Marcelo veta regime de atos próprios de advogados e solicitadores

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Dezembro 2023

O regime jurídico dos atos próprios dos advogados e dos solicitadores foi vetado pelo Presidente da República, depois de vários vetos a estatutos de ordens profissionais.

Depois de seis vetos relativos a alterações aos estatutos de ordens profissionais, o Presidente da República devolveu ao Parlamento, sem promulgação, mais um decreto, designadamente o que diz respeito à alteração da definição dos atos próprios dos advogados e dos solicitadores.

Marcelo Rebelo de Sousa justifica o veto com o facto de as alterações em causa preverem que a consulta jurídica, a elaboração de contratos e a negociação de créditos poderiam ser praticadas por outros profissionais além dos advogados, solicitadores e agentes de execução.

“Ao permitir a prática destes atos a outros profissionais, não sujeitos a estágios obrigatórios nem regulados pelas respetivas Ordens, sem sujeição às respetivas regras de disciplina, não é possível assegurar a qualidade da sua formação e o cumprimento das regras deontológicas“, lê-se na nota publicada esta quarta-feira na página oficial da Presidência da República.

Para além disso, os profissionais em questão “não se encontram abrangidos designadamente pelas regras restritivas sobre publicidade”, acrescenta o Chefe de Estado, apontando que, nas circunstâncias do decreto agora vetado, poderiam “contribuir, sem controlo, para uma menor responsabilidade e controlo do serviço prestado e a desinformação dos cidadãos”.

Na mesma nota, o Presidente da República recorda que ouviu os respetivos bastonários e realça que, “numa área tão sensível, em que estão em causa os direitos dos cidadãos, é indispensável assegurar a formação técnica e o cumprimento de regras deontológicas pelos profissionais envolvidos”.

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Parlamento discute falta ao trabalho por morte ou assistência de animal de companhia

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

O projeto de lei do PAN baixou à especialidade, sem votação. Partido propõe uma alteração para que seja possível faltar "justificadamente ao trabalho" em caso de morte ou assistência a animal.

O projeto de lei do PAN para criar um regime de faltas justificadas ao trabalho por motivo de morte ou assistência a um animal de companhia baixou esta quarta-feira à especialidade, sem votação.

O PAN propôs, no projeto, uma alteração ao Código do Trabalho para incorporar a medida, no sentido de ser possível ao detentor de um animal de companhia faltar “justificadamente ao trabalho”, não só em caso de morte do animal, mas também em casos de “assistência inadiável e imprescindível”.

Durante o debate, na generalidade, os vários partidos concordaram na defesa das questões relacionadas com o bem estar animal, mas com visões distintas. A requerimento do PAN, esta matéria baixou à especialidade, sem votação, para que possa prosseguir a discussão entre os vários grupos parlamentares.

“O PS está sensível a esta matéria, é importante haver valores que têm de ser enquadrados, torna-se necessária uma análise mais profunda que deve ser feita em âmbito de especialidade”, justificou a deputada do PS Raquel Ferreira, enquanto o BE acusou o PAN de ter impedido outros partidos de levarem iniciativas legislativas a este debate, que resultou de um agendamento potestativo (direito de dominar a agenda) do Pessoas-Animais-Natureza.

O PSD, por seu lado, considerou que os animais são importantes na vida das pessoas, mas defendeu que não podem ser confundidos com uma pessoa ou familiar, na questão das ausências ao trabalho. O Chega classificou a proposta como exagerada, mas admitiu alterações à lei. A Iniciativa Liberal manifestou-se disponível para viabilizar algumas propostas do PAN, no sentido de “melhorar” em sede de especialidade o articulado.

Para o PCP, o regime de faltas proposto é desproporcional face ao que existe para familiares. O PAN apresentou um outro projeto, que foi aprovado e baixou a comissão, para impedir a venda e utilização de “coleiras de choque” e de “coleiras estranguladoras’. O projeto de diploma foi aprovado com os votos favoráveis do PAN, IL, BE, Livre e alguns deputados do PS. A bancada do PS, do PSD e do Chega abstiveram-se. Baixou à comissão de trabalho, segurança social e inclusão.

O projeto de lei do PAN para reconhecimento da figura do animal comunitário e uma campanha extraordinária de esterilização de animais errantes foi aprovado com os votos do PS, do BE, do PAN e do Livre. O PSD votou contra. O Chega, a Iniciativa Liberal e o PCP abstiveram-se. Baixou à comissão de ambiente e energia. O deputado Pedro do Carmo, do PS, anunciou que se abstinha.

