79% dos investidores em early stage insatisfeitos com políticas públicas para setor
Face ao desenrolar na segunda metade do ano passado, 53% dos investidores em early stage está mais otimista quanto ao volume e quantidade de novos investimentos no primeiro semestre de 2024.
Oito em cada dez (79%) investidores portugueses em early stage estão insatisfeitos com as políticas públicas para o setor e, destes, 21% têm uma avaliação muito negativa da evolução destas medidas, segundo o primeiro “Barómetro do Investimento Early Stage 2023” da Investors Portugal. A eliminação de bloqueios burocráticos que dificultam o investimento em startups e um maior leque de iniciativas de financiamento e de benefícios fiscais para investidores em early stage são algumas das propostas de melhoria.
“Este barómetro permite-nos obter uma visão panorâmica do mercado e conhecer a realidade e as opiniões dos atores deste ecossistema, o que é fundamental para que possamos influenciar positivamente este setor”, afirma Lurdes Gramaxo. “Os resultados deste levantamento, pioneiro no país, indicam que o mercado de investimento em early stage em Portugal tem arrefecido em linha com os ecossistemas mais desenvolvidos do mundo”, diz a presidente da Investors Portugal, citada em comunicado.
O primeiro inquérito do sentimento e perspetivas dos investidores do ecossistema português revela um sentimento de insatisfação com as políticas públicas para o setor: uma larga maioria (79%) está insatisfeita e, destes, 21% faz uma avaliação muito negativa, segundo o inquérito realizado pela Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage – Investors Portugal, junto dos associados.
“Reforço das medidas de apoio às startups e aos empreendedores para estimular o crescimento”, a “eliminação de bloqueios burocráticos que dificultam o investimento em startups no país” e “um maior leque de iniciativas de financiamento e benefícios fiscais para investidores em early stage, especialmente business angels e veículos de investimento” são algumas das propostas de melhoria.
A evolução do investimento também merece nota negativa, com 53% dos investidores a considerar que “houve uma evolução negativa do mercado em Portugal nos últimos seis meses do ano passado”, como o volume de capital investido no segundo semestre a ficar “aquém dos objetivos”.
Face ao desenrolar na segunda metade do ano passado, mais de metade (53%) está mais otimista quanto ao volume e quantidade de novos investimentos no primeiro semestre de 2024. Mas, relativamente às startups participadas, 68% dos investidores esperam “dificuldades no levantamento de novas rondas capital“; destes, 16% está “muito pessimista” quanto à evolução nos primeiros seis meses do ano.
Mais de metade (58%) dos inquiridos antecipa uma evolução “negativa” das oportunidades de exits na primeira metade de 2024 e, destes, 26% espera uma evolução “muito negativa”.
“Apesar de se observarem resultados positivos em matéria de evolução da quantidade de investimentos e de um aumento do acesso a oportunidades de investimento no segundo semestre do ano passado, é transversal ao ecossistema de investimento em Portugal uma grande preocupação com as startups já investidas”, pode ler-se em comunicado.
“As expectativas para o primeiro semestre de 2024 apontam para uma maior dificuldade de levantamento de capital para rondas subsequentes, bem como para menos oportunidades de saída (exits) face ao último semestre do ano passado”, aponta ainda o barómetro.
O “Barómetro do Investimento Early Stage 2023” tem como base um inquérito realizado, entre outubro e dezembro, junto de uma amostra que representa cerca de 25% do ecossistema do investimento em Portugal. Responderam ao barómetro 10 Fundos de Capital de Risco e nove veículos de investimento que representam cerca de 300 Business Angels. “A estimativa da representação do ecossistema em early stage tem em conta que o setor é muito dinâmico e está em constante alteração”, clarifica fonte oficial ao ECO.
(Notícia atualizada às 13h34)
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