PRR

Governo ajusta controlo do PRR e aperta recuperação de financiamentos indevidos

Executivo ajustou mecanismo de governação do PRR e regime excecional de simplificação dos projetos. Estrutura de missão "Recuperar Portugal" tem mais margem para recuperar financiamentos indevidos.

A estrutura de missão “Recuperar Portugal” ganhou margem de manobra para recuperar financiamentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) atribuídos indevidamente, ou que não foram adequadamente justificados. A entidade vai poder emitir “ordens de restituição” e os beneficiários terão 30 dias úteis para restituir os valores a partir do momento em que forem notificados. Se não o fizerem, acrescem juros de mora e há lugar a cobrança coerciva por parte da Autoridade Tributária.

Esta é uma das novidades introduzidas num decreto-lei publicado esta segunda-feira no Diário da República, que “altera o modelo de governação dos fundos europeus” do PRR e “ajusta os procedimentos relativos aos respetivos pagamentos”. Estes ajustes são vertidos para a lei devido à “experiência adquirida” pelo Governo na “governação do PRR” e o diploma tinha sido aprovado pelo Conselho de Ministros no passado dia 1 de junho. O grosso das alterações entra em vigor já esta terça-feira.

Muitas das alterações visam “clarificar os níveis de intervenção de cada um” dos órgãos de coordenação política, de acompanhamento e de auditoria e controlo do modelo de governação do PRR, bem como atualizar o sistema à organização atual do Governo. Mas, no caso do decreto-lei que estabelece o modelo de governação do PRR, há um novo artigo sobre a recuperação de financiamentos indevidos.

“Sempre que se verifique que os beneficiários do PRR receberam indevidamente ou não justificaram adequadamente os financiamentos a título de subvenções ou de empréstimos, há lugar à recuperação dos mesmos, a promover por decisão da estrutura de missão ‘Recuperar Portugal’, através de compensação com créditos já apurados ou da restituição de tais montantes”, lê-se na lei. “A recuperação dos financiamentos referidos […] deve preferencialmente ser realizada por compensação com montantes financiados pelo PRR relativos ao mesmo ou a outros investimentos titulados pelo mesmo beneficiário”, acrescenta.

Na prática, a estrutura de missão emite “ordens de restituição” que devem ser notificadas ao beneficiário do montante em dívida, com a “respetiva fundamentação”. Se se tratar de beneficiários diretos, as recuperações são realizadas pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão, ou pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças se forem empréstimos. No caso dos beneficiários finais, é a estrutura de missão que deve proceder à recuperação, mas está previsto que os beneficiários intermédios também sejam envolvidos neste processo.

“Os beneficiários devem restituir, em execução da decisão da estrutura de missão ‘Recuperar Portugal’, os financiamentos […] no prazo de 30 dias úteis a contar da respetiva notificação […], após o qual o montante em dívida é acrescido de juros de mora à taxa em vigor para as dívidas fiscais ao Estado e aplicados da mesma forma. Findo o prazo […], é extraída […] certidão de dívida para efeitos de cobrança coerciva. Compete à Autoridade Tributária e Aduaneira […] promover a respetiva cobrança coerciva com recurso ao processo de execução fiscal”, determina a lei.

Com efeito retroativo a 30 de março de 2022, a lei passa a prever ainda que, apesar de os membros da Comissão Nacional de Acompanhamento não terem direito a qualquer remuneração pelo desempenho das suas funções, o presidente — atualmente, Pedro Dominguinhos — “é equiparado, para efeitos remuneratórios, a dirigente superior de 1.º grau, podendo optar, caso seja trabalhador com relação jurídica de emprego público, pela remuneração base correspondente ao posto de trabalho de origem ou às funções que exercia à data da designação, acrescida das despesas de representação”.

Também são introduzidas mais alterações ao regime excecional de execução orçamenta e de simplificação de procedimentos dos projetos aprovados no âmbito do PRR, incluindo no pagamento do IVA. Já estava previsto que os beneficiários podiam receber a transferência do montante equivalente ao IVA por eles incorrido ou a incorrer na execução de projetos financiados pelo plano, tendo estes de apresentar “documentos de suporte”. Agora, a lei passa a densificar um pouco mais o procedimento, limitando os pagamentos à “existência de disponibilidade de tesouraria” e à situação regular tributária, contributiva e perante os fundos europeus dos beneficiários.

“Considerando a experiência adquirida na governação do PRR e atendendo ao regime de organização e funcionamento do XXIII Governo Constitucional, importa introduzir alguns ajustamentos na composição e nas competências dos órgãos de coordenação política, de acompanhamento e de auditoria e controlo do modelo de governação do PRR, no sentido de clarificar os níveis de intervenção de cada um desses órgãos e assegurar a efetiva prossecução das respetivas competências”, justifica o Executivo na introdução do diploma.

“Adicionalmente, e no contexto da reprogramação e reforço da ambição do PRR, ampliam-se as atribuições da Comissão Nacional de Acompanhamento e da Comissão de Auditoria e Controlo, reforçando-se os mecanismos de acompanhamento, de prevenção da duplicação de ajudas, de riscos de conflitos de interesses, de corrupção e de fraude. Finalmente densificam-se as regras em matéria de duplo financiamento e estabelece-se o regime aplicável à recuperação de financiamentos, clarificando-se também o procedimento relativo ao pagamento do montante equivalente ao imposto sobre o valor acrescentado de projetos financiados pelo PRR”, remata.

Segundo dados publicados no site da estrutura de missão “Recuperar Portugal”, referentes a 19 de julho, o país já recebeu 31% dos mais de 16,6 mil milhões de euros do PRR. Deste montante, 13% já foi pago a beneficiários diretos e finais.

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Da logística à hotelaria, Randstad tem mais de 1.400 vagas para este verão

Existem oportunidades para os setores de indústria e logística, turismo e hotelaria, restauração, eventos, vendas e agricultura. 

A Randstad abriu mais de 1.400 vagas para quem procura um emprego durante o verão. Existem oportunidades para os setores de indústria e logística, turismo e hotelaria, restauração, eventos, vendas e agricultura.

