agora confirmada entre os chefes de Estado do Brasil e da Ucrânia acontece numa altura de relação conturbada entre os dois países, devido a declarações que Lula da Silva tem proferido em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a última das quais ao afirmar que não prenderia o Presidente russo, Vladimir Putin, ao abrigo de uma decisão do Tribunal Penal Internacional, caso este viesse ao Brasil.

O Presidente brasileiro voltou atrás nas declarações dizendo que tal decisão caberia à justiça brasileira, mas insistiu que o país deveria rever a sua presença no Tribunal Penal Internacional. Putin é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional emitido em março, por suspeita de crimes de guerra pela deportação de crianças ucranianas.

“Quero muito estudar essa questão deste Tribunal Penal, porque os Estados Unidos não são signatários dele, a Rússia não é signatária dele. Então, eu quero saber por que o Brasil é signatário de um tribunal que os EUA não aceitam. Por que somos inferiores e temos de aceitar uma coisa?”, afirmou Lula da Silva, na Índia, durante a sua participação na Cimeira do G20, na semana passada.

Dias antes, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lembrara o homólogo brasileiro que os ucranianos são vítimas da invasão russa e que “a guerra não é no Brasil”, afastando concessões territoriais e pedindo respeito pelos Estados independentes.

A guerra é em concreto na Ucrânia, as vítimas são concretamente os ucranianos. Não são os brasileiros, ou outros europeus, nem americanos. São concretamente dezenas de milhares de pessoas, centenas de milhares, que morreram ou ficaram feridas, são as nossas casas que foram atacadas ou bombardeadas, não as casas do Brasil ou de outros países”, afirmou Zelensky em entrevista à RTP.

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Secretário-geral da Defesa foi constituído arguido, mas mantém-se em funções

  • ECO
  • 18 Setembro 2023

Em agosto, João Ribeiro foi constituído arguido pelos crimes de abuso de poder e de falsidade informática, no âmbito do processo "Tempestade Perfeita". Ministra mantém-no no cargo.

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, mantém em funções o seu secretário-geral, apesar de este ter sido constituído arguido em agosto no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”, avança o Expresso (acesso pago). João Ribeiro é suspeito dos crimes de abuso de poder e de falsidade informática.

De acordo com o semanário, é suspeito de, em março de 2020, ter manipulado o sistema informático dos serviços partilhados do Ministério da Defesa para fazer um pagamento antecipado a uma empresa acusada de corrupção – a TRXMS – Gestão, Manutenção e Serviços a Empresas –, contratada para as obras de reabilitação do ex-Hospital Militar de Belém, bem como de ter mentido quando falou com as autoridades pela primeira vez como testemunha.

O gabinete liderado por Helena Carreiras adianta que “foi informado da constituição de arguido do secretário-geral do ministério, mas não da natureza dos factos que levaram a essa circunstância”. Além disso, ao mesmo jornal, alega que “não foi transmitida qualquer decisão cautelar de inibição do exercício de funções, pelo que se mantém no seu desempenho”.

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Alta dos combustíveis? Solução passa pela fiscalidade

Uma vez que a principal razão para os aumentos dos preços dos combustíveis não está no controlo do Governo, a alternativa passa sobretudo por atuar na fiscalidade, dizem especialistas.

Os preços do petróleo e dos produtos refinados nos mercados internacionais estão a pressionar os preços dos combustíveis nos postos de abastecimento. A descida da carga fiscal é apontada por vários especialistas, consultados pelo ECO/Capital Verde, como a saída mais eficaz da situação de pressão que tem afetado os consumidores.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou este fim de semana que o Governo atuaria nos preços dos combustíveis “se necessário” e que a carga fiscal não tem qualquer intervenção no novo aumento de cinco cêntimos anunciado para o gasóleo na próxima segunda-feira. E, de facto, corrobora Pedro Silva, especialista em Energia da Deco Proteste, “não é carga fiscal que é responsável pela subida dos preços dos combustíveis. É a matéria-prima”.

O economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa, apoia, com uma ressalva. “Os principais responsáveis pela subida dos combustíveis fósseis são a depreciação do euro e a alta do preço do barril de petróleo”, mas “o gradual descongelamento da taxa de carbono também não ajuda em nada à estabilização em níveis mais baixos dos preços dos combustíveis fósseis em Portugal”.

“A parte em que podemos atuar é a causa interna. Uma vez refinados e vendidos, [os combustíveis] têm uma componente do Estado expressiva”, aponta Pedro Silva. Em comparação com 2022, as receitas fiscais que cabem ao Estado estão a ser arrecadadas e “bolsos diferentes”, já que os valores que estão a ser cobrados de forma diferente (houve um descongelamento da taxa de carbono, por exemplo), mas as quantias em causa são semelhantes, assinala Pedro Silva.

Nesse sentido, acredita que a altura de atuar “é já” e no mesmo sentido da do ano passado, quando o Governo decidiu que iria “devolver” o valor extra que ganhava com o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) através de uma redução no ISP.

O ISP é a terceira maior fonte de receita fiscal do país, aponta Filipe Vasconcelos Fernandes, especialista em Fiscalidade da Energia, considerando em simultâneo que “a margem que o Governo tem, em termos de instrumentos [para atuar nos preços dos combustíveis], é muito limitada”, até porque os orçamentos de Estado contam cada vez mais com este tipo de receita.

No entanto, diz acreditar num eventual contributo da fiscalidade para o alívio dos preços. Uma “solução interessante”, defende, “seria a criação de uma espécie de fator de desconto em impostos” como o ISP, mas “ancorado à inflação”. Ou seja, quando a inflação subisse, o ISP desceria, contrabalançando, definindo-se a priori uma fórmula que ditaria esta dinâmica.

Apesar de semelhante à lógica aplicada no ano passado pelo Governo, Filipe Vasconcelos Fernandes sublinha a diferença: “Acredito mais em impostos com estrutura constante, que têm uma espécie de para-choques para a inflação”, por oposição a “criar suspensões ou descontos que acabam por viciar mais o jogo”. “Benefícios fiscais têm de ter vida curta ou transformam-se num subsídio”, conclui. A taxa de carbono, estando definida a par do ISP no mesmo código, acabaria por ser trabalhada na mesma lógica, indica.

É necessária uma revisão de toda a fiscalidade dos combustíveis, tendo em mente a transição energética mas também que esta seja feita de uma forma justa

Pedro Silva

Deco Proteste

Já na passada sexta-feira, a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) afirmou que “os consumidores estão cada vez mais assoberbados com impostos, porque o aumento do combustível faz indiretamente aumentar a inflação” e, neste sentido, instou o Governo a definir “automatismos ou fórmulas de subida ou baixa de taxas e impostos em função do preço internacional dos combustíveis”.

Outras opções, como a aplicação de um tecto nos preços dos combustíveis, não são viáveis, na opinião de Filipe Vasconcelos Fernandes. Isto porque políticas de preços máximos têm uma “probabilidade de erro enorme”, dada a volatilidade do mercado dos hidrocarbonetos, produtos refinados e finalmente dos próprios combustíveis. Na prática, diz, “cria instabilidade e inflação”, pois quando os tectos desaparecem, os preços tendem a disparar para recapturar receitas, defende.

Em termos menos imediatos, acrescenta Pedro Silva, “é necessária uma revisão de toda a fiscalidade dos combustíveis, tendo em mente a transição energética mas também que esta seja feita de uma forma justa”, em vez de continuar a reagir. Sugere a criação de um plano que preveja a atuação em situações de oscilação do preço do petróleo e à medida que economia vai descarbonizando. O investimento na rede de transportes públicos e nas infraestruturas para a mobilidade suave são outras peças do puzzle. “As próprias receitas arrecadadas pelo Estado, nomeadamente com a taxa de carbono, são para favorecer soluções menos penalizadoras em termos de gases com efeito estufa”, relembra.

