Regulador da Saúde deteta posição dominante e monopólio da oferta privada em metade dos concelhos

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

ERS identificou níveis de concentração de oferta hospitalar privada, com potencial posição dominante e até monopólio, em quase metade dos concelhos do território continental, sobretudo no interior.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) identificou níveis de concentração de oferta hospitalar privada, com potencial posição dominante e até monopólio, em quase metade dos concelhos do território continental, sobretudo no interior, apontando riscos para utentes e SNS.

O estudo da ERS, divulgado esta quarta-feira, sobre a concorrência no setor hospitalar não público, incide sobre “os 57 operadores dos 94 hospitais e dos 124 estabelecimentos de ambulatório que se consideraram atuar de forma integrada com os hospitais“.

“É possível verificar que 20% da população de Portugal continental, residente em 133 concelhos, tem acesso a cuidados de saúde hospitalares em mercados substancialmente concentrados, portanto, mais suscetíveis de gerar situações indesejáveis para o utente, tais como preços excessivamente altos, prestação de cuidados de saúde com menor qualidade, menor variedade de serviços e restrições à liberdade de escolha”, lê-se no relatório.

Os 133 concelhos — dos 278 que compõem Portugal continental — concentram-se na faixa interior do continente e na região sul, sendo que a sul a faixa de concelhos abrangidos se estende também ao litoral.

Pelos níveis de concentração identificados, 88 destes 133 concelhos apresentam níveis de posição potencialmente dominante, abrangendo 11% da população residente no continente, e em cinco concelhos — Freixo de Espada à Cinta, Vila Nova de Foz Coa, Idanha-a-Nova, Penamacor e Barrancos — foi identificada posição de monopólio.

Ainda sobre os 133 concelhos com elevados níveis de concentração, o estudo da ERS aponta que “será nesses concelhos que potenciais novos operadores poderão enfrentar restrições de acesso ao mercado, nomeadamente a recursos ou infraestruturas essenciais, e será também mais provável nesses mercados a prática de preços predatórios”.

“Por outro lado, elevados níveis de concentração poderão também impactar negativamente nas contratações a realizar no âmbito do SNS [Serviço Nacional de Saúde] (designadamente ao abrigo de contratos de convenção). Com efeito, em regiões com elevados níveis de concentração, os prestadores privados podem exigir condições contratuais mais favoráveis, designadamente preço mais elevado a pagar pelo SNS, sob pena da não adesão à convenção e da não prestação de cuidados de saúde aos utentes do SNS nessas regiões”, acrescenta a ERS.

Segundo a análise da ERS, a “Área Metropolitana de Lisboa é a única que não tem nível de concentração alto, em nenhum dos seus concelhos”, com “13 operadores que concorrem entre si”. Já no Algarve, o “nível de concentração alto ocorre em todos os concelhos”.

“Do estudo realizado, conclui-se, globalmente, que os mercados regionais são muito concentrados, considerando os níveis dos índices de concentração, calculados com base nas quotas de mercado. Com efeito, não se identificou qualquer resultado de baixa concentração de mercado e nalguns mercados foram identificados operadores com posição potencialmente dominante, bem como situação de monopólio”, resume a ERS, nas suas conclusões.

O estudo da ERS debruçou-se ainda sobre o crescimento do peso do sistema de saúde privado no contexto global do setor em Portugal, “com a despesa corrente em saúde a aumentar rapidamente nos hospitais privados: 70% entre 2011 e 2021”.

“A despesa corrente em saúde nos hospitais privados é crescentemente suportada pelos pagamentos diretos das famílias, identificando-se um crescimento médio de 7,9% destes pagamentos entre 2011 e 2021, mantendo-se, contudo, predominante o financiamento através de terceiro pagador (mormente SNS, subsistemas públicos, subsistemas privados e seguros)”, precisa a ERS.

O regulador destaca a importância do estudo para “uma melhor perceção da situação concorrencial e da concentração no mercado dos cuidados de saúde hospitalares não públicos”, afirmando que “continuará a monitorizar este mercado, com o intuito de identificar a ocorrência de eventuais efeitos negativos que possam advir dos elevados níveis de concentração e de eventual abuso de posição dominante, designadamente ao nível do acesso e da qualidade dos cuidados prestados”.

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Itália suaviza taxa extraordinária sobre a banca para “salvaguardar estabilidade financeira”

Depois da reação da banca e dos mercados, o governo de Meloni recuou parcialmente no imposto de 40% sobre os lucros extraordinários da banca. Não poderá exceder 0,1% dos ativos totais de cada banco.

O governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, recuou parcialmente na decisão de introduzir uma taxa de 40% sobre os chamados lucros excessivos (windfall tax) no setor da banca, esclarecendo que as receitas com este novo imposto não podem ascender a mais de 0,1% do total dos ativos dos bancos.

A decisão acontece depois da reação negativa dos mercados, que fecharam a sessão de terça-feira em forte queda, numa reação ao anúncio surpresa vindo de Roma de um imposto de 40% sobre os lucros inesperados dos bancos, justificado com os ganhos extraordinários com a subida das taxas de juro. Ainda assim, a decisão não é inédita na Europa, uma vez que em Espanha e Hungria já vigoram taxas semelhantes.

No entanto, a reação do setor financeiro e dos investidores terá sido motivo suficiente para dissuadir o Ministério das Finanças italiano de avançar com a proposta inicial. Na noite de quarta-feira, o Executivo esclareceu que a taxa não poderá exceder 0,1% dos ativos totais de cada banco, “a fim de salvaguardar a estabilidade financeira dos credores”.

As estimativas atualizadas do Deutsche Bank preveem que este novo limite reduzirá o montante global do imposto em mais de 40%, embora continue a retirar mais de 10% dos lucros de 2023. Já uma uma fonte bancária em Milão disse ao Financial Times que o limite torna o imposto “muito mais gerível”: permitirá arrecadar cerca de 1,8 mil milhões de euros, em contraste com as estimativas iniciais de mais de 4,5 mil milhões de euros feitas pelos analistas da Jefferies e da Equita.

O recuo do Executivo permitiu que as ações dos bancos italianos estejam a recuperar algum terreno na manhã desta quarta-feira. O Intesa Sanpaolo e o UniCredit, os dois maiores bancos do país, estão a valorizar mais de 2% e 3%, respetivamente, depois de derraparam acima de 6% na sessão de terça-feira. Já a bolsa em Milão, o FTSE MIB, está a subir 1,78%, para 28.421,00 pontos.

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Marcas também “pedalam” na Volta a Portugal

A organização não tem dúvidas: "Sem marcas a Volta não existia". Entre municípios e marcas privadas, o apoio dado à prova rainha de ciclismo em Portugal é de perto de três milhões de euros.

A histórica prova de ciclismo portuguesa Volta a Portugal, vai de novo percorrer o país ao longo de 11 etapas, entre os dias 9 e 20 de agosto. Conforme refere a organização, são as marcas patrocinadoras que tornam possível a realização deste evento, entre as quais se encontra o Continente (amarela), Galp (laranja), Europcar (prémio montanha) e Jogos Santa Casa (branca), enquanto patrocinadores principais e das camisolas, com quem o +M falou de modo a perceber o que as movia nestes apoios.