“Muitos setores registam um aumento de atividade sazonal, com vagas para responder a esta que é considerada uma época alta. Coincidindo com o período de férias dos estudantes, estas são excelentes oportunidades para os que procuram ganhar experiência de trabalho ou ganhar um rendimento extra”, comenta Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, em comunicado.

Para a área de indústria e logística existem 1.200 posições em todo o país, nomeadamente operadores de logística, produção e armazém, com diferentes horários.

Para turismo e hotelaria estão disponíveis mais de 40 vagas para reforçar as equipas nesta altura, que é época alta no setor em Portugal. As oportunidades abrangem hotéis, resorts, restaurantes e empresas de turismo.

Festivais, concertos, eventos desportivos e outros eventos culturais e de entretenimento também geram grande procura para funções como atendimento ao cliente, controlo de acessos, e organização. Para estas funções, há mais de 30 ofertas.

No setor da restauração, no qual durante esta estação há mais vagas – sobretudo em regiões turísticas, como o Algarve, Porto ou Lisboa –, há 25 posições para restaurantes, uma para bar e nove para cafetaria.

Por último, para a colheita de frutas e vegetais, uma atividade que se intensifica nos meses de verão, estão em aberto um total de 17 posições e ainda para vendas estão disponíveis 90 posições.

Conheça todas as oportunidades e saiba como se pode candidatar aqui.

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Câmara Municipal do Cadaval recebe Prémio Autarquia do Ano

  • BRANDS' ECO
  • 24 Julho 2023

Foi com o projeto “Programa de Artes Fernanda Botelho” que a Câmara Municipal do Cadaval se distinguiu na 4ª Edição do Prémio Autarquia do Ano.

O Município do Cadaval concorreu à 4ª Edição do Prémio Autarquia do Ano com o projeto “Programa de Artes”, na categoria Educação e subcategoria Incentivos ao Sucesso Académico. O prémio de Menção Honrosa foi atribuído no dia 18 de maio de 2023.

O município partilha agora, algumas das características que marcaram este projeto:

Qual o processo inerente à criação e implementação do projeto, que acabou por se tornar vencedor nesta 4ª Edição do Prémio Autarquia do Ano?

Fernanda Botelho entende a Arte como um espaço privilegiado de representação da vida humana, que nos capacita e nos dimensiona enquanto seres humanos no mundo. As suas referências artísticas são estruturantes na sua prática literária e os seus processos narrativos conduzem o leitor por um labirinto, literário e imagético, que vai estimulando e desafiando, a par e passo, a nossa imaginação. No políptico que constitui a sua obra, apresenta-nos a sua visão do que a rodeia, sem excluir a comunidade que durante mais de uma década a acolheu.

Não sendo natural do Cadaval, a escritora, ao fixar residência na Vermelha, uma pequena povoação do Concelho do Cadaval, criando uma atmosfera pessoal de cultura, investigação, criação e produção artística e literária, sem com isso retirar à sua existência a interação social que foi apanágio da sua vida. Nos seus romances deu voz a inúmeras vivências, experiências, diálogos, inquietudes e, com isso, acrescentou o seu ponto de vista à história da própria comunidade. Nesse momento, passou a fazer parte dela.

O Programa das Artes Fernanda Botelho surge desta forma com a missão de potenciar, atualizar e desenvolver o legado de Fernanda Botelho em prol da comunidade, sendo uma iniciativa territorial direcionada para a comunidade educativa cadavalense. Com o fito em práticas pedagógicas diferenciadas, convida artistas com provas dadas no seu domínio artístico, a partilharem a sua experiência e a desenvolverem trabalhos no âmbito da sua arte com diferentes grupos de intervenção. Nomeadamente à educativa − 1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo, secundário, Unidade de Ensino Especial.

Quais foram as razões e necessidades que levaram ao desenvolvimento do projeto em questão?

O mundo atual veio colocar novos desafios à educação. Na 1ª Revolução Industrial no séc. XIX (a energia a carvão, o motor a vapor, etc.), o sistema de ensino fundamentava-se essencialmente na formação em sala de aula. Atualmente, encontramo-nos na 4ª Revolução Industrial (internet, energia solar, robótica, inteligência artificial, etc.), mas infelizmente parece que houve uma paragem na [r]evolução do ensino escolar pois encontramos essencialmente a mesma modalidade de formação de ensino em sala de aula, onde não ensinamos os nossos alunos a pensar e a serem críticos.

Ainda assim, o sistema de ensino em Portugal tem-se adaptado lentamente à nova realidade social e, nos últimos anos, tem sofrido algumas alterações, regidas por dois diplomas legais: o Decreto-Lei no 54/2018, de 6 de junho, que estabelece os princípios e normas orientadoras para uma Educação Inclusiva, e o Decreto-Lei no 55/2018, de 6 de junho, que promove a Autonomia e Flexibilidade Curricular.

Estes dois decretos vieram dotar as escolas de uma maior autonomia na gestão do seu currículo, promovendo a inclusão de todos os alunos, independentemente das suas necessidades educativas especiais. Em 2017, o Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE) publica “O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória” (homologado pelo Despacho n.o 6478/2017, 26 de julho). Este afirma-se como um referencial para as decisões a adotar, constituindo-se como uma matriz comum para todos os agrupamentos escolares e ofertas educativas.

O Esquema conceitual do “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória” apresenta-nos oito princípios orientadores – Base Humanista; Saber; Aprendizagem; Inclusão; Coerência e Flexibilidade; Adaptabilidade e Ousadia; Sustentabilidade e Estabilidade -, e dez áreas de competências – Linguagem e Textos; Informação e Comunicação; Pensamento Crítico e Pensamento Criativo; Raciocínio e Resolução de Problemas; Saber Científico Técnico e Tecnológico; Relacionamento Interpessoal; Desenvolvimento Pessoal e Autonomia; Bem-Estar, Saúde e Ambiente; Sensibilidade Estética e Artística; Consciência e Domínio do Corpo.

