Faber lidera ronda de 2,2 milhões da islandesa Hefring Marine que quer entrar em Portugal

Aumentar a sua equipa atual, e vir a ter uma parte da mesma baseada em Portugal, faz parte dos objetivos da startup islandesa que oferece soluções para o setor marítimo.

A Faber liderou a ronda de 2,2 milhões de euros da islandesa Hefring Marine. A startup de tecnologia para o setor marítimo quer entrar em Portugal.

“Este investimento representa não apenas um marco significativo para a Hefring Marine, mas também reforça o nosso compromisso em impulsionar a inovação e promover a sustentabilidade no setor marítimo. Isto inclui expandirmos para o Sul da Europa, em países como Portugal, onde vemos um enorme potencial de crescimento e colaboração”, afirmou Karl Birgir Björnsson, CEO e cofundador da Hefring Marine, citado em comunicado.

Magnús Þór Jónsson (CTO co-founder), Björn Jónsson (COO co-founder) Karl Birgir Björnsson (CEO co-founder)

Liderada pela Faber, a ronda — que contou com participação de investidores como a Innoport VC, Two Ravens, MD-One, Riverstone Ventures, Idlewild Management LLC e Sukna Holdings — tem como objetivo “expandir a presença da empresa noutros mercados, incluindo em Portugal, fortalecer parcerias estratégicas e financiar novos desenvolvimentos do sistema IMAS”, um sistema de bordo baseado em Inteligência Artificial (IA), que obtém e analisa dados das embarcações em tempo real, e o principal produto da startup islandesa.

Capacitar operadores e gestores de embarcações para melhorar a segurança, eficiência e sustentabilidade no setor marítimo, através do IMAS, faz parte dos objetivos da startup islandesa. “O sistema, de suporte à tomada de decisões a bordo, permite otimizar a operação das embarcações, contribuindo significativamente para um aumento da consciência situacional, redução do consumo de combustível e emissões, bem como para fornecer informações vitais sobre as condições e necessidades de manutenção das embarcações”, informa.

“Estamos entusiasmados com esta parceria com a Hefring Marine, tendo em conta a sua missão e capacidade de promover mudanças positivas em todos os segmentos das indústrias náuticas, profissionais e de lazer. A sua abordagem inovadora para enfrentar os desafios ambientais torna-os um investimento ideal para nós”, salienta Rita Sousa, partner da Faber, citada em comunicado.

“A Hefring Marine criou uma entidade em Portugal e vai utilizar o financiamento recebido para formar uma equipa, parte da qual a empresa prevê estar sediada em Portugal. Isso incluirá uma parte da equipe de software e desenvolvimento, bem como contratações em vendas e desenvolvimento de negócios”, adianta fonte oficial da empresa ao ECO, sem precisar um número de pessoas para a equipa em Portugal. Hoje a startup islandesa é composta por 10 pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CEO da TAP defende que Estado se mantenha no capital da companhia

  • ECO
  • 21 Maio 2024

Luís Rodrigues, presidente da TAP, recomenda que o Estado mantenha uma participação no processo de privatização, para garantir a defesa dos interesses nacionais.

O presidente da TAP apela ao Governo que mantenha uma participação do Estado no capital da companhia aérea e que a privatização se faça de forma faseada. Em declarações ao Financial Times, Luís Rodrigues defende ainda que o grupo de compradores inclua entidades fora da aviação, por questões de concorrência.

A minha recomendação seria que o governo português mantivesse uma posição, para ser parte de todo o processo de desenvolvimento“, afirmou o CEO da TAP ao jornal britânico. “Só para ter a certeza que ninguém vem com uma agenda diferente“, justificou, dando como exemplo a importância de manter as ligações aos Açores e Madeira.

O Governo de Luís Montenegro defende a privatização a 100% da TAP, dando continuidade ao processo aberto pelo anterior Executivo. O dossiê não é, no entanto, considerado prioritário. “O calendário [da privatização da TAP] não está definido”, afirmou no Parlamento o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. Segundo o governante, o processo encontra-se numa fase “de recato”, em estudos e avaliações.

Luís Rodrigues diz ao Financial Times que a venda da companhia aérea deve ser faseada. “Acho que mais tarde poderá estar preparada para uma venda de 100%, mas vamos fazê-lo passo a passo“. Defendeu também a entrada de investidores de fora da aviação, para aliviar os receios de Bruxelas sobre a concorrência no setor.