O PAN apresentou também um projeto de resolução para uma revisão extraordinária da Constituição no sentido de assegurar a proteção dos animais, que foi rejeitado, com 18 votos a favor, cinco abstenções e 182 votos contra. O deputado Rui Tavares (Livre) anunciou a apresentação de uma declaração de voto por escrito.

Votaram a favor o PAN, o Chega e o Bloco de Esquerda. PS, PSD, PCP e Livre votaram contra. A IL absteve-se. A discussão centrou-se na oportunidade do momento, face à anunciada dissolução da Assembleia da República e perante uma revisão ordinária em perspetiva.

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Ecofin reúne dia 20 para ‘fechar’ regras sobre défice e dívida

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

Apesar de este ser uma reunião os ministros das Finanças da UE decisivo, optou-se por o realizar por videoconferência dada a proximidade ao Natal.

Os ministros das Finanças da União Europeia vão reunir-se num encontro extraordinário por videoconferência, em 20 de dezembro, para tentar ‘fechar’ a reforma das regras orçamentais, com tetos para défice e dívida, após novo desacordo na semana passada.

A informação foi avançada à agência Lusa por fontes europeias ligadas às negociações, que indicaram que o encontro extraordinário, convocado após a falta de acordo no Ecofin da passada sexta-feira e em reuniões anteriores, decorre então na tarde de dia 20 de dezembro. Apesar de este ser um Ecofin decisivo, optou-se por o realizar por videoconferência dada a proximidade ao Natal, adiantaram as mesmas fontes à Lusa.

Numa entrevista à Lusa, divulgada no passado sábado, o presidente do Eurogrupo disse confiar num acordo ainda este ano sobre as regras orçamentais, com tetos para a dívida pública e défice, esperando “um equilíbrio adequado” entre os países que exigem prudência e os que querem flexibilidade.

As regras orçamentais terão, naturalmente, um impacto em Portugal e em quase todas as outras economias, mas acredito que a direção que estamos a seguir vai permitir um equilíbrio adequado entre reduzir os empréstimos que podem ser desnecessários, mas também dar aos países a capacidade de investir no seu futuro”, afirmou Paschal Donohoe.

Após várias horas de discussão na passada sexta-feira sobre a reforma do quadro da governação económica, num debate que se arrasta há vários meses, o líder do grupo informal dos países da moeda única insistiu estar “confiante de que se chegará a um acordo”.

“Penso que nos falta mais uma reunião para chegarmos a esse acordo, em mais alguns dias de discussão, mas acredito que o conseguiremos”, acrescentou, nesta entrevista à Lusa. Para Paschal Donohoe, “trata-se apenas de conseguir um equilíbrio”, uma vez que uns países pedem maior flexibilidade e outros “são muito claros e exigem que a dívida pública seja reduzida e que seja reduzida de uma forma muito credível”.

Em cima da mesa na semana passada esteve uma proposta de Espanha que prevê a diminuição da dívida de, pelo menos, um ponto percentual ao ano para os países com um rácio da dívida superior a 90% do Produto Interno Bruto (PIB) e de meio ponto percentual para os que estão entre este patamar e o teto de 60% do PIB. A proposta espanhola defendia também um objetivo de redução do défice para 1,5% como margem de segurança, mesmo que o défice das contas públicas seja inferior ao teto de 3% do PIB.

Estas exigências foram impostas por um grupo de países ‘frugais’ liderados pela Alemanha, que sempre pediu metas quantitativas contra o endividamento, mas são contestadas por países como Itália e França, que exigem maior flexibilidade, de acordo com fontes europeias. A França já veio inclusive admitir que o ajustamento estrutural seja reduzido de 0,5% do PIB para 0,3% para os países que se comprometam com investimentos e reformas, mas a sugestão de Paris não é bem vista por Berlim.

Certo é que, dadas as eleições europeias de junho de 2024, este dossiê deveria ficar já ‘fechado’ dado o tempo necessário para a negociação dos colegisladores (Conselho e Parlamento Europeu). A ambição da próxima presidência belga do Conselho da UE é que essa discussão entre colegisladores ocorra em janeiro para, em fevereiro, haver um aval no plenário da assembleia europeia, adiantaram as fontes europeias, admitindo recear que, em 2024, se tenha de aplicar temporariamente as regras antigas.