Figurando como patrocinador principal, o Continente diz que o seu apoio à Volta a Portugal “reflete o compromisso da marca em incentivar o desporto e promover um estilo de vida saudável“, tendo em conta que o ciclismo promove “a superação pessoal, a dedicação e o espírito de equipa, valores que estão alinhados com a filosofia da nossa marca”, refere o Continente em resposta ao +M.

O Continente continua a ser o patrocinador da camisola amarela, sendo que “poder envergar esta camisola, que combina a cor da vitória com a marca Continente, é uma ocasião que queremos celebrar com todos, ao longo das várias etapas da Volta”.

O Continente continua a ser o patrocinador da camisola amarela.

Em termos de ativação de marca, a Caravana Continente leva animação às feiras de animação das Partidas e das Chegadas da prova, ao longo das suas 10 etapas, distribuindo brindes aos fãs. Entre 10 e 14 de agosto a marca vai também promover sessões de cinema ao ar livre gratuitas em algumas das localidades onde passa a Volta a Portugal.

“Com esta iniciativa ‘Cinema na Praça’ estamos ainda mais próximos das comunidades onde estão inseridas as nossas lojas Continente Modelo e proporcionamos bons momentos também ao público que acompanha esta importante prova desportiva”,

Em resposta ao +M, a Galp começa por “justificar” a sua entrada enquanto patrocinadora oficial da prova, tendo em conta a sua “longa tradição de associação a grandes desportistas e a grandes eventos nacionais que mobilizam os portugueses”, sendo a Volta a Portugal um desses eventos.

O fator de proximidade e de ligação entre os portugueses é, provavelmente, um dos pontos de identificação mais evidentes entre a Galp e o imaginário da Volta a Portugal, feito de etapas míticas em localidades mais distantes dos grandes centros urbanos e das atenções mediáticas”, aponta a marca.

A Galp, neste primeiro ano de patrocínio, é assim a marca responsável por vestir de laranja o líder da classificação por pontos mas, além disso, pretende também transportar para o ciclismo o conceito que preside ao seu envolvimento noutros desportos: “Põe a nossa energia no pedal”.

A Galp é a marca responsável por vestir de laranja o líder da classificação por pontos.

A marca revela que idealizou diversas iniciativas e ações, como a disponibilização de benefícios Galp Electric para todos os veículos elétricos da organização da prova, a presença nas Feiras de Animação das Chegadas e no Clube da Volta, ativações nos postos Galp ao longo do mapa da Volta e ainda ativações na estrada, “onde o laranja da Galp será uma constante entre os fãs de ciclismo”.

Os Jogos Santa Casa, numa parceria já com tradição e longevidade, mantém o seu apoio à prova rainha de ciclismo portuguesa, dando nome à Camisola Branca atribuída ao líder da Juventude e concedendo o prémio ao Melhor Português, “valorizando o talento nacional”.

Em resposta ao +M, os Jogos Santa Casa referem o “potencial descentralizador” caraterístico da prova que “permite aos Jogos Santa Casa estar mais perto dos milhares de apostadores dos Jogos Sociais do Estado, mas também dos seus mediadores espalhados pelo país. É uma oportunidade única de contactar e envolver os mediadores e apostadores nas ações que serão desenvolvidas em cada uma das etapas”, refere Nuno Alves, administrador dos Jogos Santa Casa.

Os Jogos da Santa Casa patrocinam a Camisola Branca, atribuída ao líder da Juventude.

Para a ativação da sua marca, os Jogos Santa Casa desenvolveram o conceito “Somos Fãs” – que acompanhará todas as comunicações de marca e ativações na Volta a Portugal – conceito que “permite transmitir a mensagem de que os Jogos Santa Casa apoiam o desporto de forma abrangente, colocando a marca como fã do desporto e, neste caso específico, da Volta, da Juventude e do Talento Nacional”, explica também Nuno Alves.

Já conhecida entre os fãs mais fiéis, a Roda de Brindes vai estar presente nas ações da marca, bem como serão oferecidas réplicas da Camisola da Juventude. As pessoas são ainda desafiadas a passarem pelo camião dos Jogos Santa Casa, de forma a tentarem apanhar o trevo da sorte dentro de uma cabine de vento.

Já para a Europcar é “gratificante” patrocinar esta iniciativa desportiva, uma vez que esta movimenta milhares de pessoas de todos os pontos do país, “na medida em que fazemos parte da história do desporto nacional, apoiando-o”, e ainda porque “nos permite aproximar dos nossos clientes ao longo dos 11 dias de prova“, numa relação de proximidade com o cliente que a marca quer promover, diz ao +M Paulo Pinto, head of Portugal do Europcar Mobility Group.

A Europcar é a responsável pela Camisola do Prémio da Montanha.

A Europcar marca presença ao longo da Volta a Portugal como patrocinadora da Camisola do Prémio da Montanha, mas conta também com stands em alguns pontos “estratégicos” – Castelo Branco, Covilhã, Guarda, Montalegre, Fafe, Mondim de Basto e Viana do Castelo – onde será possível tirar fotos numa giftboth, receber brindes e descobrir mais sobre a marca.

Nestes stands, a Europcar vai ainda dar a conhecer a sua oferta de mobilidade elétrica, mais precisamente com um carro elétrico e uma bicicleta elétrica. “Queremos reforçar junto das pessoas o nosso compromisso com a sustentabilidade e a estratégia de descarbonização que temos implementado“, refere Paulo Pinto.

A sustentabilidade é na verdade um dos fatores que move as marcas no apoio à maior prova de ciclismo em Portugal.

O Continente diz que este patrocínio é também uma forma de “divulgar e promover boas práticas de sustentabilidade e chamar a atenção para a importância da preservação do meio ambiente“, sendo o ciclismo “um meio de transporte limpo e sustentável” e “uma alternativa viável para a mobilidade urbana”.

Já a Galp, refere uma “responsabilidade que nos motiva a construir o futuro da transição energética“, sendo que “não nos limitamos a apontar o horizonte, estamos a liderar o caminho até ele. E esses são os valores que vamos comunicar também através desta nossa associação à Volta a Portugal”, afirma fonte oficial da marca ao +M.

“Descentralização” e apoio à sustentabilidade entre os principais fatores justificativos do patrocínio apontados pelas marcas. Foto: Facebook Volta a Portugal

Neste que é o seu primeiro ano de patrocínio à prova, a Galp aponta a “mobilização e sensibilização das pessoas para a jornada de descarbonização e de transformação que temos de fazer como sociedade” como o objetivo macro do seu apoio.

“Sendo a Galp uma empresa de referência na área da mobilidade, aproveitaremos para focar ao longo da prova a transformação do nosso negócio. Com particular ênfase no caminho que estamos a fazer para disponibilizar combustível e energia mais sustentável – seja através dos biocombustíveis, seja através da nossa liderança na mobilidade elétrica –, e na progressiva evolução da nossa rede de retalho em ‘hubs de serviços’, com uma oferta alargada de serviços que visam proporcionar uma experiência de abastecimento de energia numa lógica de ‘Energia para os veículos e Energia para os nossos Clientes'”, acrescenta a marca de combustíveis.

Nenhuma das marcas revelou o investimento feito no âmbito destes patrocínios mas a Europcar deixou a nota de que podia afirmar que o retorno com o patrocínio à Volta a Portugal é “amplamente compensador, principalmente pela aproximação às pessoas, dando a conhecer aquilo que a nossa empresa representa atualmente para a mobilidade sustentável”.