Apesar do efetivo esforço da comunidade escolar, apoiado na legislação anteriormente mencionada, será que o sistema de ensino está a promover todas estas competências e de forma inclusiva? Em Portugal, todos os anos letivos, dezenas de alunos de diferentes anos de escolaridade reprovam por faltas. Na sua maioria são alunos que não se identificam com o atual sistema de ensino e, consequentemente, encontram-se em situação de abandono escolar. É aqui que o Programa das Artes Fernanda Botelho pretende atuar de forma inovadora e pioneira.

Vários estudos demonstram que é aqui que a Arte surge com um papel crucial no seu desenvolvimento cívico emocional. “A Arte pode cativá-los, motivá-los para a aprendizagem, sensibilizá-los, os Sentimentos abrem a porta para uma certa medida de controle premeditado de emoções automatizadas” (Damásio, A. 2017).

Para além do referido, foi realizada uma criteriosa auscultação à comunidade: a desmotivação do aluno, a fraca valorização e desinteresse pela escola (muitas vezes alavancada pelo baixo nível de instrução dos progenitores e de alguma instabilidade financeira dentro da família), a fraca participação cívica e cultural (alicerçada em hábitos sedentários que retiram da equação a fruição cultural), o descrédito no ensino superior como garantia de melhores condições de vida decorrente das crises económicas e financeiras e consequente emigração de jovens qualificados, serviram de barómetro para a concepção do ProgFB, apoiado por referenciais estratégicos, tanto de combate ao insucesso, como ao abandono escolar.

Sustentado pelo património literário de Fernanda Botelho, este programa visa uma resposta local, prioritariamente para a comunidade escolar, mas gradualmente estendida ao restante território, priorizando a transformação sociocultural e a promoção da igualdade de oportunidades através da Arte, e do seu acesso em territórios cultural e artisticamente mais isolados.

Como foi o processo de escolha da categoria a inscrever nesta 4ª Edição do Prémio Autarquia do Ano?

O Município do Cadaval entendeu ser oportuno apresentar uma candidatura ao “Prémio Autarquia do Ano” para a área de educação – Incentivos ao Sucesso Escolar, com o projeto “Programa das Artes Fernanda Botelho” para dar a conhecer, de forma ainda mais abrangente, o trabalho que tem sido realizado, desde o ano de 2019, num projeto desenvolvido no âmbito das medidas educativas para a promoção da inclusão, do sucesso educativo e para a prevenção do abandono escolar do Centro2020. O “Programa das Artes Fernanda Botelho” ProgFB, trata-se de um programa com conteúdos pedagógicos que aliam a arte ao conhecimento, repostando à escritora Fernanda Botelho, que residia na aldeia da Vermelha, concelho do Cadaval. Estes conteúdos passam pela expressão plástica, pela dança, pelas artes gráficas digitais, teatro e literatura, contribuindo, no seu conjunto, para dotar os alunos de competências, valorizando as suas aprendizagens.

Quais foram os resultados práticos da implementação do projeto em questão, junto da sua comunidade?

A arte é um referencial capaz de criar significado(s) através de histórias, imagens, atividades (plásticas, visuais, etc.), momentos performativos que possibilitam que uma criança/jovem comunique com outro os seus sentimentos, as suas emoções e a sua experiência de existir e de estar viva. A criatividade contribui para valores incontornáveis na formação do indivíduo, como a tolerância e a solidariedade que estimulam o autoconhecimento e o respeito pelo próximo. Sentir estas crianças e jovens empenhadas, participativas e, acima de tudo, felizes, faz-nos acreditar que estamos no caminho certo.

Este projeto é um instrumento valioso na promoção do sucesso escolar, contribuindo para a igualdade de oportunidades em territórios cultural e artisticamente mais isolados. As atividades promovidas através deste programa reforçam a aprendizagem com e por meios das artes e desenvolvem o currículo local de forma a promover um efetivo enriquecimento curricular e artístico dos alunos, sendo por isso um importante contributo para o desenvolvimento de múltiplas competências equacionadas com o perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. São momentos como estes que nos fazem acreditar na importância das Artes para melhor sentirmos o Mundo.

Como descreveria a relação entre o projeto em questão e os objetivos traçados pelo seu município para 2023?

O Município tem preconizado um caminho que visa o desenvolvimento de abordagens inovadoras junto das crianças e jovens do Concelho, através da implementação do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar – Aluno ao Centro, integrada na visão estratégica e consolidação do Oeste como Território Resiliente e Sustentável, reforçando as competências pessoais e sociais, mas também promovendo a prática lúdico-pedagógica, o contacto com a natureza e integração cultural.

É de salientar que existe interesse do Município em dar continuidade ao projeto, estando a ser apreciado o enquadramento em matéria de política municipal e nacional, no âmbito do sucesso escolar.

Quais as áreas e setores de atuação que foram mais impactados, positivamente, com o projeto em causa? Quais os seus pontos fortes?

O setor mais impactado positivamente foi a Educação – foram implantadas novas práticas pedagógicas centradas no aluno, o que contribuiu para o fortalecimento do currículo local, para o sucesso escolar e redução do abandono escolar. Houve também um impacto positivo nos setores social e cultural, com o incentivo à fruição cultural (acesso à arte), com vista à literacia artística e literária, promovendo o apreço pela arte como meio de expressão e comunicação pessoal. Assim, promoveu-se o desenvolvimento de novas competências como o pensamento crítico e pensamento criativo, o relacionamento interpessoal; a sensibilidade estética e artística; a consciência e domínio do corpo. Promoveram-se parcerias em rede, mobilizaram-se recursos locais e estimulou-se a participação da e, na comunidade. Para além disso, houve um reforço do afeto pelo património e do sentimento de pertença à comunidade cadavalense.

Quanto ao setor da saúde: houve uma promoção do bem-estar do aluno e dos vários intervenientes do sistema escolar e uma diminuição dos níveis de stress escolar. Identificando agora os pontos fortes: conclui-se que é um projeto cooperativo.

O Programa das Artes Fernanda Botelho é promovido pelo Município do Cadaval com enquadramento no Programa Aluno ao Centro ― Território de Implementação Concelho do Cadaval ― ao abrigo da Acão CadCri. Encontra respaldo científico nas parcerias estabelecidas com CEComp − Centro de Estudo Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa bem como com o ARTIS – Instituto de História de Arte da mesma universidade. A Biblioteca e o Museu Municipal do Cadaval são parceiras de acolhimento do ProgFB e os Bombeiros Voluntários do Cadaval, através da cedência do Auditório Valentina Abreu, concordaram apoiar esta iniciativa.