A diminuição dos impostos sobre os produtos petrolíferos travaria uma provável inflação em estado embrionário.

Paulo Rosa

Banco Carregosa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou este fim de semana que o Governo “certamente está a preparar medidas ou, pelo menos, formas de mitigar a situação, porque é uma situação que está a pesar muito na inflação em Portugal e noutros países europeus”. Contactados acerca de medidas que estejam em preparação, o ministério do Ambiente e das Finanças preferiram não comentar.

“As autoridades da Zona Euro querem um recuo nos apoios aos combustíveis, para assim se prosseguir com objetivo de carbono zero em 2050, mas essa postura espoletaria certamente a alta da inflação”, caso se mantenha a subida do preço do petróleo e a depreciação da moeda única, defende o economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa.

Neste sentido, sugere também que uma “diminuição dos impostos sobre os produtos petrolíferos travaria uma provável inflação em estado embrionário. O pavio é curto e basta uma pequena ignição para espoletar novamente a alta dos preços”, já que a subida dos preços dos combustíveis fósseis é sinónimo de um aumento dos preços de todos os produtos no início da cadeia de valor, ameaçando a alta de todos os preços mais a jusante da economia, nomeadamente a alta do índice de preços no consumidor.

Por fim, também o porta-voz da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), João Reis, vai pelo mesmo caminho. “A parte fiscal é a única que, com substância, pode interferir nesta escalada dos preços”, pois a fatia que cabe às empresas do setor, e que sustenta portanto a armazenagem, reservas obrigatórias, o transporte para os postos, incluindo também as margens das empresas e revendedores, entre outros custos, “tem-se mantido constante”, com oscilações de “1 ou 2 cêntimos”, e pesa menos no preço final – até cerca de 17 cêntimos, indica, com base nos dados da Apetro.

Mas porque é que os preços estão a subir?

Como já referido, as principais razões para a sucessiva alta dos preços dos combustíveis fósseis em Portugal, que se têm vindo a verificar desde meados de maio, são a subida do preço do barril de petróleo e a depreciação do euro face ao dólar, sublinham tanto Paulo Rosa como o porta-voz da Apetro.

Começando pelas subidas no barril de petróleo. Os países produtores têm anunciado cortes na produção, de forma a levantar os preços. “A Arábia Saudita e a Rússia estão decididas em manter o preço do barril de petróleo relativamente elevado”, assinala Paulo Rosa, já que no passado dia 5 de setembro foi prorrogado o corte de produção até ao final do ano. Aliás, se as condições económicas na China e Zona Euro se deteriorarem, os cortes podem ser reforçados, prevê o economista sénior da mesma casa de investimento.

Em paralelo, existem questões políticas, ligadas à transição energética e decorrentes também da invasão russa à Ucrânia. “A taxa de carbono, que tenta desincentivar o uso do gasóleo e da gasolina e intensificar a utilização das energias renováveis, promete manter o impulso sobre os preços dos combustíveis fósseis”, explica Paulo Rosa. Em paralelo, “a segurança energética implica novas geografias e rearranjos nos abastecimentos, tornando o petróleo mais caro pelo aumento dos custos de transporte”.

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PCP diz que portugueses já não aguentam subida dos preços e insiste em aumento dos salários

  • Lusa
  • 18 Setembro 2023

"Nós vivemos em dois países: o país da propaganda e o país da realidade dura de vida de cada um de nós”, disse Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP defendeu esta segunda-feira que os portugueses “já não aguentam mais” a subida dos preços, voltando a pedir que se aumentem os salários e acusando o PS e a direita de favorecerem os grupos económicos. Num discurso na sessão pública “Aumento geral dos salários, reformas e pensões, resposta necessária”, organizada pelo PCP em Lisboa, Paulo Raimundo defendeu que o aumento dos rendimentos é a “medida que se impõe hoje”.

