Teste nacional à semana de quatro dias arranca. Sim ou não?

Num dos pratos da balança os benefícios para a saúde mental e a maior capacidade de atração e retenção de talento. No outro prato, os receios de perda de produtividade e de competitividade.

Quem não gostaria de trabalhar apenas quatro dias por semana, ganhando um dia extra de descanso e mantendo o seu rendimento? Se a semana de quatro dias de trabalho veio para ficar ainda não é claro, mas teve o dom de dar impulso à discussão sobre flexibilidade, saúde mental e até produtividade. Agora é a vez de Portugal testar este modelo, num piloto promovido pelo Governo, projeto que arranca com 39 empresas, abrangendo um total de 1.000 trabalhadores. Quais as vantagens e desvantagens deste novo modelo de trabalho?

Múltiplos benefícios têm sido apontados relativamente à adoção da semana de trabalho de quatro dias, sendo que o maior equilíbrio entre a esfera privada e a profissional é o que mais pesa na balança, em prol da saúde mental e do bem-estar. Recentemente, o Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS) recomendou a concretização da semana de quatro dias de trabalho, sem perda de remuneração, para uma melhor conciliação da vida profissional e familiar, e também para uma melhor e maior capacidade retenção das novas gerações.

“O trabalho é uma área da sua vida, mas não é a área da sua vida”, afirma Tânia Gaspar, coordenadora do trabalho desenvolvido pelo LABPATS. Mas a semana de quatro dias só funciona com algumas condições, defende. “Não pode haver decréscimo salarial, ou seja, que a pessoa não fique a receber menos, e que a pessoa não tenha que fazer o trabalho de todos os dias naqueles quatro dias, senão acaba por ficar completamente sobrecarregada.”

Reconhecendo que há atividades profissionais em que a semana de quatro dias é mais fácil de aplicar do que noutras, a psicóloga acrescentou ainda que “se a pessoa tiver de fazer o mesmo número de horas [da semana] numa fábrica, por exemplo, em quatro dias, vai haver quatro dias muito pesados e isso pode levar à exaustão”.

Na experiência que arranca esta segunda-feira, e tendo em conta as últimas informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho, não haverá, perda de rendimento para os trabalhadores que beneficiarem de uma redução de horário, e também não é esperada concentração horária nos restantes dias. Haverá, sim, alguma flexibilidade no que toca à dimensão da redução horária.

No caso da Crioestaminal, Evolve e Onya Health, três das empresas que anunciaram publicamente que farão parte do piloto do Governo, a semana de quatro dias será alternada com a tradicional semana de cinco dias, o que dará uma redução das habituais 40 horas semanais para 32 horas semanais, de 15 em 15 dias.

Redução do stress, absentismo e rotatividade

Um relatório publicado no final de fevereiro por investigadores da Universidade de Cambridge, a partir do projeto-piloto de 61 empresas no Reino Unido, concluiu que trabalhar quatro dias por semana reduz o stress e mantém os níveis de produtividade.

Os investigadores sustentam que durante os seis meses em que estas organizações reduziram o horário de trabalho dos seus colaboradores em 20%, sem redução salarial, as baixas por doença diminuíram na ordem dos 65% e a rotatividade reduziu em 57%.

A investigação aponta também que 79% dos funcionários indicaram que o seu burnout (exaustão) foi reduzido e 39% disseram que os seus níveis de stress diminuíram.

Números especialmente importantes para a realidade nacional quando sabemos que, atualmente, os problemas relacionados com stress e saúde mental dos trabalhadores, resultando em absentismo, presentismo e quebras de produtividade, estão a custar às empresas portuguesas até 5,3 mil milhões de euros por ano, uma subida face aos 3,2 mil milhões estimados no ano passado, dava conta o II Relatório “Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho”, da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Mas, voltando ao Reino Unido, 61 empresas e 2.900 trabalhadores experimentaram, de junho a dezembro de 2022, este modelo de trabalho. E o piloto inglês ‘passou no teste’ com distinção.

Feito o balanço final, a maioria das empresas participantes (91%) não planeia voltar à semana de cinco dias. Só três empresas interromperam a experiência e duas ainda ponderam horários de trabalho mais curtos. As restantes encaram a experiência como bem-sucedida, tendo em conta os aumentos de receitas ou os menores níveis de burnout.

“Questionava-me se seria muito mais difícil para as empresas fazer semanas de trabalho de quatro dias e a resposta parece ser não. As organizações fizeram um excelente trabalho e estão realmente satisfeitas com ele”, comentava Juliet Schor, responsável pela investigação, à Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês), no final de fevereiro, aquando da divulgação destes dados.

A economista e socióloga indica que foram obtidos “resultados muito semelhantes” aos de testes mais pequenos de empresas nos Estados Unidos, Irlanda e Austrália.

Os trabalhadores com uma semana mais curta gostaram da experiência devido às melhorias sentidas ao nível do stress e fadiga, mas também em termos do impacto na vida pessoal. O tempo que os homens passaram a cuidar das crianças aumentou, enquanto as mulheres dizem ter beneficiado do dia extra de folga, em simultâneo com uma maior satisfação com a vida e o trabalho.

Num exemplo entre diferentes áreas, os trabalhadores dos serviços e de organizações sem fins lucrativos encontraram mais tempo para praticar exercício físico, enquanto os da construção civil sentiram maiores benefícios em termos do sono.

Nenhum dos trabalhadores que participaram disse querer abandonar o modelo e 15% garantiram que nenhuma quantia de dinheiro os motivaria a regressar à semana de cinco dias. O absentismo, por sua vez, diminuiu de dois dias por mês para 0,7. E as receitas das organizações aumentaram 35% relativamente a períodos semelhantes do ano anterior e 1,4% durante o teste.

De forma geral, as empresas classificaram a experiência, que foi coordenada pela organização sem fins lucrativos 4-Day Week Global, com um 8,5, numa escala de um a dez.

O que acontece à produtividade?

Os resultados esperançosos no Reino Unido devem ser contrastados com outras realidades, e mais próximas ainda. Em Espanha, nove em cada dez profissionais preferiam trabalhar quatro dias por semana. Contudo, um novo estudo da Hays España, divulgado pelo Expansión (acesso pago, conteúdo em espanhol), revela que apenas 5% das empresas pensou realmente em implementar a semana de trabalho reduzida. Uma percentagem que fica muito distante da vontade de 93% dos colaboradores espanhóis.

Porquê? Receios ao nível da produtividade persistem. Cerca de 70% das empresas espanholas inquiridas pela Hays admitiram que não estão preparadas para implementar este modelo de trabalho. Preocupa-lhes que comprometa a produtividade (39%) e não estarem preparadas a nível operacional (37%).

Receios partilhados pelos empresários portugueses. Um inquérito realizado junto de 1.130 empresas associadas da Associação Empresarial de Portugal (AEP) mostra que “cerca de um terço dos empresários considera que a implementação da semana dos quatro dias não será benéfica para nenhuma das partes, e outro tanto que apenas é benéfica para os trabalhadores”.

