Ana Jorge nega acusações de benefício próprio na Santa Casa
Perante as acusações da ministra do Trabalho e de Segurança Social, a provedora exonerada da Santa Casa "nega profundamente" ter agido em benefício próprio.
A antiga provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, nega as acusações feitas pela ministra do Trabalho e de Segurança Social que a acusa de ter retirado benefício próprio, enquanto provedora. “Nego profundamente essa declaração. É preciso justificar o benefício próprio”, afirma a provedora exonerada da Santa Casa em declarações à Rádio Renascença.
A antiga responsável, exonerada pelo atual Governo, recorda que 2023 foi um período de “grandes reorganizações internas”, em que a preocupação foi “encontrar soluções para os trabalhadores, melhorando principalmente aqueles que têm ordenados mais baixos”.
À margem de um evento que decorre esta quarta-feira no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade de Lisboa (ISCSP), Ana Jorge afirma que irá “demonstrar com números o que é verdade e o que não é correto” na Assembleia da República, rejeitando a tese de que o Governo colocou em curso um “saneamento político” nas instituições públicas.
“Nunca estive nos lugares [que ocupei] por questões políticas. Acredito nos projetos e na Santa Casa desde 2016. É uma instituição de grande valor para a cidade e o país e foi por isso que aceitei estar nesta missão”, afirmou Ana Jorge em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, reiterando que 2023 “foi um ano muito árduo” para os trabalhadores.
Questionada sobre se mantém as declarações que proferiu aos trabalhadores aquando da sua demissão, a ex-provedora afirma que não as pode “negar depois do que aconteceu ontem”, sublinhando que o que disse na missiva interna “mais veio a provar que tinha razão” no que disse.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acusou na terça-feira a provedora exonerada da Santa Casa de “total inação”, a administração de se beneficiar a si própria e rejeitou a ideia de “saneamento político” na exoneração. Em entrevista à RTP, a ministra Maria do Rosário Ramalho afirmou ter “uma fundamentação muito sólida” para a decisão de exonerar a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, assim como a restante mesa (administração) da instituição.
“Já ouvi até que foi um saneamento político. Não foi nada”, garantiu a ministra, que justificou a demissão de Ana Jorge “por razões de gestão”, acusando-a de “total inação” face à situação de crise financeira que herdou da anterior administração, reiterando o que o Governo já havia afirmado no comunicado relativo à exoneração sobre a inexistência de um plano de reestruturação. “A conversa que tivemos não evidenciou nenhum sentido de urgência face à situação que existia”, disse Maria do Rosário Ramalho, insistindo que “não havia nada” e que desde a tomada de posse Ana Jorge “não fez nada” para melhorar inverter a situação financeira.
Notícia atualizada às 11h13 com mais declarações
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