Novo balanço aponta para 2.122 mortes na sequência do terramoto em Marrocos

  • ECO e Lusa
  • 11 Setembro 2023

TAP vai reforçar as rotas entre Marrocos e Portugal. Esta segunda-feira vão ser operados dois voos com capacidade adicional a partir de Marraquexe e outros dois a partir de Casablanca.

O mais recente balanço provisório do número de vítimas do terramoto que atingiu Marrocos na sexta-feira à noite aponta para 2.122 mortos e 2.421 feridos, indiciou no domingo à noite o Ministério do Interior marroquino.

O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.

Durante o fim de semana, depois de vários países e organizações, como Portugal, Estados Unidos, França ou a ONU, terem declarado estar disponíveis e em prontidão para prestar ajuda, o Executivo marroquino disse que aceitou “nesta fase” o apoio de apenas quatro países: Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Em declarações aos jornalistas no Chile, o primeiro-ministro português salientou que Portugal tem equipas de proteção civil e medicina legal em estado de prontidão para apoiar Marrocos e que o Governo continua a acompanhar a situação dos portugueses que se encontram naquele país.

“Já disponibilizámos ao Reino de Marrocos a total disponibilidade de Portugal participar no apoio que entenda necessário. Até agora, não nos foi solicitado qualquer apoio, mas temos disponíveis, quer na área da proteção civil, quer na área da medicina legal. Temos equipas que estão em estado de prontidão para apoiarem o Reino de Marrocos se houver alguma solicitação nesse sentido”, declarou António Costa.

No sábado, Portugal realizou uma operação de transferência de cidadãos nacionais que se encontravam em Marrocos e que manifestaram a sua intenção de regressar. “Um avião da Força Aérea, durante a noite, retirou cerca de 140 portugueses que estavam em Marrocos e que entenderam regressar a Portugal. Continuamos a acompanhar a situação dos portugueses que estão em Marrocos. Aqueles que quiserem regressar apoiaremos, mas aqueles que quiserem permanecer são obviamente livre de permanecer”, acrescentou.

A TAP vai reforçar as rotas entre Marrocos e Portugal esta segunda-feira, depois de já o ter feito este domingo, através de uma troca de aeronaves que permite transportar aproximadamente o dobro dos passageiros. Vão ser operados dois voos com capacidade adicional a partir de Marrakech e outros dois a partir de Casablanca.

Nestes voos vão ser utilizadas aeronaves com maior capacidade, Airbus 321 em vez de Embraer 190 ou 195. Este avião Airbus tem capacidade para transportar 221 pessoas, aproximadamente o dobro da capacidade das aeronaves da Embraer, permitindo transportar um total de cerca de 884 passageiros.

Fonte oficial esclarece que “os voos estão com bastante procura”, o que motivou o reforço de capacidade. Em relação aos preços, fonte oficial não avançou informação.

 

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Rádio Comercial faz rebranding. “Mais do que um logótipo é um movimento estratégico”, conta Pedro Ribeiro

Áudio, e não rádio, será a palavra-chave a curto/médio prazo. "Estão a acontecer muitas coisas, mas está tudo muito por fazer na criação de mercado", acredita Pedro Ribeiro, diretor da Comercial.

A Rádio Comercial vai ter, a partir desta segunda-feira, uma nova identidade gráfica e também novos jingles. Assinado pela DJ – de João Pacheco e Diogo Anahory –, o novo logótipo “não é uma revolução mas uma evolução“, conta ao +M o diretor da estação, Pedro Ribeiro.

O logótipo mantinha-se igual desde 2010. “Achamos que estava na hora de modernizar a imagem gráfica, mas mantendo o smile, um ativo absolutamente identitário da Comercial”, prossegue. Na assinatura, “Em casa, no carro, em todo o lado”, não há alterações. “Hoje ainda é mais válida do que na altura, em 2015 ou 2016. Foi um bocado premonitório”, olha a esta distância Pedro Ribeiro, que com esta nova imagem pretende assinalar um “movimento estratégico”.

“Queremos ter a marca líder na rádio, mas mais do que isso no áudio. O negócio do áudio está em franca expansão e queremos que a Comercial seja líder no áudio. Não me faz sentido que não lidere ou que não esteja na luta pela liderança”, prossegue o responsável.

Neste novo mundo, do áudio e não só da rádio, a concorrência é maior. Pedro Ribeiro dá o exemplo de marcas que não são do áudio e estão a dar passos importantes neste campo, como o Expresso e o Observador, mas também de protagonistas de per si, de “estrelas que nasceram e vão nascer nos podcast”.

Estão a acontecer muitas coisas, mas está tudo muito por fazer na criação de mercado. O conteúdo já existe, mas falta perceber o seu valor comercial e tentar monetizá-lo”, prossegue, vendo este como um grande desafio do mercado, tanto para meios como para anunciantes. “Não há tabelas, não há regras, não há cadeia de valor. Queremos ajudar a criar esse mercado”, frisa.

Com cerca de 50 títulos de podcast, uns que derivam da antena e outros criados de raiz, Pedro Ribeiro vai colocar em antena dois desses formatos, que vão passar a ser programa aos domingos, o “Ouvir falar de amor”, de Vanessa Cruz, e “Debaixo da língua”, de Rui Maria Pêgo.

“Queremos mesmo construir mercado, cruzar os universos e as pessoas que, de muitas formas diferentes, ouvem áudio”.

O caminho está a ser feito enquanto caminhamos. Do ponto de vista dos anunciantes também é um caminho novo e os consumidores é que vão determinar o timing. Tem a ver com novos hábitos que se criam”, acredita Pedro Ribeiro.

O meu ponto é que não quero arriscar a que uma marca como a Rádio Comercial se distraia e aconteça o que aconteceu à Kodak ou à Nokia. Vivo obcecado com isso, em manter a relevância, a importância”, confessa.

