PSD exige explicações a Pedro Nuno Santos sobre compra de ações dos CTT
Secretário-geral do PSD exige publicação do despacho das Finanças que autorizou compra de ações dos CTT e pede explicações a Pedro Nuno Santos, que tinha a tutela das comunicações.
A oposição está a exigir explicações a Pedro Nuno Santos sobre a compra de ações dos CTT pela Parpública em 2021, operação que só foi tornada pública esta semana. À data dos factos, o atual secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro era o ministro da tutela. O PSD diz mesmo que o Estado já perdeu dinheiro neste negócio.
Em declarações a partir da sede do partido, um dia depois o Jornal Económico ter revelado que a Parpública detém uma “posição residual” no capital dos Correios, Hugo Soares, secretário-geral dos sociais-democratas, instou o atual líder socialista a explicar o que motivou o Governo a pedir à Parpública para adquirir ações dos Correios. Soares apelou ainda à publicação do despacho do Ministério das Finanças que dá respaldo a essa transação.
“Foi mesmo um capricho de Pedro Nuno Santos, de resto como já teve na TAP, que motivou a compra da Parpública das participações nos CTT? É muito importante que esta questão fique clara. Sabemos a posição de Pedro Nuno Santos de nacionalizar tudo o que é privado”, acusou o dirigente do PSD.
Em causa está uma posição de cerca de 0,25% dos CTT, que vale menos de dois milhões de euros, avançou esta quarta-feira o ECO. A compra de ações pela Parpública resultou de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão, que nunca foi publicado.
Hugo Soares lembra que, nos termos da lei, a compra de participações pela Parpública é autorizada por despacho das Finanças, mas também envolve o ministro da tutela: “Sabemos que ela foi feita, e tem de ser feita, nos termos da lei, por decisão conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério que tutela a área setorial. Quem tutelava esta área setorial era o atual o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. O que é que o secretário-geral do PS está a esconder? Que diga definitivamente ao país o que é que está em causa neste negócio, que, neste momento, é envolto em grande obscuridade”, rematou.
Segundo o responsável do PSD, que cola a operação a Pedro Nuno Santos, o Estado já está a perder dinheiro com as ações dos CTT: “Há uma questão que hoje os portugueses já sabem: É que o Estado já está a perder dinheiro. É que o preço a que foram compradas as participações sociais dos CTT vale hoje muito menos do que o Estado investiu”, alegou. “Com o nosso dinheiro já brincaram. Os portugueses já perderam dinheiro, mas é preciso saber o fundamento. A razão efetivamente”, concluiu Hugo Soares.
O investimento do Estado na compra de ações dos CTT está a aquecer a pré-campanha neste início de ano. Na terça-feira, dia em que vieram a público as primeiras informações, Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, também ligou a decisão ao candidato do PS a primeiro-ministro.
“Pedro Nuno Santos foi durante vários anos o elemento de ligação entre o Governo e os partidos que integraram a geringonça, solução política de que é entusiasta e que admite reeditar. Que papel teve nesta operação? Considera-a transparente e minimamente vantajosa para os portugueses? Que outras decisões similares foram tomadas por pressão do Bloco de Esquerda ou do PCP, com prejuízo direto para os interesses dos contribuintes e como estratégia de manutenção do PS no poder?”, questionou Rui Rocha.
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Do lado do PS, já reagiu o secretário-geral adjunto. Em declarações à Rádio Observador, João Torres afirmou, sem conhecer o caso concreto, ter “a convicção de que, se essa transação não foi tornada pública da forma mais evidenciada possível no momento em que aconteceu”, foi “para preservar” o princípio “do interesse público”.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h03)
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