Governo quer acelerar nomeação da nova administração do Banco de Fomento
O Executivo não renovou o mandato de Ana Carvalho na liderança do BPF. CEO já informou a tutela que quer sair em dezembro e não está disponível para ficar até à entrada de Gonçalo Regalado.
Os acionistas do Banco de Fomento querem acelerar a nomeação da nova administração, para assegurar que estará em funções no início de 2025, já que a atual presidente executiva quer sair no final deste ano. No entanto, o processo de tomada de posse do novo CEO, Gonçalo Regalado, está dependente do Banco de Portugal.
“Os acionistas do Banco Português de Fomento estão a diligenciar no sentido de assegurar que um novo conselho de administração esteja em funções com a maior brevidade possível”, disse ao ECO fonte oficial do banco, quando questionada sobre a indisponibilidade de Ana Carvalho em continuar à frente da instituição depois de terminado o mandato. Os acionistas do banco são a DGTF (41,285% do capital), o IAPMEI (47,015%), o Turismo de Portugal (7,93%) e a Aicep (3,77%), entidades tuteladas pelas Finanças e pela Economia.
A opção do Executivo de Luís Montenegro foi afastar Ana Carvalho da liderança do banco ao não renovar o mandato da dirigente. Recorde-se que o anterior ministro da Economia, António Costa Silva também afastou Beatriz Freitas da instituição, reforçando a cúpula do banco com Ana Carvalho e Celeste Hagatong (que saiu este verão por questões de saúde). O objetivo era refundar o banco.
Mas as críticas dos empresários e dos bancos persistiram, apesar da mudança, o que levou o novo Governo a adotar a mesma estratégia. A escolha, tal como o ECO avançou, recaiu sobre Carlos Leiria Pinto, para chairman, e Gonçalo Regalado, para presidente executivo. Ambos, juntamente com a equipa entretanto escolhida, têm de passar agora por um processo de fit and proper do Banco de Portugal.
O Ministério da Economia revelou a semana passada que o processo de fit and proper já foi desencadeado junto do Banco de Portugal. Um processo no qual o Banco de Portugal avalia os candidatos, mas só depois da luz verde do regulador é possível assumirem funções, algo que pode durar três a quatro meses.
De acordo com o Ministério da Economia, a nova administração vai crescer. A comissão executiva passará a ter seis membros e o conselho de administração 12. Na prática é mais um elemento em cada um dos órgãos. O objetivo é dar maior robustez ao banco e cumprir as boas práticas defendidas pelo regulador.
Com a recusa de Ana Carvalho em continuar a desempenhar o cargo para além do mandato, a assembleia-geral, na qual as contas de 2024 têm de ser aprovadas, será realizada já sem a responsável.
“Em conformidade com os prazos legais, as contas consolidadas devem ser aprovadas até ao final de maio de 2025, sendo que as assembleias-gerais devem ser convocadas com, pelo menos, 30 dias de antecedência”, explicou ao ECO fonte oficial da instituição. “O Banco Português de Fomento está já a trabalhar, em conjunto com o seu auditor, para assegurar o cumprimento dos prazos estabelecidos”, acrescentou a mesma fonte.
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