Para além da aposta nos podcast, o reforço das marcas temáticas de rádio também faz parte dos planos. Atualmente com nove estações, a curto prazo será lançada a Comercial Comédia, uma estação na qual, 24 sobre 24 horas, vão ser emitidos todos os conteúdos humorísticos da Rádio Comercial, desvenda. Também aqui, “há muito caminho por fazer”, diz Pedro Ribeiro. A Comercial Dança, Comercial Rock e Comercial Portugal são, dos nove projetos, os que apresentam melhor desempenho.

Os eventos, já com tradição na marca, também vão ser reforçados. “Vamos apostar muito nesse lado do negócio, vamos lançar mais eventos”, diz. “A abordagem tem que ser 360. Vamos ter uma nova temporada de programação, mas mais do que isso, é uma mudança de paradigma”, resume.

Em antena, uma das novidades é Marta Campos assumir o horário entre as 11h e 13h. “A Marta é a mais nova da equipa, é um momento simbólico de rejuvenescimento”, descreve Pedro Ribeiro

A Comercial vai também estrear um pacote de jingles produzidos em Nova Iorque pela Reel World. O rebranding vai incluir uma campanha multimeios, em TV, Out-of-home e digital.

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Segurança Social acumula bónus de 682 milhões de euros

  • ECO
  • 11 Setembro 2023

Os descontos para a Segurança Social registados até julho já ultrapassam o valor que o Governo projetava de receita adicional para o total do ano.

A receita contributiva da Segurança Social tem estado a disparar, a par com a dos impostos, sendo que até julho, os descontos para este sistema já ultrapassavam em 682,1 milhões de euros a meta de cobrança adicional para o ano todo, noticia o Jornal de Negócios (acesso condicionado), com base nos dados da execução do Orçamento da Segurança Social.

O Governo tem defendido que estes ganhos se devem ao dinamismo do mercado de trabalho, sendo de destacar que os aumentos salariais para compensar a inflação também têm afetado esta rubrica, que tem vindo a aumentar a uma velocidade considerável desde abril. A receita subiu 13,7% nos primeiros sete meses do ano, face a igual período do ano passado, tendo sido arrecadados cerca de 14 mil milhões de euros.

No Orçamento do Estado para este ano, o Governo esperava que o aumento adicional iria ser de apenas mil milhões de euros, valor que já foi largamente ultrapassado. É de recordar que o saldo do ano passado já foi considerado histórico, com a ministra do Trabalho a destacar que tinha sido o “saldo mais alto dos últimos dez anos”, ainda que os valores inesperados de arrecadação não fossem tão elevados como este ano (rondavam os 160 milhões por esta altura).

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Hoje nas notícias: Segurança Social, residentes estrangeiros e escolas

  • ECO
  • 11 Setembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os descontos para o sistema da Segurança Social têm vindo a disparar, sendo que já estão 682 milhões acima da meta de receita extra prevista para o ano. Já a Justiça gere já bens apreendidos dos arguidos no valor de 128 milhões de euros, um aumento face a 2021. Nas escolas portuguesas, o número de alunos baixou em mais de 300 mil em onze anos. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade nacional esta segunda-feira.

Segurança Social acumula bónus de 682 milhões de euros

A receita contributiva da Segurança Social tem estado a disparar, a par com a dos impostos, sendo que até julho, os descontos para este sistema já ultrapassavam em 682,1 milhões de euros a meta de cobrança adicional para o ano todo. O Governo tem defendido que estes ganhos se devem ao dinamismo do mercado de trabalho, sendo de destacar que os aumentos salariais para compensar a inflação também têm afetado esta rubrica, que tem vindo a aumentar a uma velocidade considerável desde abril.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Impacto de residentes estrangeiros deve ser compensado com “redistribuição de capital”

O impacto da chegada dos residentes estrangeiros, que além de ganhos traz também perdas económicas para os locais, deveria ser contrabalançado com “redistribuição de capital”, defende um estudo divulgado pelo Banco de Portugal. Para os três académicos que assinam o estudo, há necessidade de “políticas que garantam que a população local beneficia de uma entrada potencialmente elevada de residentes estrangeiros”, que devem passar por “transferências para os indivíduos locais”. A forma que sugerem de o fazer é “subsidiar os antigos residentes de acordo com a sua localização, contrariando a deslocação para a periferia”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Justiça apreende 128 milhões de euros de arguidos

Os bens de arguidos que foram apreendidos ou para os quais foi decretada a sua perda a favor do Estado atingiram o valor de mais de 128 milhões de euros. Estão em causa 10.600 bens, incluindo ativos financeiros como contas bancárias, imóveis, barcos, e joias, envolvidos em cerca de 900 processos judiciais. É o Gabinete de Administração de Bens, unidade do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, que gere estes bens, sendo que o número de bens disparou 342% face a 2021 e o seu valor aumentou 62%.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Escolas perderam mais de 300 mil alunos em 11 anos

O número de alunos inscritos nas escolas do continente, públicas e privadas, caiu em mais de 300 mil em 11 anos, segundo mostra um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. Em 2021/2022 estavam matriculados nas escolas do continente 1.260.045 alunos nos ensinos básico e secundário, menos 301.575 estudantes do que no ano letivo de 2010/2011 — é uma queda de 19%. Apesar da descida, no ano letivo 21/22 registou-se um aumento no número de alunos, o primeiro numa década.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Portagens não pagas geraram um milhão de multas do Fisco

As multas instauradas pelo Fisco devido à falta de pagamento das portagens nas antigas SCUT aumentaram 20% entre 2021 e 2022, sendo que está em causa cerca de um milhão de processos de contraordenação. Apesar desta subida, o valor das coimas deverá baixar este ano, com a entrada em vigor dos maiores descontos das ex-SCUT.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

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Seguradoras estão a evitar coberturas de cibercrime

  • ECO Seguros
  • 11 Setembro 2023

As companhias revelaram à ASF que preveem que os riscos cibernéticos se agravem nos próximos três anos e muitas vão continuar a evitar fazer esse tipo de seguros.