Três das maiores transportadoras europeias já mostraram interesse na privatização da TAP: Air France – KLM, Lufthansa e Grupo IAG (dona da Iberia e da British Airways).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo pressiona PS a aprovar Orçamento do Estado para 2025

  • ECO
  • 21 Maio 2024

Presidente da República considera “prioritário” a viabilização do Orçamento para o próximo ano face aos receios dos autarcas com “consequência fatal” de um chumbo para a execução dos fundos europeus.

O Presidente da República constatou, durante o almoço das comemorações dos 40 anos da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, que os autarcas socialistas, em particular, mas também os do PSD, estão preocupados com “a consequência fatal para os fundos europeus” caso o PS chumbe o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

No caso de o documento ser chumbado, abrir-se-á inevitavelmente “uma crise política” nacional — isto é, novas eleições legislativas antecipadas no final do ano — e irá “estragar por completo” o ano de 2025, que será decisivo na aplicação, por exemplo, do PRR e também do Portugal2030. Além disso, criaria dificuldades “adicionais” aos autarcas e ao que está a ser executado ou planeado executar em centenas de concelhos, em pleno ano de eleições autárquicas.

Por isso, de acordo com o Diário de Notícias (acesso pago), Marcelo Rebelo de Sousa — que, em novembro do ano passado, insistiu com o então primeiro-ministro demissionário António Costa na aprovação de um OE2024 que desse “estabilidade” à execução e aplicação do PRR — pressiona agora Pedro Nuno Santos com a viabilização do OE2025. Se “valeu a pena ter havido um Orçamento aprovado para este ano”, “também é importante que o Orçamento do próximo ano possa, na altura devida, ser ponderado e aprovado. Isso é muito, muito prioritário”, defende o Chefe de Estado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pensões de junho pagas antes das eleições europeias

  • ECO
  • 21 Maio 2024

O Governo vai antecipar em um dia o pagamento das reformas aos pensionistas no próximo mês devido ao fim de semana prolongado que culmina com o feriado de 10 de junho numa segunda-feira.

O pagamento das pensões no mês de junho será feito no dia 7, segundo avança o Correio da Manhã (acesso pago), que cita uma fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. A antecipação em um dia face ao prazo normal é justificada pelo fim de semana prolongado, devido ao feriado de 10 de junho, que este ano calha numa segunda-feira. Significa isto que o pagamento ocorre antes das eleições europeias, agendadas para o dia 9 do próximo mês.

Em regra, as pensões são pagas ao oitavo dia de cada mês, exceto se coincidir com dias de fim de semana ou feriado. Nestes casos, o pagamento pode ser antecipado ou adiado para o dia útil anterior ou a seguir. Como no próximo mês a segunda-feira a seguir ao fim de semana não é dia útil, o Governo decidiu antecipar os pagamentos para a sexta-feira anterior, dia 7.

Tendo em conta que as datas para o pagamento aos reformados são divulgadas na página da Segurança Social apenas no início de cada mês, ainda não está disponível o calendário de junho. Estes dados podem também ser consultadas na área dos beneficiários na Segurança Social Direta, onde está disponível informação não só sobre as datas previstas para o pagamento das prestações, mas também sobre o valor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Pensões, OE2025 e portos

  • ECO
  • 21 Maio 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O pagamento das pensões em junho será feito no dia 7, antes das eleições europeias. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pressiona o PS a aprovar o Orçamento do Estado de 2025. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Pensões de junho pagas antes das eleições europeias

O pagamento das pensões em junho será feito no dia 7, segundo o Ministério da Segurança Social. A antecipação num dia face ao prazo normal é justificada pelo fim de semana prolongado, devido ao feriado de 10 de junho, que este ano calha numa segunda-feira. Os pensionistas vão assim receber antes das eleições europeias, agendadas para 9 do próximo mês. Regra geral as pensões são pagas no dia 8 de cada mês, exceto se coincidir com dias de fim de semana ou feriado. Nesses casos, o pagamento pode ser antecipado ou adiado para o dia útil anterior ou a seguir.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Marcelo pressiona PS a aprovar Orçamento do Estado para 2025