Já os Jogos Santa Casa, na palavra de Nuno Alves, referem que se trata de uma parceria “consolidada ao longo dos últimos anos, cujo retorno sustentado em termos de posicionamento é demonstrativo do valor de marca dos Jogos Santa Casa e da Volta a Portugal“.

Sem as marcas e os parceiros seria inviável a organização da Volta e de todas as atividades associadas e que levamos até às pessoas

Vasco Empis

administrador da Podium (entidade organizadora) e responsável de comunicação do evento

Também contactada pelo +M, a organização refere que, para as marcas patrocinadoras, a Volta a Portugal é uma “plataforma de comunicação e promoção para as marcas que se associam”, refere Vasco Empis, administrador da Podium (entidade organizadora) e responsável de comunicação do evento.

Segundo Vasco Empis, as marcas atingem cinco objetivos com o seu patrocínio à prova: notoriedade, exposição no terreno, proximidade com a população (exponenciada através das 22 feiras de animação situadas nos concelhos com as partidas e chegadas), relações públicas com clientes e fornecedores e goodwill (associado à imagem das marcas que tornam possível a organização do evento).

Sem estas, a realização do evento também não seria possível:

Sem marcas a Volta não existia. Sem as marcas e os parceiros seria inviável a organização da Volta e de todas as atividades associadas e que levamos até às pessoas“, observa o responsável de comunicação do evento, adiantando que, no total, as “marcas” investem perto de três milhões de euros na Volta a Portugal, entre marcas privadas (60%) e municípios (40%).

No entanto a organização não tira os pés dos pedais, com Vasco Empis a afirmar que “estamos cada vez a trabalhar mais em parceria com as marcas e as autarquias, de forma a ainda potenciar mais a divulgação e a proximidade com as pessoas”, naquele que é um “trabalho conjunto” com as marcas que é “determinante para o enorme sucesso da Volta junto das pessoas”.

Marcas patrocinadoras da Volta a Portugal. Foto: Facebook Volta a Portugal

“Tanto municípios como o Continente, a Santa Casa, a Galp, a Europcar e outros, devem todos sentir que a Volta é sua e que o seu envolvimento é essencial muito para além do investimento em dinheiro ou equipamentos”, acrescenta.

Referindo a entrada da Galp este ano no grupo de marcas patrocinadoras, Vasco Empis afirma que “sentimos que cada vez mais captamos marcas com maior prestígio e presença no dia a dia dos portugueses. Há uns anos a marca Santander, os Jogos Santa Casa e a Delta que nos acompanham há muitas edições, depois entrou o Continente e agora Galp”.

“Outra grande alteração foi o interesse de marcas premium como a Mercedes através da Carclasse, ou a de roupa portuguesa de elevada qualidade como a ISTO, marcas que anteriormente não se posicionavam num evento de ciclismo como a Volta a Portugal, mas com o crescimento da popularidade da bicicleta, da mobilidade verde e dos desportos não poluentes, começam a rever-se na Volta a Portugal alargando assim o espectro de clientes”, refere também.

Ao nível da comunicação…

À semelhança do ano passado, a organização encontra-se também a realizar um relatório de performance de comunicação de modo a que, no final de setembro, perceba se as audiências cresceram, algo “que tem acontecido de ano para ano e de uma forma considerável”, graças ao trabalho de uma equipa que tem otimizado e desenvolvido “formas de comunicação e ativação que gerem uma cada vez maior proximidade com as pessoas”.

Neste sentido, para este ano, foram desenvolvidas várias dinâmicas e ferramentas para o aumento do resultado final, como a produção de reportagens para a rádio diariamente sobre a prova (com o objetivo de difusão pelas rádios locais por onde a Volta vai passar) ou o reforço da relação com meios de comunicação social regionais (que têm “enorme penetração local na população”), diariamente nos locais aonde a Volta passa.

A organização estabeleceu também parcerias com plataformas digitais e redes sociais ao nível do operador, como, por exemplo, com o TikToK, na qual vai produzir conteúdos destinados e com procura dentro da comunidade, e vai ainda proceder à otimização dos procedimentos e da fluidez de informação, tendo como objetivo uma ainda “maior eficiência nas formas de comunicação com os meios de comunicação social acreditados no evento”.

A RTP será a responsável pela transmissão em direto e em permanência dos 11 dias da competição, num total de 1598,6 km entre Viseu e Viana do Castelo, ao longo de várias horas de emissão na RTP1, RTP3, RTP Play, Antena 1 e canais internacionais.

O jornalista João Pedro Mendonça será o narrador e fará igualmente reportagem juntamente com Pedro Teichgraber, enquanto Hugo Sabido vai acompanhar a prova na estrada numa das motas da RTP. As etapas vão também contar com os comentários de Marco Chagas.

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Pacto da Água avalia impactos económicos do stress hídrico em Portugal

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  • 9 Agosto 2023

O Pacto para Gestão da Água, plataforma de colaboração onde estão representadas várias indústrias, entidades gestoras e reguladoras e academia, vai estudar o valor económico da água em Portugal.

Identificar e propor medidas de políticas públicas capazes de responder aos impactos da escassez de água em Portugal é um dos objetivos do estudo, que será apresentado no 1º trimestre de 2024. O estudo, apresentado e aprovado em Assembleia Geral de Membros, será coordenado pelo Professor Miguel Gouveia da Católica Lisbon School of Business and Economics e deverá ser apresentado no 1º trimestre de 2024.

Principais objetivos do estudo

Apresentar de forma clara e sintética os principais problemas gerados pela escassez de água em Portugal e identificar as medidas de políticas públicas mais relevantes para responder a esses problemas, priorizadas com base em critérios de viabilidade e custo-benefício.

Créditos: Unsplash / Jeremy Bishop

Com o agravamento da escassez de água no território nacional nos últimos anos, e com percentagens significativas do território continental em seca extrema, não apenas nos meses de verão, os membros do Pacto consideram de grande urgência a definição e implementação de medidas que permitam prevenir a escalada dos impactos do stress hídrico, cada vez mais abrangentes em matéria de saúde pública, desenvolvimento económico e bem-estar das populações.

"A finalidade do estudo não é realizar investigação para expandir conhecimento, mas sim elaborar um “Policy Brief” que facilite a compreensão da situação, presente e futura, da escassez de água em Portugal. Por exemplo, perante a escassez de água precisaremos de políticas públicas que aumentem a oferta, mas conhecemos o custo e benefício dessas políticas? É aí que pretendemos dar o nosso contributo, esperando que seja útil para apoiar a tomada de decisão dos vários atores, públicos e privados.”

Miguel Gouveia, Professor da CATÓLICA-LISBON

Artur Santos Silva, Presidente do Advisory Board do Pacto de Gestão da Água, afirma que Portugal enfrenta um desafio crucial pelo facto da água ser essencial à nossa sobrevivência e constitui um recurso imprescindível para o desenvolvimento económico sustentável.

"Reconhecer o verdadeiro valor económico da água é um imperativo para assegurar a gestão responsável e eficiente dos recursos hídricos e, assim, beneficiar todas as atividades com eles relacionadas, direta ou indiretamente.”