“Já não aguentamos mais o aumento das taxas de juro, do custo de vida, já não aguentamos a propaganda com que nos confrontamos todos os dias. Nós vivemos em dois países: o país da propaganda e o país da realidade dura de vida de cada um de nós”, afirmou Paulo Raimundo. Para o secretário-geral do PCP, “não é aceitável que as chamadas contas certas e os ditos bons resultados económicos sejam sempre [alcançados] à custa das dificuldades, dos sacrifícios, da austeridade sobre quem trabalha”.

É preciso dizer basta e é preciso dizer basta impondo a questão fundamental que se coloca neste momento, que é o aumento geral e significativo dos salários: é a bem da vida coletiva de cada um de nós”, sustentou. Segundo Paulo Raimundo, esse aumento é a medida “mais estruturante e determinante para a melhoria das condições de vida, para a evolução da situação económica, para fixar e atrair profissionais, para estimular o mercado interno, (…) para combater a falta mão-de-obra, a emigração como única saída, as injustiças e desigualdades, para garantir o salto qualitativo de que o país precisa”.

Neste contexto, Paulo Raimundo afirmou que o PCP vai acompanhar e bater-se pelo aumento dos salários “em 15% e de, pelo menos, 150 euros para todos os trabalhadores”, tal como tem sido reivindicado pela CGTP. O líder comunista recordou também que o PCP apresentou um projeto de lei na Assembleia da República para que o salário mínimo nacional seja fixado nos 910 euros a partir de 01 de janeiro e que atinja os mil euros ao longo de 2024.

Reforçando que é através do aumento dos salários que se conseguirá “elevar as condições de vida (…) de milhões de pessoas”, Paulo Raimundo questionou quem é que “tenta impedir, travar ou atrasar esta importante medida”. “Sabemo-lo bem: são as opções políticas de fundo do PS, PSD, Chega, IL e CDS”, criticou Paulo Raimundo, lamentando que, em propostas como a redução de impostos para os trabalhadores, aqueles partidos se juntem para “defender os grupos económicos”.

Bem podem gritar, gesticular, fingir indignação uns com os outros, até podem chorar lágrimas de crocodilo pelos baixos salários, a verdade é que, chegada a hora da verdade, e quando necessário, todos eles se juntam para barrar o caminho às medidas em prol dos trabalhadores”, acusou. O dirigente comunista considerou que “são os grupos económicos que estão a ganhar verdadeiramente com a atual situação” e que estão a “sentir os efeitos dos bons indicadores e se estão a encher à conta das contas certas”.

Perante este cenário, o secretário-geral do PCP apelou à mobilização dos trabalhadores para forçar o executivo a tomar “medidas urgentes e necessárias”, argumentando que foi a luta que fez o Governo tomar algumas medidas, ainda que insuficientes, para responder ao aumento do custo de vida.

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Governo está “há demasiados meses” a negociar concursos da fibra com Comissão Europeia

Ministra da Coesão Territorial admite que os contactos com a Comissão Europeia para lançar os concursos públicos da fibra ótica duram "há demasiados meses". Governo tem tudo pronto, garante.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, admitiu que o Governo está “há demasiados meses” a negociar com a Comissão Europeia o lançamento de concursos públicos internacionais para instalar fibra ótica onde não existe rede.

“Nós andamos há demasiados meses em conversações informais com a Comissão Europeia, a tentar convencê-la de que, nestes territórios, há uma falha de mercado porque os operadores privados não têm incentivo em fazer este investimento”, afirmou a governante, num evento que decorreu esta segunda-feira na sede da Anacom.

O anterior Governo chegou a prever lançar estes concursos até ao final de 2022, mas o calendário tem vindo a ser sucessivamente adiado. Na indicação mais recente, a ministra apontou que espera lançar os concursos até ao final deste ano, calendário que reiterou.

Segundo a ministra, é possível levar fibra ótica a 450 mil habitações atualmente sem cobertura com “um investimento que rondará os 350 a 360 milhões de euros, que vai ser financiado a 50% por verbas dos programas regionais”, nomeadamente o FEDER.

