Porto de Aveiro abre concurso público para dragagens no valor de 1,2 milhões de euros

  • Lusa
  • 22 Maio 2024

A empreitada tem um prazo de execução de 120 dias, e visa manter as cotas de navegabilidade nos portos de pesca do Largo e Costeiro, Doca de Recreio do Jardim Oudinot e entrada da darsena de manobras.

O Porto de Aveiro abriu concurso público para a empreitada de dragagens de manutenção com o valor base de 1,2 milhões de euros, foi esta quarta-feira anunciado.

Segundo um comunicado do Porto de Aveiro, a empreitada, com um prazo de execução de 120 dias, tem como objetivo manter as cotas de navegabilidade nos portos de pesca do Largo e Costeiro, Doca de Recreio do Jardim Oudinot e entrada da darsena de manobras.

No total, está previsto um volume estimado de dragados, incluindo a remoção da pedra, de 161.000 metros cúbicos, que serão submergidos na deriva, a sul da Costa Nova e da pedra na base do Molhe Norte.

Esta é uma intervenção fundamental, a par da requalificação e valorização do cais dos bacalhoeiros como cais-dique, para potenciar o desenvolvimento daquele importante ativo do porto.

Eduardo Feio

Presidente do conselho de administração do Porto de Aveiro

Citando na mesma nota, o presidente do conselho de administração do Porto de Aveiro, Eduardo Feio, refere que esta obra representa “um importante investimento para melhorar a operação portuária e segurança da navegação num conjunto de canais e cais do Porto de Aveiro, nomeadamente no porto de pesca do largo (cais dos bacalhoeiros)”.

“Esta é uma intervenção fundamental, a par da requalificação e valorização do cais dos bacalhoeiros como cais-dique, para potenciar o desenvolvimento daquele importante ativo do porto”, refere o mesmo responsável.

As áreas de pormenor sujeitas a esta intervenção são o Canal de acesso ao Porto de Pesca Costeira, o Porto de Abrigo Para a Pequena Pesca, a Doca de Recreio do Jardim Oudinot, o Canalete do Triângulo das Correntes, o Canal de acesso ao Porto de Pesca do Largo, a pontes-cais do Porto de Pesca do Largo, estando previsto, ainda, a remoção de pedra e dragagem da entrada Norte da darsena do Terminal Norte.

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Fidelidade paga 7,75% por emissão de 500 milhões de obrigações verdes perpétuas

A emissão de dívida verde perpétua do grupo segurador contou com uma procura três vezes acima da oferta

A operação de financiamento que a Fidelidade realizou entre ontem e esta quarta-feira, como o ECO noticiou, resultou numa emissão de 500 milhões de euros de obrigações subordinadas Tier 1 “verde” com uma taxa média ponderada (yield) de 7,75%, segundo o portal International Financing Review

De acordo com informação recolhida pelo ECO junto de fontes conhecedoras da operação, esta emissão contou com uma procura três vezes acima da oferta, com o grupo segurador a receber cerca de 1.500 milhões de euros de propostas, e foi liderada por um sindicato bancário constituído pela Morgan Stanley Europe SE, Citigroup Global Markets Limited e Caixa – Banco de Investimento, S.A.

Os títulos de dívida emitidos esta quarta-feira pela Fidelidade têm a particularidade de serem um instrumento de dívida perpétua e poderem apenas ser recomprados pelo grupo segurador apenas a partir de 2030, tendo também o condicionamento de o montante obtido ter de ser utilizado no investimento de projetos ligados à sustentabilidade.

Estes títulos carregam uma classificação de “BBB-” concedida pela agência de notação Fitch, que se situa três níveis abaixo do rating de crédito da Fidelidade, que é “A-“.

Esta foi a primeira emissão de dívida perpétua e verde realizada pela Fidelidade, tendo sido realizada enquanto o grupo segurador inicia o processo de abertura de capital na bolsa, previsto para o próximo ano, e pouco depois de a Luz Saúde, totalmente controlada pela Fidelidade, ter decidido suspender os planos para realizar a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), devido às “condições de mercado adversas”.

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Escola de Hotelaria do Estoril “cozinha” parceria com dona da Parmalat

Parceria com multinacional francesa Lactalis engloba formação de equipas ou desenvolvimento de conteúdos e de projetos colaborativos de Investigação e Desenvolvimento (I&D).

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) assinou uma parceria com a multinacional francesa Lactalis, o maior grupo mundial de laticínios, através das subsidiárias Lactalis Portugal e Parmalat Portugal.

Em comunicado, a maior e mais antiga escola superior de hotelaria e turismo de Portugal detalha que a parceria engloba a formação de equipas internas ou externas à empresa e o desenvolvimento de conteúdos ou de projetos colaborativos de Investigação e Desenvolvimento (I&D), entre outros parâmetros.

Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

Ainda nas áreas de produção alimentar em restauração e gastronomia, a ESHTE celebrou protocolos recentes com a Agenda Mobilizadora InsectERA, que explora a utilização de insetos como fonte nutricional alternativa saudável e sustentável; com o Instituto Politécnico de Bragança, no âmbito do projeto CERTRA – Desenvolvimento de cadeias de valor de cereais tradicionais; ou com a marca Terras de Cascais, ao nível do aproveitamento de excedentes de produção de tomate, figo e ervas aromáticas, bem como no desenvolvimento de produtos alimentares a partir do excedente de curgete.