Do inquérito resulta que os mais de mil empresários inquiridos temem os impactos que a generalização da medida teria: 71% antecipam que a medida teria um impacto “negativo ou muito negativo” nos lucros, na competitividade (69%) e na produtividade (65%). As preocupações dos gestores abrangem também o aumento das queixas dos clientes (70%) e dificuldades resultantes da organização dos processos internos (70%).

Para os empresários, quem terá mais benefícios com a implementação da semana dos quatro dias, “serão seguramente os trabalhadores e não as empresas”. Cerca de um terço considera que a implementação da semana dos quatro dias “não será benéfica para nenhuma das partes” e mais de um terço considera que “apenas é benéfica para os trabalhadores”.

A esmagadora maioria das empresas (77%) concorda (parcial ou totalmente) que, em alternativa, “seria preferível uma total flexibilidade no modelo a adotar, por acordo entre o trabalhador e a empresa”.

Se olharmos para a própria preparação do piloto português que arranca hoje, vemos esses recuos. Das 90 empresas que manifestaram, inicialmente, interesse em aderir à semana de quatro dias de trabalho, apenas 46 decidiram avançar para a segunda fase do piloto e, destas, “39 empresas, distribuídas por 10 distritos” passaram a esta nova fase, informa o Ministério do Trabalho. Destas 39, um total de “12 empresas são associadas do projeto e iniciaram a semana de 4 dias no final de 2022, ou início de 2023”.

Lisboa, Porto e Braga são as principais localizações das empresas, entre as quais está um instituto de investigação, uma creche, um centro de dia, um banco de células estaminais que trabalha 7 dias, e empresas do setor social, indústria e comércio. Ao todo, o piloto arranca com cerca de mil colaboradores“, refere o Ministério. Na fase anterior, a mais de quatro dezenas de empresas abrangiam um total de 20.000 colaboradores.

Das empresas que optaram por ainda não avançar nesta fase, a maioria mantém o interesse em implementar a semana de 4 dias, mas preferiu adiar para durante o segundo semestre de 2023 ou início de 2024“, refere a mesma fonte.

“O número de inscrições no projeto piloto em Portugal assemelha-se com a realidade internacional. O projeto piloto europeu contou com 20 empresas europeias, em Inglaterra 61 empresas avançaram com a experiência e, nos Estados Unidos, o piloto arrancou com 30 empresas assim como na Nova Zelândia”, conclui.

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Betão pronto acrescenta 100 milhões ao negócio e 300 empregos

Dados da APEB revelam que o setor faturou 500 milhões e aumentou a produção em 0,5 milhões de metros cúbicos de betão. O número de trabalhadores também disparou.

A indústria do betão pronto está em crescimento há sete anos consecutivos. Entre 2021 e 2022, o setor registou um aumento na faturação de 100 milhões de euros ao passar de 400 para os 500 milhões de euros, de acordo com dados divulgados pela associação portuguesa das empresas de betão pronto (APEB).

“O setor mantém a tendência de crescimento sustentado que se verifica desde 2016, registando-se um aumento na faturação de 100 milhões de euros entre 2021 e 2022″, declara Jorge Reis, diretor-geral da APEB, citado em comunicado.

O ano passado, o número de trabalhadores diretos e indiretos também ascendeu a cerca de 2.300, em comparação com os 2.000 verificados em 2021, ao mesmo tempo, assinalou-se um aumento na produção de 0,5 milhões de metros cúbicos de betão, passando de 6,1 para 6,6 milhões.

Jorge Reis destaca ainda as inovações e tecnologias que têm vindo a ser aplicadas ao betão e o impacto que têm na redução da pegada ecológica deste material, temas que estarão em discussão esta manhã de segunda-feira no Hotel MH Peniche, onde estarão reunidos cerca de 200 profissionais do setor, dia que assinala a 5.ª edição do Dia do Betão.

De acordo com a APEB, além de aprofundar tópicos como a inovação e a tecnologia aplicadas ao betão ou a redução da pegada ecológica, o Dia do Betão tem também como objetivo promover o contacto entre as empresas do setor e as mais relevantes entidades portuguesas da construção e engenharia.

A APEB foi criada em Lisboa em 1985 e representa as principais empresas de betão pronto de Portugal, constituindo-se como uma das associações mais relevantes do setor da construção.

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FC Porto iguala recorde de 84 troféus do Benfica ao revalidar Taça de Portugal

  • Lusa
  • 4 Junho 2023

O FC Porto ganhou o 84.º troféu futebolístico do seu palmarés, ao vencer o Sporting de Braga (2-0) e conquistar a Taça de Portugal, voltando a partilhar o recorde nacional de títulos com o Benfica.

O FC Porto arrebatou o 84º troféu futebolístico do seu palmarés, ao superiorizar-se ao Sporting de Braga (2-0) e conquistar a Taça de Portugal pela 19.ª vez, voltando a partilhar o recorde nacional de títulos com o Benfica.

No Estádio Nacional, em Oeiras, um autogolo de André Horta (53 minutos) e um tento de Otávio (81) decidiram a final da 83.ª edição da prova, que os ‘dragões’ já tinham vencido por duas ocasiões nas últimas três épocas, ambas sob orientação de Sérgio Conceição.

O FC Porto encerrou a época com três troféus, na sequência da 23.ª Supertaça Cândido de Oliveira e de uma inédita Taça da Liga, e chegou às 84 conquistas do Benfica, que se isolara temporariamente há uma semana, ao alcançar o 38.º cetro de campeão nacional.

Nesta contagem ‘cega’, que põe no mesmo patamar uma prova internacional e uma taça interna, a luta é a dois, já que o Sporting, que até tinha juntado a revalidação da Taça da Liga à vitória na Supertaça em 2021/22, está num distante terceiro posto, com 54 êxitos.

O FC Porto colocou-se no final da última época a dois troféus do Benfica, ao arrebatar o seu 30.º campeonato, com um recorde de 91 pontos, e a 18.ª Taça de Portugal, com um triunfo na final sobre o Tondela, então recém-despromovido à II Liga, por 3-1, no Jamor.

A nona ‘dobradinha’ do clube materializou-se em maio de 2022 e daria origem ao sétimo ‘triplete’ dois meses depois, na abertura da nova temporada, com nova vitória da equipa comandada por Sérgio Conceição diante dos ‘beirões’ na Supertaça, por 3-0, em Aveiro.

Os ‘dragões’ viriam mesmo a alcançar o Benfica no ‘ranking’ absoluto de conquistas em janeiro de 2023, ao derrotar o então bicampeão em título Sporting, por 2-0, em Leiria, na final da 16.ª edição da Taça da Liga, passando a deter em simultâneo os quatro troféus nacionais até ao final de maio, quando o Benfica travou um ‘jejum’ de mais de três anos.

Nas provas nacionais, o FC Porto soma ainda quatro triunfos no extinto Campeonato de Portugal, prova antecessora da Taça de Portugal, que se realizou de 1921/22 a 1937/38.