Artur Santos Silva, Presidente do Advisory Board do Pacto de Gestão da Água

Em abril de 2021, o Center for Responsible Business & Leadership da CATÓLICA-LISBON, em parceria com 14 empresas e entidades nacionais, fundou o Pacto para a Gestão da Água. Este Pacto tem como propósito contribuir para a consciencialização, conhecimento e disseminação de boas práticas para tornar a gestão dos recursos mais eficiente e prevenir os riscos associados à gestão da água. Fazem parte desta plataforma a CATÓLICA-LISBON, o Grupo Esporão, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Jerónimo Martins, a L’Oréal Portugal, a Microsoft, o Pestana Hotel Group, o Scubic, a Sugal Group, a Super Bock Group, a Tintex Textiles, a Veolia e ainda as aceleradoras BGI e Beta-i.

"Quando decidimos no Centro desafiar as empresas e outras organizações para este Pacto, fizemo-lo com a consciência clara que esta iniciativa poderia aportar valor para se encontrarem soluções para este enorme, e cada vez mais angustiante, desafio nacional. Não tenho dúvidas que este estudo é um passo mais nessa direção.”

Nuno Moreira da Cruz, Diretor Executivo do Center for Responsible Business and Leadership da CATÓLICA-LISBON

 

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Segurança Social está a demorar mais 31 dias a aprovar pensões

  • ECO
  • 9 Agosto 2023

O aumento dos processos acumulados está a pesar no tempo de espera para o pagamento das pensões. Pensão de velhice é a que mais demora, com 31 dias de espera.

A Segurança Social demorou mais 31 dias no ano passado a aprovar pensões de velhice, como resultado de um aumento de 20,8% nos processos acumulados no final do ano. Os dados constam do relatório de atividades do Instituto da Segurança Social (ISS) relativo a 2022, citado esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios, onde se lê que o aumento dos processos pendentes “poderá ter como causa” a redução de recursos humanos.

Além do aumento dos processos acumulados ligados às pensões de velhice, os dados dão conta que o número de processos pendentes de pensão de invalidez aumentou 24,7%, ainda que venha acompanhado de uma redução de 26,8% na pensão de sobrevivência.

Feitas as contas, o tempo médio de “decisão” de pensões de velhice aumentou 31 dias (de 120 em 2021 para 151 em 2022), depois de no ano anterior este prazo já ter tido um acréscimo de dez dias. Já no caso das pensões de invalidez e sobrevivência, o tempo médio recuou, com menos 12 dias no primeiro caso (para 143 dias) e menos 13 no segundo (para 51).

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Hoje nas notícias: pensões, Benfica e impostos

  • ECO
  • 9 Agosto 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Lisboa é a campeã distrital na arrecadação de receitas de IRS, com 5,5 mil milhões de euros, enquanto a Segurança Social está a demorar mais 31 dias para aprovar pensões. Luís Filipe Vieira pede indemnização de 31 mil euros e culpa hacker Rui Pinto por Benfica ter falhado “penta”, em 2018. A Infraestruturas de Portugal já conduziu 11 estudos de desenvolvimento da linha de alta velocidade no valor de 3 milhões de euros. Diretores estão “à beira de um ataque de nervos” com prolongamento do Plano de Recuperação de aprendizagens nas escolas.

Segurança Social está a demorar mais 31 dias a aprovar pensões

A Segurança Social demorou mais 31 dias no ano passado a aprovar pensões de velhice, fazendo com que os processos acumulados no final do ano tenham subido 20,8%. Além disso, também os processos acumulados nas pensões de invalidez registaram aumentos de 24,7%, ainda que o número de processos pendentes nas pensões de sobrevivência tenha caído 26,8%. Os dados constam do relatório de atividades do Instituto da Segurança Social (ISS) relativo a 2022, onde se lê que o aumento dos processos pendentes “poderá ter como causa” a redução de recursos humanos.

Leia a notícia no Jornal de Negócios (acesso pago).

Luís Filipe Vieira culpa Rui Pinto por Benfica falhar o “penta” e exige 31 mil euros

O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira pede 31 mil euros de indemnização no novo processo do Ministério Público contra Rui Pinto, culpando ainda o hacker de ter contribuído para que o Benfica falhasse a conquista do pentacampeonato na temporada 2017-18. Vieira diz que o pirata informático, ao aceder, “exfiltrar” e divulgar o conteúdo do seu e-mail, e ao lançar contra si suspeitas de práticas menos lícitas na gestão do clube, contribuiu para que o Benfica não conquistasse esse título. O clube da Luz era comandado por Rui Vitória, chamado para substituir Jorge Jesus no comando técnico após a saída deste para Alvalade.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Distrito de Lisboa lidera arrecadação de receitas de IRS

O distrito de Lisboa é o responsável pela maior arrecadação de IRS a nível nacional, liderando com um total de receitas de mais de cinco mil milhões de euros em 2021, seguido pelo Porto, que responde por menos de metade, ou seja, por 2,3 mil milhões de euros. Os lisboetas são, também, quem pagou mais IRS, por via de uma taxa efetiva mais elevada: 20,65%. Por seu turno, no fim da lista dos distritos com as taxas mais baixas estão Guarda e Viana do Castelo, com taxas efetivas de IRS inferiores a 10%.

Leia a notícia no Correio da Manhã (acesso pago).

Alta velo­ci­dade Lis­boa-Porto já cus­tou mais de 3 milhões em estudos

A Infra­es­tru­tu­ras de Por­tu­gal já adju­di­cou 11 con­tra­tos no âmbito do pro­jeto da alta velo­ci­dade entre Lis­boa e Porto, resultando numa des­pesa com estu­dos superior a 3 milhões de euros para o desen­vol­vi­mento da linha que vai per­mi­tir ligar as duas mai­o­res cida­des por­tu­gue­sas em uma hora e 15 minu­tos. De acordo com dados do por­tal Base, do total de contratos de aquisição de serviços celebrados em dois anos pela empresa lide­rada por Miguel Cruz, apenas um não foi por ajuste direto.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Recuperação de aprendizagens deixa escolas “à beira de um ataque de nervos”

Podem estar em risco os apoios a Português, Matemática, Português Língua não Materna (PLNM), os projetos de combate ao abandono escolar ou as disciplinas da oferta complementar como Inglês ou Filosofia para Crianças. Filinto Lima, presidente da direção da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) alerta que os diretores estão “à beira de um ataque de nervos” com a retirada do chamado crédito horário, uma medida implementada no plano de recuperação, que permitia o reforço de professores para fazer face à perda de aprendizagens provocada pela pandemia de Covid-19.

Leia a notícia completa em Diário de Notícias (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de agosto

  • ECO
  • 9 Agosto 2023

Ao longo desta quarta-feira, 9 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto

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Inflação em Portugal está a aproximar-se da meta, mas ainda há caminho a fazer

A inflação já vem a desacelerar há nove meses em Portugal e já ronda os 2% em quatro Estados-membros, mas olhando para o cenário geral na Zona Euro, a batalha ainda não chegou ao fim.

Depois de um disparo nos preços no ano passado, no rescaldo da pandemia e com o irromper da guerra na Ucrânia, a inflação está a registar uma trajetória de desaceleração. Em Portugal, já está a abrandar há nove meses e chegou aos 3,1% em julho, mais próxima da meta do Banco Central Europeu de 2%. No entanto, os banqueiros centrais olham é para a Zona Euro, que apesar de também ter registado um abrandamento e rondar os 5%, continua ainda a dar motivos de preocupação, pelo que o aperto na política monetária deverá continuar.