Apenas um conjunto restrito de seguradoras comercializa seguros com cobertura explícita de riscos cibernéticos e as que o fazem recorrem, na totalidade ou em parte, a resseguro para transferir dos riscos assumidos, destaca a ASF, entidade reguladora, a partir dos resultados que obteve do Questionário Risk Outlook 2.0, a que responderam 37 empresas de seguros.

Na prática, ao transferir para resseguradoras as coberturas de cibersegurança, as companhias prescindem de parte ou da totalidade do valor dos prémios, mas também das indemnizações por sinistros. Daí que a exposição líquida a este risco tenha sido considerada reduzida pelas seguradoras participantes no inquérito da ASF.

Em relação às coberturas de seguro nas quais os riscos cibernéticos não se encontram explicitamente incluídos ou excluídos um conjunto, muitas empresas indicaram, à data de resposta ao questionário, não ter procedido à respetiva avaliação de risco. No entanto, no subconjunto que procedeu a este diagnóstico, a maioria concluiu ter uma baixa exposição a estes riscos, perspetivando-se a manutenção do seu nível, ou mesmo uma redução considerável ou moderada, nos próximos três anos.

O questionário levou o supervisor dos seguros a constatar um interesse reduzido no desenvolvimento destas coberturas.

  • Os riscos cibernéticos são avaliados com uma materialidade média-alta ou elevada por 95% das empresas de seguros, sendo considerados como um dos cinco riscos com maior materialidade para o setor, por 65% das entidades consultadas;
  • O setor segurador revela uma exposição atual de nível médio-alto ao risco cibernético, perspetivando-se um agravamento da materialidade para elevado nos próximos três anos;
  • O processo de gestão dos riscos cibernéticos encontra-se numa fase inicial, de desenvolvimento da estratégia, em dez seguradoras. Em 11 seguradoras o processo já se encontra definido e em 16 já implementado e em fase de monitorização;
  • 65% das entidades iniciou o processo de gestão de riscos cibernéticos no intervalo entre há um e três anos, havendo cinco entidades (14%) que apenas iniciaram este processo há menos de um ano;
  • As principais motivações para o início do processo de gestão de riscos prendem-se, com a perceção da necessidade de proteger contra as ameaças cibernéticas e de assegurar a integridade e a fiabilidade das relações com os diferentes stakeholders num contexto de crescente digitalização com aumento da incidência e do impacto da materialização desse risco a uma escala global;
  • Em 22% dos casos, este processo foi impulsionado ao nível do grupo económico em que as entidades se inserem;
  • A maioria das seguradoras refere que dispõe de meios para acompanhar e lidar com as questões relacionadas com os riscos cibernéticos, embora 14 companhias (38%) não os considerem suficientes. Os recursos utilizados prendem-se, de um modo geral, com contratações em regime de prestação de serviços (42%) ou meios internos da entidade.
  • Apenas 7 companhias de seguros oferecem especificamente cobertura de ciberseguro.

O questionário, que recebeu resposta das 37 mais representativas seguradoras permitiu ainda concluir que:

  • Apenas sete entidades comercializam seguros com cobertura explícita de riscos cibernéticos, recorrendo na totalidade, ou em parte, a resseguro para transferência dos riscos subscritos;
  • Apenas três destas companhias pretendem aumentar a oferta nos próximos anos, as restantes consideram a atual oferta apropriada;
  • Em avaliação dos riscos cibernéticos na perspetiva de negócio, as seguradoras consideram ter uma baixa exposição e ou não vão alterar esta exposição nos próximos três anos, ou terão um aumento moderado;
  • Os produtos de cobertura de riscos cibernéticos foram desenvolvidos, na sua maioria, com auxílio de resseguradores ou recorrendo às competências dos grupos seguradores europeus/internacionais;
  • Todas as empresas que não comercializam seguros com cobertura explícita de riscos cibernéticos não pretendem iniciar a oferta destes produtos ;
  • As linhas de negócio identificadas pelas empresas de seguros como sendo as potencialmente mais expostas a estes riscos são Responsabilidade Civil Geral, Multiriscos e na proteção área da Saúde;
  • Vão ser revistas as condições contratuais das apólices de novos produtos de cibersegurança com o objetivo de mitigar os riscos cibernéticos.

Riscos macroeconómicos, de mercado e crédito são os que mais preocupam

No mesmo inquérito, os seguradores segurador nacionais sinalizaram os riscos macroeconómicos, de mercado e de crédito como os que afetam atualmente o setor de forma mais significativa. Estes riscos, a par dos riscos associados ao ramo Vida, são também os que revelam um maior nível de agravamento.

 

Estes riscos, em conjunto com os de Não Vida, são aqueles onde se verifica um maior diferencial entre a avaliação realizada pela ASF e a revelada pelas empresas de seguros que destacam mais algumas ameaças.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de setembro

  • ECO
  • 11 Setembro 2023

Ao longo desta segunda-feira, 11 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Setembro 2023

O arranque da semana vai ser dominado pela paragem de nove semanas da Autoeuropa. Rui Pinto deve também conhecer a leitura do acórdão do Football Leaks. E o preço do gasóleo volta a subir.

Uma das principais exportadoras do país pára esta segunda-feira, com muitos despedimentos a acontecer quer na Autoeuropa quer nas restantes empresas do parque industrial. Esta segunda destaque ainda para a decisão do julgamento de Rui Pinto, que responde por 90 crimes. Nos combustíveis, notícias mistas: o preço da gasolina cai um cêntimo, mas o gasóleo volta a subir.

Início da paralisação na Autoeuropa

Arranca esta segunda-feira mais uma paragem de produção na Autoeuropa. Depois da paragem provocada pela pandemia de Covid-19 em 2020 e das sucessivas interrupções induzidas pela guerra na Ucrânia no último ano e meio, a fábrica de Palmela debate-se agora com a falta de uma peça essencial aos motores do Volkswagen T-Roc, que é feita na Eslovénia, numa fábrica que ficou inundada devido às fortes chuvas naquele país em agosto. A fábrica fecha portas durante nove semanas, entre 11 de setembro e 12 de novembro, estando prevista a aplicação de lay-off nesse período.