Os ‘azuis e brancos’ são o clube português mais galardoado no futebol internacional, ao ostentarem sete cetros – Taça dos Campeões Europeus (1986/87), Liga dos Campeões (2003/04), Taça UEFA (2002/03), Liga Europa (2010/11), Taça Intercontinental (1987 e 2004) e Supertaça Europeia (1987/88) -, contra dois dos ‘encarnados’ e um dos ‘leões’.

FC Porto e Benfica estão agora empatados na liderança do somatório global de troféus, que os ‘dragões’ já tinham comandado anteriormente, chegando a ter quatro de avanço sobre as ‘águias’ (74-69) após a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, em 2013.

O clube da Luz reassumiria a dianteira (81-74) com um parcial de 12-0 nos quatro anos posteriores, que se saldaram na concretização de um inédito ‘tetracampeonato’, ladeado por outras três edições da Supertaça, três da Taça da Liga e duas da Taça de Portugal.

O FC Porto voltou a festejar em 2017/18, evitando logo na primeira das seis temporadas sob orientação de Sérgio Conceição o ‘penta’ ao Benfica, que reagiu com a ‘reconquista’ da I Liga em 2018/19, numa época em os ‘dragões’ se ficaram pelo triunfo na Supertaça.

As ‘águias’ também venceram essa decisão tradicionalmente disputada entre o campeão nacional e o vencedor da Taça de Portugal no verão de 2019, antes de partirem para um largo período em ‘branco’, no qual o FC Porto comemorou duas ‘dobradinhas’ (2019/20 e 2021/22) e juntou outro êxito na prova ‘rainha’, dois na Supertaça e um na Taça da Liga.


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Swiss Life não abre mão do seguro profissional completo

  • ECO Seguros
  • 4 Junho 2023

A maior seguradora de vida da Suíça continua a descrever o seguro global como um pilar estratégico. Mas "os números indicam estagnação", escrevem publicações locais.

A Swiss Life gerou receitas de prémios no valor de 7.949 milhões de francos suíços em seguros de grupo no último ano fiscal – ligeiramente mais do que em 2021, como o líder da indústria suíça informou nesta terça-feira como parte da sua declaração operacional em seguros de subsídios profissionais, a BVG.

O número de contratos aumentou 1%, para 48 956, enquanto o número de segurados diminuiu ligeiramente para 510 693. O resultado operacional aumentou de 124 milhões de francos suíços no ano anterior para 138 milhões de francos suíços.

Apostar nas soluções

Publicações suíças escrevem que o panorama é de estagnação. No entanto, contrariamente a alguns dos seus concorrentes, a Swiss Life mantém-se fiel ao seguro BVG completo, principalmente para as empresas, e descreveu-o na terça-feira como a pedra angular estratégica da empresa, juntamente com soluções de resseguro semi-autónomo e de risco e serviços para fundos de pensões.

Ao mesmo tempo, o segmento semi-autónomo mais jovem está a crescer a um ritmo acelerado: os ativos sob gestão no segmento semi-autónomo aumentaram de 5,6 para 6,2 mil milhões de francos suíços em comparação com o ano anterior. Na atividade de soluções individuais de reforma, por exemplo, para gestores, o número de beneficiários aumentou até 70%.

A previdência profissional, BVG, de acordo com a lei suíça, engloba o seguro por idade, por falecimento e de invalidez/incapacidade no trabalho. Somente trabalhadores ativos podem ter uma previdência profissional. Os benefícios do BVG devem contribuir para que o pensionista/reformado consiga manter o padrão de vida ao qual está acostumado.

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Grupo Fidelidade aposta em força no voluntariado

  • ECO Seguros
  • 4 Junho 2023

O Programa de Voluntariado do Grupo Fidelidade contou com a participação de 216 colaboradores, 1857 horas de voluntariado, num total de 19 ações. CEO, Clientes e fornecedores participaram.

O Grupo Fidelidade juntou cerca de 100 colaboradores de várias empresas do Grupo numa ação de voluntariado com o objetivo de melhorar as instalações da Academia Semear.

Em 2022, o Programa de Voluntariado do Grupo Fidelidade contou com a participação de 216 colaboradores que, juntos, fizeram 1857 horas de voluntariado, no total de 19 ações. 2023 trouxe, também, uma novidade, com os clientes e fornecedores a participar nas ações de voluntariado. “O Grupo Fidelidade assume o compromisso para a promoção de uma cultura empresarial participativa, com vista a contribuir para o desenvolvimento social, ambiental e económico da comunidade em que o Grupo está inserido e para a promoção da coesão e entreajuda”, declaram, em comunicado.

Miguel Vilaça, Corporate Social Responsability da Fidelidade, afirma: “Esta ação
ilustra o compromisso da Fidelidade em fortalecer o setor social, neste caso
junto de uma instituição que tem desenvolvido um trabalho fantástico junto da
comunidade”.

Inserida numa parceria estreita e duradoura entre a Fidelidade e o Semear,
esta ação de voluntariado contou com a presença do CEO da Fidelidade,
Rogério Campos Henriques, que visitou as instalações da Academia Semear e
participou nos trabalhos de requalificação do espaço, nomeadamente na
plantação dos jardins na área envolvente.

Duas vezes vencedora do Prémio Fidelidade Comunidade, a Semear é uma associação dedicada à capacitação social e pessoal de pessoas com dificuldade de desenvolvimento intelectual, pretendendo responder ao desafio da empregabilidade nesta área em particular, através da promoção da capacitação e formação adequada para a integração sócio profissional, plena inclusão e a melhoria da qualidade de vida em todas as dimensões do ser humano.

Para a melhoria das instalações da Academia Semear, o Grupo Fidelidade
contou com a colaboração da CARES, empresa do Grupo dedicada à prestação de serviços de reparação, restauro, montagem e melhoramento em imóveis e respetivos recheios, na qual é líder de mercado.

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O que faz agentes e corretores gostarem de uma seguradora

Revelamos as três primeiras seguradoras nas quatro categorias premiadas pela APROSE e perguntámos a 6 agentes e corretores de seguros o que mais querem de uma companhia.

Especialistas do mercado explicam o que pretendem de uma seguradora: Luís Teixeira da F.Rego, Gonçalo Baptista da Innovarisk, Diogo Oliveira da SegUp, Ezequiel Silva da Seguramos, Luís Tavares da DS Seguros e um conjunto de profissionais da MDS.

Foram premiadas através de votação secreta, um voto por cada membro da APROSE, associação portuguesa de mediadores de seguros (agentes e corretores), as melhores seguradoras em Portugal neste ano de 2023. Os vencedores nas quatro categorias, Real Vida, Fidelidade e Tranquilidade já eram conhecidas, mas o top 3, agora revelado, junta Ageas, Zurich e Caravela ao grupo das eleitas.