A descida da taxa de inflação em Portugal é “uma boa notícia” para os economistas ouvidos pelo ECO. Mas apesar de Portugal estar com uma trajetória de redução da inflação, “o que interessa” nomeadamente para as decisões do BCE, que afetam os portugueses, “são os dados da Europa”, aponta Pedro Braz Teixeira.

Fonte: INE

A inflação na Zona Euro “está a cair mas a inflação subjacente tem um ritmo muito devagarinho” de abrandamento. O pico deste indicador, que exclui preços mais voláteis como a energia e produtos alimentares não processados, foi de 7,5% em março deste ano e “ainda não baixou sequer um ponto percentual face ao máximo”, sublinha o diretor do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade. “Enquanto a taxa de inflação homóloga baixou para 5,3%, a subjacente tem grande resistência a baixar”, acrescenta.

A inflação da Zona Euro “moderou 0,2 pontos percentuais para 5,3% em julho, impulsionada pela menor inflação de alimentos e energia, enquanto a inflação subjacente permaneceu estável em 5,5%”, como destaca a Oxford Economics, numa nota de análise. “Este último foi ligeiramente dececionante e reflete tendências distintas em termos de maior afrouxamento na inflação de bens de base, mas uma alta renovada na inflação de serviços, que subiu 0,2 pontos percentuais para 5,6%”. Para os analistas, as “componentes relacionadas com as férias impulsionaram esse aumento nos serviços”.

Ainda assim, a desaceleração em ambas as taxas “são boas notícias”, além de que é “bom que pelo menos um país esteja abaixo dos 2% [a Bélgica]”, e outros países próximos deste número, como o Luxemburgo com 2%, Espanha, que é o país de maior dimensão com a inflação mais baixa, nos 2,1%, seguidos pelo Chipre com 2,4%.

Há, no entanto, discrepâncias, sendo de destacar que “a Alemanha está desfasada, com um conjunto de indicadores muito ingrato: tem um dos piores resultados, em recessão, era suposto a inflação descer” mais, salienta.

Portugal tem a sétima taxa mais baixa do euro, sendo de recordar que o indicador que é utilizado para a comparação europeia é o índice harmonizado de preços no consumidor, que é de 4,3%. Já os valores mais elevados são registados na Eslováquia (10,2%), Croácia (8,1%) e Lituânia (7,1%), representando ainda assim, para estes países, uma desaceleração face ao mês anterior. Como se vê pelo mapa, para os países cujos dados estão já disponíveis, são aqueles mais próximos da guerra que acabam por ter preços mais elevados.

Ricardo Ferraz aponta que a “inflação está a convergir para os 2% tanto na Zona Euro como Portugal, não podemos dissociar da estratégia do BCE do aumento das taxas apesar dos elevados custos que isso tem – o impacto económico e social”. “A dose que estava a ser utilizada estava a dar resultados e aumentos demoram algum tempo a fazer efeito”, salienta, ainda que admita que tem “dúvidas” sobre o aumento de julho. “Preferia uma pausa e que se tivesse avaliado se a dose está a dar efeitos, isto é, que avaliassem impacto das subidas”, aponta.

A presidente do BCE já sinalizou também que em setembro, quando se realiza a próxima decisão do banco central, não vão cortar taxas, admitindo manter ou mesmo subir de novo. “Até admitem carregar em setembro, o que poderá agravar o abrandamento das várias economias”, alerta o economista.

Para Ricardo Ferraz, “há algo importante que o BCE parece estar a esquecer: apesar de olhar para o conjunto de membros da Zona Euro, temos de olhar e ter em conta as necessidades de cada economia, os países são diferentes uns dos outros”, até porque “há membros com uma percentagem mais elevada de crédito à habitação com taxa variável, pelo que são mais suscetíveis de ser penalizados, como Portugal”.

Os países periféricos são os que têm taxas elevadas, sendo Estados que “já sofreram muito no caso das dívidas soberanas, sendo que esse problema acabou por penalizar a Zona Euro como um todo”, aponta o investigador. Assim, defende que “devia haver cautela: o medicamento está a fazer efeito mas não podemos abusar da dose”.

Cadeias de fornecimento, lucros ou salários. De onde veio a inflação?

Neste caminho, têm existido vários fatores a influenciar a inflação. Foi no desconfinamento e na saída da pandemia, em 2021, que os preços começaram a trajetória de subida, mas em fevereiro de 2022, com a invasão russa da Ucrânia, o aumento acelerou. Além disso, existia já um contexto em que o custo do dinheiro era baixo, com as taxas de juro negativas que têm sido progressivamente aumentadas para tentar conter os preços. Há ainda elementos como as margens de lucro e despesas com o Plano de Recuperação e Resiliência que afetam a inflação.

As medidas aplicadas pelo BCE “pressupuseram sempre que a inflação era um problema de procura e haveria que reduzir capacidade de consumo para fazer baixar inflação”, mas “acontece que é muito duvidoso que seja assim”, aponta José Reis. “Não houve aumento significativo dos salários que levasse a que pessoas consumissem mais, sendo necessária a medida do BCE, pelo que “não é plausível que foi o aumento da procura que desencadeou aumento dos preços”, diz.

Esse aumento terá, por outro lado, sido “devido a atitudes especulativas da parte de quem vende e conduziu a aumento muito significativo dos lucros e teve outros fatores associado às cadeias de valor e à guerra que também não foram questão de procura”, argumenta o economista.

Este abrandamento mostra, ainda assim, que se houve “uma atitude especulativa da parte de quem vende, essa atitude foi refreada”, e, por outro lado, “se houve problemas nas cadeias de fornecimento a nível mundial, e nos preços da energia”, esses “estabilizaram.

No que diz respeito à ação do BCE, mesmo que não tenha sido direcionada para os problemas na oferta, a verdade é que “se houve redução do rendimento disponível das famílias, onde o preço da habitação conta, a partir do momento em que houve pressão” também é provável que a procura tenha sido afetada.

A presidente do BCE já falou também em diferentes “fases” de fatores que contribuem mais para a inflação. No Fórum BCE, em Sintra, Christine Lagarde destacou a contribuição da manutenção das margens de lucro das empresas, apontando que foram responsáveis por “dois terços da inflação doméstica em 2022, ao passo que, nos 20 anos anteriores, o seu contributo médio foi cerca de um terço.”

No entanto, Lagarde sinalizou que esta situação está agora a dissipar-se e que a próxima fase do controlo dos preços foca-se nos salários, cujo impacto na inflação é maior devido à baixa produtividade, alertou.

Existem também outros fatores, como o PRR, como alertou a OCDE: estes investimentos estão a “acrescentar pressões inflacionárias”, podendo assim atrasar o abrandamento da inflação. Segundo notam no mais recente Economic Outlook, a “política orçamental, inclusive através do PRR, está a suportar o crescimento em 2023, mas também a aumentar as pressões inflacionárias, antes de se tornar levemente restritivo em 2024″.

O professor da Universidade de Coimbra admite também que já se estava numa fase em que o acesso à habitação e outros bens através do crédito estava mais facilitado, devido aos juros baixos ou até negativos.

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Fornecedora da tecnologia do projeto de eólico offshore em Viana “pronta” para o escalar ao máximo

Principle Power diz-se disponível para escalar o Windfloat em Viana, projeto pioneiro da Ocean Winds. Fornecedora já está em conversações com outros promotores interessados no leilão eólico offshore.