Rui Pinto conhece decisão do caso Football Leaks

Depois de cerca de três anos de julgamento, marcados por vários adiamentos, a leitura do acórdão do caso Football Leaks acontece esta segunda-feira, às 14h30, no Juízo Central Criminal de Lisboa. A decisão chegou a estar agendada para 13 de julho, mas o tribunal adiou-a devido à lei da amnistia aprovada no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, que produziu efeitos a partir de 1 de setembro e que pode abranger alguns dos 90 crimes imputados a Rui Pinto, principal arguido no processo.

Preço do gasóleo sobe esta semana. Gasolina baixa

O preço do litro de gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deve subir quatro cêntimos, e a gasolina descer um cêntimo esta semana, de acordo com estimativas do setor. Assim, quando for abastecer à bomba, deve passar a pagar 1,760 euros por litro de gasóleo simples e 1,862 euros por litro de gasolina simples 95.

Como evoluíram os voos na UE em agosto?

O Instituto Nacional de Estatística tem agendado divulgar os índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no setor dos serviços. Já o europeu Eurostat prevê publicar os dados sobre as pessoas na União Europeia incapazes de manter as suas casas suficientemente quentes (2022) e também os números de voos comerciais de agosto.

Bruxelas divulga previsões das seis maiores economias da UE

A Comissão Europeia divulga hoje as previsões económicas intercalares do verão de 2023, com dados para as seis maiores economias da UE (a evolução da economia nacional não está incluída nesta estatística), numa altura em que a economia alemã continua a marcar passo com vários institutos a apontar para uma recessão. Nas previsões da primavera, Bruxelas apontava para um crescimento de 1% da UE este ano e 1,7% em 2024. Para a zona euro, estava previsto um crescimento de 1,1% este ano e 1,6% em 2024.

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Rui Pinto sabe esta segunda-feira se é condenado ou absolvido no caso Football Leaks

Rui Pinto vai finalmente conhecer o desfecho do processo em que está acusado de 90 crimes, no caso Football Leaks. A leitura do acórdão está agendada para as 14h30.

Três anos após o início do julgamento, que foi interrompido por diversas vezes, o hacker Rui Pinto vai finalmente conhecer o desfecho do processo em que está acusado, no âmbito do caso Football Leaks. A leitura do acórdão está agendada para as 14h30, no Juízo Central Criminal de Lisboa.

Rui Pinto está acusado de 90 crimes, sendo 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

Entre os visados estão Jorge Jesus, Bruno de Carvalho, o então diretor do DCIAP Amadeu Guerra e os advogados José Miguel Júdice, João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa.

Mas afinal quem é o famoso hacker? Natural de Mafamude, Vila Nova de Gaia, Rui Pinto, de 34 anos, é considerado por muitos como um denunciante, em inglês whistleblower, e por outros um pirata informático, ou seja hacker.

Corria o ano de 2019, quando Rui Pinto se assumia colaborador do site “Football Leaks”, criado em 2015. Segundo o arguido, esta plataforma surgiu após a divulgação do escândalo de corrupção na FIFA, que levou à detenção de vários dirigentes, e tem como objetivo divulgar a “parte oculta do futebol”. Assim, a partir de Budapeste e através desta plataforma, Rui Pinto divulgou diversos documentos polémicos sobre o futebol português e mundial.

No âmbito de um mandato de detenção europeu, foi detido no dia 16 de janeiro de 2019 em Budapeste. Após o “rebentar” do escândalo, em março de 2019, Rui Pinto foi entregue pelas autoridades húngaras à justiça portuguesa, tendo ficado em prisão preventiva no âmbito de um inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Inicialmente foi apenas indiciado por seis crimes.

Amnistia pode salvar hacker de quantos crimes?

O Governo aprovou e Marcelo promulgou. Desde o dia 1 de setembro, jovens com menos de 30 anos (à data dos factos praticados) condenados por crimes com moldura penal até oito de prisão estão a ser amnistiados. O motivo? A vinda do Papa e a realização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.

Pelo menos em 14 dos 90 crimes em que está acusado, o arguido pode vir, de facto, a aproveitar a amnistia. Isto porque, pelo menos o crime de violação de correspondência é punível apenas com pena de prisão até um ano ou pena de multa e que, por isso, pode ser enquadrado na amnistia.

Mas há outros crimes pelos quais o hacker está a ser julgado como sabotagem informática (punido de três a dez anos), extorsão, na forma tentada e de acesso indevido (68) pelos quais pode vir ainda a ser condenado no âmbito do processo Football Leaks.

A lei compreende exceções ao perdão e amnistia, não beneficiando, nomeadamente, quem tiver praticado crimes de homicídio, infanticídio, violência doméstica, maus-tratos, ofensa à integridade de física grave, mutilação genital feminina, ofensa à integridade física qualificada, casamento forçado, sequestro, contra a liberdade e autodeterminação sexual, extorsão, discriminação e incitamento ao ódio e à violência, tráfico de influência, branqueamento ou corrupção.

Defesa quer pena suspensa para hacker. MP quer pena efetiva

A defesa de Rui Pinto, advogado Francisco Teixeira da Mota, defendeu em tribunal que a decisão do coletivo de juízes deverá ser a de pena de prisão suspensa, sublinhando que será “suficiente”. No encerramento das suas alegações finais, o advogado do criador da plataforma eletrónica assumiu somente a prática de três crimes de acesso ilegítimo (Sporting, FPF e PLMJ) e quatro de acesso indevido (Sporting, FPF, PLMJ e PGR).

Francisco Teixeira da Mota argumentou ainda sobre o contexto da tentativa de extorsão à Doyen, com o conhecimento de negociações, mas vincou a desistência por escrito, que deveria redundar num facto não provado: “ele escreveu que não queria nem um cêntimo”.