O Presidente da República constatou, durante o almoço das comemorações dos 40 anos da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, que os autarcas socialistas, em particular, mas também os do PSD, estão preocupados com “a consequência fatal para os fundos europeus” caso o PS chumbe o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). No caso de o documento ser chumbado, abrir-se-á inevitavelmente “uma crise política” nacional — isto é, novas eleições legislativas antecipadas no final do ano — e irá “estragar por completo” o próximo ano, que será decisivo na aplicação, por exemplo, do PRR e também do Portugal2030. Além disso, criaria dificuldades “adicionais” aos autarcas e ao que está a ser executado ou planeado executar em centenas de concelhos, em pleno ano de eleições autárquicas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Portos de Lisboa e Sines crescem com crise no mar Vermelho

A crise no transporte marítimo mundial devido aos ataques dos rebeldes huthis a navios comerciais no mar Vermelho está a ter um impacto positivo nos portos portugueses de Sines e de Lisboa. De acordo com dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, ambos registaram crescimentos de mais de 20% na carga movimentada nos primeiros dois meses deste ano face ao mesmo período de 2023, beneficiando da necessidade dos armadores recorrerem à rota do cabo da Boa Esperança para ligar a Ásia à Europa.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Quebra na venda de casas ameaça contas das câmaras

A tendência de crescimento da receita do imposto municipal sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT), que se verificava desde a pandemia, inverteu-se em 2023. No primeiro trimestre deste ano, a situação agravou-se, com a receita do imposto a baixar 10%, ou 44 milhões de euros, devido à quebra na venda de casas. Só no ano passado o número de habitações transacionadas caiu 18%, sendo que o peso do IMT na receita das autarquias diminuiu de 18% em 2022 para 17% em 2023.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

CIP pede “unanimidade nacional” no IRC para atrair investimento

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal destaca a importância do IRC na competitividade das empresas nacionais, pedindo “unanimidade nacional” nesta matéria. Em referência a um estudo recente da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) sobre um impulso dado ao crescimento com uma redução da taxa efetiva em 7,5 pontos percentuais, Armindo Monteiro considera que este “demonstra de forma inequívoca aquilo que tem sido o posicionamento da CIP” sobre o imposto.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 21 de maio

  • ECO
  • 21 Maio 2024

Ao longo desta terça-feira, 21 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros da Mota-Engil crescem 54% no primeiro trimestre para 20 milhões

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Mota-Engil destacou um "novo recorde da carteira de encomendas", com 14 mil milhões de euros. Segundo o grupo, 2,6 mil milhões de contratos foram adjudicados no primeiro trimestre deste ano.

A Mota-Engil anunciou que registou, no primeiro trimestre deste ano, lucros atribuíveis ao grupo de 20 milhões de euros, um aumento de 54% em relação a igual período de 2023.

Segundo o grupo, que divulgou o seu trading update, no mesmo período, o volume de negócios subiu 7% em termos homólogos, atingindo os 1.352 milhões de euros e o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) aumentou 22%, para 196 milhões de euros, “impulsionado pela melhoria da rendibilidade em todos os segmentos de negócio”.

No segmento de engenharia e construção, o volume de negócios da empresa subiu 8%, para 1.210 milhões de euros, com o grupo a apontar “um crescimento resiliente, não obstante a muito forte atividade de períodos passados, e com todas as regiões a apresentarem uma performance positiva”.

Já na área de ambiente, o volume de negócios foi de 130 milhões de euros, crescendo 3% em termos homólogos.

A Mota-Engil Capital e a MEXT, que reúnem as áreas de negócio mais recentes do grupo, alcançaram um volume de negócios de 32 milhões de euros, salientou.

A Mota-Engil destacou ainda um “novo recorde da carteira de encomendas”, com 14 mil milhões de euros. Segundo o grupo, 2,6 mil milhões de contratos foram adjudicados no primeiro trimestre deste ano, sobretudo de engenharia e construção em África.

Assim, os mercados centrais (core) do grupo pesam “77%, com Angola a representar 24%, seguida pelo México, com 20%, e Nigéria com 16%”.

“A carteira de encomendas indicia um volume de negócios com tendência positiva em 2024”, indicou.

Por outro lado, “no seguimento do acordo de venda das operações da Polónia, esta já não contribui para a carteira”, sendo que, em dezembro do ano passado, representava 305 milhões de euros.