Estamos disponíveis, estamos prontos. Só precisam de indicar quando podemos começar”, garante João Mendonça Santos, diretor de produção da Principle Power ao ECO/Capital Verde, em resposta ao desafio lançado pelo CEO do grupo EDP de escalar a potência do Windfloat Atlantic, em Viana do Castelo.

O parque, composto por três turbinas flutuantes de 25 megawatts (MW), a cerca de 20 quilómetros da costa de Viana do Castelo, está em operação há três anos e os resultados têm sido “positivos”. Segundo Mendonça Santos, a produção, no ano passado, foi de cerca de 78 gigawatts-hora (GWh), 5% acima do que tinha reportado o ano anterior e “tem tido níveis de produção acima do que foi estimado inicialmente”, acrescenta o responsável.

Os resultados também animaram a EDP Renováveis, que juntamente com a francesa Engie formam o consórcio Ocean Winds, o qual detém 32% da Principle Power, que por sua vez é a promotora do projeto. Em maio, aquando da visita a Portugal da comissária europeia da Energia, Kadri Simson, o CEO da EDP e respetiva subsidiária de energias limpas, Miguel Stilwell d’Andrade, considerou ao ECO que o Windfloat Atlantic tem “capacidade muito grande de escalar” a capacidade instalada. E, agora, a Principle Power, responsável pelo fornecimento das estruturas flutuantes do parque, vem confirmar a disponibilidade e capacidade de reforçar a potência do projeto.

Estamos muito motivados para fazer crescer esse projeto até à capacidade que está indicada [no leilão] pelo Governo”, refere João Mendonça Santos, gestor da equipa multidisciplinar responsável pelo fornecimento da tecnologia Windfloat. Segundo a proposta do subgrupo de trabalho responsável pela elaboração das regras daquele que será o primeiro leilão de eólicas offshore em Portugal, em Viana do Castelo existe a capacidade de serem explorados até 2 GW de capacidade – local que representa a maior fatia dos 10 GW que o Governo pretende licitar, de forma faseada, até 2030. Até ao final do ano, serão colocados a concurso 3,5 GW que estão disponíveis para serem explorados ao largo de Viana do Castelo, Leixões e Figueira da Foz, de acordo com a proposta do grupo de trabalho.

Interessados não faltarão, e à Principle Power já chegaram pedidos de empresas que estão de olho no primeiro concurso nacional de eólicas sobre o mar.Já tivemos contactos e algumas conversas [com] todos aqueles que têm interesse [no leilão] em Portugal”, revela João Mendonça Santos, sem adiantar nomes.

Por cá, empresas nacionais manifestaram interesse em participar no concurso em parceria com multinacionais, nomeadamente, a Galp que se aliou à TotalEnergies, a Greenvolt que se juntou à BlueFloat Energy ou a Hyperion que se uniu à Corio. Mas além destas, gigantes como a Repsol, Iberblue Wind, Copenhagen Offshore Partners e a Baywa já manifestaram interesse no projeto. “O leilão abre uma oportunidade muito grande para nós. São muitas plataformas e turbinas, no nosso caso, para serem entregues”, refere o responsável.

A Principle Power nasceu em 2007, na Califórnia, nos Estados Unidos e, embora a sede seja do outro lado do Atlântico, é em Lisboa que se encontra um dos escritórios mais antigos. “Temos mais de 50 pessoas em Portugal, crescemos bastante face à necessidade dos projetos”, explica Mendonça Soares, dando conta que a multinacional conta com uma equipa de 120 pessoas.

Atualmente, a empresa conta com dois projetos em operação: um em Portugal (Windfloat Atlantic) e outro na Escócia (Kincardine), totalizando 75 MW de potência instalada. Esse valor deverá aumentar nos próximos anos face aos 30 MW que estão atualmente em construção e outros 10 GW que estão contratados. Estes projetos irão nascer nos Estados Unidos, França, País de Gales, Coreia do Sul, Japão e Taiwan. “Isto tudo aconteceu quase exponencialmente”, conta o responsável.

Leilão precisa de “regras claras”

O leilão representará, assim, mais uma rampa de lançamento para a empresa especializada em turbinas flutuantes que congratula a decisão do Governo em avançar com a estratégia. De acordo com o Global Wind Energy Council, Portugal tem um potencial de exploração de cerca de 131 gigawatts de eólicas offshore.

“Este primeiro leilão vai permitir concretizar o potencial que [o país] tem de utilizar os recursos de energia eólica”, refere João Mendonça Soares, que aponta, no entanto, para alguns desafios, entre eles, a falta de uma cadeia de abastecimento suficientemente robusta para dar resposta.

Se temos uma cadeia de valor minimamente existente, ela não está em condições de responder imediatamente. Portanto, o leilão é uma oportunidade para se investir na infraestrutura de forma a que este mercado possa vir a desenvolver -se em Portugal”, reconhece o diretor de produção da Principle Power. Uma cadeia de valor robusta poderá, por sua vez, materializar-se num cluster a nível nacional dedicado ao setor das eólicas offshore que “poderá ser importante para a indústria” a nível global.

Existem também obstáculos ligados à mão de obra especializada, que obrigarão à formação de “muitas pessoas” para dar resposta às necessidades desta indústria. O centro de investigação português Wavec Offshore Renewables estima que os 10 GW que irão nascer pelas mãos do leilão poderão trazer a bom porto mais de 95 mil empregos diretos.

Mas também serão necessárias “regras claras” e que permitam dar “alguma previsibilidade para que toda a cadeia de valor possa ter confiança, investir e fazer acontecer”, aponta a Principle Power, uma preocupação já partilhada por vários promotores interessados no concurso. O Governo não avança para já detalhes sobre como serão as regras do concurso, mas deixa claro que 3,5 GW serão licitados por um ou mais procedimentos concorrenciais até ao final do ano, e a restante capacidade até perfazer 10 GW será distribuída até ao final da década de forma faseada.

“Acho que estamos hoje numa situação melhor do que estávamos há uns anos, quando fizemos o protótipo [WinfdFloat 1]. Acho que o Governo não irá modificar radicalmente o panorama legal que tem, e isso é relativamente positivo para dar alguma certeza aos operadores. Dito isto, acho que o maior desafio será sempre o timing e regras bastante claras para que as coisas possam possam acontecer. Esse será o grande desafio”, alerta João Mendonça Soares.

Mas os desafios identificados não são particulares a Portugal. Segundo o responsável, estes são “quase horizontais a todas as geografias”. A diferença, aponta o diretor de produção, é que em alguns mercados a legislação e um setor mais desenvolvidos conferem alguma capacidade para controlar estes obstáculos. “E nós [em Portugal] temos ainda que passar essa barreira”, reconhece, ainda que o país tenha já alguma experiência adquirida com o Windfloat Atlantic. “Todo o projeto foi desenvolvido em Portugal, feito em Portugal, com parceiros portugueses, com o país todo envolvido. E isso é uma vantagem comparando com outros países na Europa, muito próximos de nós”, realça.

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Negócio dos ginásios “engordou” depois da pandemia

Com os jovens a aderir em massa e a Covid a frisar os benefícios do desporto na saúde, o setor já ultrapassou a crise. Maiores cadeias como Solinca e Fitness Up, estão a abrir novos clubes.

Os ginásios foram brutalmente afetados com a Covid-19, mas já começam a aproximar-se dos valores pré-pandemia — e, em alguns casos, até já superaram esses números. A recuperação, explicam ao ECO os empresários do setor, deve-se à abertura de mais unidades, à adesão dos jovens à prática desportiva e ainda ao facto de a Covid-19 ter despertado os portugueses para os benefícios do desporto para a saúde física e mental.

