Governo arranca negociações com a Vinci nos próximos dias, diz ministro das Infraestruturas
Ministro das Infraestruturas diz que "não estamos em condições de nos atrasar" com os projetos do novo e do atual aeroporto. Garante que as negociações com a Vinci arrancam nos próximos dias.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, anunciou esta segunda-feira, no Porto, que “as negociações com a Vinci vão começar nos próximos dias” para “a definição clara de todas as condições para o novo aeroporto de Lisboa”. Até porque, assinalou: “Não estamos em condições de nos atrasar”, referindo-se às obras da futura infraestrutura no Campo de Tiro de Alcochete, de expansão do atual aeroporto e da Alta Velocidade ferroviária.
Declarações feitas no mesmo dia em que foram publicadas em Diário da República as Resoluções do Conselho de ministros que aprovam a construção do aeroporto Luís de Camões no Campo de Tiro de Alcochete e determinam a realização de investimentos para o aumento da capacidade do Humberto Delgado. Ambas entram em vigor na terça-feira, abrindo caminho às negociações com a ANA, detida pela Vinci.
Miguel Pinto Luz falava aos jornalistas à margem da assinatura do contrato com a Acciona para as obras de reforço estrutural da pista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. Para o ministro, o país não se pode dar ao luxo de atrasos nestas infraestruturas tão importantes para o desenvolvimento económico. “Não estamos em condições de nos atrasar. Se nos atrasarmos, colocamos em causa o crescimento económico do país e disso não podemos abdicar”, avisa.
“Se nos atrasamos em todos estes ‘timings’, e eles estão absolutamente interligados”, muitas situações ficam em causa, exemplificando com a “ligação ferroviária de alta velocidade até Madrid [a partir de Lisboa], a alta velocidade até Vigo e as estruturas aeroportuárias”.
Em relação aos atrasos, o ministro remeteu a resposta para a Vinci. “Não sabemos ainda, mas tem a ver com questões de projeto, com questões de logística, até de construção, a que somos alheios, mas estamos a questionar a Vinci no sentido de perceber aquilo que podemos fazer para acelerar esses prazos”, explicou.
Já a 17 de maio o governante anunciou, na Assembleia da República, que o Governo iria arrancar com as negociações com a Vinci e exigir que apresente os projetos para o novo aeroporto de Lisboa “mais cedo do que tarde”.
Não estamos em condições de nos atrasar. Se nos atrasarmos, colocamos em causa o crescimento económico do país e disso não podemos abdicar.
Esta segunda-feira, o ministro das Infraestruturas disse ainda que o país tem “enormes desafios” pela frente, “como um todo”. Miguel Pinto Luz destacou o facto de o Aeroporto Francisco Sá Carneiro ter crescido “imenso em termos de tráfego aéreo; o que obrigava, de facto, a investimentos e que hoje assinámos aqui o contrato“.
Advertiu, contudo, os portugueses para se prepararem para alguns sacrifícios. “Este é o início de uma caminhada de alguns anos que o país irá enfrentar como um todo, com desafios que convidam todos os portugueses e todos os utentes destas infraestruturas aeroportuárias para alguns sacrifícios”. “Sacrifícios que têm a ver com o novo aeroporto em Lisboa, mas também com um Francisco Sá Carneiro reforçado e com capacidade de continuar a crescer“, reiterou.
O governante considerou mesmo ser “um gargalo para o crescimento económico do país” não haver “uma estrutura aeroportuária ao nível da ambição” que o Governo quer “colocar no crescimento de Portugal”.
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