“Estamos a falar de um investimento que, comparativamente a outros investimentos, é relativamente menor face aos resultados que vai permitir alcançar. Nós falamos em teletrabalho. Como é que nós pomos trabalhadores da Administração Pública em teletrabalho se, numa parte do território, não têm infraestrutura para fazer esse teletrabalho?”, questionou.

A governante participava numa apresentação da plataforma Geo.Anacom, um mapa informativo que vai permitir aos decisores políticos identificar as regiões sem cobertura, mas que também permite aos cidadãos verificarem a qualidade da rede e as opções disponíveis numa determinada morada.

A ministra da Coesão Territorial espera que essa plataforma ajude a desbloquear o processo na União Europeia: “Para nós é um dia muito importante, porque talvez este seja o dia que vai permitir à Comissão Europeia que nós façamos o pedido formal de submissão neste processo”, disse.

“Só depois de termos autorização formal da Comissão Europeia é que vamos lançar os concursos públicos, por regiões, incluindo a Madeira e Açores. Serão as CCDR a lançar esses concursos”, explicou, reforçando que, do lado do Governo, está “tudo preparado”.

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Alemanha anuncia mais 400 milhões de euros em ajuda militar à Ucrânia

  • Lusa
  • 18 Setembro 2023

"O governo ainda não decidiu se enviará mísseis de cruzeiro Taurus", disse o ministro da Defesa, que vai "fornecer munições adicionais: munições explosivas, morteiros, foguetes antiminas".

A Alemanha vai fornecer à Ucrânia um novo pacote de ajuda militar no valor de 400 milhões de euros, mas ainda não decidiu sobre a entrega dos mísseis Taurus de longo alcance pedidos por Kiev, anunciou esta segunda-feira o Governo.

Na véspera de uma reunião dos aliados da Ucrânia, que se realizará na Alemanha, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que este novo pacote de ajuda inclui diferentes tipos de munições, porque é “o que a Ucrânia mais precisa”. “O governo ainda não decidiu se enviará mísseis de cruzeiro Taurus”, acrescentou o ministro, em declarações ao jornal Bild.

Há vários meses que as autoridades ucranianas têm vindo a pedir à Alemanha a entrega de mísseis de cruzeiro Taurus, considerados necessários para resistir ao exército russo na sua invasão. “Vamos fornecer munições adicionais: munições explosivas, morteiros, foguetes antiminas”, explicou Boris Pistorius.

Este novo pacote de ajuda incluirá também veículos blindados e sistemas de desminagem, bem como geradores elétricos para preparar o inverno, acrescentou o ministro. Em relação aos mísseis Taurus, Boris Pistorius sublinhou que “o dever de todo o Governo federal é pesar com muito cuidado cada entrega de armas”, pelo que “devem ser esclarecidos os vários aspetos políticos, jurídicos, militares e técnicos”.

Até agora, Berlim tem adiado as respostas ao pedido de Kiev, temendo também que os mísseis pudessem atingir o território russo e agravar o conflito. Durante a visita da ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, a Kiev, há uma semana, o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, mostrou-se irritado com a hesitação alemã.

“É apenas uma questão de tempo. E não entendo por que estamos a perder tempo”, disse o chefe da diplomacia ucraniana, acreditando que a Alemanha acabaria por dar luz verde. O chanceler alemão, Olaf Scholz, também tem enfrentado pressão política interna, incluindo na sua coligação, para concordar com a entrega destes mísseis.

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351 arranca com programa com 700 mil euros de benefícios para startups

Créditos em publicidade em redes sociais, acesso a cloud ou a descontos em escritórios/coworkings são alguns dos benefícios disponíveis para os mais de 1.500 associados da 351 Startups.

A 351 – Associação Portuguesa de Startups arrancou com programa de benefícios que dará aos associados acesso gratuito a mais de 700 mil euros em produtos e serviços de grandes plataformas tech. A iniciativa é o primeiro passo para o início do programa de associados da organização com mais de 1.500 membros.