Distinguida pelo segundo ano consecutivo com o prémio de Melhor Formação em Turismo nos Portugal Trade Awards by Publituris, a primeira escola superior de hotelaria e turismo do país, sob a tutela do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, conta atualmente com cerca de 2.000 estudantes.

“Ao longo destes 33 anos de história, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento do cluster do turismo, da hotelaria e da restauração, fruto de uma riqueza que tem sabido potenciar, e tem sido um farol de conhecimento e de competência, como atesta aliás a certificação dos nossos cursos pela Organização Mundial de Turismo”, explicou João Reis, vice-presidente da instituição, durante as comemorações do 33.º aniversário.

O vice-presidente da instituição acrescentou ainda, citado em comunicado, que “está nesta altura em marcha o processo de reformulação de todos os cursos da ESHTE, entre licenciaturas e mestrados, para [se] manter na vanguarda e [continuar] a providenciar uma formação de excelência”.

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Investimento em Certificados de Aforro sofre a maior queda em seis anos

O dinheiro aplicado em Certificados de aforro caiu pelo sexto mês consecutivo e contabilizou a maior correção mensal desde maio de 2018, segundo dados publicados pelo Banco de Portugal.

Os Certificados de Aforro continuam a não merecer a aposta das famílias. Pelo sexto mês consecutivo, o volume de resgates e reembolsos é maior que o montante de novas subscrições, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

No final de abril, estavam aplicados 33,97 mil milhões de euros nestes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho, menos 28,29 milhões de euros do que em março. Trata-se de uma correção mensal de 0,083%, a maior desde maio de 2018 e no período mais longo de emissões líquidas negativas de Certificados de Aforro desde outubro de 2018, quando na altura registou 24 meses consecutivos de saldos líquidos negativos.

Só este ano, o stock de Certificados de Aforro emagreceu cerca de 92 milhões de euros, o equivalente a uma correção de 0,3%, passando de 34,1 mil milhões de euros em dezembro de 2023 para os atuais 33,97 mil milhões de euros.

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Mas não são apenas os Certificados de Aforro a serem rejeitados pelas famílias. Também os Certificados do Tesouro estão a perder interesse nas carteiras dos particulares. De acordo com dados do Banco de Portugal, o stock destes títulos caiu 0,94% em abril face a março para 10,5 mil milhões de euros.

Além de ter sido o 30.º mês consecutivo de subscrições líquidas (volume de resgates é superior ao volume de subscrições), é também o valor acumulado mais baixo destes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho em quase oito anos. É preciso recuar até setembro de 2016 para encontrar um montante tão baixo.

Atualmente, as famílias têm cerca de 44,5 mil milhões de euros de dívida do Estado na sua posse sob a forma de Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro. É o valor mais baixo desde abril do ano passado.

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PS força adiamento do projeto do PSD para redução do IRS. “Vamos dar oportunidade à negociação”

Socialistas travam a pretensão dos social-democratas de levar a votação final global a proposta que baixa as taxas dos escalões, incluindo do 7.º e 8.º, à revelia do PS.

O PS forçou o adiamento da discussão e votação do projeto do PSD e do CDS que substitui a proposta do Governo e mantém a redução dos escalões mais altos (7.º e 8.º), contra a posição dos socialistas. O deputado e vice-presidente da bancada do PS, António Mendonça Mendes, pediu, esta quarta-feira, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), de forma potestativa, o adiamento por mais uma semana, assim impedindo a votação final global da iniciativa já esta sexta-feira, como pretendiam os dois partidos que formaram a coligação de direita (AD) nas legislativas.

“Vamos dar uma oportunidade à negociação parlamentar e não fazer precipitar decisões que ainda não estão em condições de ser tomadas. Por isso, é de fazer o adiamento deste ponto”, afirmou António Mendonça Mendes.

O grupo parlamentar do PS tentou assim colocar alguma água na fervura, depois dos golpes que PSD e CDS desferiram contra os socialistas, acusando-os de não querer negociar. “No âmbito da mesa de coordenadores, foi ajustado um calendário relativamente aos projetos de lei aprovados na generalidade sobre a descida do IRS e esse calendário aponta para entrega de propostas de alteração até 31 de maio”, apontou Mendonça Mendes. Os socialistas querem trabalhar nessa janela temporal, sem precipitar uma votação já esta sexta-feira.

“O objetivo do PS é chegar a acordo neste processo e dar uma oportunidade para que este processo tenha um desfecho”, sublinhou, lembrando as palavras da líder da bancada parlamentar do PCP, Paula Santos, que, no início da reunião da COFAP, também pediu que “toda esta matéria fosse discutida de forma conjunta”, salientando que “não faz sentido haver processos distintos”.

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais ressalvou ainda que este adiamento “em nada interfere que a 1 de julho as famílias possam contar com tabelas de retenção na fonte ajustadas, porque é uma decisão tomada por despacho pelo membro do Governo responsável pela área das Finanças”.

Com este requerimento potestativo, o debate do texto de substituição passa para a próxima reunião da COFAP, que deverá realizar-se para a semana. Contudo, a AD vai voltar a apresentar o mesmo projeto. “O PS é livre de apresentar este pedido de adiamento, antecipávamos que o fizesse, mas não abdicaremos do nosso processo legislativo”, defendeu o deputado e vice-presidente da bancada do PSD, Hugo Carneiro.

De salientar que outros grupos parlamentares podem usar esta arma legislativa por mais duas vezes. No limite, o debate e votação do projeto de substituição do PSD e CDS pode ser atirado para daqui a três semanas.