Quanto às perspetivas para o futuro, o grupo destacou o seu “foco em novos contratos com critério de seleção direcionado para projetos de grande dimensão”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Os municípios de El Maestrazgo, em Teruel, defendem o parque eólico como a última e única opção para a sua sobrevivência

  • Servimedia
  • 21 Maio 2024

O parque eólico previsto para El Maestrazgo, tornar-se-á um dos maiores parques eólicos de Espanha, com um orçamento superior a 1.000 milhões de euros e uma capacidade de produção de cerca 800 MW.

Um projeto que é defendido por todos os presidentes dos municípios de Teruel onde será instalado como “a única oportunidade que resta aos municípios para não desaparecerem”, segundo a Servimedia.

Com mais de 3.000 postos de trabalho, uma instalação deste tipo gera milhões em impostos e taxas municipais que vão diretamente para os cofres dos municípios. Os presidentes dos municípios de Teruel onde será instalado o parque eólico, nas regiões de El Maestrazgo e Gúdar-Javalambre, estão de acordo em defender um projeto que, para os seus habitantes, é “crucial e apaixonante”.

Este apoio estende-se aos habitantes desta região da chamada “Espanha vazia”. Como explica Ricardo Altabas, presidente da Câmara de Cantavieja, a capital da região, “aqui as eleições municipais foram quase um referendo sobre os projetos de energias renováveis, e aqueles que os apoiaram ganharam a maioria”. Não é de surpreender que todos os municípios tenham aprovado o projeto e que nove destes vereadores tenham criado a Associação Viento Alto em 2017 para pedir ao governo regional projetos eólicos como os que foram contemplados durante anos em cidades vizinhas da Comunidade Valenciana e que geraram riqueza e oportunidades que prestaram serviços aos seus vizinhos, e que também estão a exigir para os seus municípios.

Como salienta Roberto Rabaza, presidente da Câmara de Tronchón, o parque eólico traria 3 milhões de euros em licenças de construção e 180.000 euros por ano em outros impostos e taxas municipais, um montante que é “a única opção e a última hipótese que nos resta” para manter os serviços básicos e garantir a sobrevivência de um município que, com 60 habitantes, tem um orçamento anual de 120.000 euros. “Não há alternativa, não temos plano B, não temos tempo, as pessoas estão a reformar-se aqui e não há substituição geracional. Rabaza insiste também na compatibilidade das turbinas eólicas com a agricultura e a pecuária, a principal fonte de rendimento do município até agora, e vê o parque eólico até como um atrativo para novos colonos para Tronchón.

Ricardo Altabas, presidente da Câmara de Cantavieja, mantém a mesma linha de argumentação dos seus homólogos vizinhos e afirma que o parque será um “futuro”. Para o seu município de 750 habitantes, o parque eólico significará cerca de 7 milhões de euros em licenças de construção, aos quais se juntarão cerca de 400 mil euros por ano em outras taxas e rendas municipais. Estas receitas, afirma, “permitirão facilitar a vida aos seus vizinhos com melhores serviços”.

Este projeto também gerará atividade económica nos municípios de Castellón por onde passa a linha MAT, que transportará energia de El Maestrazgo de Teruel para a estação de Morella. Uma linha que já existe, mas que deve ser dimensionada ao longo do mesmo trajeto que a atual, e que se tornou o foco de disputa entre os municípios de El Maestrazgo de Teruel e Castellón.

Os presidentes das câmaras de Portell, Cinctorres e Morella, na Comunidade Valenciana, opõem-se à nova linha, que melhoraria a linha atual mantendo o mesmo traçado. Esta oposição poderia ser um empurrão para o promotor negociar melhores benefícios para os municípios, e não a entendem de El Maestrazgo, em Teruel. Descrevem esta posição como “insustentável”, “incoerente” e “inacreditável”, porque, como salientam o presidente da Câmara de La Iglesuela del Cid e o presidente da Câmara de Cantavieja, “há 19 anos que vemos os moinhos de vento da Comunidade Valenciana e nunca nos queixámos, a linha já existe, só precisamos de a substituir por outra com maior capacidade”.

Acontece também que o presidente da Câmara de Morella, Bernabé Sangueso, aprovou a construção de mais nove aerogeradores e de um novo parque eólico, Torre Miro III, com três aerogeradores no município de Morella e um na Serra de Bernus-La Talayola, concretamente na zona natural protegida ZEPA de grifos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministério da Inclusão e a LALIGA iniciam um percurso de colaboração para combater o discurso de ódio e o racismo no desporto

  • Servimedia
  • 21 Maio 2024

A campanha do projeto europeu SCORE "This match we will win", contra o racismo no desporto, a que a LALIGA adere, decorrerá durante as próximas quatro semanas.

