PSD pede que socialistas metam a mão na consciência sobre SNS. PS lembra que Governo “desmontou” estruturas
Líder parlamentar do PSD desafiou o PS a "meter a mão na consciência" sobre atuação no SNS nos últimos oito anos. Ex-ministra socialista Mariana Vieira da Silva atribui culpas ao atual Governo.
O encerramento das urgências de obstetrícia no país, sobretudo devido às férias dos profissionais, tem levado o PSD e o PS a uma troca de acusações sobre as responsabilidades do estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Na manhã desta terça-feira, o PSD desafiou os socialistas a colocarem a “mão na consciência”, que à tarde rebateram a críticas acusando os sociais-democratas de desmantelarem a resposta que tinha sido estabelecida.
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, desafiou esta manhã o PS a “meter a mão na consciência” e a aceitar que é preciso unidade para recuperar o SNS. “O desafio de recuperar o SNS do colapso que resultou dos últimos oito anos é enorme e precisa da ajuda de todos”, defendeu o presidente do grupo parlamentar do PSD em declarações à agência Lusa, no dia em que os socialistas iniciaram uma ronda por unidades de saúde para avaliar os efeitos de encerramentos nas urgências de ginecologia e obstetrícia.
“Nesta altura não precisamos de oportunismo. Precisamos de unidade nacional para recuperar o SNS”, afirmou ainda o líder da bancada social-democrata à Lusa.
À tarde, numa vista às instalações do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a ex-ministra socialista e atual deputada Mariana Vieira da Silva refutou as críticas. “Não aceito lições do PSD nesta matéria. O que estamos a viver é um agravar da situação face ao ano passado. Esse agravar da situação decorre de se terem desmontado as estruturas que se tinham estabelecido”, disse em declarações aos jornalistas.
Mariana Vieira da Silva garantiu que “em momento algum” fugirá “às responsabilidades”, mas “era o que faltava” o PS não poder “acompanhar” o estado das dificuldades ou de obras no terreno. “Foram criadas expectativas de resolução de um problema em 60 dias, agora cabe ao Governo responder”, afirmou, acrescentando que os socialistas estão “sempre” disponíveis “para trabalhar na melhoria do SNS”.
Este fim-de-semana mais de 10 urgências de obstetrícia estiveram encerradas. Em declarações ao ECO na segunda-feira, fonte oficial do Ministério da Saúde assinalou que o Ministério da tutela, os diretores clínicos e presidentes dos conselhos de administração dos hospitais envolvidos, em reuniões que contaram também com a colaboração do colégio de Obstetrícia da Ordem dos Médicos, “delinearam um plano para os meses de junho a setembro para as urgências de obstetrícia da Região de Lisboa e Vale do Tejo”.
De acordo com o portal do SNS, esta terça-feira quatro urgências de obstetrícia estão encerradas – Hospital de Santo André (Leiria), Hospital de São Bernardo (Arrábida), Hospital Garcia de Orta (Almada) e Hospital Santa Maria (Lisboa) –, duas referenciadas em determinados horários (Amadora-Sintra e Hospital São Francisco Xavier) e 39 abertas.
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