Hugo Carneiro, deputado do PSD
Hugo Carneiro, deputado e vice-presidente da bancada do PSD

Hugo Carneiro voltou a defender a proposta do PSD e CDS, sublinhando que “AD avançou muito nas negociações com PS, BE e PCP”. E justificou a decisão de levar já a votação final global um texto de substituição com a posição do PS: “As negociações não se fazem em conferência de imprensa nem com emails que excluem partidos com representação nesta casa. Por isso, a AD entregou um projeto sem bandeiras partidárias”.

O parlamentar destacou ainda as aproximações da AD às propostas do PS, “na descida do 3.º, 4.º escalões e 6.º escalões, na atualização dos escalões de IRS de forma automática a partir de 2025, na atualização do mínimo de existência, na inclusão de duas normas programáticas, indo ao encontro do BE e PCP, para a valorização da dedução específica com no Indexante dos Apoios Sociais (IAS) e avaliar a dedução à coleta dos juros com crédito à habitação”.

“Não podemos condicionar o processo orçamental em largos milhões de euros como parece ser a intenção de alguns partidos”, atirou.

O principal diferendo entre a proposta do PS e da AD reside na descida das taxas dos escalões mais elevados (7.º e 8.º), que correspondem a salários brutos mensais entre 3.100 e mais de 6.000 euros. Ora a AD quer baixar a tributações destes níveis de rendimento de 43,5% para 43%, no 7.º escalão, e de 45% para 44,75%, no 8.º. Os socialistas opõem-se radicalmente à redução do imposto nestes patamares de rendimentos. Por outro lado, o partido de Pedro Nuno Santos defende uma diminuição maior no 2.º escalão, de 18% par 16,50%. Enquanto a AD propõem uma taxa de 17,50%. Este intervalo de ganhos abrange ordenados brutos mensais de entre 850 euros e 1.100 euros.

Para além disso, o PS quer eliminar o adicional de solidariedade e transformá-lo num novo 9.º escalão, para rendimentos coletáveis anuais entre 80.000 euros e 250.000 euros, e criando um 10.º, para ganhos superiores a 250.000 euros, com taxas de 50% e 53%, respetivamente. Ora a AD é completamente contra esta formulação.

(Notícia atualizada às 11h37)

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Governo vai criar bolsa de técnicos para acelerar análise de candidaturas do PRR

Castro Almeida deixa um alerta ao Parlamento. Em breve vai dar entrada a reforma do mercado de capitais, uma das medias essenciais para o cumprimento das metas e marcos do 5.º cheque do PRR.

O Governo vai criar uma bolsa de técnicos a que será possível recorrer pontualmente nos momentos de trabalho acrescido para analisar candidaturas e pedidos de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas também do Portugal 2030, anunciou esta quarta-feira o ministro Adjunto e da Coesão, no evento anual do PRR.

Manuel Castro Almeida anunciou ainda que o Estado vai recorrer a universidades e politécnicos para ajudar nesta tarefa — uma solução à qual já se recorreu no passado –, mas para garantir o sucesso será definido um “preço confortável e generoso” por esse trabalho. A escolha das instituições de ensino superior será feita com base na qualidade dos recursos humanos alocados, e não no preço mais baixo.

“Vai ser criada uma bolsa de técnicos capazes, à qual se possa acorrer pontualmente em momentos de acréscimo de trabalho dos beneficiários diretos do PRR ou mecanismos intermédios do Portugal 2030”, disse Manuel Castro Almeida. O objetivo será também “recorrer a universidades e politécnicos para a análise de candidaturas e pedidos de pagamento do PRR e do PT2030”, acrescentou.

O ministro Adjunto e da Coesão reconheceu que este trabalho exige que a análise seja feita por “técnicos muito qualificados”. Mas são poucos e em momentos de final de concursos há picos de trabalho, o que significa que “é preciso organizar recursos” e “recorrer pontualmente a universidades e politécnicos”. Tal como “já foi feito no passado, nem sempre com sucesso”, admitiu. “Vamos ter de mudar a forma de contratação destas equipas”, explicou.

Em vez de abrir concursos e pedir o preço mais baixo para analisar as candidaturas, vamos estabelecer um valor confortável, generoso e convidar as universidades e politécnicos a concorrer. Assim a análise não será feita pelo preços mais baixo, mas em função da qualidade de recursos humanos que as universidades e politécnicos quiserem afetar à análise das candidaturas”, precisou.

Os serviços do Estado não podem pensar que têm o direito de se atrasar porque estão a dar dinheiro. Não estão, estão a cumprir um contrato. O dinheiro não é uma oferta ou liberalidade; é atribuído em contrapartida de um contrato que tem de ser cumprido pontualmente.

Manuel Castro Almeida

Ministro Adjunto e da Coesão

Outra das formas de acelerar a análise de candidaturas será o recurso a inteligência artificial. “Não serão máquina e algoritmos a decidir, mas vão apoiar o trabalho dos técnicos a acelerar a análise. Assim, vamos conseguir recuperar atrasos”, garantiu o responsável.

Manuel Castro Almeida reiterou ainda o compromisso de, até ao final de 2024, todas as candidaturas serem analisadas num prazo de 60 dias. “Estou confiante que o PRR estará em condições de ter prazos mais ambiciosos do que os definidos no PT2030”, referiu.