Para compreender por que foram premiadas estas seguradoras, e a soma dos votos das 3 primeiras indica que muitas outras foram votadas, ECOseguros inquiriu seis mediadoras de todas as dimensões e diversas regiões. Os contributos chegaram de um conjunto de profissionais da MDS, de Gonçalo Baptista da Innovarisk, Diogo Oliveira da SegUp, Luís Teixeira da F.Rego, Luís Tavares da DS Seguros e Ezequiel Silva da Seguramos.

DS Seguros: oferta diversa, aceitação de riscos, apoio, comissões e gestão de sinistros

Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional DS Seguros, explica que a rede trabalha com cerca de 15 seguradoras. A seguradora que tem uma maior quota de mercado tem apenas cerca de 20%, as 3 seguradoras seguintes têm de 10% a 15% de quota cada, e as 5 seguradoras seguintes têm de 5% a 10% de quota cada, pelo que “temos a produção significativamente bem distribuída nas principais seguradoras do mercado”, diz.

Na sua opinião, os motivos que levam mediadores a gostar de seguradoras são a diversidade de oferta de seguros nas várias áreas, a capacidade para aceitação de riscos e fazer seguros, o sistema informático mais desenvolvido e “amigável” para o agente e corretor de seguros, a estrutura de apoio aos mediadores e o comissionamento pago pela seguradora. Para além destes fatores decisivos para um mediador ou corretor eleger a seguradora que entende dar as melhores condições, destaca como muito importante a gestão de sinistros.

Considera que, de uma forma geral, todas as seguradoras a operar em Portugal, “têm uma boa operativa e bons seguros” mas afirma que há de facto “mais especialização em alguns ramos e áreas, pois num mercado de pequeníssima dimensão como o Português, é muito difícil uma seguradora ser a mais competitiva em todos os ramos e soluções, sendo que algumas seguradoras de menor dimensão, tendo em conta esta limitação, optam até por estar presente e apresentar soluções para parte dos riscos e não para todos”.

Em relação a esta votação dos membros da APROSE, nota que “o universo de agentes ou corretores a trabalhar com a Tranquilidade ou Fidelidade é muito superior aos que trabalham com seguradoras de menor dimensão”, logo como o número de votos é absoluto e não relativo, desnivela logo o resultado, conclui.

MDS: Flexibilidade, solidez, conhecimento sobre os distribuidores, digitalização

A MDS, que enquanto grupo é o líder na distribuição em Portugal, respondeu enquanto empresa a este inquérito lançado por ECOseguros, destacando logo de início que “os corretores valorizam Seguradores com boa reputação e solidez financeira e que é importante confiar na capacidade dos seguradores em cumprirem as suas obrigações, nomeadamente na regularização e pagamento de sinistros”.

As soluções seguradoras, produtos diferenciadores e opções flexíveis, “são reconhecidos e apreciados pelos corretores, bem como os Seguradores que oferecem uma variedade de produtos de seguros com coberturas abrangentes e inovadoras, mas, principalmente, que tenham disponibilidade para ajustar a sua oferta às necessidades de mercado”.

A MDS considera fundamental que as companhias “tenham flexibilidade na construção de soluções customizadas à medida dos interesses e necessidades dos Clientes através do diálogo construtivo com os decisores, acrescentando que “a consistência nas políticas de subscrição é uma das características que os corretores mais valorizam nos Seguradores”.

Quanto à agilidade e eficiência no atendimento e serviço pós venda, os corretores, segundo a MDS, dão naturalmente preferência a Seguradores que tenham “celeridade e transparência nas respostas, que proporcionem um acesso direto à subscrição, para uma maior partilha de informação técnica, tais como apetites de risco ou politicas de subscrição, que desenvolvam um processo ágil e eficiente ao nível da emissão das apólices e gestão de sinistros”, segundo a corretora, “são estes os aspetos que mais contribuem para uma experiência mais positiva por parte do Cliente”. Lembram ainda o acesso online, com informação atualizada de sinistros e históricos de sinistralidade.

A MDS considera ser muito importante “os seguradores investirem no conhecimento das competências e estrutura organizativa dos corretores”, revelando que “aqueles seguradores que fazem esta aposta no conhecimento dos corretores e que valorizam relacionamentos e parcerias de longo prazo são naturalmente valorizados por parte dos corretores”. Neste domínio, a MDS destaca um outro aspeto muito importante para os corretores: a atribuição de comerciais e gestores dedicados ao corretor nas áreas comerciais, subscrição e de suporte.

Seguradoras que investem em inovação e tecnologia são vistas de forma positiva pelos corretores, afirma a MDS, o que inclui a disponibilidade de ferramentas digitais como portais e apps, processos automatizados e webservices que ajudam a criar eficiência no âmbito de atuação do corretor”.

Quanto a preços, a MDS conclui que os corretores valorizam seguradores que apresentam um binómio preço/cobertura equilibrado e competitivo porque só preços competitivos e ajustados ao risco permitem oferecer aos clientes opções interessantes e competitivas.

F.Rego: qualidade da informação, operadores em nichos de mercado, digitalização

Luís Teixeira, Diretor-Geral da Unidade de Negócios do Porto da F. REGO, corretora que está no top 10 em Portugal, valoriza a notoriedade e reputação das seguradoras mas distingue retalho de clientes corporate em que se deve juntar capacidade para aceitação do risco e pós-venda, nomeadamente acompanhamento na monitorização da evolução do risco, assim como de “atuação” conjunta com o broker e cliente para a sua melhoria.

Considera importante uma comunicação fácil e disponível, “sendo igualmente fundamental o conhecimento dos interlocutores, em particular em respostas para o segmento corporate, afirma.

Como muito relevante, adianta as especializações em certos riscos “o que se demonstra pelo crescimento dos operadores de nicho em algumas áreas”, diz, acrescentando que “a este nível, as ditas generalistas caminham também para um processo de maior especialização, não sendo ainda transversal ao mercado”.

Já considera como fundamental a celeridade na resposta das seguradoras a consultas, “assim como a precisão da informação, quando nos deparamos com respostas menos positivas. A qualidade e a celeridade não devem estar dissociadas”. O líder reforça que tem de existir capacidade técnica para conhecimento do pretendido pelo distribuidor, para beneficiar a negociação.

Luís Teixeira liga a Burocracia simplificada à digitalização no lado do distribuidor que “não sendo uma obrigação ou imposição, todos os caminhos apontam nesse sentido”, explicando que “o aumento da exigência documental, que é uma realidade, tenderá a ser compensada pelos processos de digitalização, que tendem a facilitar o tratamento burocrático, por vezes legalmente inevitável”.

Em relação a condições comerciais e a valor de prémios, o profissional da F.REGO destaca o preço como sempre importante, mas destaca que “devido a existir cada vez menores diferenças entre operadores, tem perdido relevância, em prol da cobertura e pós-venda”. Também salienta que as companhias estão com wordings nas suas apólices cada vez mais próximas e que está a aumentar a clareza quanto a âmbito de exclusões e coberturas: “a documentação tende a ser cada vez mais amigável do tomador”.