A discussão surge quando se prevê a retoma destas regras orçamentais no próximo ano, após a suspensão devido à pandemia de covid-19 e à guerra da Ucrânia, com nova formulação apesar dos habituais tetos de 60% do PIB para a dívida pública e de 3% do PIB para o défice.

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Cortes nas taxas de juro já são tema de discussão na Fed, diz Jerome Powell

A questão de quando será apropriado reduzir as restrições de política monetária, em vigor, "começa a estar em vista", diz presidente da Fed. Reserva Federal está ciente dos riscos de se atrasar.

O início dos cortes nas taxas de juro é um tema que está a entrar no campo de visão da Reserva Federal e foi discutido na reunião de política monetária que terminou esta quarta-feira, revelou o presidente da instituição, Jerome Powell.

“A questão de quando será apropriado começar a reduzir a quantidade de restrições de política [monetária] em vigor, que começa a estar em vista e é claramente um tópico de discussão no mundo e também uma discussão para nós na nossa reunião de hoje,” afirmou Powell em conferência de imprensa.

O Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) informou, em comunicado, que as Fed Funds Rates permanecem inalteradas no intervalo 5,25%-5,5%, confirmando uma decisão que era esperada por investidores e analistas.

A grande questão que rodeia o banco central dos EUA neste momento é o calendário e o ritmo das descidas das taxas de juro em 2024. Os investidores estão muito agressivos a precificar cortes das Fed Funds no próximo ano, ignorando a mensagem que o banco central tem transmitido de que a política monetária vai permanecer num nível restritivo por um período prolongado (“higher for longer“).

Na documentação partilhada após a reunião desta quarta-feira, a Fed revela que 17 dos 19 membros do FOMC projetam que a taxa de juro será mais baixa até ao final de 2024 do que é agora – com a projeção mediana a mostrar que a taxa cairá três quartos de ponto percentual dos atuais 5,25%-5,50%.

Nesse sentido, se a economia dos EUA evoluir conforme projetado pela Fed, o nível apropriado da Federal Funds Rate será de 4,6% no final de 2024, 3,6% no final de 2025 e 2,9% no final de 2026, ainda acima do taxa média de longo prazo.

A pergunta: quando cortar?

Jerome Powell explicou que a Fed alterou ligeiramente o texto do comunicado para reconhecer que a taxa de juro está no pico do ciclo atual, ou perto desse ponto. Adiantou que o banco central ainda está focado em avaliar até que ponto aumentar o custo do dinheiro.

“Quando chegamos a essa pergunta, e essa é a resposta, é natural – naturalmente, começa a ser a próxima pergunta, que é quando se tornará apropriado começar a reduzir a quantidade de restrições em vigor”, afirmou, repetindo “essa é realmente a próxima pergunta”.

Explicou ainda que a Fed vê um forte crescimento económico que parece estar a moderar, um mercado de trabalho que está a voltar ao equilíbrio através de muitas medidas, e uma inflação a fazer progressos reais.

Essas são as coisas que queríamos ver. Não podemos saber, ainda temos um longo caminho a percorrer, ninguém está a declarar vitória, isso seria prematuro”, sublinhou.

Questionado sobre como a Fed irá tomar as decisões sobre os cortes e evitar atrasos, Powell vincou que os decisores estão “cientes do risco de aguentarmos [os níveis altos] muito tempo, sabemos que isso é um risco e estamos muito focados em não cometer esse erro“.

“E consideramos os dois – voltamos a ter um melhor equilíbrio entre o risco de exagerar e o risco de subestimar”, acrescentou.

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Novo órgão de comunicação social vai cobrir toda a região Centro

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

O projeto, assente numa plataforma digital (centralpress.pt), tem previsto um investimento de cerca de um milhão de euros e uma equipa inicial de 36 jornalistas.

O projeto de comunicação social Central Press foi lançado esta quarta-feira, querendo cobrir a totalidade da região Centro com delegações em todas comunidades intermunicipais, afirmou o presidente da administração da empresa.

O projeto, assente numa plataforma digital (centralpress.pt), tem previsto um investimento de cerca de um milhão de euros e uma equipa inicial de 36 jornalistas, que ainda está em processo de ser constituída, disse à agência Lusa Heráclito Alberto, presidente do conselho de administração da empresa.