Francisco Teixeira da MotaMARIO CRUZ/LUSA

Também a defesa de Aníbal Pinto, o outro arguido do processo acusado de extorsão na forma tentada, pediu a absolvição e considerou que a pronúncia contra o seu cliente foi a “cola” para a prisão preventiva de Rui Pinto. Nas alegações finais, o advogado João Azevedo questionou a credibilidade do trabalho dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ) que estiveram envolvidos na operação de vigilância ao encontro entre o antigo CEO do fundo de investimento Doyen, Nélio Lucas, e o seu colaborador Pedro Henriques com o arguido Aníbal Pinto, na área de serviço da autoestrada A5, em Oeiras, em 2015.

O advogado considerou que Aníbal Pinto merecia duas medalhas: uma por ter cumprido “religiosamente” o estatuto da Ordem dos Advogados (OA) e outra por ter “recusado a oferta de um milhão de euros [feita por Nélio Lucas] para identificar o seu cliente [Rui Pinto]”. João Azevedo tentou ainda contrariar a acusação de que Aníbal Pinto terá intermediado, com intenção de também lucrar, uma tentativa de extorsão de Rui Pinto à Doyen, afirmando que o arguido se limitou a “representar um cliente num ato legal”.

João Azevedo afirmou o seu cliente questionou a OA sobre se deveria denunciar Rui Pinto às autoridades, lembrando que lhe foi dito que deveria cumprir o estatuto da ordem, ou seja, não denunciar. O advogado rebateu a acusação do MP de que Aníbal Pinto queria receber honorários muito acima do que se praticava, lembrando que “desde o primeiro contacto de Rui Pinto, Aníbal Pinto escreveu sempre que nunca pactuaria com qualquer irregularidade”, lendo uma mensagem de correio eletrónico enviada pelo seu cliente a Artem Lobuzov [nome utilizado por Rui Pinto].

Já o Ministério Público (MP) pediu pena de prisão efetiva para o hacker por crimes de extorsão, acesso ilegítimo e violação correspondência. A procuradora do MP, Marta Viegas, considerou que o único crime que não foi provado foi o de sabotagem informática à SAD do Sporting. No entender do MP, os acessos ilegítimos de Rui Pinto a contas de email de trabalhadores do Sporting, entre os quais Bruno de Carvalho, ex-presidente, e Jorge Jesus, antigo treinador da equipa de futebol, “não foram o motivo da queda do sistema, que já se encontrava em baixo”.

Marta Viegas considerou também provado que o outro arguido do processo, o advogado Aníbal Pinto, deve ser condenado pelo crime de extorsão na forma tentada, pelo qual está acusado. De acordo com a procuradora, Aníbal Pinto teve acesso a toda a rede de caixas de correio, conteúdos que foram depois exfiltrados.

Julgamento sucessivamente interrompido a pedido da defesa

Desde impossibilidade de inquirir testemunhas por se encontrarem de férias até surtos de Covid-19 e greves, o julgamento do processo Football Leaks ficou marcado por sucessivos adiamentos. Um deles tem a ver com o o facto de Rui Pinto ter ido às instalações consultar a prova do apenso F e o disco rígido RP3, que contém alguns dos e-mails pirateados pelo próprio.

O arguido Rui Pinto pediu o acesso aos e-mails que terá pirateado por considerar “indispensável para se poder defender em tribunal”. Os e-mails que alegadamente roubou encontram-se no chamado apenso F — uma parte do processo onde a PJ guardou as caixas de correio eletrónico integrais encontradas nos discos apreendidos e que pertencem a responsáveis de clubes de futebol, a alguns dos mais importantes escritórios de advogados portugueses, como a PLMJ.

O objetivo do pedido de cópia do apenso, alegou a defesa de Pinto, seria o de “analisar os ficheiros informáticos constantes no Apenso F, exclusivamente, do ponto de vista técnico, através de pesquisa forense, procedendo à análise de metadados e estruturas de dados, com recurso a ferramentas forenses que lhe permitam ter um conhecimento diferenciado da prova.

“Todos os elementos acedidos ilicitamente por Rui Pinto, que constam do apenso F, apenas podem ser relevantes para a defesa se forem para a acusação, pelo que o arguido não precisa de ir procurá-los, o Ministério Público já o fez e disponibilizou-os aos sujeitos processuais. Permitir ao arguido que consulte e armazene tudo o que obteve ilicitamente e que, por isso, se encontra a ser julgado, apenas com base no jargão intimidatório de ser necessário à defesa é grave e inadmissível, além de ridículo”, alegaram os assistentes, no pedido de recurso que fizeram para a Relação.

A Relação veio decidir que “em caso algum serão entregues as duas pen drives que constituem o apenso F ao arguido para que este pura e simplesmente as consulte”, disseram na altura os desembargadores. Mas aceitou que Rui Pinto tenha acesso aos ditos e-mails nas instalações da PJ, sob a supervisão da mesma. Para os assistentes e para o Ministério Público, o facto de Rui Pinto ter acesso às caixas de correio eletrónico — que no fundo é a razão pela qual está a ser julgado — seria uma duplicação do crime e de penalização das vítimas.

Da prisão preventiva à liberdade

Rui Pinto esteve em prisão preventiva entre o dia 22 de março de 2019 e 8 de abril de 2020 e em prisão domiciliária até ao dia 7 de agosto de 2020, tendo sido libertado “devido à sua colaboração” com a PJ e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

Na altura em que foi preso preventivamente, a juíza de instrução criminal, Margarida Alves, justificou a medida com a inversão da postura do arguido, que passou a apresentar “um sentido crítico e uma disponibilidade para colaborar com a justiça” e, por outro, dizendo que as fronteiras se encontravam sujeitas a elevados controles devido à pandemia de Covid-19, razão pela qual entendeu “que se mostrava reduzido o perigo de fuga”.

No início de junho de 2020, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso do Ministério Público e manteve a decisão instrutória, proferida em 17 de janeiro de 2020, que pronunciou Rui Pinto por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do MP.

Em setembro de 2019, o MP acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Plataforma Score e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

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Mecanismo Anticorrupção, grande aposta deste Governo, recebeu apenas sete denúncias este ano

O MENAC, organismo de combate à corrupção nos setores público e privado para empresas com mais de 50 pessoas, recebeu no primeiro semestre de 2023 apenas sete denúncias, a juntar às quatro de 2022.