“Temos de dar uma volta de 180º nos prazos”, instigou Manuel Castro Almeida, dando um exemplo da urgência da mudança com o caso concreto de um projeto que teve de esperar 175 dias para ver satisfeito um pedido de pagamento bem instruído. “Os serviços do Estado não podem pensar que têm o direito de se atrasar porque estão a dar dinheiro. Não estão, estão a cumprir um contrato. O dinheiro não é uma oferta ou liberalidade; é atribuído em contrapartida de um contrato que tem de ser cumprido pontualmente”, disse.

Prazos não não flexíveis, é preciso acelerar

O ministro Adjunto e da Coesão, que tem a tutela dos fundos europeus, alertou ainda que “muitas das metas e marcos do PRR têm de ser contratualizadas imediatamente com os beneficiário finais, sob pena de não serem cumpridos os prazos”.

“Os contratos com escolas, centros de saúde, etc., se não forem assinados no início do verão e os concursos para as empreitadas lançados nos dias a seguir não será possível cumprir”, frisou, recordando que há dois mil milhões de obras de construção civil a avançar nos próximos meses. “Não será fácil”, reconhece.

A pressão e urgência foram confirmadas minutos depois pela diretora-geral do SG Recover. “O prazo limite de 2026 é absoluto, não é flexível”, frisou Céline Gauer, reconhecendo que se trata de “um desafio enorme”.

O prazo limite de 2026 [para finalizar os investimento do PRR] é absoluto, não é flexível.

Céline Gauer

diretora-geral do SG Recover

Céline Gauer elogiou o facto de Portugal já ter 22% das metas e marcos do PRR já executadas. “É muito, mas muito pouco dado o tempo que temos”, alertou. As regras determinam que o deadline é agosto de 2026. Por isso, defendeu a necessidade de “reduzir a burocracia” e criar um “impulso político para finalizar as reformas que garantam a implementação” do PRR, assim como a “capacidade administrativa”, que disse serem “a chave para o sucesso”.

Estes 22% rapidamente passarão a 23% quando Portugal solicitar formalmente a libertação dos 713 milhões de euros que ficaram bloqueados do terceiro pagamento, recordou Fernando Alfaiate. O presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal explicou que Portugal já cumpre as condições para solicitar as verbas retidas, tal como o ECO avançou, mas este processo “leva o seu tempo para demonstrar que está tudo em conformidade”.

O pedido formal será feito no próximo mês, disse Castro Almeida recordando que “agora é necessário concentrarmo-nos para reunir as condições para solicitar o quinto pedido de pagamento”. Recorde-se que apenas Portugal, Itália e Croácia já pediram o quarto cheque o PRR.

Castro Almeida terminou a sua intervenção com um recado para o Parlamento, marcado por coligações negativas. “A execução atempada do PRR é uma tarefa de todos. É tarefa da Assembleia da República aprovar o diploma sobre a reforma dos mercados de capitais que será enviada em breve”. Esta é uma das reformas das quais está dependente o quinto cheque da bazuca.

(Notícia atualizada com mais informação)

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PLMJ assessora Incus Capital em joint venture para self-storage

A equipa da PLMJ envolvida na operação foi liderada pelo sócio e co-coordenador da área de Imobiliário e Turismo Francisco Lino Dias.

A PLMJ assessorou a Incus Capital, uma consultora de gestão de ativos espanhola, numa joint venture com a Colares Capital. O objetivo é desenvolver a plataforma de self-storage “Control Space”, bem como a liderança desta área a partir de novas aquisições de imóveis e as suas respetivas reconversões.

A equipa da PLMJ envolvida na operação foi liderada pelo sócio e co-coordenador da área de Imobiliário e Turismo Francisco Lino Dias e contou ainda com os associados coordenadores Luís Filipe Santiago Salema, da área de Imobiliário e Turismo, e Nuno Serrão Faria, da área de Corporate M&A, bem como as associadas, também de ambas as áreas, Beatriz Veiga Santos, Leonor Melo Bento e Mafalda Oliveira Cordeiro.

“A operação envolveu um investimento inicial substancial, a partir do qual a joint venture adquiriu o conjunto de imóveis que se encontravam sob gestão da Control Space mas detidos pelo fundo gerido pela Insula Capital, sitos em Lisboa, no Porto e na Amadora”, explica o escritório em comunicado.

Segundo a firma, este investimento foi dotado de um “caráter particularmente complexo” por envolver uma atividade pouco explorada em Portugal, o self-storage, mas também pelo vasto conjunto de relações contratuais necessários para implementar a joint venture.

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Bosch segura vendas acima de 2.000 milhões pelo segundo ano e chega aos 7.000 trabalhadores em Portugal

Multinacional alemã que empregava mais de 7.000 pessoas em Portugal admite que venda da fábrica de Ovar terá "impacto" no negócio local, mas antecipa "ligeiro crescimento" das vendas em 2024.

A Bosch fechou o exercício de 2023 com uma faturação de 2,1 mil milhões de euros em Portugal, o que representa um crescimento de 1,7% face ao ano anterior, com as vendas a superarem pelo segundo ano a barreira dos 2.000 milhões de euros.

As exportações representaram 97% das vendas geradas pela multinacional alemã no país, que anunciou no ano passado a venda do negócio que inclui a fábrica de Ovar com 1.200 trabalhadores, mas reiterou nessa altura o compromisso com as unidades industriais de Braga e de Aveiro. No final de 2023, o grupo germânico empregava mais de 7.000 pessoas em Portugal.