O Agrupamento de Escolas do Cadaval [AEC] tem um papel decisivo na implementação do ProgFB. Havendo espaço para a cooperação associativa, o Programa Educativo para o quadriénio 2020/2024 ao privilegiar “[…] o Ambiente, a Escola e a Comunidade como pilares basilares […] e “Garantir todos os anos, pelo menos, 5 parcerias formalmente protocoladas com instituições públicas, associações ou empresas locais e da região, com vista à consecução do currículo, da inclusão ou do desenvolvimento cívico das crianças e alunos;” viabiliza, inequivocamente, a implementação do ProgFB, tendo, ainda, em vista a Autonomia e Flexibilidade Curricular (AFC) consagrada nos normativos vigentes, nomeadamente no Decreto-Lei n.o 55/2018, de 6 de julho.

É um projeto de inovação social: Este programa, que vai ao encontro das necessidades do público-alvo, é acessível a todos os alunos que se encontrem em situação ou não de abandono escolar ou retenção, independentemente de terem ou não Necessidades Educativas Especiais (jovens portadores de deficiência motora ou cognitiva).

É um projeto de inclusão artística: O Programa das Artes Fernanda Botelho não pretende “juntar alunos”, mas sim uni-los num projeto comum. Um projeto ligado às Artes!

Por fim, é um projeto multidisciplinar: Sendo um projeto multidisciplinar, promove o cruzamento de áreas distintas de forma integrada e complementar – social, artística, educacional e saúde, articulando diretamente as carências sociais de cada criança/jovem, com os conteúdos académicos (português, filosofia, educação visual, educação musical, etc.) e a psicologia.

Vereadora da Câmara Municipal de Cadaval Maria de Fátima Moreira da Paz, Professora Alice Oliveira e Joana Botelho.

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Cinco startups estão na final do “Tech Innovator in Portugal 2023” da KPMG

Growappy, InfiniteFoundry, Rauva, Wakaru e Youverse são as cinco startups finalistas da terceira edição da competição da KPMG.

Growappy, Infinite Foundry, Rauva, Wakaru e Youverse são as cinco finalistas da terceira edição da competição “Tech Innovator in Portugal” 2023 da KPMG. Uma delas será eleita a startup tecnológica portuguesa com o negócio mais disruptivo e inovador.

“São estas as candidatas a competir pelo estatuto ‘Tech Innovator in Portugal 2023’, atribuído pela KPMG Portugal a uma startup portuguesa, e que a levará a concorrer contra adversárias de mais de 20 geografias numa final global que reunirá, em Lisboa (por ocasião do Web Summit), várias dezenas de empreendedores de todo o mundo”, lê-se em comunicado.

A 28 de julho será conhecido o próximo tech innovator nacional, num evento realizado nas instalações da KPMG em Lisboa, que contará ainda com a participação de um painel de jurados composto por conhecidos nomes do ecossistema de empreendedorismo e inovação em Portugal: Nasser Sattar (head of advisory da KPMG Portugal, António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, João Freire de Andrade, head da BiG Start Ventures, Pedro Santa Clara, diretor da Escola 42, Rui Coutinho, diretor executivo do ecossistema de inovação da Nova SBE, e Soumodip Sarkar, presidente executivo do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia.

A Growappy oferece uma nova visão para a educação de infância; a Infinite Foundry criou uma plataforma de fábrica digital 3D que permite melhorar a eficiência de produção de qualquer setor industrial; a Rauva é uma super-app para empresas, desenvolvida por empreendedores, para empreendedores; a Wakaru é uma solução integrada para a gestão inteligente de operações em redes de água, para empresas de abastecimento de água; e a Youverse é uma solução de software para as organizações otimizarem os seus processos de verificação de identidade, reduzindo o risco de fraude e garantindo a conformidade com as regulamentações do setor.

Toda a informação sobre a competição “KPMG Private Enterprise Tech Innovator in Portugal 2023” pode ser consultada aqui.

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Zona Euro trava a fundo e desperta receios de uma recessão

Produção no espaço do euro caiu pelo segundo mês consecutivo em julho para mínimos de oito meses. Mercado de trabalho teve o menor aumento mensal de emprego desde fevereiro de 2021.

O bloco da moeda única está a abrandar e em julho terá contraído para níveis de novembro. Segundo o flash PMI (Purchasing Managers’ Index) Compósito (estimativa para o PMI) do PIB da Zona Euro em julho, publicado esta segunda-feira pelo S&P Global e o Hamburg Commercial Bank, a atividade económica do espaço do Euro caiu 2% em julho face a junho para os 49,9 pontos, o valor mais baixo dos últimos oito meses, ficando abaixo das previsões da maioria dos analistas.

“A última leitura assinala uma segunda queda mensal sucessiva da produção em termos de volume, após cinco meses de expansão contínua, tendo a taxa de contração acelerado relativamente à descida marginal registada no final do segundo trimestre”, refere a S&P Global em comunicado.

PMI Eurozone JulyOs dados revelados esta segunda-feira notam ainda que as condições da procura agravaram-se de forma generalizada e as entradas de novas empresas caíram a um ritmo cada vez mais acentuado em julho, registando a maior queda desde novembro passado.

Para Portugal também não é uma boa notícia a entrada em contração da economia alemã, com a produção a cair pela primeira vez desde janeiro e ao ritmo mais acentuado desde novembro passado. “Uma queda especialmente acentuada da produção fabril alemã, que se deteriorou a uma taxa não observada desde 2009, se excluirmos os meses de confinamento devido à pandemia, foi acompanhada por um abrandamento acentuado do crescimento da atividade dos serviços, que, por sua vez, foi impulsionado por uma perda acentuada de novas encomendas de serviços”, refere o comunicado da S&P Global.