Apesar de a taxa de penetração do fitness em Portugal ser bastante reduzida (7%) e ficar abaixo da média europeia (13%), o volume de negócios agregado do setor dos ginásios em Portugal aumentou 50% em 2022, atingindo um valor de 240 milhões de euros. Os indicadores são positivos, mas este valor está ainda 50 milhões de euros aquém do que foi alcançado em 2019, de acordo com um estudo da Informa D&B.

No ano passado, contabilizavam-se 840 ginásios em Portugal, o que representa mais 40 clubes do que em 2021, mas muito abaixo dos 1.100 que existiam em 2019, antes da pandemia. É no distrito de Lisboa que se concentra aproximadamente um terço dos ginásios de todo o país, seguindo-se a região do Porto, com um peso de 24%.

A SC Fitness, que detêm a marca Solinca (30) e Element (13) tem 43 ginásios em funcionamento e conta com 120 mil inscritos. Bernardo Novo, CEO da SC Fitness, diz ao ECO que o volume de negócios do ano passado ainda não foi superior ao 2019, mas está convicto que “este ano será” e justifica que “este primeiro semestre de 2023 já superou os números pré-pandemia”. “Desde março, temos mais sócios ativos do que tínhamos em fevereiro de 2020, que foi o ponto mais alto pré-pandemia”, conta.

A Fitness Up, que vai abrir este mês o 40.º ginásio, já está acima dos valores de 2019, período antes da pandemia. Hélder Marinho Ferreira, CEO da Fitness Up, conta ao ECO, que o setor está a assistir a uma “recuperação e que estão a crescer”. “Neste momento, temos os nossos clubes muito acima dos valores de 2019, podemos falar em crescimentos de 30% a 40%, quando comparado o primeiro semestre de 2019 com o primeiro semestre de 2023″, afirma o gestor.

A Fitness Up, que conta com 95 mil inscritos, fechou o ano passado com um volume de negócios de 26 milhões, e o gestor está e confiante que, este ano, esse valor será superior a 40 milhões de euros. “A nossa marca já recuperou da pandemia e até considero que a pandemia trouxe uma maior procura do que aquela que existia antes”, comenta Hélder Marinho Ferreira, CEO da Fitness Up.

SC Fitness e Fitness Up apostam em novos ginásios

Com o negócio a ganhar músculo, tanto a SC Fitness como o Fitness Up vão apostar na abertura de mais ginásios. No prazo de três anos, a empresa do grupo Sonae quer ter 70 ginásios low-cost. O objetivo passa por “chegar aos 300 mil inscritos, o que representa 30% da quota de mercado”, conta ao ECO, Bernardo Novo.

Em setembro, vamos abrir mais quatro ginásios em Lisboa e até ao final do ano queremos abrir ainda mais seis na zona de Lisboa. A ideia é chegarmos às 50 unidades até ao final do ano e sermos líderes no mercado.

Hélder Marinho Ferreira

CEO da Fitness Up

“Queremos intensificar o ritmo de aberturas em Portugal. Temos 13 clubes Element em funcionamento, queremos chegar aos 70 nos próximos três anos, com foco muito grande no Grande Porto e Grande Lisboa”, afirma Bernardo Novo, CEO da SC Fitness.

À semelhança da SC Fitness, a Fitness Up, cadeia fundada em 2012 em Famalicão, quer chegar aos 50 ginásios ate ao final do ano e ser “líder no mercado”. “Vamos abrir o ginásio 40 durante este mês em Vila Nova de Gaia, em setembro vamos abrir mais quatro ginásios em Lisboa e, até ao final do ano, queremos abrir ainda mais seis na zona de Lisboa. A ideia é chegarmos às 50 unidades, até ao final do ano, e sermos líderes no mercado”, destaca Hélder Marinho Ferreira, CEO da Fitness Up, que emprega 400 pessoas. Cada abertura representa um investimento de 1,2 milhões de euros.

José Carlos Reis, presidente da Portugal Activo, acredita que “com a evolução da sociedade e da economia, o exercício vai ser uma preocupação cada vez maior” e exemplifica que, “nos países mais evoluídos, com níveis socioeconómicos mais elevados, a percentagem de pessoas que pratica exercício físico regularmente anda nos 70%/80%”.

“Com a evolução socioeconómica dos países, a procura por exercício físico vai ser maior, porque há uma maior consciencializarão da necessidade de o fazer”, acrescenta o líder da associação que representa os ginásios. E dá exemplos: “Nos países nórdicos, a taxa de penetração do fitness ronda entre 27% e 30%“, ao contrário de “Portugal, Bulgária e Grécia que estão na cauda da Europa, com taxa de penetração de exercício físico mais baixa”, lamenta.

A Portugal Activo acredita que “quantos mais clubes abrirem, maior vai ser a taxa de penetração do fitness em Portugal”. O presidente da associação afirma que “os portugueses são muito relutantes à mudança e ou têm um ginásio à porta de casa ou à porta do emprego ou não iniciam” e está convicto que “se abrirem muitos mais clubes, vamos ter muito mais pessoas a praticarem”.

“Sempre que abre um clube novo cerca de 90% das pessoas que se inscrevem no clube nunca tinham ido ao ginásio, ou seja, são as pessoas que moram ou trabalham à vota desse ginásio”, diz José Carlos Reis. O CEO da SC Fitness concorda e comenta que uma das estratégias do grupo que emprega 700 pessoas, passa por “colocar ginásios de forma mais conveniente perto do consumidor, seja perto de casa, da escola, ou do local de trabalho”. Paralelamente, outra das estratégias do grupo passa por “democratizar o acesso aos ginásios com preços mais baixos”, como é o caso da marca Element, que segundo o gestor é o “ginásio mais barato em Portugal”.

Pandemia muda hábitos e portugueses estão mais desportistas

Apesar de a pandemia ter assombrado o setor, trouxe aspetos positivos como uma maior consciencialização das pessoas no que respeita aos benefícios da prática desportiva. O CEO da Fitness Up, destaca que, “durante a pandemia, houve uma maior informação relativamente aos benefícios da atividade física”.

José Carlos Reis, presidente da associação que representa os ginásios, corrobora a ideia e realça que “a pandemia foi muito difícil para o setor dos ginásios porque tiveram muito tempo fechados, mas teve um reflexo positivo que está relacionado com uma maior preocupação das pessoas em terem uma melhor qualidade de vida e se preocuparem mais com a sua saúde”. Atualmente 7% da população portuguesa está inscrita em ginásios, o que representa cerca de 700 mil pessoas, contabiliza José Carlos Reis, ao ECO.

A pandemia foi muito difícil para o setor dos ginásios porque tiveram muito tempo fechados, mas teve um reflexo positivo que está relacionado com uma maior preocupação das pessoas em terem uma melhor qualidade de vida e se preocuparem mais com a sua saúde.

José Carlos Reis

Presidente da Portugal Activo

A geração Z também está a contribuir para a procura crescente por ginásios. Para o gestor da Fitness Up, a “geração Z que é muito propensa ao exercício físico e procura mais atividade física que a geração anterior“. O presidente da Portugal Activo não podia estar mais de acordo e salienta que a “a geração Z é mais informada” e “começam a existir mais pessoas a ter essa consciência de que é necessário fazer exercício físico, não só para ter melhor qualidade de vida, mas para ter mobilidade e viver com qualidade nos últimos anos de vida”.

