Setor automóvel gera quase 18% da receita fiscal do Estado
Responsável por 10,3 mil milhões de euros em impostos no ano passado, setor defende alívio fiscal para incentivar renovação da frota e alcançar metas ambientais.
No ano passado, o setor automóvel contribuiu com quase 18% do total das receitas fiscais do Estado, o equivalente a 10,3 mil milhões de euros, revelou esta quinta-feira o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Está acima da média europeia.
“O setor automóvel é um dos que mais contribui para as receitas fiscais do Estado”, afirmou Helder Barata Pedro, durante o Fórum Retalho Automóvel, que decorre esta quinta-feira, no no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Segundo o secretário-geral da ACAP, o setor foi responsável por 17,7% das receitas ficais para o Estado português, num equivalente a “10,3 mil milhões de euros” e acima da média europeia, que é de cerca de 14%. Isto inclui os montantes referentes ao imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), imposto único de circulação (IUC) e imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
Setor insiste em alívio fiscal
Também António Coutinho, presidente da divisão de retalho da ACAP, realçou a importância do setor, referindo contribui com “quase 4% do emprego empresarial e conta com “mais de 28.400 empresas”. “O nosso setor é um contribuinte em termos de impostos mas também em termos de formação“, sinalizou.
O responsável defendeu ser fundamental renovar o parque automóvel português, não apenas com o intuito de fomentar a neutralidade carbónica, mas também para a “diminuição da sinistralidade rodoviária”. Os últimos dados conhecidos e referentes a 2022 apontam que havia 1,5 milhões de veículos a circular com mais de 20 anos.
Nesse sentido, a ACAP defende a redução da carga fiscal no ato de compra dos veículos, a continuação do programa de incentivos a carros elétricos, bem como a implementação de um Observatório Permanente da rede de carregamento que inclua os vários parceiros do setor.
“Sem a renovação do parque automóvel não conseguiremos atingir objetivos ambientais”, apontou ainda Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara de Lisboa (CML) e responsável pelo pelouro da mobilidade. O vereador referiu que a autarquia lisboeta está a tentar fazer a sua parte e quer “apontar para um crescimento de postos de abastecimento [de carros elétricos] de 30%”, mas promete “implementar medidas mais ambiciosas” visando os carros mais antigos. Filipe Anacoreta Correia destacou ainda que a indústria automóvel através da tecnologia “tem contribuído para alcançar índices de não poluição”.
Em 2023, as vendas do mercado automóvel cresceu cerca de 26% face a 2022, mas ainda continua abaixo do pré-pandemia. Os veículos de energia alternativa já representam cerca de metade das vendas.
70% das pessoas que pretendem comprar um carro optaria “amigo ambiente”
Cinco em cada 10 pessoas planeia comprar um carro novo, sendo que 70% da quais escolheria um elétrico ou híbrido, revela o estudo “Consumer Insights – Tendências do consumidor português na aquisição e utilização de produtos e serviços automóveis” divulgado pela ACAP e que conta com uma amostra de 6.048 respostas.
Por sua vez, dos 30% que comprariam um carro semi-novo, também 70% escolheria um elétrico ou híbrido, enquanto “40% dos inquiridos compraria um elétrico ou híbrido em caso de veículo usado”, lê-se. No máximo, os inquiridos dizem estar dispostos a pagar 28.550 por um carro elétrico.
Este inquérito faz ainda uma análise geracional sobre a compra futura de um veículo. Nesse sentido, e entre os critérios de escolha na Geração X está o preço e tecnologia, proximidade de concessionário/oficina e preço de manutenção, por sua vez os millennials valorizam o preço, a eficiência energética e o preço de manutenção.
O estudo revela ainda que a Geração X está disposta a pagar até 35 mil euros por um carro elétrico, já nos millennials a fasquia baixa para 20 mil euros.
(Notícia atualizada ao 12h50 com mais informação)
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