Quanto às premiadas pela APROSE, nota que “o ranking apresentado tem algumas parecenças com o próprio ranking de mercado e deverá ser destacada a relevância, em prol da resposta e serviço ao cliente, das seguradoras de nicho a operar diretamente, assim como de outros operadores de dimensão global a operar em Portugal em LPS (livre prestação de serviços)”, termina.

Innovarisk: boa reputação nos distribuidores, capacidade financeira, transparência

Gonçalo Baptista, diretor geral da Innovarisk, considera a sua empresa como um completo outlier nesta avaliação. “Não trabalhamos com nenhuma das seguradoras que foi votada, até somos concorrentes dessas Seguradoras e o que nos leva a trabalhar com algumas companhias são motivos diferentes e, portanto, as nossas preocupações são bastantes diferentes. A Innovarisk é considerada uma MGA (managing general agent), ou agência de subscrição. Representa a seguradora Hiscox em Portugal, mas desenvolve o seu negócio com mediadores.

No entanto, considera mais importante numa seguradora a reputação não tanto dos clientes finais, mas junto dos distribuidores, sendo para isso necessárias respostas atempadas das companhias para poder prestar um serviço especializado.

“Como nos relacionamos com grandes grupos, essa reputação é natural e automática”, afirma, acrescentando que a regularização de sinistros é “importantíssima para nós, sendo que uma parte considerável da nossa imagem é a transparência na regularização dos sinistros”.

Outro aspeto que Gonçalo Baptista salienta é a capacidade financeira porque “o espaço dos grupos financeiros cá, para além da especialização, é precisamente a capacidade de aceitar riscos nos quais as seguradoras portuguesas, bastante mais pequenas, não estão confortáveis”. Trabalhando com seguradoras internacionais, Gonçalo Baptista considera que é fundamental que tragam ao mercado português diversidade de oferta de coberturas e especializações, se não o seu impacto em Portugal será “reduzido”.

Seguramos: parceiros (ou não) para vantagens competitivas e retenção de clientes

Ezequiel Silva, diretor geral da corretora Seguramos, uma empresa quase no Top 10 nacional, considera relevante para o negócio a notoriedade e a reputação das seguradoras junto dos clientes finais. “Não obstante o papel que o corretor representa na relação e na ligação com o cliente, a notoriedade e reputação das seguradoras é fundamental para ajudar a conquistar a confiança dos clientes, oferecer uma experiência positiva e transmitir solidez e estabilidade financeira”, afirma Ezequiel Silva afirmando que “pode influenciar a escolha do cliente e, indo mais além, gerar recomendações positivas”.

Quanto a diversidade de oferta de coberturas, considera que “com um mercado em constante evolução, com surgimento de novos riscos, ter uma diversidade de coberturas é um fator extremamente relevante, na medida em que permite responder a necessidades especificas, podendo com isso ajudar-nos a atrair clientes que procurem ou pretendam uma proteção mais ampla ou especifica, diferenciando-nos e posicionando-nos como opção face a concorrentes”, diz.

Explica que uma seguradora especializada em riscos determinados “aporta benefícios interessantes”, nomeadamente um conhecimento mais aprofundado e avaliação de riscos mais precisa, o que geralmente se “traduz numa vantagem competitiva face aos nossos concorrentes, concretamente os mais generalistas”, afirma.

Conseguir uma boa e rápida resposta a pedido de cotações e a variações desse pedido “é fundamental para a satisfação e fidelização dos clientes. Agir rapidamente é a melhor forma de responder a uma oportunidade de negócio e demonstra profissionalismo e capacidade de ação”.

Pelo contrário, diz que “a demora na resposta a um pedido de cotação ou variações sobre o mesmo pode levar irremediavelmente à perda de um cliente para um concorrente, além de deixar uma péssima imagem sobre a qualidade de serviço, que pode inclusive ser percecionado pelo cliente como desinteresse ou falta de capacidade ou expertise para o risco”, alerta.

Uma ferramenta para ultrapassar dificuldades a este nível é, segundo Ezequiel Silva, “utilizar a tecnologia à disposição e investir em processos eficazes e sistemas ágeis. Quem não o fizer não terá condições para continuar num mercado que tem evoluído muito a esse nível”, refere.

Ezequiel Silva acredita que há muito caminho a percorrer quanto a clareza no âmbito de exclusões e coberturas por parte das companhias, no sentido de reduzir ao máximo as linhas cinzentas, mais evidentes em alguns tipos de produtos. Afirma que “a transparência e clareza facilitam a compreensão por parte dos clientes e ajudam na tomada de decisões no momento de contratar, e na própria gestão do risco por parte do cliente. No momento da verdade, quando ocorre o sinistro, evitam mal entendidos e permitem uma melhor gestão de expectativas”.

Nota que, nos últimos anos, é evidente o investimento das seguradoras numa comunicação fácil e disponível: “a presença omnicanal e a necessidade de alcançar um leque cada vez mais abrangente de clientes obriga também as seguradoras a desenvolver e disponibilizar canais de comunicação fáceis, simples, que ofereçam agilidade no atendimento e na capacidade de resposta, fortalecendo o relacionamento”.

Já no relacionamento com os corretores, as companhias conseguem, adicionalmente, obter feedbacks em tempo real que permitem ajustar e melhorar continuamente os seus processos internos. Diz que “há ferramentas disponibilizadas por seguradoras que evoluíram integralmente com os inputs dos agentes”.

Aspeto fundamental, se não o mais importante para o diretor geral da Seguramos, é uma boa resposta em gestão de sinistros. “Em primeiro lugar, porque num momento geralmente difícil para o segurado a seguradora revela compromisso em cumprir com as obrigações contratuais”. Acrescenta que “a eficiência e rapidez na gestão dos sinistros é o que permite garantir a satisfação dos clientes, manter e preservar a reputação da seguradora, ajudando a construir uma imagem positiva, fatores também fundamentais para a retenção e fidelização dos clientes.

As seguradoras, agindo de forma ágil e diligente, “cumprem também com prazos estabelecidos, conseguem reduzir custos, na medida em que evitam prolongamento desnecessário de processos, além de ajudar na deteção de fraudes evitando pagamentos e indemnizações indevidas”, conclui.

SegUp: uma nova geração de consumidores, compromisso, consolidação no setor

Diogo Oliveira, diretor comercial da SegUp, mediadora de Braga que está no Top 100 ECOseguros das maiores agentes em Portugal, considera que é “cada vez mais vital para os canais de distribuição de seguros terem à sua disposição soluções de proteção ajustadas às reais necessidades do mercado e dos seus clientes” e que a “notoriedade, adaptabilidade, especialização, fluidez de comunicação e circuitos serão a base de sucesso dos seguradores junto dos seus distribuidores”.

Também refere a digitalização como uma importante alavanca no sucesso relacional entre segurador e distribuidor. Segundo o profissional, “vivemos uma grande transformação no setor Segurador. Por um lado, a nova geração e tendência de consumo. Por outro, a consolidação do mercado da distribuição de seguros obrigará cada vez mais a uma maior profissionalização e especialização dos vários distribuidores, assim como a capacitação dos seus recursos humanos e tecnológicos”.