Olhando apenas para o mercado local, a Bosch registou vendas consolidadas de 383 milhões de euros, um aumento de 5,2% face aos números reportados em 2022. Estes dados foram divulgados esta quarta-feira em conferência de imprensa, no Porto, que contou com apresentações de Carlos Ribas, responsável da Bosch em Portugal, e de Javier González Pareja, presidente da Bosch para Portugal e Espanha.

“Apesar de estarmos a viver um ambiente global desafiante e de alguma incerteza, 2023 foi um ano positivo para a Bosch em Portugal. Para este ano, estamos alinhados com as perspetivas gerais da Bosch e, por isso, as nossas previsões são moderadas, tendo em conta o atual cenário económico e também a transformação do negócio que a empresa está a realizar a nível global”, reconhece Javier González Pareja.

Com exportação para mais de 50 países em todo o mundo, a Bosch é uma das maiores exportadoras nacionais. Pesa cerca de 1,7% no total das vendas nacionais no exterior, traduzindo-se num impacto calculado pela empresa em cerca de 1% do PIB de Portugal.

“Apesar de um ambiente económico e social que se mantém exigente, as nossas expectativas para 2024 são de um ligeiro crescimento das vendas em todas as localizações em Portugal”, detalha Carlos Ribas, responsável da Bosch em Portugal e diretor técnico da bracarense Bosch Car Multimedia, especializada em soluções de multimédia e sensores.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Carlos Ribas, responsável da Bosch em PortugalHugo Amaral/ECO

Com fábricas em Braga, Aveiro e Ovar – negócio que está agora à venda – e ainda um centro de serviços em Lisboa, o grupo alemão estima continuar a crescer em volume de negócios e em número de colaboradores, empregando atualmente mais de 7.000 pessoas.

“Ao longo dos anos, temos vindo a assistir a um crescimento sustentado da Bosch em Portugal, que só possível graças à dedicação e ao profissionalismo dos nossos colaboradores. É nesse caminho que nos queremos manter, conscientes de que o futuro já está a trazer desafios para o negócio da Bosch”, afirma Carlos Ribas, citado em comunicado.

A Bosch em Braga está a receber algumas das novas tecnologias [para automóveis] e continuará a desempenhar um papel importante no futuro da mobilidade, tanto a nível de desenvolvimento como de produção.

Carlos Ribas

Representante da Bosch em Portugal

Em termos de áreas de negócio, o grupo definiu a mobilidade sustentável como uma das suas áreas de crescimento, com especial foco para a condução eletrificada e automatizada. Uma estratégia que implica uma nova organização no setor empresarial da mobilidade na empresa a nível global, com a “aposta em novas tecnologias e soluções e reforço de algumas tecnologias nas quais já [vinha] a trabalhar”.

“Esta transformação terá o seu impacto no portefólio de produtos e, consequentemente, no negócio da unidade em Braga”, explica o responsável em Portugal. “A Bosch está a focar os seus esforços de desenvolvimento e produção de tecnologias essenciais para as necessidades atuais e futuras dos veículos, que irão contribuir para uma mobilidade mais segura, confortável e sustentável. A Bosch em Braga está a receber algumas dessas tecnologias e continuará a desempenhar um papel importante no futuro da mobilidade, tanto a nível de desenvolvimento como de produção”, explica.

Quanto à área de negócios de Energia e Tecnologia de Edifícios, na qual estão inseridas as atividades das unidades de Aveiro e de Ovar, a empresa reconhece que as duas fábricas atravessam momentos diferentes no âmbito da estratégia global da Bosch.

Enquanto a fábrica de Aveiro vai receber um investimento de 100 milhões até 2026 para aumentar produção de bombas de calor, no caso de Ovar, “a empresa decidiu realinhar a sua divisão Building Technologies com a venda da maior parte do negócio de produtos desta divisão. Isso inclui as unidades de negócios de Vídeo, Acesso e Intrusão e Comunicação, que também irá afetar esta localização”.

“A Bosch Portugal está empenhada em reforçar as suas atividades noutras áreas estratégicas, como soluções de mobilidade e bombas de calor, e em atingir os seus objetivos de negócio, apesar da venda planeada e do impacto esperado no nosso volume de negócios local”, justifica Carlos Ribas.

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Portugal paga 3,68% para emitir 3.000 milhões de euros a 30 anos

A emissão sindicada a 30 anos realizada esta quarta-feira por Portugal junto de um grupo restrito de bancos terminou com o Estado a pagar um prémio de 115 pontos base acima da taxa mid-swap.

O Tesouro realizou esta quarta-feira uma emissão de dívida sindicada a 30 anos pelo qual pagou um prémio de 115 pontos base acima da taxa mid-swap a 30 anos (que esta manhã apresentou uma taxa média de 2,5%), segundo informação avançada pelo portal International Financing Review, que se traduziu numa taxa final de cerca de 3,678%, segundo dados finais da operação disponibilizados pelo IGCP, pela emissão de 3 mil milhões de euros.

Em mercado secundário, os títulos portugueses a 30 anos estavam a negociar esta manhã com uma taxa de juro média (yield) de 3,599%.

A nova linha de obrigações a 30 anos emitida esta quarta-feira tem como maturidade a 12 de junho de 2054 e apresenta uma taxa de cupão de 3,625%.

A operação foi realizada pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, entidade liderada por Miguel Martín, contou com uma procura 4,7 vezes acima da oferta e teve como bancos colocadores o BNP Paribas, BBVA, Bank of America, Deutsche Bank, NovoBanco e Santander.

