Gestora da PPP de Cascais garante que prestação de cuidados de saúde “nunca foi colocada em causa”
Ao ECO, a gestora da PPP de Cascais garante que prestação de cuidados de saúde "nunca foi colocada em causa", após o bastonário ter dito que a situação nesta unidade de saúde é "preocupante".
O grupo Ribera Salud, que gere a Parceria Público-Privada (PPP) do Hospital de Cascais, “assegura que todos os serviços” desta unidade de saúde “mantêm o seu normal funcionamento”, apesar dos “constrangimentos” do SNS, e garante que a prestação de cuidados de saúde “nunca foi colocada em causa”.
Na quarta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos denunciou que a situação no Hospital de Cascais é “preocupante” e que há problemas em várias especialidades: “O cenário que nos foi descrito foi o de uma espiral preocupante que vai além das informações que nos tinham sido remetidas antes da reunião. Há dificuldades em recursos humanos, não só na neurologia”, afirmou Carlos Cortes à Lusa, adiantando que em causa estão também as especialidades de medicina interna, urologia, gastroenterologia, urgência, cardiologia, pediatria e radiologia.
O bastonário referiu ainda que “em breve” este hospital vai aumentar a área de referenciação para 450 mil habitantes, não estando previsto, ainda assim, um reforço do número de profissionais de saúde. No dia anterior, a FNAM tinha escrito uma carta aberta a denunciar a “falta de resposta em neurologia”.
Questionado pelo ECO sobre este cenário, o departamento de relações exteriores do Hospital de Cascais diz que “respeita a opinião de todas as ordens profissionais”, com as quais tem mantido “contactos regulares e proativos”, mas assegura “que todos os serviços mantêm o seu normal funcionamento, não obstante os constrangimentos a que todo o sistema nacional de saúde está sujeito”.
Por outro lado, os espanhóis da Ribera Salud sublinham que “a prestação de cuidados de saúde à população que serve nunca foi colocada em causa, com urgências permanentemente abertas e com capacidade de resposta contemplada na rede de referenciação do SNS”.
O ECO questionou ainda o Ministério da Saúde sobre se tem conhecimento dos problemas denunciados pela Ordem dos Médicos e se os critérios de qualidade com o Governo nesta PPP estão a ser cumpridos, mas até ao fecho deste artigo ainda não obteve resposta.
O contrato de gestão da PPP com a Ribera Salud foi adjudicado no verão de 2022, mas a concessão só começou a funcionar no início de 2023. Antes disso, a PPP do Hospital de Cascais foi gerida durante 14 anos pelo grupo Lusíadas Saúde, que desistiu do novo concurso, por já não estar garantida a sustentabilidade económica.
Em entrevista ao programa “Conversa Capital”, da Antena 1 e do Jornal de Negócios, o CEO da Lusíadas Saúde disse que “na altura” transmitiu ao Governo que “parece arriscado” ter “um operador espanhol a gerir um hospital do SNS, com nenhuma presença em Portugal”, antevendo que o grupo poderá ter “pouca capacidade de reter profissionais em Portugal e de atrair novos profissionais”. Mas teceu elogios à equipa que gere o Hospital de Cascais.
Na sexta-feira, os trabalhadores do Hospital de Cascais vão esta em greve. A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas para exigir a negociação da regulamentação coletiva de trabalho, que assegure horários de 35 horas e contratação de recursos humanos.
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