Para Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, “a economia da Zona Euro deverá continuar a entrar em território de contração nos próximos meses, uma vez que o setor dos serviços continua a perder força.” Cyrus de la Rubia reforça essa perspetiva com o facto de “tanto os índices PMI de novas empresas como os de empresas pendentes no setor dos serviços terem caído para território de contração pela primeira vez desde o início do ano.”

A criação de postos de trabalho foi apenas “modesta” em julho, refletindo um segundo mês consecutivo de perdas líquidas de postos de trabalho na indústria transformadora e o menor ganho de postos de trabalho no setor dos serviços em cinco meses.

Segundo os dados divulgados, o declínio das novas encomendas excedeu o da produção a um nível não observado desde fevereiro de 2009, “sugerindo que as empresas procurarão reduzir ainda mais a produção nos próximos meses em resposta ao agravamento do ambiente da procura”, lê-se ainda no comunicado da S&P Global.

Além disso, é ainda notada uma perda acentuada de novas encomendas no setor de produção de bens, “que registou uma das descidas mais acentuadas desde 2009 e foi acompanhada pela primeira descida das novas encomendas de serviços em sete meses.”

Segundo a avaliação do Hamburg Commercial Bank, o abrandamento da economia da Zona Euro durante o mês de julho foi também acompanhado por um forte abrandamento do mercado de trabalho.

“Com a confiança a diminuir e o ambiente de procura a piorar, as empresas recuaram nas contratações em julho, o que levou ao menor aumento mensal do emprego desde fevereiro de 2021″, refere o relatório do S&P Global. A criação de postos de trabalho foi apenas “modesta”em julho, refletindo um segundo mês consecutivo de perdas líquidas de postos de trabalho na indústria transformadora e o menor ganho de postos de trabalho no setor dos serviços em cinco meses.

Ao nível da evolução dos preços, os dados divulgados esta segunda-feira revelam que as pressões inflacionistas continuaram a abrandar em julho, notando que “a taxa de inflação dos custos dos meios de produção voltou a cair em julho, descendo pelo décimo mês consecutivo para o seu valor mais baixo desde novembro de 2020 e caindo ainda mais abaixo da média de longo prazo do inquérito.”

Além disso, os dados revelam ainda que os preços médios cobrados por bens e serviços aumentaram à taxa mais lenta dos últimos 29 meses. Porém, Cyrus de la Rubia considera que os “dados do PMI não terão agradado às autoridades do Banco Central Europeu”, como resultado de os preços do setor privado continuarem a subir.

“Assim, a presidente do BCE, Christine Lagarde, vai certamente manter-se firme e aumentar as taxas de juro em 25 pontos base na próxima reunião monetária, no final de julho”, vaticina o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank. Recorde-se que o Comité de Política Monetária do BCE irá reunir-se esta quinta-feira, esperando-se que dessa reunião resulte mais uma subida de 25 pontos base das taxas diretoras.

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Certificados atiram endividamento da economia para recorde acima dos 804 mil milhões

Endividamento do setor não financeiro - famílias, empresas e Estado - aumentou 1,6 mil milhões de euros em maio, atingindo um novo recorde nos 804,4 mil milhões.

O endividamento da economia voltou a aumentar em maio, pelo segundo mês seguido. A dívida das famílias, empresas e Estado aumentou 1,6 mil milhões de euros, atingindo um novo recorde nos 804,4 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

O setor público foi o grande responsável por esta subida: o endividamento das administrações públicas e empresas públicas registou um aumento de 1,1 mil milhões de euros para 363,9 mil milhões, um acréscimo que se verificou “sobretudo junto dos particulares (1,7 mil milhões), principalmente pelo investimento das famílias em Certificados de Aforro, e junto das administrações públicas (mil milhões)”, indica o supervisor financeiro.

Em contrapartida, o endividamento do setor público diminuiu junto do exterior (-1,4 mil milhões) e junto do setor financeiro (-400 milhões de euros).

Dívida da economia sobe

Fonte: Banco de Portugal

Em relação ao endividamento do setor privado registou um aumento de 500 milhões de euros para 440,6 mil milhões. Uma subida que se deveu às empresas privadas, cuja dívida subiu 500 milhões de euros, “traduzindo essencialmente um acréscimo perante o exterior (300 milhões) e o setor financeiro (200 milhões)”. Já o endividamento dos particulares não se alterou de forma relevante em relação ao mês anterior, refere o Banco de Portugal.

Apesar do aumento do endividamento da economia em mais de 10 mil milhões de euros desde o início do ano, está a diminuir o seu peso em relação ao PIB nacional: caiu para 326,4% do PIB no final do primeiro trimestre do ano, menos cinco pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado.

(Notícia atualizada às 11h32)

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Recusada a entrada a 65 pessoas desde a reposição do controlo de fronteiras

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

Autoridades controlaram mais de 163 mil pessoas no primeiro fim de semana de reposição do controlo documental nas fronteiras no âmbito da JMJ, tendo impedido a entrada no país de 65 pessoas.

As autoridades portuguesas controlaram mais de 163 mil pessoas no primeiro fim de semana de reposição do controlo documental nas fronteiras no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), tendo impedido a entrada no país de 65 pessoas.

O controlo documental nas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres no âmbito da JMJ entrou em vigor no sábado e está a ser feito de forma seletiva e direcionado com base em informações e análise de risco.

De acordo com o balanço operacional feito esta segunda-feira, em comunicado, pelo Sistema de Segurança Interna, nos primeiros dois dias foram controladas 13.461 pessoas nas fronteiras terrestres e 149.838 passageiros nas fronteiras aéreas.

No âmbito da operação, foi recusada a entrada a 65 pessoas, das quais 52 tentavam chegar a Portugal por via terrestre e 13 por via aérea.

Nas fronteiras aéreas, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras controlou 885 voos, a esmagadora maioria com origem fora do Espaço Schengen, fez duas detenções, por fraude documental, e aplicou medidas cautelares em 41 casos.

Com 27 ações de fiscalização ao longo do dia, que envolveram um efetivo de 289 agentes, a Guarda Nacional República (GNR) identificou 25 contraordenações no controlo de fronteiras terrestres, dois crimes, fez três apreensões e deteve uma pessoa.