Há um efeito crescente da procura e esse efeito é sobretudo mais notório nos escalões etários mais jovens. Vemos mais jovens a entrar mais cedo no mercado e a ganharem uma preponderância muito grande no nosso mix de clientes

Bernardo Novo

CEO da SC Fitness

O CEO da SC Fitness, também concorda que a geração Z está a contribuir positivamente para a procura crescente por ginásios. “Há um efeito crescente da procura e esse efeito é, sobretudo, mais notório nos escalões etários mais jovens. Vemos mais jovens a entrar mais cedo no mercado e a ganharem uma preponderância muito grande no nosso mix de clientes”, comenta Bernardo Novo.

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IPMA já implementou “na sua generalidade” recomendações do Tribunal de Contas, avança Governo

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

Um dos elementos-chave foi a instalação em 2018, e estabilizada em 2021, do sistema de controlo da contratação adaptado pela Primavera para o IPMA, indica o ministério.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) seguiu as recomendações do Tribunal de Contas (TdC) e já as implementou “na sua generalidade”, segundo o Ministério da Agricultura. O Ministério reagiu, em comunicado, à divulgação de um relatório pelo TdC, que indica, entre outras situações, que o IPMA não cumpre desde 2017 obrigações internacionais assumidas pelo Estado, por falta de dinheiro.

O Ministério da Agricultura sublinhou, na nota de imprensa, que a auditoria reporta ao ano de 2019 e que “a maioria das não conformidades processuais/administrativas apontadas no relatório preliminar do TdC foram rebatidas em contraditório e acolhidas no relatório final”.

“Tendo uma auditoria, por natureza, como objetivo, nos termos das normas internacionais, para além de detetar não conformidades apontar oportunidades de melhoria, o IPMA corrigiu, entretanto, os procedimentos seguindo as recomendações do Tribunal de Contas, as quais se encontram já implementadas na sua generalidade, como resulta do contraditório exposto ao TdC”, frisou este ministério.

O Governo dá como exemplo situações como a “insuficiência de controlo de fundos disponíveis”, referindo que “o IPMA usava um sistema de controlo dos fundos disponíveis interno através de um ‘sistema de alerta’”.

“Esta situação, que levantou dúvidas sobre a eficácia durante as auditorias, encontra-se hoje totalmente ultrapassada, sendo os fundos disponíveis controlados através da plataforma PRIMAVERA, pelo que a recomendação foi integralmente cumprida e implementada”, destacou.

Outro exemplo apresentado são “as adjudicações diretas sucessivas à mesma entidade mitigadas, tendo o IPMA ao longo do período 2018-2019 procedido à reorganização do departamento responsável de modo a controlar de forma mais efetiva o cumprimento das regras do CCP [Código dos Contratos Públicos]”.

“Um dos elementos-chave dessa reorganização foi a instalação e carregamento, em 2018 e estabilizado em 2021, do sistema de controlo da contratação adaptado pela PRIMAVERA para o IPMA. Um dos aspetos críticos deste controlo prendia-se com a aquisição de viagens. Este sistema permitiu minimizar os lapsos decorrentes dos controlos realizados de forma manual pelos técnicos do Instituto”, explicou.

O Ministério da Agricultura garante ainda, na nota de imprensa, que o IPMA “continuará (…) a implementar as melhorias ao sistema processual/administrativo”, recorrendo “sempre que útil e necessário a auditorias internas que contribuam regularmente para essa melhoria”.

O TdC considera no relatório divulgado hoje que desde 2017 que o IPMA “não tem sido dotado dos meios necessários para o cumprimento das obrigações internacionais assumidas pelo Estado português” junto da EUMETSAT (Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos). A regularização da situação depende, informa o Tribunal, da aprovação de uma nova Resolução do Conselho de Ministros e da atribuição ao orçamento do IPMA de dotação e de meios e instrumentos financeiros suficientes.

“Se o Estado português não fizer novo pagamento até 01 de setembro de 2023, a dívida atingirá um valor que colocará em causa o direito de voto de Portugal na organização”, alerta o TdC, que recomenda ao Governo que dote o IPMA dos meios para pagar a dívida. No documento, o TdC afirma que “emitiu um juízo desfavorável sobre a consistência, integralidade e fiabilidade das demonstrações financeiras do exercício de 2019” do IPMA.

Entre outros problemas, além do relatado sobre a EUMETSAT, o Tribunal detetou deficiências em matérias como validação de dívidas de e a terceiros, contabilização de imobilizado, atualização do inventário e emissão e cobrança de faturas, ou ainda quanto ao exercício de funções dirigentes em regime de substituição, no recurso a bolseiros ou nos processos de contratação pública.

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Portugal com “portas escancaradas” para acolher jovens emigrantes e lusodescendentes

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

Miguel Fontes destacou, desde logo, o programa “Regressar”, ao abrigo do qual já cerca de 19.500 portugueses que estavam no estrangeiro voltaram para o seu país de origem.

Os secretários de Estado do Trabalho e do Desporto afirmaram esta terça-feira, em Braga, que Portugal tem as “portas escancaradas” para os jovens emigrantes e lusodescendentes que queiram “fazer vida” no país.

Falando na abertura da 10.ª edição do Encontro Europeu de Jovens Lusodescendentes, Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, e João Paulo Correia (Desporto), sublinharam que a fixação de talento é uma prioridade do Governo e que Portugal “é hoje um país competitivo”, capaz de atrair jovens qualificados.

“As portas estão escancaradas para todos quantos queiram fazer vida em Portugal”, disse o secretário de Estado do Trabalho. Miguel Fontes destacou, desde logo, o programa “Regressar”, ao abrigo do qual já cerca de 19.500 portugueses que estavam no estrangeiro voltaram para o seu país de origem.

O governante lembrou que aquele programa implica “um regime fiscal altamente favorável” nos primeiros cinco anos após o regresso. “Portugal é suficientemente grande e precisa de todos”, enfatizou. Aludiu ainda à aposta no trabalho digno e no combate à precariedade, bem como em melhores salários e numa melhor repartição da riqueza, como condições essenciais para atrair talento jovem.

Na mesma linha, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, pôs a tónica no crescimento económico de Portugal, “com mais emprego e com os salários a crescer”, a par de “um país seguro e com futuro, com bases sólidas naquilo que é a construção da sua economia”.

“Portugal é olhado do ponto de vista internacional como uma economia que cresce, daquelas que mais cresce na Europa, onde o salário médio também cresce. Aliás, no mês de maio, o salário médio cresceu acima da inflação, o que significa que houve um ganho real no poder de compra. Esta é também a visão que o mundo e a Europa e as economias internacionais têm acerca do nosso país”, referiu.

João Paulo Correia destacou ainda a aposta de Portugal nos chamados “nómadas digitais”. A 10.ª edição do Encontro Europeu de Jovens Lusodescendentes decorre até 13 de agosto, reunindo 54 jovens e animadores de juventude da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Luxemburgo, Portugal e Suécia. Trata-se de um evento de destaque que promove a empregabilidade, a inclusão e a cultura lusófona entre os jovens. O encontro tem como tema a “Empregabilidade na Europa: O Digital ao Serviço da Ecologia e Inclusão dos Jovens”.

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