Alexandre Fonseca deixa Grupo Altice na sequência da Operação Picoas
Ex-líder da Altice Portugal e Grupo Altice firmaram um acordo para a saída definitiva do gestor dos quadros da empresa. "Seguir-se-á uma nova fase com novos desafios", escreveu nas redes sociais.
Alexandre Fonseca anunciou esta quinta-feira que chegou a “um acordo” com o Grupo Altice que concretiza a sua saída definitiva da empresa. O ex-CEO da Altice Portugal ocupou até meados do ano passado o cargo de co-CEO da multinacional, tendo suspendido o mandato em julho, na sequência da buscas da Operação Picoas.
“Venho comunicar que eu e o Grupo Altice concretizámos um acordo que põe termo a uma relação de mais de uma década, na qual coloquei toda a minha entrega e dedicação e a quem prestei profunda colaboração. Seguir-se-á uma nova fase com novos desafios”, escreveu o gestor nas redes sociais, numa publicação acompanhada de uma imagem com a inscrição “decida onde quer chegar e não pare até conseguir”.
A empresa também já confirmou a saída de Alexandre Fonseca dos respetivos quadros: “A Altice Portugal confirma que o Grupo Altice chegou a acordo com Alexandre Fonseca, cessando o vínculo laboral que mantinha, bem como todas as funções executivas e não executivas que desempenhava.”
Em julho, dias depois das buscas em Portugal a altas personalidades da empresa, que conduziram à detenção para interrogatório do cofundador da Altice Armando Pereira, Fonseca anunciou a suspensão das suas funções executivas e não-executivas na empresa, incluindo no mercado português. Segundo informou na altura a Altice Portugal, a decisão visava “proteger os interesses do grupo”.
Veio a público nessa altura que a casa de Alexandre Fonseca também tinha sido palco de diligências das autoridades. Mas o gestor não foi constituído arguido. Nem à data nem agora, segundo sabe o ECO.
A Operação Picoas investiga como uma teia de fornecedores da Altice terá lesado o grupo e o Estado em milhões de euros em vários negócios, incluindo imobiliários. Mas o despacho de indiciação do Ministério Público, a que o ECO teve acesso, também refere que Fonseca recebeu “vantagens indevidas” de Hernâni Vaz Antunes, parceiro de negócios de Armando Pereira e outro dos principais visados nesta investigação.
Ademais, o Ministério Público acredita que o Vaz Antunes, próximo da Altice, adquiriu, “em combinação” com Fonseca, em janeiro de 2019, uma moradia em Barcarena por um milhão de euros, vendendo-a a este último pelo “preço declarado” de 1,05 milhões. No entanto, Fonseca “pagou apenas uma parte” desse preço para ficar com o imóvel, segundo o referido despacho.
(Notícia atualizada pela última vez às 10h25)
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