Apesar de a Central Press estar sediada em Coimbra, haverá delegações em todas as comunidades intermunicipais da região Centro, esclareceu. Segundo Heráclito Alberto, o projeto está a ser desenvolvido há um ano, esperando que a plataforma digital entre em velocidade cruzeiro, com a equipa de jornalistas totalmente constituída, no arranque de 2024, esperando ainda no primeiro trimestre do próximo ano lançar uma ‘webtv’.

Futuramente, há também vontade de criar um canal no cabo, associado ao projeto, vincou. O responsável pela empresa salientou que todos os jornalistas contratados terão um contrato sem termo e salários acima da média paga pelos órgãos de comunicação social locais. De acordo com o responsável, a perspetiva financeira do projeto foi trabalhada de forma “muito cuidada”, aclarando que a base das receitas virá da publicidade.

No entanto, o empresário explicou que foi criada uma sociedade anónima em que vários empresários da região poderão adquirir participações. Heráclito Alberto vincou que o projeto editorial “é totalmente independente” da empresa e que não haverá qualquer intervenção da administração “no trabalho da equipa de informação”.

O presidente do conselho de administração da empresa, natural da Figueira da Foz, dedicou-se ao marketing, tendo trabalhado em Luanda em várias empresas, entre as quais a Rádio Nacional de Angola, como assessor para o marketing e relações internacionais, disse à agência Lusa o responsável, referindo que foi nessa altura que se “apaixonou” pelo universo da comunicação social.

Contactada pela agência Lusa, a diretora de informação da Central Press, Maria da Graça Polaco, realçou que o projeto pretende dar resposta a um “deserto informativo” que se constata na região, salientando que, para além do site agora disponível, o caminho passa por transformar a plataforma numa televisão.

“Decidimos arrancar devagarinho, de forma minimalista, para pôr a máquina a funcionar”, explicou, sublinhando que a equipa terá repórteres de imagem e jornalistas, com o objetivo de assegurar uma emissão ‘online’, seja na sua plataforma, seja através das redes sociais do projeto.

A diretora do projeto salientou que não pretendem seguir uma linha sensacionalista, assumindo-se como um espaço generalista.

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Marcelo veta alteração ao estatuto da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução

Marcelo avisa que o "regime de remuneração obrigatória de estágio" previsto no diploma, "sem ser acompanhado de um cofinanciamento público", pode constituir "um grave entrave ao acesso à profissão". 

O Presidente da República vetou esta quarta-feira a alteração aos estatutos da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, sinalizando que o “regime de remuneração obrigatória de estágio, sem ser acompanhado de um cofinanciamento público”, pode constituir “um grave entrave ao acesso à profissão”.

Numa carta com sete pontos e dirigida esta quarta-feira ao presidente da Assembleia da República, o Chefe de Estado aponta que as mudanças propostas pelo Executivo trazem “consequências prejudiciais ao sistema de justiça e à salvaguarda dos direitos fundamentais dos cidadãos“, tal como tinha referido a própria Ordem, lê-se na carta divulgada no site da Presidência.

“Assim, por um lado, o regime de remuneração obrigatória de estágio, sem ser acompanhado de um cofinanciamento público, onde e quando se justifique, pode constituir um grave entrave ao acesso à profissão, com o consequente resultado na diminuição do número de profissionais qualificados”, alerta Marcelo Rebelo de Sousa.

Ao mesmo tempo, este diploma “aumenta a intervenção do Estado e de agências públicas”, nomeadamente no que concerne “aos conteúdos do estágio, representando uma duplicação de intervenções, aumento de burocracia e desrespeito pela autorregulação”, sustenta o Presidente da República.

Além disso, o Chefe de Estado alerta que ao “alterar o regime de publicidade, sem ser acompanhado das garantias necessárias ao rigor da informação transmitida, pode resultar em desinformação dos cidadãos, com grave prejuízo para os seus direitos fundamentais, numa área de grande sensibilidade”.

Também esta quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa vetou um decreto que visava alterar os atos próprios dos advogados e dos solicitadores.

De recordar que na passada terça-feira vetou a alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos e na segunda-feira vetou ainda a proposta do Executivo para a alteração do estatuto da Ordem dos Advogados e da Ordem dos Enfermeiros.

Já na semana passada tinha “chumbado” alterações aos estatutos da Ordem dos Engenheiros e da Ordem dos Arquitetos, mas promulgou os decretos que alteram os estatutos da Ordem dos Farmacêuticos, da Ordem dos Economistas e da Ordem dos Biólogos.