O IGCP revela ainda que as obrigações do Tesouro foram colocadas junto de investidores de diferentes nacionalidades e que a operação contou “com uma grande participação de investidores sediados em França/Itália/Espanha, bem como na Alemanha, Áustria e Suíça”, com a procura a ser predominantemente de gestores de fundos, seguros e fundos de pensões.

Esta foi a primeira vez desde fevereiro de 2021 que o Tesouro recorreu a um sindicato bancário para realizar uma emissão a 30 anos. No entanto, já este ano, a 4 de janeiro, o IGCP realizou uma emissão sindicada de obrigações do Tesouro a 11 anos e 10 meses (com maturidade a outubro de 2034) no montante de 4 mil milhões euros, que resultou numa yield de 2,997%. “Os joint bookrunners que geriram a transação foram o Banco Santander, o BNP Paribas, o CaixaBI, o Citi, o Crédit Agricole Corporate and Investment Bank e o J.P. Morgan”, revela o IGCP.

Com esta operação, o Tesouro contabiliza em 2024 um total de emissões de obrigações do Tesouro de 13,9 mil milhões de euros, que agregam 8,4 mil milhões no primeiro trimestre, 2,5 mil milhões de euros obtidos através de leilões realizados em abril e maio, e agora 3 mil milhões de euros da operação sindicada.

Significa que, segundo a atualização do Programa de Financiamento da República Portuguesa para 2024 para o segundo trimestre, o IGCP já cumpriu 87% do objetivo de emissão anual prevista de obrigações do Tesouro.

(Texto atualizado às 19h45 com informação final da operação disponibilizada pelo IGCP)

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Como estão a investir as famílias mais ricas do mundo

Os family offices estão a alterar significativamente a exposição das suas carteiras por conta das tensões geopolíticas. As obrigações de alta qualidade são só uma dessas novas apostas dos gestores.

No universo das finanças, as boutiques de investimento familiares (family offices) representam um grupo distinto e poderoso de investidores. Segundo um relatório do UBS, 320 dos principais family offices globais, que gerem uma riqueza superior a 600 mil milhões de dólares, revelam que, extraordinariamente, fizeram mudanças significativas nos seus portefólios em 2023 e que continuarão a equilibrar as suas carteiras ao longo deste ano.

Segundo a quinta edição anual do “Global Family Offices” da UBS, publicada esta quarta-feira, as famílias mais ricas do mundo estão a ajustar as suas carteiras de investimento, focando-se em ativos que garantam estabilidade e crescimento sustentável. Isto sucede porque a sua principal preocupação é a ameaça de um conflito geopolítico de grande escala, em função dos acontecimentos recentes na Ucrânia e no Médio Oriente. Este receio é partilhado globalmente, mas há também um foco crescente nos riscos associados às alterações climáticas e ao elevado nível de dívida pública, especialmente a longo prazo, na orientação das suas estratégias de investimento.

“Os family offices estão mais preocupados com o perigo de um grande conflito geopolítico, tanto a curto como a médio prazo”, destacam George Athanasopoulos e Benjamin Cavalli, do UBS, notando ainda que, “num horizonte de cinco anos, consideram também as alterações climáticas como um risco de topo, a par dos elevados níveis de endividamento.”

Observamos que a decisão de investimento no tópico da sustentabilidade é fortemente influenciada pela próxima geração das famílias.

Benjamin Cavalli

Responsável pelo Global Wealth Management Strategic Clients do UBS

Embora os conflitos geopolíticos continuem a ser a principal preocupação (62%) das famílias mais ricas do mundo para o próximo quinquénio, quase metade (49%) está preocupada com as alterações climáticas e quase a mesma percentagem (48%) mostra-se receosa com uma crise da dívida dos países, “numa altura em que os países ocidentais estão sobrecarregados com elevados níveis de dívida pública que podem parecer insustentáveis”, lê-se no relatório.

Em resposta a estes riscos, o relatório do UBS revela que 2023 foi marcado por mudanças significativas na alocação de ativos nas carteiras destas famílias. “Houve um aumento notável na alocação para obrigações de mercados desenvolvidos, a maior dos últimos cinco anos”, referem os responsáveis do UBS.

Esta mudança é vista como uma resposta ao aumento das yields das obrigações e uma forma de reequilibrar as carteiras. Por outro lado, a alocação de capital no setor imobiliário diminuiu no último ano , refletindo a correção dos preços dos imóveis comerciais em várias regiões.

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Principais apostas para os próximos anos

A diversificação continua a ser uma estratégia central na alocação das carteiras destes family offices que gerem cerca de metade da fortuna das famílias mais ricas do mundo, que apresentam uma riqueza média de 2,6 mil milhões de dólares.

O relatório do UBS revela também que estas boutiques de investimento estão a apostar mais na gestão ativa para diversificar os seus portefólios, aproveitando a divergência no desempenho entre ações de diferentes setores e regiões geográficas. Além disso, destaca também que há uma preferência crescente por obrigações de alta qualidade (investment grade) e de curta duração, especialmente nos EUA, para mitigar a volatilidade dos portefólios.

