“Não podemos dizer que estamos satisfeitos com o retorno económico do 5G”, diz administrador da Nos
No dia em que a rede 5G da Nos passa a operar de forma independente do 4G, Manuel Ramalho Eanes, administrador, insiste nas dificuldades em rentabilizar investimento de 420 milhões de euros.
A Nos NOS 0,00% lançou esta segunda-feira o 5G standalone, o que significa que toda a sua rede de quinta geração funciona agora de forma independente da rede 4G. No entanto, a empresa continua a enfrentar dificuldades na rentabilização deste investimento.
Esta evolução tecnológica, com a marca “5G+”, passa a estar disponível para os clientes com tarifários ilimitados, desde que tenham telemóveis compatíveis, nomeadamente das marcas Samsung e Xiaomi, indicou o administrador da Nos Jorge Graça.
Foi em novembro de 2021 que Portugal entrou na era 5G, com a Nos a lançar primeiro a tecnologia, mas num modelo ainda dependente do 4G, logo após a atribuição das licenças pela Anacom. A Nos pagou mais de 165 milhões de euros para adquirir esses direitos no leilão promovido nesse ano pelo regulador, que teve 1.727 rondas de licitações e angariou quase 567 milhões de euros para os cofres do Estado.
Contudo, Manuel Ramalho Eanes, também administrador da Nos, admitiu que continuam as dificuldades em rentabilizar o investimento já realizado, que totaliza 420 milhões de euros desde 2021, havendo ainda 110 milhões para investir em 5G nos próximos seis, disse o gestor, num evento em que fez o balanço dos projetos da Nos nesta área.
“Não podemos dizer que estamos satisfeitos com o retorno económico do 5G à data de hoje”, afirmou o gestor, reconhecendo, porém, que “não é uma coisa portuguesa”, tratando-se de um problema mais abrangente. Ainda assim, a Nos tinha de entrar nesta vaga tecnológica: “Seria muito difícil que deixássemos de apostar” no 5G, rematou.
5G, agora sem “rodinhas”
O investimento no 5G, de montante relevante para a Nos, permitiu à operadora instalar 4.710 estações 5G até ao momento e cobrir 99,1% da população, tendo chegado o momento de evoluir para um modelo de rede autónomo da anterior rede 4G, ainda ativa.
Para explicar esta evolução, Jorge Graça disse que o 5G non-standalone que existia atualmente era como “aprender a andar de bicicleta com rodinhas”. “Essas rodinhas eram o 4G. O 5G funcionava, mas tinha sempre um apoio do 4G. O 5G standalone é quando tiramos as rodinhas. Permite andar mais depressa, curva melhor e vai a qualquer sítio”, apontou.
Essa melhoria da rede permite duplicar as velocidades de upload e baixar ainda mais a latência, para menos de dez milissegundos, de acordo com a Nos. A empresa passa a poder também compartimentalizar a rede para casos específicos e ter mais ganhos de eficiência energética, indicou Jorge Graça.
Este avanço continuará a chegar a cada vez mais empresas e consumidores, à medida que vai sendo renovado o parque de smartphones compatíveis, que a Nos estima rondar, neste momento, os 200 a 300 mil.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h58)
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