O MENAC, novo organismo de combate à corrupção nos setores público e privado para empresas com mais de 50 pessoas, recebeu no primeiro semestre de 2023 apenas sete denúncias, a juntar às quatro de alegados crimes de corrupção e peculato de 2022, estando estas já no Ministério Público.

O Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) — que tem como função fiscalizar e criar mecanismos para evitar a corrupção — começou a funcionar em definitivo em junho, com uma dotação orçamental de 2,1 milhões de euros. O MENAC substituiu o Conselho de Prevenção da Corrupção, que funcionava junto do Tribunal de Contas e faz parte do pacote anticorrupção aprovado em 2021, ainda era Francisca Van Dunem a ministra da Justiça. A ideia é que apoie a criação e desenvolvimento de políticas anticorrupção e que reúna e trate de informação fiável sobre a corrupção.

Porém, três meses após a entrada em vigor da portaria que confirmou a instalação definitiva do organismo, O ECO sabe que este ainda não dispõe da plataforma informática para as denúncias de empresas e instituições nem preencheu o quadro de pessoal.

O processo de instalação desta entidade, “que se iniciou com a publicação da Portaria n.º 164/2022, de 23 de junho, com vista à criação das condições materiais necessárias ao início da sua atividade e à sua entrada em funcionamento, prosseguiu com a publicação da Portaria n.º 292-A/2022, de 9 de dezembro, que fixa o respetivo mapa de pessoal de apoio técnico e administrativo, e termina agora com o referido diploma, que declara a instalação definitiva”, segundo fonte oficial do Ministério da Justiça explicou ao ECO, à data.

Agora, mais de um ano depois da primeira portaria, em termos de meios humanos, a situação é ainda precária, decorrentes da exigência de mobilidade interna na Administração Pública.

“O quadro de pessoal ainda não se encontra totalmente preenchido, porque, de acordo com o disposto no diploma do MENAC, só pode ser preenchido com recurso a instrumentos de mobilidade interna, o que implica o lançamento de concursos e a possibilidade de os dirigentes dos serviços não autorizarem a saída dos respetivos funcionários”, lê-se no esclarecimento do MENAC, assinado pelo secretário-geral, Jorge Duque Lobato, avançado pela Lusa.

A luta contra a corrupção tem ocupado um lugar de destaque na lista de compromissos assumidos pelo programa de Governo, mas já vinha do anterior Executivo, com Francisca Van Dunem. Uma das medidas é a obrigatoriedade das empresas com mais de 50 colaboradores terem canais de denúncia para reportarem comportamentos suspeitos dos colegas de trabalho.

Assim, torna-se vinculativo a adoção por todas as entidades públicas e privadas com mais de 50 trabalhadores de um programa de compliance, que inclua “a elaboração de um plano de prevenção da corrupção, a aprovação de um código de conduta, a disponibilização de um canal de denúncia, a realização de um programa de formação, a designação de um responsável independente pelo cumprimento normativo e a aplicação de sanções para o respetivo incumprimento”.

Para fiscalizar esta e outras medidas foi criado este MENAC, assumido como “uma prioridade” por Catarina Sarmento e Castro que reiterou o compromisso do Governo no combate à criminalidade económico-financeira com a criação desta “entidade independente que será dotada dos meios necessários para exercer as funções de iniciativa, controlo e sanção”, disse.

António Pires Henriques da Graça foi o escolhido, em junho, para o cargo de presidente do MENAC, sob proposta conjunta do Presidente do Tribunal de Contas e da Procuradora-Geral da República. Nomeado para o Supremo Tribunal de Justiça a 12 de fevereiro de 2007, nasceu em 1952, em Salavessa (Montalvão, distrito de Portalegre). Pires da Graça foi o juiz conselheiro que acompanhou no Supremo Tribunal de Justiça o inquérito do processo “Operação Lex” que envolve suspeitas de corrupção e outros crimes alegadamente cometidos por juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa, incluindo Rui Rangel e Vaz das Neves.

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Portugal solicitou às operadoras “planos de implementação” da medida que exclui Huawei do 5G

Vodafone e Altice confirmam estar a desenvolver "planos de implementação" da decisão das autoridades portuguesas que exclui empresas como a Huawei do 5G. Nos só confirma "diálogo".

As três maiores operadoras do país, Meo, Nos e Vodafone, confirmam já estar a preparar a implementação da medida que as proíbe de recorrerem a fornecedores de “alto risco” nas redes 5G, como a chinesa Huawei. Dizem estar a desenvolver “planos de implementação” da decisão, para submeter à Anacom, que tem mantido o silêncio em todo este processo.

Por ser um tema sensível para a segurança nacional, a informação disponível é escassa. Desde que foi tornada pública a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança (CAS) o regulador do setor nunca se pronunciou sobre o assunto e, contactado pelo ECO, continua a recusar fazê-lo, ainda que a lei lhe confira o poder de “fazer cumprir” a decisão e de “fiscalizar” o seu cumprimento. Fonte oficial da Anacom remete todos os esclarecimentos para a CAS.

Por sua vez, a CAS, encabeçada pelo contra-almirante António Gameiro Marques, também não tem dado muitas explicações sobre a decisão de excluir do 5G as empresas que, entre outros critérios, estejam sedeadas em países fora da União Europeia, da OCDE ou da NATO. Mas, através do órgão em que se insere, o Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, revelou na semana passada que “as operadoras de telecomunicações estão a desenvolver os respetivos planos de implementação das deliberações da CAS a serem apresentados à Anacom”.

O ECO contactou depois as três principais operadoras. Fonte oficial da Vodafone Portugal confirma que lhe foi pedido para desenvolver esse plano, mas não se alonga em detalhes, nem explica que entidade fez o pedido (se a CAS, se a Anacom): “No âmbito do que lhe foi solicitado, a Vodafone confirma estar a desenvolver um plano de implementação da referida deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança.”