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PSD/Madeira aprova coligação com CDS-PP e lista de candidatos às legislativas

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

O círculo eleitoral da Madeira elege seis deputados à Assembleia da República, onde atualmente têm assento três social-democratas e três socialistas.

A comissão política do PSD/Madeira e o conselho regional do partido aprovaram esta quarta-feira, por unanimidade, a coligação com o CDS-PP e a respetiva lista de candidatos à Assembleia da República nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

A lista é encabeçada por Pedro Coelho, atual presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, concelho contíguo ao Funchal a oeste, seguido por Paula Margarido, ex-presidente do conselho regional da Madeira da Ordem dos Advogados, Paulo Neves, Carla Spínola, Lavínia Côrte (CDS-PP) e Bruno Sousa.

Os militantes devem preparar-se para um ano duro, [pois] parecendo que as coisas não dizem diretamente respeito à Madeira, dizem, sim senhor, porque têm a ver com o futuro da região e cada vez que temos representantes que falam alto para que se oiça longe defendemos melhor os interesses da Madeira”, afirmou o presidente da mesa do conselho regional do PSD, Cunha e Silva, que foi o porta-voz das reuniões dos dois órgãos do partido, que decorreram na sede regional, no Funchal.

O círculo eleitoral da Madeira elege seis deputados à Assembleia da República, onde atualmente têm assento três social-democratas e três socialistas.

O presidente da estrutura regional do PSD e chefe do executivo de coligação com o CDS-PP, Miguel Albuquerque, responsável pela proposta de candidatos, optou por não incluir na lista qualquer dos atuais deputados no parlamento nacional – Sara Madruga da Costa, Patrícia Dantas e Dinis Ramos.

“O conselho regional alertou os militantes para a mobilização que tem de acontecer para tantos atos eleitorais que se avizinham”, afirmou Cunha e Silva, referindo-se às eleições legislativas antecipadas de 10 de março e às europeias de junho de 2024, situação que motivou também o adiamento do congresso do PSD/Madeira, inicialmente programado para março, para depois do verão.

O dirigente social-democrata sublinhou, por outro lado, que o apelo aos militante vai no sentido de contribuírem com o seu voto para que Portugal mude e para que “tenhamos um Governo da República à altura para compreender as nossas dificuldades, a nossa autonomia e possamos, ao fim e ao cabo dar, um passo em frente a bem da nossa população”.

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Presidente da Critical Software alerta para falta de transparência na IA

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

A riqueza gerada pela IA pode ser capturada, não pelo fator do trabalho, mas por “algumas pessoas que já estão no topo”, diz Gonçalo Quadros.

O presidente do conselho de administração da tecnológica Critical Software, Gonçalo Quadros, alertou esta quarta-feira, em Coimbra, para a falta de transparência na inteligência artificial, assim como para o risco de esta vir a agravar as desigualdades no mundo.

Há um problema de transparência ou de falta dela”, notou o fundador da tecnológica sediada em Coimbra, que participava num debate sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no jornalismo e na democracia, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Secção de Jornalismo e Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).

Para o empresário, são necessários algoritmos, que ajudam os humanos “a fazer coisas interessantes”, mas é necessário garantir que “os algoritmos são equitativos e justos”. “Porque é que o algoritmo devolve um determinado resultado? O que deu a origem, qual a lógica desse resultado? Muitas vezes não é possível dar essa resposta. Não percebemos porque é que a IA cria aquele resultado”, constatou.

Gonçalo Quadros aclarou que a inteligência artificial não evolui apenas pelo aumento da capacidade computacional, mas pela quantidade de dados que lhe é fornecido, podendo esses dados serem enviesados ou até ter algum tipo de preconceito, recordando casos onde a inteligência artificial apresentava padrões de discriminação na sua decisão.

Abordando a questão da possibilidade de a IA ser utilizada para manipular informação ou criar informação falsa, o empresário realçou que será possível criar tecnologia que identifique essas manipulações ou que as combata, no entanto, isso não elimina o impacto negativo da informação que entretanto foi veiculada, como acontece atualmente, com notícias falsas que não são geradas por máquinas a chegarem a muito mais pessoas do que a informação que posteriormente a desmente.