Compromisso é a palavra-chave para o sucesso de uma forte relação Segurador – Distribuidor, diz Diogo Oliveira, “reconhecemos aos nossos principais parceiros de negócio os mesmos níveis de compromisso que temos para com os nossos clientes finais”.

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Unespa apresenta novo secretário-geral

  • ECO Seguros
  • 4 Junho 2023

A associação de seguradores espanhola Unespa elegeu Luis Miguel Ávalos secretário-geral da organização, em substituição de Mirenchu del Valle, recentemente promovida a presidente.

Luis Miguel Ávalos Muñoz foi nomeado, na sexta-feira, secretário-geral da Unespa, Associação Espanhola de Seguradores, pelo Comité Executivo da organização. Ocupa o lugar deixado pela promoção de Mirenchu del Valle Schaan à presidência da associação.

Luis Miguel Ávalos é o novo secretário geral da Associação Espanhola de Seguradores, Unespa.

Ávalos é licenciado em Direito pela Universidad Complutense de Madrid (UCM) e tem duas pós-graduações pela Escuela de Práctica Jurídica: um mestrado em Direito Fiscal e outro em Consultoria Empresarial.

Entre 1984 e 1996, Luis Miguel Ávalos foi diretor da Confederação Espanhola de Mutualidades. Também fez parte da equipa da consultora William Mercer como responsável pela Consultoria Jurídica.

Desde 1999 até à atualidade, é diretor da Área de Seguros Pessoais da Unespa. Foi responsável por todos os aspetos relacionados com os seguros de vida, saúde e morte, mútuas e sociedades mutualistas, bem como pelo acompanhamento da regulamentação fiscal e da área administrativa da Unespa.

Luis Ávalos assume agora o cargo de secretário-geral da Unespa e reportará diretamente à Presidência. Como novo secretário-geral, será responsável pela coordenação de todo o trabalho desenvolvido pela associação, bem como pela execução do plano de ação da Unespa e dos acordos dos seus órgãos diretivos. Representará o setor dos seguros em diferentes organismos, tanto nacionais como internacionais.

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Ministro da Administração Interna diz respeitar protestos das polícias na JMJ mas acredita no seu patriotismo

  • Lusa
  • 4 Junho 2023

O ministro da Administração Interna afirmou respeitar os protestos admitidos pelas forças de segurança durante a JMJ, mas acredita que estas não deixarão ficar mal o país.

O ministro da Administração Interna afirmou hoje respeitar os protestos admitidos pelas forças de segurança durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), mas acredita que estas não deixarão ficar mal o país.

“Quero dizer que tenho das forças de segurança, da PSP e da GNR, o exemplo de grande patriotismo, são mesmo patriotas, e os nossos polícias e os nossos guardas não deixarão ficar mal o país, isso é aquilo que eu sei de fonte segura”, afirmou hoje José Luís Carneiro em Guimarães, no distrito de Braga, em declarações à RTP.

O governante mostrou-se tranquilo, referindo que os sindicatos aproveitam estes momentos para chamar a atenção para assuntos que os preocupam.

Os chefes da Polícia de Segurança Pública (PSP) ponderam uma “paragem de atividade” durante a JMJ caso a tutela não responda às suas reivindicações, disse à Lusa, no sábado, o presidente do sindicato que os representa.

Anteriormente, já as organizações representativas das forças de segurança haviam anunciado “ações de luta fora do normal” durante a JMJ para pressionar o Governo a aceitar as reivindicações feitas, nomeadamente aumento de vencimentos, descontos para subsistemas de saúde e condições de serviço.

José Luís Carneiro avançou que “muito em breve” a secretária de Estado da Administração Interna voltará a reunir-se com todos os sindicatos para prosseguir o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em algumas áreas. “Há um esforço que tem vindo a ser feito, mas sabemos que há aspetos ainda a melhorar porque alguns casos são assuntos com 12, 15, 20 e até 30 anos e não é possível resolvê-los todos de uma vez só”, sublinhou.

Sobre as reivindicações de sindicatos e associações dos profissionais das forças de segurança, o governante respondeu que estes terão um aumento nos vencimentos e que estão a ser feitos investimentos, por exemplo, no alojamento. De acordo com o ministro, a Direção Nacional da PSP irá garantir tudo o que será essencial para que os polícias que irão estar na JMJ, que decorre em agosto, em Lisboa, possam contribuir para um “momento alto” no país.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a edição deste ano da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

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Final da Taça de Portugal: diferença de milhões em jogo no Jamor

FC Porto e SC Braga disputam este domingo a final da Taça de Portugal. Plantel portista vale mais do dobro dos minhotos, mas a diferença de milhões pode não ser decisiva na final do Jamor.

FC Porto e SC Braga vão este domingo a jogo no estádio do Jamor para disputar a 83.ª edição da final da Taça de Portugal. O FC Porto tem 18 taças no museu enquanto os bracarenses conquistaram três, uma delas precisamente frente aos “dragões” na época 2015/16 após grandes penalidades.

Ricardo Horta e Otávio, referências maiores de Braga e FC Porto, sobem hoje ao relvado do Jamor.Lídia Leão

O encontro coloca frente a frente dois dos mais valiosos plantéis a jogar em Portugal. Segundo o Transfermarkt, site especializado em estatística e valores de mercado da indústria do futebol, o plantel do FC Porto está avaliado em 279,3 milhões de euros, mais do dobro do valor do plantel do SC Braga, que ronda os 112 milhões de euros.

O guarda-redes Diogo Costa – que poderá nem ir a jogo porque Cláudio Ramos tem sido o titular nos jogos da taça – é o jogador mais caro dos “dragões”. Segundo o Transfermarkt, o passe do jogador está avaliado em 45 milhões de euros, valor que não assusta algumas das grandes equipas europeias.

As boas exibições do guarda-redes do FC Porto nesta época fazem dele um alvo apetecível no mercado de transferências que se aproxima. Otávio (30 milhões de euros) e Pepê (22 milhões de euros) seguem-se no top três dos jogadores mais caros do plantel portista.

No SC Braga, Ricardo Horta (20 milhões de euros) e Al-Musrati (16 milhões de euros) são os jogadores mais caros do plantel minhoto. A grande influência que ambos têm tido no processo de jogo bracarense tem alimentado rumores de transferência para clubes de maior dimensão durante os períodos de transferência mais recentes.

Um pouco mais longe destes valores está Abel Ruiz. O avançado tem um valor de mercado estimado em 8 milhões de euros e completa o top três dos jogadores mais valiosos do plantel.

Não é certo que a diferença de valor dos plantéis possa ser decisiva num jogo tão especial e único como a final da Taça de Portugal. Nas partidas desta época a contar para a Liga Portugal Bwin, o FC Porto venceu 4-1 no estádio do Dragão na 8.ª jornada. Na 25.ª jornada, o jogo terminou com um empate a zero no Municipal de Braga. Este domingo, às 17h15 há novo duelo.

