Têxtil Riopele já garantiu 93% das vendas de 98 milhões planeadas para 2024
EUA valem mais de 20% do negócio da têxtil portuguesa, que tem a filial americana no “coração da moda” de Nova Iorque. Grupo de Famalicão assegurou até agosto 93% do plano de vendas traçado para 2024.
A menos de quatro meses de terminar o ano, o diretor-geral da Riopele, José Teixeira, estima ao ECO que a histórica produtora especializada em tecidos para a indústria da moda, fundada em 1927, vai “terminar em linha” com o volume de vendas de 2023, em que atingiu um valor recorde a rondar os 98 milhões de euros — e projeta que no ano do centenário quer atingir, no mínimo, os 100 milhões de euros.
“Esta nossa estimativa é muito sustentada, uma vez que já atingimos, no final de agosto, vendas faturadas e encomendas que representam 93% do plano de vendas que havíamos traçado. A evolução tem sido forte, com um crescimento médio pós-pandemia, de 2020 a 2023, superior a 15% ao ano. 2024 consolidará este patamar de volume de negócios da Riopele”, contabiliza o gestor, que desistiu de recorrer ao Programa de Recapitalização do Banco de Fomento.
O ano de 2024 consolidará o patamar de volume de negócios da Riopele próximo aos 98 milhões de euros, sendo que no nosso centenário [2027] queremos atingir, no mínimo, os 100 milhões de euros.
Para este desempenho está a contribuir o mercado norte-americano, que com crescimentos anuais de 10% nos últimos exercícios já vale cerca de 20 milhões de euros para a Riopele, o equivalente a mais de 20% do volume de negócios consolidado da têxtil portuguesa. O porta-voz calcula ao ECO um investimento anual superior a 400 mil euros na filial “para promover os produtos e atender os clientes” do outro lado do Atlântico, mas ressalva que o grupo minhoto “ainda [está] longe do potencial máximo” na maior economia do mundo.
Com “fortes interesses” no mercado internacional, para onde exporta mais de 95% da produção, sobretudo para a Europa, a empresa de Vila Nova de Famalicão, que emprega quase 1.200 pessoas e na semana passada teve duas peças representadas num concurso do Modtíssimo sem Serrão e com “headhunter” árabe, começou a vender para os EUA há duas décadas e tem “presença efetiva” no país desde 2019. Abriu primeiro um showroom e, meio ano depois, inaugurou um escritório em Nova Iorque para “criar uma proximidade com os clientes, apresentar as coleções e novas propostas”.
Instalado no “coração da moda” nova-iorquino, na 214 West 39th Street, ao lado de Times Square, o escritório é liderado por Massimo Cedraschi, que faz a ponte com a gestora do mercado dos EUA em Portugal, Tina Guimarães, e também com a administração do grupo. Esta filial – nos outros mercados, da Ásia à Europa, tem parcerias com agentes que atendem os clientes locais – conta com uma equipa direta de duas pessoas, a que acrescem outras quatro a partir da base portuguesa, tendo avançado com esta estrutura “pelo potencial de quota de mercado que a Riopele ainda tem nesta região”.
“Não se limita aos EUA, uma vez que o Canadá é um dos principais destinos dos nossos tecidos. Acreditamos que o mercado anteriormente conhecido como região NAFTA, que inclui igualmente o México, pode ter um peso semelhante ao europeu para a Riopele. A compatibilidade entre os valores que as marcas norte americanas procuram, de qualidade, distinção, serviço e sustentabilidade, e o valor intrínseco dos nossos tecidos, confirmam a cada momento esta nossa aposta”, completa José Teixeira.
Por outro lado, com o objetivo de “aumentar a satisfação e o bem-estar” dos trabalhadores e “promover a produtividade e a eficiência”, a empresa que tem José Alexandre Oliveira como presidente executivo (CEO) anunciou em julho a implementação de um regime de flexibilidade horária, com implementação oficial a partir deste mês, em que os trabalhadores que exerçam funções que o permitam podem escolher o seu horário. Aos restantes decidiu atribuir dois dias adicionais de folga por ano.
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