Claudio Sforza nomeado novo presidente executivo do Grupo Benetton
Claudio Sforza terá a difícil tarefa de reequilibrar as contas e substituir Massimo Renon, que tem sido publicamente criticado pelo cofundador Luciano Benetton.
Os acionistas do Grupo Benetton nomearam, em assembleia-geral, o novo Conselho de Administração composto por Christian Coco, como presidente, Andrea Pezzangora e Claudio Sforza, órgão que depois escolheu este último para presidente executivo da empresa, foi hoje anunciado.
Claudio Sforza terá a difícil tarefa de reequilibrar as contas e substituir Massimo Renon, que tem sido publicamente criticado pelo cofundador Luciano Benetton, disseram fontes próximas da empresa à Afp.
As mesmas fontes referem que Sforza, um “gestor com reconhecida experiência financeira e industrial”, terá a pesada tarefa de “gerir a reorganização e o relançamento da empresa”.
Nascido em 1957, o novo presidente executivo (CEO) ocupou cargos de direção em vários grandes grupos italianos. Foi diretor-geral da empresa de jogos Gamenet e diretor financeiro do grupo de serviços postais Poste Italiane.
Luciano Benetton, de 89 anos, anunciou em 25 de maio a intenção de abandonar o cargo de presidente do grupo familiar italiano, acusando o seu diretor executivo de deixar “um buraco de 100 milhões de euros” após quatro anos à frente da famosa marca de vestuário.
No entanto, os números adotados pelo Conselho de Administração da Benetton em 28 de maio revelaram-se ainda piores do que as previsões.
A Benetton viu o seu prejuízo líquido quase triplicar para 230 milhões de euros em 2023, depois de 81 milhões de euros já negativos em 2022. Este resultado deve-se, em particular, a perdas por imparidade de 150 milhões de euros.
Desde 2013, a Benetton acumulou perdas de mais de 1.000 milhões de euros. As vendas da Benetton foram de 1.090 milhões de euros, praticamente inalteradas em relação a 2022. O grupo também registou um prejuízo operacional (Ebit) de 113 milhões de euros.
A holding familiar Edizione pretende apoiar “o plano de reorganização e recuperação do Grupo Benetton, investindo 260 milhões de euros nos próximos anos”, tendo já investido 350 milhões de euros nos três anos anteriores.
Em 25 de maio, Luciano Benetton criticou Renon por ter arruinado as contas do grupo.
“Confiei nele e enganei-me. Fui traído no verdadeiro sentido da palavra. Há alguns meses, apercebi-me de que algo estava errado e que a imagem do grupo que a direção nos apresentava nas reuniões do Conselho de Administração não era real”, declarou numa entrevista ao Corriere della Sera.
Fundada em 1965, no nordeste de Itália, por quatro irmãos e uma irmã, a Benetton era inicialmente conhecida pelos seus macacões de lã macios e de cores variadas.
O sucesso da marca “United Colors of Benetton” foi crescendo, atingindo proporções mundiais entre 1982 e 2000 com as impressionantes campanhas publicitárias do fotógrafo Oliviero Toscani.
Mas a marca passou depois por momentos mais difíceis e continuou a declinar, por não ter conseguido inovar face à “fast fashion”, uma tendência marcada pela rápida renovação das roupas.
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