Com as máquinas, haverá uma capacidade de produzir e criar informação manipulada de “forma vertiginosa”, observou, acreditando que será difícil combater essa escala. O presidente da Critical Software destacou ainda o “problema sério” que existe no potencial de destruição e desqualificação de emprego que a IA poderá trazer.

“Não é a primeira vez que acontece na nossa História, mas desta vez o impacto é mais transversal. Não estará focado num setor, como a indústria ou a agricultura. Um trabalho que obrigava a uma grande qualificação poderá ser feito por alguém sem qualificações, com a ajuda de máquinas”, vincou.

Nesse sentido, acredita que essa mistura, entre desqualificação e destruição de emprego, poderá gerar “uma receita brutal para a desigualdade”, com a riqueza gerada pela IA a ser capturada, não pelo fator do trabalho, mas por “algumas pessoas que já estão no topo”, num momento em que deixa de haver uma relação entre a evolução das condições materiais dos trabalhadores e os níveis de produtividade.

O professor de jornalismo da FLUC Carlos Camponez sublinhou as possíveis consequências de mais despedimentos no setor, possibilidade de mais fusões e aquisições num meio onde a concentração de órgãos de comunicação social tem-se vindo a acentuar nas últimas décadas. “Não sei como se vai cortar mais. Com as reduções que se preveem nas redações, até que ponto será possível garantir uma edição humana, quando passa a haver muito pouca gente”, disse.

O jornalista da RTP especializado em novas tecnologias e docente universitário Daniel Catalão apontou para a possibilidade de oportunidades com o uso da IA no jornalismo, nomeadamente um aumento da eficiência e a melhoria na análise de dados, mas também alertou para as possíveis consequências no que toca à manipulação de informação e produção de conteúdos falsos.

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EIOPA quer mais capital a garantir investimentos de seguradoras na energia fóssil

Supervisor europeu dos seguros considera as ações e obrigações relacionadas com os combustíveis fósseis de elevado risco, visto que se prevê uma fuga dos investimentos para energias renováveis.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões europeia (EIOPA) preconiza que as seguradoras devem passar a ter mais garantias de capital quando investem em ações e obrigações de empresas relacionadas com combustíveis fósseis, avança o jornal Insurance ERM.

Estas são as conclusões do estudo realizado pelo regulador europeu, no âmbito do pedido da Comissão Europeia, que incumbia a autoridade de pesquisar acerca dos mecanismos para lidar com ativos ou atividades associadas com objetivos sociais ou ambientais, ou que prejudiquem os seus objetivos, lê-se no jornal.

Após a análise dos dados, a autoridade concluiu que as ações e obrigações relacionadas com os combustíveis fósseis têm perfil de elevado risco, visto que com as alterações climáticas, prevê-se uma fuga de investimentos de empresas de energias fosseis para uma maior aposta em empresas de energias renováveis.

Para mitigar os riscos, a autoridade desenhou possíveis caminhos, como, por exemplo, a penalização em reserva de capital dos investimentos realizados em ações de empresas mais poluentes. Isto é, as seguradoras têm que começar a ter mais garantias de capital quando investem em ações e obrigações dessas empresas.

Se esta medida for implementada, a autoridade acredita que limitar-se-á os impactos que a desvalorização dos investimentos em empresas de energia renovável provocará na solvência da seguradora, visto que as ações diretamente detidas relacionadas com combustíveis fósseis pelo setor representam cerca de 1% dos investimentos totais.

Foram três as áreas investigadas pelo órgão, nomeadamente, a potencial ligação entre os riscos de mercado relacionados com património, de spread (diferença entre o preço de compra e venda de alguma coisa) e de transição; a possível relação entre riscos na contratualização de seguros Não-Vida e medidas de prevenção do risco relacionados com o clima; e, também, o possível correlação entre os riscos sociais e riscos prudenciais das seguradoras. O risco prudencial relaciona-se com o grau de solidez de uma seguradora, incluindo se têm capacidade de cobrir os sinistros.

Os stakeholders têm até ao dia 22 de março do próximo ano para responder à investigação feita.

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Sindicato anuncia greve parcial nos CTT entre 14 e 22 de dezembro

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

A greve abrange as duas primeiras horas de trabalho nos centros de distribuição postal e as duas últimas horas de trabalho no atendimento nas lojas CTT.

O Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal anunciou esta quarta-feira uma greve geral parcial na empresa CTT, entre quinta-feira e 22 de dezembro, devido à “decisão unilateral” da administração em denunciar o Regulamento de Obras Sociais.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal (SICTTEXPT), Samuel Vieira, esclareceu que a greve abrange as duas primeiras horas de trabalho nos centros de distribuição postal e as duas últimas horas de trabalho no atendimento nas lojas CTT.