“Estamos muito satisfeitos por lançar este novo programa de benefícios, que vai ajudar as startups portuguesas a economizar dinheiro e a crescer mais rapidamente”, disse Pedro Rocha, um dos líderes da 351 – Associação Portuguesa de Startups. “Acreditamos que este programa vai ser um ativo valioso para as nossas startups e que vai contribuir para o sucesso do ecossistema de startups em Portugal”, reforça, citado em comunicado.

Créditos em publicidade em redes sociais para geração de vendas; acesso a cloud; descontos em escritórios/ coworkings; créditos em plataformas de AI generativa; acesso a ferramentas de CRM, de atendimento ao cliente,
de automação e produtividade; ou serviços financeiros para faturação e realização de transferências internacionais são alguns exemplos do conjunto de benefícios que os associados têm disponível.

A iniciativa é o primeiro passo para o lançamento dos programas de associados da 351 Startups que, “em breve”, pretende avançar com novos planos (pagos) onde os fundadores “terão acesso ampliado aos benefícios oferecidos pelas empresas tech, assim como acesso a mentoria de experts & advisors em diversos segmentos, e um programa de acesso a mercado nacional e internacional, facilitando a escala de startups portuguesas internacionalmente”, adianta a associação.

“Estamos comprometidos em apoiar o crescimento e o desenvolvimento das startups portuguesas. Vamos ajudar as startups a escalar em três etapas: primeiro reduzindo os custos fixos e variáveis de startups em estágio inicial. A partir daí, vamos ajudar startups a escalar mais rápido, com a mentoria de experts & advisors em vários segmentos. Por fim, estamos a estruturar uma rede de parceiros globais que irão possibilitar as startups escalarem em poucos meses”, explica Pedro Rocha.

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Ministra da Coesão pede às operadoras: “Entendam-se” no roaming nacional

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, apelou às operadoras de telecomunicações para que cheguem a entendimentos que viabilizem o roaming nacional.

A ministra da Coesão Territorial tem um pedido para as operadoras de telecomunicações: “entendam-se” no roaming nacional.

Esta segunda-feira, numa sessão de perguntas e respostas na sede da Anacom, acerca de uma nova plataforma que mostra se há cobertura numa determinada morada, Ana Abrunhosa disse não compreender porque é que um consumidor em Portugal não é capaz de comunicar se não tiver rede da respetiva operadora, mas já o consiga fazer se se deslocar até Espanha e se ligar via uma operadora espanhola.

No leilão do 5G, a Anacom determinou que as novas empresas que entrem no mercado beneficiem do acesso a roaming nacional, um incentivo a que estabeleçam acordos comerciais de partilha de infraestruturas com as operadoras já estabelecidas, Meo, Nos e Vodafone. A medida foi muito criticada por estas últimas.

Considerando-o um “desígnio nacional”, a ministra disse que o roaming “é demasiado importante”. “É muito difícil compreender que eu esteja na minha casa no interior e que vá à cidade ali ao lado e possa usar o operador espanhol, e que estando no meu país não possa usar o roaming no móvel”, considerou. “Entendam-se, por favor! Entendam-se, por favor. É pelo nosso país”, apelou.

Na mesma intervenção, a ministra disse ser “muito difícil falar com os investidores e as famílias” e ouvir que “muitas vezes têm de ir ao monte e fazer quilómetros” para conseguirem ter rede. Para Ana Abrunhosa, o acesso à internet “hoje deve ser uma commodity para todos nós”. “É urgente. No 5G ou no 4G, nós queremos é que seja de qualidade. A eles não lhes interessa o número, interessa-lhes um serviço de qualidade”, indicou.

Ainda assim, a ministra agradeceu às operadoras, que, em alguns casos, fazem investimentos privados “quase pro bono” em territórios do interior: “Não posso deixar de sublinhar isso. Fazem coesão, no âmbito da sua responsabilidade social. Não cito os nomes, mas quero deixar aqui uma palavra de gratidão a esses operadores que não esqueceram os nossos territórios”, concluiu.

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