Já fonte oficial da Altice Portugal também confirma estar a trabalhar num plano de implementação, a pedido das autoridades nacionais: “A Altice Portugal cumpre integralmente as disposições legais em vigor e presta toda a colaboração que lhe é solicitada pelas autoridades, estando a avaliar as deliberações da Comissão de Avaliação de Segurança e a desenvolver o respetivo plano de implementação.”

A resposta da Nos é mais vaga: “A Nos encontra-se em diálogo com as autoridades e a analisar as deliberações relevantes, bem como os vários planos de ação e os seus impactos, com vista a salvaguardar a segurança e resiliência das redes de comunicações, bem como o melhor interesse dos seus clientes.”

No âmbito do que lhe foi solicitado, a Vodafone confirma estar a desenvolver um plano de implementação da referida deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança.

Fonte oficial da Vodafone Portugal

O ECO contactou também fonte oficial da Anacom, questionando, entre outras coisas, se existem prazos que as operadoras têm de cumprir. Mas o regulador voltou a recusar responder, remetendo para a CAS.

Assinada a 23 de maio de 2023, a primeira deliberação da CAS estabelece sete critérios que determinam, no contexto do 5G, se um fornecedor ou prestador de serviços representa um “alto risco para a segurança das redes e serviços nacionais”. Basta que as empresas cumpram um deles para serem consideradas de “alto risco”, ficando excluídas de participar no desenvolvimento desta tecnologia.

Um desses critérios permite expulsar do 5G os fornecedores que estejam domiciliados ou vinculados a um país que não pertença à União Europeia, ou à OCDE, ou à NATO. É o caso da China, onde a Huawei tem sede, em Shenzhen, pelo que a tecnológica avançou no final de agosto com uma ação administrativa contra a CAS, na expectativa de travar a deliberação, avançou o ECO na passada segunda-feira.

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Mais um credor da Venezuela vem a Lisboa reclamar 140 milhões de euros

Fabricante de barcos Brumby avançou com ação contra a Petroleos da Venezuela de 137 milhões. É o último credor do regime venezuelano a vir a Lisboa reclamar milhões que tribunal já mandou desbloquear.

Em 2010, a Brumby Shipholdings fechou um contrato de 135,8 milhões de euros para a entrega de 42 rebocadores à Venezuela. O negócio acabou por não correr bem para o fabricante do Panamá. Os barcos foram entregues à Petroleos da Venezuela (PDVSA), que tinha feito a encomenda, mas nem todas as faturas foram saldadas. Por meio de acusações de corrupção, no ano passado, um tribunal holandês deu razão à Brumby, que agora veio a Lisboa apresentar uma ação milionária para ser ressarcida por Caracas.

A ação de 137 milhões de euros da companhia naval registada na Cidade do Panamá visa a PDVSA, PDVSA Operaciones Acuáticas e a Bariven, com a última a atuar como departamento de compras da petrolífera estatal venezuelana e das outras empresas do grupo.

A Brumby é apenas o último dos credores da petrolífera estatal da Venezuela que nos últimos anos viajaram até à capital portuguesa para tentarem resolver disputas de longa data com o regime de Maduro por conta de dívidas que ficaram por pagar.

Antes da Brumby, também o Banco San Juan Internacional (Porto Rico), a petrolífera Conocophillips e a vidreira Owens-Illinois (ambas dos EUA) avançaram com processos na justiça portuguesa com o objetivo de recuperarem mais de 600 milhões de euros, como avançou o ECO há dois anos.

Por que vieram até Portugal? Vieram atrás dos 1,3 mil milhões de euros da Venezuela que se encontram congelados no Novobanco, fundos que vêm desde o tempo do BES e das boas relações do antigo banco de Ricardo Salgado com o regime venezuelano. Mas a recente decisão do tribunal de Lisboa de desbloquear as contas venezuelanas poderá deitar por terra os esforços destes “lesados”.

Dezenas de disputas por resolver

O desbloqueio dos fundos no Novobanco – que serão destinados ao setor social, assegurou o Presidente Maduro – pode também precipitar uma avalanche de processos de outros credores que, como a Brumby, o Banco San Juan Internacional, Conocophillips e a Owens-Illinois, também estão em confronto direto com Caracas.

Por exemplo, as empresas de minas canadianas Rusoro Mining Ltd e Crystallex International Corp reclamam mil milhões de dólares.

Segundo a agência Reuters, a vaga de nacionalizações da Venezuela que teve lugar durante o regime de Hugo Chávez provocou dezenas de disputas de arbitragem nos tribunais internacionais, a maioria das quais ainda por pagar por parte de um país que atravessa dificuldades económicas por conta das sanções e de um cenário de hiperinflação (400% em 2023, de acordo com as previsões do FMI).

Um desses casos é da americana Owens-Illinois que se viu expropriada com o processo de nacionalização de duas fábricas na Venezuela em 2010. O que levou a fabricante de embalagens de vidro a pedir uma indemnização de mais de 500 milhões.

No processo do Banco San Juan Internacional estarão em causa dois acordos de empréstimos feitos em 2016 (48 milhões de dólares) e 2017 (38 milhões) que a petrolífera deixou por pagar. Com o default, o banco avançou para o tribunal comercial de Londres, que lhe veio a dar razão em 2020. Uma decisão de 8 de julho de 2021 do tribunal de Lisboa determinou que ao Banco San Juan Internacional o direito de arrestar os fundos no Novobanco, de acordo com a Reuters.

Tal decisão notou que “outros credores internacionais estão a procurar satisfazer os seus créditos através dos montantes depositados no Novobanco”.

Caixa guarda parte dos fundos da Venezuela

Uma parte dos 1,3 mil milhões de euros em fundos da Venezuela que o tribunal acabou de “descongelar” já não se encontra no Novobanco, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Está guardada na Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois de o Novobanco dado entrada, em 2021, com um processo de consignação de depósito. Nessa ação surgiram como requeridos mais de oito dezenas de políticos venezuelanos e responsáveis de empresas públicas, incluindo dirigentes do governo, gestores da PDVSA, Petroquímica da Venezuela e de bancos venezuelanos, entre outros.