A greve geral parcial surge na sequência da “decisão unilateral” da administração da empresa em denunciar o Regulamento de Obras Sociais, através do aumento da sua quota mensal e das comparticipações nos atos médicos realizados pelos beneficiários do plano de saúde, esclareceu Samuel Vieira.

Segundo o responsável sindical, este plano abrange cerca de 35.000 beneficiários, entre trabalhadores efetivos (incluindo filhos e cônjuges) e reformados. “Num momento de grande dificuldade para todos os trabalhadores portugueses, fruto do aumento exponencial do custo de vida, e mediante resultados francamente positivos que a empresa CTT recentemente apresentou, esta alteração é totalmente despropositada”, afirmou.

À Lusa, o sindicalista acrescentou ainda que esta alteração agrava o custo de vida dos trabalhadores. A greve geral parcial arranca na quinta-feira e deverá prolongar-se até dia 22 de dezembro, adiantou.

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Tranquilidade renova patrocínio com a Federação Portuguesa de Natação

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2023

O patrocínio incide sobre as provas nacionais de competição, com início já este mês. A ação faz parte da "aposta estratégica" da seguradora no desporto.

No ano dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, a Tranquilidade será a patrocinadora oficial da Federação Portuguesa de Natação (FPN), anunciou a seguradora esta quarta-feira em comunicado.

Renovada pelo terceiro ano consecutivo, a parceria incide sobre as provas nacionais de competição com início já este mês. As provas contam com a participação de cerca de 10.000 nadadores nas áreas de Natação Pura, Águas Abertas, Polo Aquático, Saltos, Natação Adaptada, Masters e Natação artística.

Segundo a seguradora, o patrocínio traduz-se na aposta estratégica da Tranquilidade no desporto. Para António José Silva, presidente da FPN, a competição conta com um “apoiado na solidez da parceria com a Tranquilidade Generali, que volta a manifestar, na renovação do seu patrocínio, o seu apoio ao futuro da Natação”.

O presidente da federação confessa que o desporto irá enfrentar obstáculos, afirmando que “a Natação portuguesa tem em 2023/24 um dos maiores desafios da sua existência, com a participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, assim como nos Mundiais e Europeus desta temporada. Os resultados de excelência, alcançados pelos seus atletas em campeonatos da Europa e do mundo, o aumento do número de filiados e a qualidade das nossas organizações, permite-nos ambicionar um nível superior para a nossa natação”, conclui António José Silva.

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DBRS sobe rating do Novobanco com perspetiva estável

  • ECO
  • 13 Dezembro 2023

Banco nota que a subida reflete a “melhoria significativa da rentabilidade e dos rácios de capital que excedeu as expectativas" da DBRS e a conclusão "bem sucedida" do processo de reestruturação.

A agência de notação financeira DBRS subiu o rating (avaliação) do risco creditício do Novobanco. De acordo com um comunicado enviado pela instituição financeira ao mercado, o rating dos depósitos a longo prazo (entre um a cinco anos) e da capacidade de o banco cumprir com as suas responsabilidades financeiras em dois níveis. Mas manteve o outlook (perspetiva) em estável.

“O Novo Banco, SA (“novobanco” ou “o Banco”), informa que a DBRS Morningstar subiu em 2 níveis o long-term deposits e o long-term issuer ratings do Novobanco para BBB (low) de BB, e para BB (high) de BB (low), respetivamente. O Intrinsic Assessment do Novobanco foi também upgraded para BB (high), com a tendência inalterada em Stable“, indica a instituição liderada por Mark Bourke, em comunicado enviado à CMVM.

O Novobanco nota que a subida do rating reflete a “melhoria significativa da rentabilidade e dos rácios de capital que excedeu as expectativas” da agência de notação financeira canadiana, “apoiada pelas taxas de juro bem como pelo bem-sucedida conclusão do processo de reestruturação, que resultou numa redução substancial no volume de ativos problemáticos”.

Por outro lado, a perspetiva estável reflete a “expectativa” de que a instituição financeira “manterá buffers de capital sólidos e uma posição de liquidez adequada, bem como consolidará as melhorias alcançadas em termos de rentabilidade recorrente e qualidade dos ativos”.

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