Os investimentos em private equity mantêm-se como uma aposta robusta, com um equilíbrio entre investimentos diretos em empresas e projetos, mas também por meio de fundos de investimento ou através de fundos de fundos. “Não houve uma crise nestas classes de ativos”, salienta Benjamin Cavalli, na apresentação do relatório à imprensa. No entanto, há uma expectativa de redução nos investimentos diretos em 2024, com um aumento na alocação para fundos, por via a procurar uma maior diversificação e liquidez.

Os EUA e a Ásia-Pacífico (excluindo a Grande China) deverão ser os principais destinos das novas alocações [dos gestores], com mais de um terço a pretender aumentar as aplicações a cada uma destas regiões, respetivamente, nos próximos cinco anos.

Global Family Office Report 2024

UBS

A sustentabilidade está também a tornar-se um fator crítico na estratégia de investimento dos family offices, considerando essa uma temática como “uma questão essencial de risco e de oportunidade”, lê-se no relatório. Muitos gestores entendem as alterações climáticas como um risco significativo e estão a integrar critérios ESG (Environmental, Social, and Governance) nas suas estratégias de investimento. “Observamos que a decisão de investimento no tópico da sustentabilidade é fortemente influenciada pela próxima geração das famílias”, destaca Benjamin Cavalli, em declarações aos jornalistas.

O investimento em tecnologia continua igualmente a ser uma tendência forte, com a inteligência artificial generativa a liderar como “o tema de investimento mais popular para os próximos dois a três anos.” A saúde e a automação e robótica seguem de perto esta tendência, refletindo a confiança nos setores que impulsionam a inovação e a eficiência.

Geograficamente, os family offices mantêm uma forte alocação das suas carteiras nos EUA, “atraídas pela resiliência económica e pelas oportunidades apresentadas pelo setor tecnológico”, justificam os autores do relatório.

A região da Ásia-Pacífico (excluíndo a China) também está a ganhar destaque na carteira dos gestores, com previsões de aumentos significativos na alocação de capital nos próximos cinco anos. “Os EUA e a Ásia-Pacífico (excluindo a Grande China) deverão ser os principais destinos das novas alocações [dos gestores], com mais de um terço a pretender aumentar as aplicações a cada uma destas regiões, respetivamente, nos próximos cinco anos”, destaca o relatório do UBS.

No entanto, continua a verificar-se uma forte tendência para o investimento doméstico, especialmente nos EUA. “Esta tendência de home bias reflete a familiaridade e a confiança nos mercados regionais, apesar das oportunidades globais”, refere o relatório.

Por exemplo, os family offices norte-americanos têm, em média, 82% das carteiras alocadas a ativos sediados na América do Norte e apenas 8% na Europa Ocidental, enquanto os europeus têm uma exposição de 38% dos seus portefólios à América do Norte e 49% à Europa Ocidental.

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Direção executiva do SNS deve estar “acima de agendas partidárias” e “merecer confiança” do Governo, avisa Fernando Araújo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Maio 2024

Diretor executivo demissionário já entregou o relatório de atividades que tinha sido pedido pela ministra da Saúde, que ficou concluído “em metade do tempo”. António Gandra de Almeida é o sucessor.

Fernando Araújo, que se demitiu em abril do cargo de CEO do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerou esta quarta-feira que a direção executiva do SNS deve “estar acima de questões políticas ou agendas partidárias”, embora tenha de “merecer a confiança” do Governo.

“A direção executiva do SNS é um órgão técnico, um instituto público que tem de estar acima de questões políticas ou agendas partidárias e que executa políticas públicas determinadas pelo Governo, do qual tem de merecer a confiança”, afirmou o diretor executivo demissionário na comissão parlamentar de Saúde, onde começou a ser ouvido poucos minutos após o Governo anunciar António Gandra de Almeida como o seu sucessor.

No início da audição parlamentar, Fernando Araújo confirmou que já entregou o relatório com o balanço das atividades desenvolvidas pela direção executiva do SNS. O documento com mais de 600 páginas divididas por 12 capítulos tinha sido solicitado pela ministra da Saúde, mas acabou por ser recebido na terça-feira à tarde pelo chefe de gabinete, já que Ana Paula Martins se atrasou no regresso de uma visita de trabalho ao Algarve.

Esta tarefa, sublinhou esta manhã Fernando Araújo no Parlamento, foi concluída “em metade do tempo para permitir que a tutela possa executar as medidas que considere necessárias para o SNS, com a celeridade exigida e evitando ser um obstáculo à sua concretização”. O novo Governo tinha dado um prazo de 60 dias para ser apresentado este balanço e Fernando Araújo tinha pedido ao Ministério que a saída produzisse efeitos no dia seguinte à apresentação do relatório.

Já em resposta às questões colocadas pelos vários grupos parlamentares, o diretor executivo demissionário do SNS saiu em defesa do trabalho feito pela sua equipa, sublinhando a redução significativa do tempo médio de contratação de médicos.

Lembrando a altura em que estava no Hospital de São João, Fernando Araújo apontou que, na altura, “demorava meses” para contratar um médico. “Quando obtínhamos a autorização, muitas vezes o médico já tinha optado por outro desafio profissional. Neste momento, as autorizações demoram três dias úteis. Retirámos patamares de decisão, que não traziam valor, e isso mudou as regras do jogo”, frisou.

O responsável garantiu também que a reforma das Unidades Locais de Saúde (ULS), concretizada em 1 de janeiro, “está a decorrer com resultados mais favoráveis que os previstos”. Segundo Fernando Araújo, isso está a acontecer porque a reforma “não foi feita por decreto-lei”, foi feita “de baixo para cima, com as pessoas no terreno”.