A informação divulgada esta segunda-feira indica ainda que a GNR controlou no fim de semana 2.380 viaturas, dois comboios e sete embarcações.

Já o SEF, nas fronteiras terrestres, verificou 2.122 viaturas e 7.392 cidadãos, tendo em dois casos aplicado medidas cautelares.

A reposição de controlos documentais nas fronteiras permanecerá ativa até às 00:00 horas de 7 de agosto e acontece “a título excecional de forma a acautelar eventuais ameaças à ordem pública e à segurança interna”, segundo uma resolução do Governo.

O controlo de fronteiras no âmbito da JMJ, evento que vai decorrer em Lisboa entre 1 e 6 de agosto e contará com a presença do Papa Francisco, está a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), com a assistência da Polícia de Segurança Pública (PSP) e GNR, além da eventual colaboração de autoridades de outros países.

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Estamo substitui Direção-Geral do Tesouro na gestão dos imóveis públicos

Executivo socialista reforça competências da empresa pública para uma “nova visão estratégica no âmbito da gestão dos ativos imobiliários do Estado e dos institutos públicos”. Conheça os detalhes.

A Estamo vai assumir as competências que eram até agora exercidas pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) em matéria de gestão de património imobiliário público, com o objetivo de “permitir uma atuação integrada e mais focada numa gestão profissional”. Em “moldes empresariais mais adaptados à lógica do setor imobiliário”, a empresa pública vai passar a “atuar em nome e por conta do Estado na gestão dos seus ativos imobiliários”.

Por outro lado, justifica o Executivo num decreto-lei publicado em Diário da República esta segunda-feira, este novo modelo de gestão para o património imobiliário público permitirá “recentrar a atuação da DGTF em torno das suas missões nucleares, reforçando a sua capacitação no âmbito das operações de intervenção financeira do Estado, do acompanhamento das matérias respeitantes ao exercício da tutela financeira do setor público administrativo e empresarial e da função acionista do Estado”.

De acordo com este diploma, que entra em vigor esta terça-feira, a gestão integrada do património imobiliário público será desenvolvida pela Estamo no quadro das orientações a fixar por despacho do primeiro-ministro, sob proposta do membro do Governo responsável pela área das finanças, “de forma a assegurar a permanente subordinação daquela atividade a objetivos de estrito interesse público”.

Em particular, o decreto-lei atribui à Estamo o direito de preferência em caso de alienação ou constituição de outros direitos reais sobre imóveis de entidades públicas pertencentes à administração indireta do Estado e ao setor empresarial do Estado, quando estes não se encontrem sob sua gestão, prevendo que a atividade da empresa pública seja remunerada através de uma comissão de gestão, “tendo em vista dotar esta entidade dos meios financeiros necessários à prossecução da sua nova missão”.

Por outro lado, o diploma “promove o saneamento de situações de divergências em inscrições cadastrais e matriciais, assim como em descrições prediais de imóveis que integram o património do Estado, que se encontram pendentes de resolução desde longa data e que impedem o integral cumprimento de contratos de transmissão de bens imóveis celebrados no passado, assegurando a titulação da propriedade de tais imóveis na esfera jurídica da Estamo”.

“Considera-se que a via adequada para maximizar a eficiência da gestão do património público e para permitir ao Estado a promoção de políticas públicas estruturadas suportadas no imobiliário e indutoras de desenvolvimento social, económico, cultural e territorial, deve assentar, por um lado, na supressão de patamares intermédios de apreciação e decisão e, por outro lado, num modelo de gestão do património imobiliário público de base empresarial, a concretizar no quadro do setor empresarial do Estado, sob a direção estratégica do Governo”, justifica o Executivo liderado por António Costa.

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“Puigdemont ou bloqueio”. O que diz a imprensa espanhola sobre as eleições

Um travão ao avanço da extrema-direita, uma vitória amarga e um renascer das cinzas. É desta forma que a imprensa espanhola descreve os resultados das eleições legislativas que deram a vitória ao PP.

Após os resultados das eleições legislativas antecipadas de domingo, a imprensa espanhola assinala a vitória da esquerda ao impedir uma maioria absoluta de direita, apesar da vitória do Partido Popular (PP).

El País

O jornal espanhol El País destaca esta segunda-feira que, até há uma semana, o PP sonhava com 168 lugares e uma vitória esmagadora que lhe permitisse governar com maioria, sem o Vox. No entanto, uma resistência à esquerda superior ao que era esperado deixou Alberto Núñez Feijóo com uma vitória apertada, após o PSOE melhorar em muito os seus resultados de 2019.

O jornal avança que “PSOE renasce das cinzas do 28-M para melhorar o resultado de 2019”, fazendo referência à derrota socialista nas municipais e regionais de maio, com o Sumar a agarrar-se a um possível restabelecimento do governo de coligação.

El Mundo

Já o El Mundo abre com a vitória de Feijóo, mas ressalva que Carles Puigdemont poderá fazer de Sánchez presidente, à medida que o PP vence as eleições, mas sem alcançar a maioria procurada, numa referência ao dirigente catalão demitido pelo governo espanhol em 2017 por ter tentado proclamar um sistema republicano na Catalunha.

O El Mundo destaca, tal como o El País, que os resultados do PSOE mostraram ânimo face ao obtido há quatro anos, deixando o PP sem a maioria absoluta e bem abaixo das expectativas inicialmente projetadas. Neste domingo, a vitória foi amarga para o PP e a derrota doce para o PSOE, avança o diário.

ABC

Para o ABC, os espanhóis votaram ontem por meio de uma equação política diabólica, entregando a Feijóo a vitória eleitoral com 136 assentos, mas dando a Pedro Sánchez a oportunidade de uma oposição, juntamente com os seus aliados e com o partido de Carles Puigdemont. Em aberto fica a possibilidade de um bloqueio político se não houver lugar à negociação.

No editorial, o ABC refere que apesar das previsões, os resultados eleitorais frustraram as expectativas dos conservadores e tornaram improvável uma alternativa ao governo de Pedro Sánchez.