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Número de portugueses parados nas fronteiras britânicas disparou após o Brexit

  • Lusa
  • 4 Junho 2023

Desde o início do novo sistema de imigração no Reino Unido pós-Brexit, em 2021, já foram parados nas fronteiras britânicas mais de 1.000 portugueses para interrogatório, mostram dados oficiais.  

Desde o início do novo sistema de imigração no Reino Unido pós-Brexit, em 2021, já foram parados nas fronteiras britânicas mais de 1.000 portugueses para interrogatório, mostram dados oficiais.

Estatísticas do Ministério do Interior britânico indicam que em 2021 foram intercetados 494 portugueses e nos primeiros nove meses de 2022 o número já ascendia aos 570. Estes valores são dez vezes ou mais superiores aos 52 registados em 2018, 51 em 2019 e 35 em 2020, antes de a saída do Reino Unido da União Europeia se tornar efetiva.

As estatísticas mostram um aumento deste tipo de situações em geral com cidadãos europeus desde 2021, embora a proporção varie conforme as nacionalidades. De acordo com o Ministério do Interior britânico, os passageiros intercetados na fronteira podem ser retidos temporariamente até 24 horas para interrogatório e averiguações de os funcionários suspeitarem que poderão violar as regras, como procurar trabalho sem visto.

O cônsul-geral de Portugal em Londres, Luis Leandro da Silva, não foi informado sobre tentativas de imigração irregular, mas admitiu que muitas destas situações podem estar relacionadas com falta de informação.

“Sendo um sistema [de imigração] ainda muito recente, é normal que haja um certo desconhecimento do mesmo, sobretudo entre os cidadãos de origem europeia que pretendem vir para o Reino Unido e estão a adaptar-se à nova realidade do pós-Brexit e à necessidade de vistos para aqueles que desejam aqui trabalhar, residir ou estudar”, afirmou à Lusa.

O Governo britânico realizou uma campanha de informação dos europeus sobre o sistema de imigração baseado em pontos do Reino Unido, com material traduzido em todas as línguas dos 27 Estados membros da União Europeia (UE), incluindo em português. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal também alertou no seu portal sobre o novo regime de imigração britânico.

Após a saída do Reino Unido da UE, os europeus que queiram estudar ou trabalhar naquele país precisam de um visto, dependendo a atribuição do preenchimento de determinados requisitos. As condições incluem uma oferta de emprego ou um lugar numa universidade, salário mínimo de 25.600 libras (29.900 no câmbio atual) e conhecimentos da língua inglesa. As visitas a amigos ou família, turismo ou em trabalho podem prolongar-se até seis meses e não estão sujeitas a visto prévio.

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Costa assina em Luanda um novo programa de cooperação e reforça linha de crédito

  • Lusa
  • 4 Junho 2023

O primeiro-ministro inicia na segunda-feira uma visita a Angola, durante a qual serão assinados mais de uma dezena de acordos de cooperação bilateral.

O primeiro-ministro inicia na segunda-feira uma visita a Angola, durante a qual serão assinados mais de uma dezena de acordos de cooperação bilateral, incluindo um novo programa de cooperação estratégica e um reforço da linha de crédito.

Nesta sua segunda visita oficial a Angola — a primeira foi em 2018 –, que terminará na terça-feira, António Costa estará acompanhado pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Economia, António Costa Silva, da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André.

Pouco depois de chegar a Luanda na manhã de segunda-feira, o primeiro-ministro português é recebido pelo Presidente de Angola, João Lourenço.

Segundo o executivo de Lisboa, após a reunião a sós entre o chefe de Estado angolano e António Costa, está prevista a assinatura “de mais de uma dezena de instrumentos de cooperação bilateral, dos quais se destacam o Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2023-2027, um reforço da linha de crédito Portugal-Angola de 1,5 para dois mil milhões de euros, e o memorando de entendimento entre a administração dos portos de Sines e do Algarve e a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande.

Em relação a este memorando, pretende-se criar “um corredor logístico verde e digital entre os portos, fortalecendo as cadeias de abastecimento e de reservas estratégicas, particularmente no setor agrícola e alimentar”.

Entre a dezena de acordos, que serão assinados numa cerimónia presidida por João Lourenço de António Costa, o executivo português salienta que o PEC 2023-27 é o documento que enquadrará toda a cooperação bilateral entre Portugal e Angola para os próximos cinco anos.

“O novo PEC reforçará o envelope financeiro do período anterior” e “deverá continuar a privilegiar áreas como a educação, a saúde, a justiça e a segurança, avançando também com a promoção da cooperação em novas áreas como o turismo, a modernização administrativa, a cooperação com o setor privado, e a qualificação do capital humano”, refere uma nota do Governo português.

Ainda de acordo com a mesma nota, o último PEC 2018-2022, com um envelope financeiro de 535 milhões de euros, teve uma taxa de execução global de 122%.

O Governo português realça ainda a importância de um acordo fechado pelo ministro das Finanças para o reforço da linha de crédito entre os dois países e que foi elogiado pelo Presidente de Angola na recente entrevista que concedeu à Agência Lusa e ao jornal Expresso.

Com o alargamento da linha de crédito para dois mil milhões de euros considera-se pela parte nacional que se trata de um passo crucial no sentido de “dar músculo financeiro às empresas portuguesas, em particular face à concorrência estrangeira”. Os acordos bilaterais vão ainda abranger as áreas da economia, do ensino superior, infraestruturas, comunicação social e defesa.

Nesta visita, o primeiro-ministro deverá acentuar o objetivo de contribuir para a diversificação da economia angolana — uma prioridade definida pelas autoridades de Luanda – com aposta em novas áreas como a água e energia, engenharia e construção, agroindústria, turismo, indústria farmacêutica, educação ou têxtil.

“Estão previstos contactos com representantes de mais de uma centena de empresas portuguesas, provenientes dos setores das infraestruturas e construção, da banca, do setor financeiro, do retalho, da energia, do agroalimentar, da tecnologia e comunicações e dos serviços. Esta visita foi antecedida pela realização de um Fórum Económico Portugal-Angola 2023, no Porto, em 17 de maio passado”, acrescenta o executivo de Lisboa.

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Ensaios clínicos batem recorde em Portugal, mas farmacêuticas queixam-se de burocracia e falta de previsibilidade

Foram submetidos 232 pedidos de autorização para ensaios clínicos durante o ano passado. Infarmed sinaliza ao ECO que os números do primeiro trimestre de 2023 estão em linha com os de 2022.

Portugal recebe cada vez mais ensaios clínicos. O número de pedidos de autorização bateu um recorde em 2022, num total de 232, e a tendência tem sido de crescimento. Apesar de perspetivar que o mercado dos ensaios clínicos continue a crescer na próxima década, o diretor-geral do Health Cluster Portugal defende ao ECO que há alguns obstáculos ao desenvolvimento desta área, nomeadamente a falta de autonomia dos centros de investigação clínica. Burocracia e falta de previsibilidade são outros dos desafios mencionados pelo setor.

Segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo Infarmed, foram submetidos 232 pedidos de autorização para ensaios clínicos no ano passado, o que se traduz numa subida de 31% face a 2021. Entre estes, foram aprovados 152, “praticamente em linha com o melhor ano de sempre, que foi em 2020, com 155 ensaios clínicos”, salienta ao ECO fonte oficial do Infarmed. Para este ano, os dados ainda estão a ser ultimados, mas “estão em linha com o período homólogo de 2022”.

o tempo médio de decisão atingiu os 87 dias, sendo o maior número registado até agora, segundo a série estatística. “As principais áreas mantêm-se em linha com o ano anterior, com destaque para os ensaios clínicos com fármacos imunomodeladores, nomeadamente em oncologia, seguindo-se a área de neurologia, sistema cardiovascular e sistema respiratório”, indica ainda o Infarmed.

Fonte: Infarmed

Joaquim Cunha, diretor-geral do Health Cluster Portugal, uma associação privada sem fins lucrativos, também salienta que “o número de ensaios e o mercado dos ensaios clínicos tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos, e prevê-se que continue a crescer na próxima década”. “Cada região, cada país, deverá desenvolver esforços no sentido de se tornar competitivo e angariar estes ensaios, que irão continuar a ser desenvolvidos de qualquer forma, mas por quem estiver mais bem posicionado para responder às exigências dos promotores”, defende.

Além dos ganhos que advêm de possibilitar o “acesso da população a terapias inovadoras sem custos e em tempos mais reduzidos”, existe também um “impacto económico muito significativo não só diretamente para as unidades hospitalares envolvidas, como na atratividade ao investimento direto estrangeiro”, destaca. Segundo um estudo da PwC de 2017, o impacto total desta atividade na economia foi estimado em cerca de 87 milhões de euros.

Cada região, cada país, deverá desenvolver esforços no sentido de se tornar competitivo e angariar estes ensaios, que irão continuar a ser desenvolvidos de qualquer forma, mas por quem estiver mais bem posicionado para responder às exigências dos promotores.

Joaquim Cunha

Diretor-geral do Health Cluster Portugal

Quanto ao papel de Portugal, o mesmo responsável destaca que há “uma série de fatores que condicionam a escolha de uma localização para a realização dos ensaios clínicos por parte de um promotor — leia-se, a empresa que desenvolve as terapias e pretende testá-las –, que incluem o tempo de recrutamento de participantes e a capacidade da sua retenção ao longo do estudo, o histórico de execução e o processo de recolha/reporte dos dados”.

Assim, admite que existem em Portugal “desafios no que respeita à gestão e organização, que se refletem em obstáculos à realização de mais ensaios clínicos”. Entre eles, destaca a “falta de autonomia jurídica, técnica e de recursos humanos dos centros de investigação clínica, o que limita a sua capacidade para se tornarem competitivos a nível internacional”. Ou a “articulação entre os principais atores no terreno, para uma eficiente referenciação de doentes”, que diz ser “impreterível para que sejam dadas respostas integradas aos promotores que procuram Portugal para realizar ensaios clínicos”.

“Por outro lado, e embora tenha havido avanços positivos nos últimos anos nesta matéria, é necessário criar incentivos para os profissionais de saúde que se dedicam à investigação clínica em Portugal”, acrescenta ainda. Ainda assim, o responsável elogia a criação, por despacho conjunto dos ministros da Economia, da Ciência e da Saúde, do chamado “Grupo de Trabalho Mais Economia e Saúde”.

Uma das empresas que está a desenvolver ensaios clínicos em Portugal é a Janssen, farmacêutica do Grupo Johnson & Johnson. Jacobo Muñoz, diretor médico da Janssen Portugal, também aponta ao ECO que é necessária “maior previsibilidade nos tempos de aprovação”, apelando mesmo que se devem “garantir tempos de aprovação inferiores 60 dias úteis pelas autoridades”. “Em Portugal, o início do recrutamento de doentes para os ensaios acontece, por vezes, quando os prazos já estão a terminar, perdendo-se assim o acesso à esperança que estes significam para os doentes”, destaca.

Desde 2018 que o país é core country para os ensaios clínicos da Janssen, ou seja, que é um dos países principais recetores de ensaios clínicos em termos globais. O número de ensaios clínicos tem aumentado bastante.

Jacobo Muñoz

Diretor médico da Janssen Portugal

Para a Janssen, a burocracia e a falta de previsibilidade, juntamente com a necessidade de termos uma maior quantidade de recursos humanos, são “dois dos grandes obstáculos ao aumento do número de ensaios em Portugal”.

Apesar destas dificuldades, Muñoz considera que “estão criadas as condições para Portugal dar o salto em competitividade de investigação clínica“. “Há consenso entre os vários agentes do setor de que estamos perante uma oportunidade que temos de recuperar”, acrescenta. A Janssen tem em vista “continuar a investir em Portugal”, assegura, assim sejam “criadas as condições para o fazer”.

“Desde 2018 que o país é core country para os ensaios clínicos da Janssen, ou seja, que é um dos países principais recetores de ensaios clínicos em termos globais. O número de ensaios clínicos tem aumentado bastante”, adianta o responsável. As áreas de maior desenvolvimento, neste momento, são “oncologia, hematologia, imunologia, neurociências, cardiovascular e doenças infecciosas”, adianta. O diretor-geral do Health Cluster Portugal também destaca que, em termos globais, a “oncologia é, de longe, a área com maior investimento em ensaios clínicos”.

Entre as empresas a apostar nos ensaios clínicos em Portugal destaca-se também a americana Alnylam, que sinalizou querer fortalecer a investigação clínica no país, garantindo receitas e acesso à inovação terapêutica. Em entrevista ao ECO, publicada em julho do ano passado, o diretor-geral frisava que esta é “uma área essencial para o desenvolvimento das terapêuticas” nesta empresa que se dedica à investigação para fazer chegar moléculas inovadoras ao mercado.

Com uma média de 25 ensaios clínicos em Portugal, a Bayer contabiliza o envolvimento atual de mais de 90 centros de ensaio e de 700 profissionais de saúde no país.

Também a Bayer diz ter, em média, 25 ensaios clínicos em Portugal, que incidem na área cardio-renal, AVC, oftalmologia, saúde da mulher, oncologia, entre outras, envolvendo neste momento mais de 90 centros de ensaio e 700 profissionais de saúde. Entre 2023 e 2024, sublinha a multinacional em comunicado, espera que haja mais de 700 doentes a participar nos ensaios clínicos da empresa no país.

Apesar de as condições para a realização de ensaios clínicos em Portugal serem complexas, o que retira competitividade ao país face a outros países europeus, o nosso propósito é poder ter um papel ativo no desenvolvimento clínico de moléculas e, num futuro próximo, de novas modalidades terapêuticas que possam representar melhores alternativas aos doentes em Portugal. É uma satisfação e um enorme orgulho ver que passam pelo nosso país ensaios que permitem a aprovação de novas moléculas e novas indicações”, diz Raquel Reis, Country Head Site Manager na Bayer Portugal.

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