É um “desrespeito pelas centenas de profissionais que trabalharam na preparação dos planos de negócios das ULS” dizer que a reforma “não teve o envolvimento das pessoas”, disse o responsável.

Fernando Araújo afirmou ainda que a direção executiva não queria assumir a tarefa de nomear dirigentes para as unidades de saúde — que considerou um “fardo”, pois “nomear com exigência e qualidade é algo de enorme dificuldade”. O organismo acabou por aceitar essa competência “porque o [novo] governo entraria em funções e era importante que as ULS não ficassem sem dirigentes”, justificou.

Contrariando a deliberação do governo anterior — que, a partir de agosto do ano passado, concedeu à direção executiva do SNS a competência de nomeação de órgãos de gestão dos hospitais e centros de saúde –, Fernando Araújo referiu que a sua equipa só recebeu essa competência a 1 de janeiro, através do Orçamento de Estado.

O responsável referiu que a partir de 10 de março, data das eleições legislativas, a direção executiva não “fez mais nomeações” por ter considerado que “não era ético e adequado estar a nomear pessoas para funções de três anos quando não se sabia qual o plano de quem viria a seguir do ponto de vista de visão para o SNS“.

Por fim, Fernando Araújo assegurou que a direção executiva demissionária do SNS tinha “um plano preparado para os próximos meses” quando o novo Governo iniciou funções. “Incluía um conjunto de medidas para enfrentar este verão e o próximo inverno de forma articulada e bem organizada”, afirmou, contradizendo, assim, as declarações da ministra da Saúde de que o diretor demissionário teria recusado elaborar o plano para o verão.

Esse plano, segundo o responsável, já estava pronto, mas a direção executiva do SNS não o quis “colocar no terreno por várias razões”, que foram explicadas a Ana Paula Martins. “Havia vontade de mudar o processo para um processo diferente. Era mais adequado que o plano fosse preparado pela equipa que estava a preparar o plano de emergência de acordo com a estratégia que a nova equipa [ministerial] tinha para o SNS”, sustentou.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h38)

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Reporte ESG é “exigente”, mas também “uma oportunidade para as empresas”

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  • 22 Maio 2024

Pedro Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal, avisa que as novas regras europeias vão atingir as PME que integrem cadeias de valor das empresas cotadas.

A jornada da sustentabilidade é um desígnio que convoca todas as empresas, mas que representa desafios do ponto de vista da gestão – especialmente agora, em que as novas obrigações de reporte de dados não financeiros, que incluem os critérios ESG, vão ser aplicadas. “Para o ano de 2024, que já está em curso, as empresas cotadas são as primeiras a ter que endereçar esta nova regulação e estes novos requisitos. Nos anos seguintes, vamos tendo progressivamente as empresas mais pequenas a serem obrigadas a reportar”, enquadra Pedro Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal, durante a entrevista que concedeu ao ECO a propósito da nova campanha da consultora sobre o tema. Assista ao vídeo aqui:

Embora as regras prevejam que as pequenas e médias empresas (PME) não cotadas só tenham de partilhar informação sobre estes critérios em 2027, em muitos casos não será assim. A questão, explica o especialista, divide-se em duas forças que podem obrigar a uma antecipação do reporte ESG. Por um lado, o setor financeiro terá de divulgar a composição da sua carteira de crédito em função dos critérios ESG, o que leva os bancos a “pedir [este tipo de] informação às empresas mais pequenas” que “ainda não estão preparadas”.

“A segunda grande força e o segundo grande catalisador desta nova mudança é, efetivamente, a cadeia de valor”, aponta Pedro Cruz. Significa isto que basta ser fornecedor de uma empresa maior para que, a breve trecho, esta comece a pedir informações sobre a implementação de critérios ESG no negócio. “O ESG é um tema de compliance. É disruptivo, vai ser exigente, mas diria que há aqui muitas oportunidades”, assegura.

Transparência na comunicação é chave

“Fazer Diferente Faz a Diferença” é o mote da nova campanha da KPMG para alertar as empresas para a importância de endereçar o desafio do reporte ESG com uma perspetiva positiva. Teresa Cortes, Marketing Senior Manager da KPMG, não tem dúvidas de que as organizações “podem capitalizar [os investimentos em ESG] em favor da sua marca e da sua reputação”, desde que cumpram a regra de ouro: transparência acima de tudo.

“Defendemos que a empresa deve ser o mais transparente possível, porque o escrutínio é grande e à mínima imprecisão, as empresas serão sempre muito penalizadas. E o consumidor está muito atento a qualquer passo que as organizações dêem”, avisa. Os estudos comprovam que existe, de facto, uma vantagem comercial para as marcas que consigam percorrer este caminho com eficácia e que se pode traduzir em mais vendas. “As gerações mais novas têm capacidade e disponibilidade para pagar quase 20% mais por um produto sustentável”, acrescenta Pedro Cruz.

Mostrar ao tecido empresarial português que existem oportunidades na integração dos critérios ESG é o grande objetivo da KPMG com a campanha que acaba de lançar. É, também por isso, que os protagonistas são os especialistas da consultora em ESG. “O tema de ESG está em cima da agenda e felizmente a KPMG constituiu uma equipa multidisciplinar e com uma tremenda expertise nestes aspetos”, sublinha Teresa Cortes.

Assista à entrevista completa no vídeo acima e conheça as dicas deixadas pelos partners da KPMG para adotar uma estratégia ESG vencedora.

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