La Vanguardia

O La Vanguardia escreve que Espanha travou a onda Meloni naquilo que foi uma surpresa para Madrid, todo o país e mesmo para a Europa. Pedro Sánchez conseguiu assim resistir ao golpe de 28 de maio com o contributo decisivo dos eleitores catalães, negando desta forma os avanços da extrema-direita, que tem estado a ganhar popularidade desde o início da guerra na Ucrânia.

El Economista

A publicação especializada El Economista refere que os resultados das eleições espanholas apontam para um cenário de difícil governança, apesar de Núñez Feijóo e Pedro Sánchez terem opções para liderar o país, e caracteriza a “mudança de ciclo” e a “maré azul” do PP como uma vitória inútil pela falta de maioria com o Vox.

O PP conquista 136 lugares, contra 122 do PSOE, sendo que seriam precisos 176 para a maioria absoluta. Em terceiro lugar fica Abascal com 33 assentos, enquanto a coligação Sumar surge com 31, resultados que ficam abaixo dos números de 2019 em ambos os casos.

Com apenas sete assentos de diferença face à maioria absoluta, Feijóo e Sánchez terão de fazer “malabarismos”, para governar, avança o El Economista, sendo que o problema para Feijóo é encontrar o apoio necessário.

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Lucros da Ryanair mais do que triplicam para 663 milhões de euros

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

A recuperação dos lucros entre abril e junho é justificada com o "forte" aumento da atividade durante a Semana Santa e às festividades da coroação do rei Carlos III no Reino Unido.

A companhia aérea irlandesa low cost Ryanair obteve um lucro líquido de 663 milhões de euros no primeiro trimestre do seu ano fiscal (entre abril e junho), mais 290% do que no mesmo período de 2022.

A empresa com sede em Dublin atribuiu esta segunda-feira a recuperação dos lucros ao “forte” aumento da atividade durante a Semana Santa e às festividades da coroação do rei Carlos III no Reino Unido, em maio passado.

Da mesma forma, a Ryanair superou da queda no tráfego de passageiros e na venda de passagens que o setor registou após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, que reduziu o lucro no primeiro trimestre daquele ano para 170 milhões de euros.

A companhia aérea indicou que transportou 50,4 milhões de passageiros entre abril e junho, mais 11% do que em período homólogo, enquanto o load factor, que mede a percentagem de lugares ocupados em cada voo, subiu três pontos percentuais, para 95%.

Da mesma forma, a companhia aérea líder da Europa no setor low-cost elevou as suas receitas para 3.650 milhões de euros, 40% mais do que no primeiro trimestre deste ano fiscal, que terminou a 31 de março. As receitas por passageiro aumentaram 27% no mesmo período, depois de a tarifa média ter encarecido 42%, até aos 49 euros, e de as receitas acessórias — como o embarque prioritário ou o consumo a bordo – cresceram 4%.

Pelo contrário, os custos da companhia aérea subiram 23%, para 2.940 milhões de euros, devido, sobretudo, ao preço do combustível e ao aumento dos custos com pessoal e das taxas das operações de controlo de tráfego. No entanto, a Ryanair adiantou que tem as suas necessidades de combustível cobertas pois adquiriu 85% antecipadamente para este ano, ao preço de 89 dólares o barril.

O presidente executivo da empresa, Michael O’Leary, acrescentou, citado no comunicado divulgado esta manhã, que espera atingir um tráfego de passageiros de aproximadamente 183,5 milhões de pessoas até março do próximo ano, mais 9%, embora estimativas anteriores o situassem nos 185 milhões.

O gestor alertou que a companhia aérea pode ficar aquém das expectativas iniciais devido a atrasos na entrega de aeronaves por parte da fabricante norte-americana Boeing na “primavera e outono de 2023”. O’Leary garantiu que este fator, aliado à “volatilidade” do preço dos combustíveis e ao “risco de quebra de consumo neste inverno”, impede a empresa de fazer previsões económicas para a segunda metade do ano fiscal.

No entanto, declarou que a Ryanair está “cautelosamente otimista” quanto a um aumento “modesto” do seu lucro líquido face ao último ano fiscal, em que arrecadou 1.428 milhões de euros.

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Inteligência Artificial pode aliviar pressão sobre sistema de saúde

Em 2023, metade das organizações de saúde a nível global planeia utilizar o ChatGPT para fins de aprendizagem e 52% AI copilotos, aponta estudo da Accenture. Conheça os argumentos.

O recurso da Inteligência Artificial (IA) poderá aliviar a pressão sobre o sistema de saúde, estimando-se que até 40% das horas de trabalho em cuidados de saúde possam ser apoiadas ou aumentadas por IA generativa, com metade das organizações de saúde a nível global a planear utilizar o ChatGPT para fins de aprendizagem e 52% AI copilotos em 2023, aponta o estudo “Reinvent care delivery to solve clinical shortage”, da Accenture.

“As organizações de cuidados de saúde têm uma enorme necessidade de repensar radicalmente a forma como o trabalho é realizado. A escassez global de médicos está a agravar-se – os profissionais de saúde estão sobrecarregados e as organizações não podem contratar ou formar para contornar esta situação –, pelo que necessitam de reinventar o modo como os cuidados de saúde são prestados, recorrendo, para tal à aliança entre a tecnologia e a capacidade humana”, começa por referir Kaveh Safavi, senior managing director da Accenture na área da saúde, ao Trabalho by ECO.

A escassez de pessoas também se faz sentir no setor de saúde, situação que se agudiza com a saída de profissionais por motivos de aposentação.Em Portugal, até 2030 estima-se que ocorra em Portugal um número recorde de aposentações, já que, há cerca de dois anos, 24% dos médicos inscritos na Ordem dos Médicos tinham mais de 65 anos.

“Os estudos de que dispomos estimam que até 40% de todas as horas de trabalho nos cuidados de saúde poderiam ser apoiadas ou aumentadas por IA baseada na linguagem (ou generativa), sendo que, atualmente, o seu maior potencial em matéria de cuidados de saúde tem a ver com a capacidade de libertar os escassos recursos clínicos de muitas das tarefas relacionadas com a gestão documental, permitindo o maior foco na interação com pacientes”, reforça Kaveh Safavi.