Havia dúvidas sobre quem era o titular de contas de depósitos relativos àqueles fundos, pelo que o Novobanco pediu a consignação dos depósitos, ficando livre desses fundos. A lei impõe o depósito na CGD e os fundos são libertados quando há uma decisão do tribunal a esclarecer quem é o titular da conta.

Nem o Novobanco nem a Caixa quiseram comentar este processo.

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Novo IRS Jovem chega a dar sete salários extra ao fim de cinco anos. Veja as simulações

Jovem com salário bruto de 1.500 euros passa a poupar mais de 10 mil euros, ao fim dos cinco anos do IRS Jovem, com o reforço dessa medida anunciado por Costa. É o equivalente a quase sete salários.

Os jovens vão passar a ter mais rendimento disponível nos seus primeiros anos no mercado de trabalho. Isto porque, segundo revelou o primeiro-ministro, o chamado IRS Jovem vai ser reforçado. Em causa está uma medida que prevê descontos no imposto a pagar por estes trabalhadores, nos primeiros cinco anos em que declarem salários. As simulações feitas pela EY para o ECO mostram que, com o reforço agora anunciado, um jovem com um salário bruto de 1.500 euros pode passar “poupar” o equivalente a quase sete salários, ao fim dos cinco anos de aplicação deste regime.

“No primeiro ano de trabalho, no primeiro ano em que as pessoas declaram rendimento, o IRS será zero. No segundo ano, só pagarão 25% do imposto que teriam a pagar. No terceiro e quarto anos, só pagarão metade do imposto que teriam a pagar. No quinto ano, pagarão 75% do imposto que teriam a pagar”, adiantou António Costa, no arranque da Academia Socialista, a “universidade” de verão que marca a rentrée do PS.

O IRS Jovem, importa notar, dirige-se aos contribuintes com 18 a 26 anos, que tenham o ensino secundário completo, não sejam considerados dependentes (isto é, não constem das declarações de imposto do progenitores) e estejam a trabalhar há menos de cinco anos.

Foi com base nessas condições e nas referidas declarações do primeiro-ministro que a EY simulou que impacto efetivo terá o reforço do IRS Jovem na vida dos portugueses que estão a começar as suas vidas profissionais.

Vamos a números. Sem qualquer regime especial, hoje um jovem (solteiro e sem dependentes) com um salário mensal de 1.500 euros (o correspondente a 21 mil euros brutos, em termos anuais) tem a pagar de IRS, no total, 3.388,77 euros.

Não se assuste: o Fisco não pede aos jovens esse total de uma só vez. Como todos os meses, uma parte do salário vai sendo retida na fonte, no acerto de contas que decorre na primavera, a esses tais três mil euros é abatido o imposto que já tinha sido pago e, regra geral, os contribuintes até têm algum dinheiro a reaver (é o tradicional reembolso).

Ora, atualmente, os trabalhadores que estejam nos primeiros anos das suas carreiras já nem estão obrigados a esse imposto total, porque o IRS Jovem prevê algum alívio fiscal.

Por exemplo, no primeiro ano em que declara rendimentos, esse jovem com um salário de 1.500 euros tem a pagar 2.184,29 euros de IRS, em vez dos tais três mil euros. Ou seja, poupa 1.204,47 euros, calcula a EY. No segundo ano, o desconto emagrece e a poupança passa para 963,58 euros. No terceiro e quarto anos, desce novamente para 722,68 euros. E no quinto ano, a poupança passa a ser de 481,79 euros.

Contas feitas, ao fim de cinco anos, esse jovem poupa, com o desenho atual do IRS Jovem, 4.095,21 euros, o correspondente a 2,7 ordenados mensais de 1.500 euros.

Mas com os contornos anunciados por António Costa, a poupança total disparará para 10.166,30 euros, o equivalente a 6,8 vencimentos mensais de 1.500 euros.

Vejamos em detalhe. No primeiro ano de aplicação do novo IRS Jovem, o primeiro-ministro garantiu que os trabalhadores terão zero IRS a pagar. Significa que pouparão 3.388,77 euros face ao regime normal ou 2.184,29 euros face ao atual modelo do IRS Jovem.

No segundo ano, passarão a pagar apenas 25% do imposto devido, explicou o chefe do Executivo, ou seja, terão a pagar 847,19 euros, menos 1.577,99 euros do que com o atual IRS Jovem.

No terceiro e quarto anos, pagarão 50% do imposto: 1.694,38 euros, menos 971,70 euros do que com o regime atual. E no quinto ano, 75% do imposto: 2.541,57 euros, menos 365,40 euros do que com o IRS Jovem hoje em vigor.

Num outro exemplo, um jovem (também solteiro e sem dependentes) com um salário bruto de 2.000 euros tem hoje uma poupança de 4.777,74 euros associada aos cinco anos do IRS Jovem. É o equivalente a 2,4 ordenados mensais.

Com o novo IRS Jovem passará a conseguir poupar 16.774,52 euros, calcula a EY, com base nas indicações dadas pelo primeiro-ministro. Ou seja, o novo IRS Jovem chega a dar 8,4 salários extra, ao fim de cinco anos, neste caso. Só no primeiro ano de aplicação, este contribuinte poupará 4.186,29 euros face ao atual regime do IRS Jovem e 5.591,51 euros face ao regime normal.

O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre o impacto orçamental desta medida, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo. Em 2023, o impacto orçamental do IRS Jovem foi de 15 milhões de euros, estimando o Governo que abrangeria 100 mil jovens por ano.

A proposta de Orçamento do Estado para 2024 será entregue no Parlamento a 10 de outubro. Nessa altura, o impacto orçamental de todas estas medidas será, então, detalhado.

Este reforço do IRS Jovem é anunciado numa altura em que está a aumentar os jovens com dois empregos, por não conseguirem fazer face aos seus compromissos financeiros com apenas um emprego. O aumento do custo de vida está a castigar particularmente estes portugueses, segundo os economistas.

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