Pese embora a discussão em torno da IA generativa — na Europa planeia-se legislação para regular esta tecnologia que ‘explodiu’ com o arranque do ChatGPT, da Open AI –, metade das metade das organizações de saúde planeia utilizar o ChatGPT para fins de aprendizagem e 52% está a planear AI copilotos em 2023, aponta o senior managing director da Accenture na área da saúde.

Os estudos que dispomos estimam que até 40% de todas as horas de trabalho nos cuidados de saúde poderiam ser apoiadas ou aumentadas por IA baseada na linguagem (ou generativa), sendo que, atualmente, o seu maior potencial em matéria de cuidados de saúde tem a ver com a capacidade de libertar os escassos recursos clínicos de muitas das tarefas relacionadas com a gestão documental, permitindo o maior foco na interação com pacientes

Kaveh Safavi

Senior managing director da Accenture na área da saúde

Mas será a “perceção e a experiência das pessoas” com as aplicações da IA generativa o fator que poderá ditar o sucesso da sua utilização no setor de saúde e, em simultâneo, permitir reduzir a pressão sobre o sistema de saúde, libertando os profissionais de tarefas burocráticas, com foco na prestação de cuidados. Mas, para isso, a forma como se trabalha também terá de mudar.

“As organizações têm de reconhecer que para obterem todos os benefícios da IA generativa, terão também de transformar o trabalho realizado pelos seres humanos. Esta tecnologia assumirá algumas tarefas, mas não o trabalho no seu todo. Esse, por sua vez, tornar-se-á diferente e as pessoas terão de se adaptar para redirecionar esse tempo, de modo a gerar benefícios para si próprias, para a sua organização e para a sociedade”, aponta Kaveh Safavi.

O que pode fazer a IA?

Simplificar e automatizar processos poderá ser uma das grandes mais-valias da IA. “Uma das oportunidades a curto prazo para esta tecnologia transformar os cuidados de saúde relaciona-se com o potencial para substituir substancialmente a necessidade de documentação e relatórios ativos, a qual é feita atualmente pelos clínicos — tanto médicos como enfermeiros”, afirma o senior managing director da Accenture. Por exemplo, “em vez de um enfermeiro ou médico registar informações — desde sinais vitais a planos de tratamento — a IA generativa pode criar um resumo da consulta, adicionando-se posteriormente a um registo médico eletrónico”, refere.

A Accenture estima que a aplicação de tecnologia de automatização nos cuidados de enfermagem pode libertar até 20% do tempo despendido pelos profissionais em funções repetitivas de baixa complexidade, gerando 50 mil milhões de dólares de valor potencial anual. Há já robots — os TUG da Aethon, por exemplo –– que fazem a entrega de materiais cirúrgicos, lençóis, tabuleiros com refeições, libertando as pessoas para funções que exigem julgamento ou resolução de problemas, refere a Accenture no estudo.

Uma das oportunidades a curto prazo para esta tecnologia transformar os cuidados de saúde relaciona-se com o potencial para substituir substancialmente a necessidade de documentação e relatórios ativos, a qual é feita atualmente pelos clínicos — tanto médicos como enfermeiros. (…) Em vez de um enfermeiro ou médico registar informações — desde sinais vitais a planos de tratamento — a IA generativa pode criar um resumo da consulta, adicionando-se posteriormente a um registo médico eletrónico.

Kaveh Safavi

Senior managing director da Accenture na área da saúde

Mas não só. A IA pode contribuir para melhorar os níveis de literacia dos pacientes. Ou seja, “pode simplificar a linguagem médica complexa em termos que os pacientes possam compreender, possibilitando ainda a tradução para qualquer idioma”.

Kaveh Safavi afasta receios de uma substituição dos profissionais ‘humanos’ por ‘Doutores IA’. “Apesar da rápida evolução, é ainda necessário um nível significativo de engenho e conhecimento humanos, especialmente no setor da saúde, tendo em conta o seu valor acrescentado – o qual não pode ser substituído pela tecnologia. Esse nível de conhecimento humano pode aumentar à medida que as pessoas se concentram menos nas tarefas que são abrangidas pela IA”, defende.

Mas há que apostar na formação das pessoas e na sua preparação para lidar e retirar o máximo potencial desta tecnologia. “As organizações que investirem, de forma ágil, na formação de pessoas – assegurando a sua adaptação a uma forma diferente de trabalhar juntamente com as máquinas –, terão não só uma grande vantagem sobre os concorrentes mas também uma estratégia eficaz para aumentar a retenção de talento”, considera Kaveh Safavi.

“Os líderes investirão mais em competências e no avanço das capacidades da organização do que na tecnologia em si. Por exemplo, podemos esperar um grande número de novas tarefas para as pessoas desempenharem, como garantir a utilização exata e responsável dos sistemas de IA generativa”, continua. “A combinação entre um núcleo digital forte e um investimento robusto nas pessoas é a chave para se obter todo o valor da IA generativa de uma forma responsável e autêntica”, conclui.

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Investimento em Portugal cai três vezes mais que média da Zona Euro face ao pré-covid

  • ECO
  • 24 Julho 2023

Estudo do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças faz contas ao investimento, procurando quantificar os impactos desde o início da guerra.

O investimento caiu quase três vezes mais em Portugal em relação à Zona Euro ao longo do ano de 2022, sendo esta queda “mais de duas vezes superior no acumulado deste ano”, concluiu o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças num estudo publicado em julho.

O investimento terá tido uma queda de 4,4 pontos percentuais (p.p.) face à tendência pré-pandemia, enquanto no acumulado para este ano o impacto já terá sido de -8,1 p.p., segundo noticia o Jornal de Negócios (acesso pago). Em causa estão os efeitos económicos da guerra, sendo que a inflação foi a variável que sofreu maiores impactos.

“Desde o início da guerra, as previsões foram sempre revistas em alta, convergindo para valores muito acima do objetivo de inflação de 2% do BCE”, referem os autores, acrescentando que, em função disto, a instituição se viu forçada a responder com “uma forte política monetária contracionista de subida das taxas de juro”. Por outro lado, fatores como os constrangimentos das cadeias de abastecimento, com o aumento de preços e escassez de materiais também contribuíram para a queda do investimento.

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