O projeto europeu SCORE “Cidades desportivas que lutam contra o racismo na Europa”, liderado pelo Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações, através do Observatório Espanhol do Racismo e da Xenofobia (OBERAXE), lança a campanha de sensibilização “Vamos ganhar este jogo”, uma iniciativa pioneira na luta contra o racismo no domínio do desporto que visa promover a inclusão e gerar debate para erradicar os comportamentos discriminatórios no desporto, muitas vezes incentivados por discursos de ódio.

O projeto SCORE responde às linhas de ação propostas no Quadro Estratégico para a Cidadania e a Inclusão contra o racismo e a xenofobia 2023-2027, que propõe linhas de ação em diferentes áreas, incluindo o desporto. Esta campanha é também apoiada pela LALIGA, cuja participação ativa nesta iniciativa mostra o seu compromisso com a luta contra o ódio, a violência e a discriminação no domínio do futebol, em consonância com as ações da sua plataforma LALIGAVS.

Desta forma, a LALIGA é uma das entidades colaboradoras do projeto, divulgando os materiais de comunicação e dando visibilidade ao projeto através de diferentes meios online e offline, como perfis corporativos nas redes sociais, meios publicitários nos estádios (UTV + DBR) e o canal LALIGA Bars.

O apoio da LALIGA à campanha SCORE liderada pelo OBERAXE faz parte de uma colaboração mais ampla com o Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migração para combater conjuntamente o racismo e a discriminação dentro e fora do desporto através da participação em projetos mútuos ou do intercâmbio de ferramentas e conhecimentos no âmbito da monitorização do discurso de ódio nas redes sociais. Assim, está prevista a continuação deste trabalho conjunto e a selagem desta colaboração com um acordo assinado por ambas as partes coincidindo com o início da época 2024-2025.

O projeto europeu SCORE, cofinanciado pela Comissão Europeia através do Programa CERV 2021 (Cidadãos, Igualdade, Direitos e Valores), teve início em junho de 2022 e terminará em novembro de 2024. O objetivo geral do SCORE é criar uma coligação de cidades e autoridades locais europeias para a promoção do desporto inclusivo, bem como para a prevenção e a luta contra o racismo, a xenofobia e a intolerância conexa no domínio do desporto. O OBERAXE desempenha um papel fundamental neste trabalho e objetivo, uma vez que, para além de atuar como líder do projeto, se destaca pelo seu trabalho como plataforma de conhecimento, análise e promoção de tudo o que ajuda a combater o racismo, a discriminação racial e a xenofobia.

A campanha SCORE será levada a cabo em seis países europeus: Espanha, França, Grécia, Irlanda, Áustria e Suécia; é apoiada por um total de 14 entidades colaboradoras: LALIGA, o Gabinete Nacional de Luta contra os Crimes de Ódio (ONDOD) do Ministério do Interior, Cidalia, consultoria em diversidade, o Departamento de Desporto e Assuntos Internos da Câmara Municipal de Getafe, a Câmara Municipal de Bilbau, a Câmara Municipal de Sabadell, a Associação de Cidades Interculturais (RECI), o Observatorio de la Inmigración de Tenerife (OBITen) e a Fundación General Universidad de La Laguna, ETC Graz (Áustria), a Network for Intercultural Community Building through Training, Counselling, Exchange and Development of Policy and Practice (Suécia), Doras (Irlanda), Université de Rennes (França) e PKDI (Grécia).

A campanha envolve embaixadores locais, estatais e internacionais, incluindo atletas como Aauri Bokesa, Thaylor Lubanzadio, Violeta Pérez, Antonio Liu, Nilofar Baya, Djeneba Touré, Melissa Besara, Gustavo Nazar e Juan Diego Amador Rivero.

O discurso de ódio multiplicou-se exponencialmente graças à sua difusão na Internet e nas redes sociais. Através do monitoramento do discurso de ódio realizado pelo OBERAXE, observa-se que o episódio prototípico que mais frequentemente desencadeia o discurso de ódio é a insegurança do cidadão (ou a perceção dela), que estava relacionada a 38% do conteúdo em janeiro-fevereiro de 2024. Estes episódios associam migrantes ou pessoas de outra origem racial sem provas e retratam-nos como uma ameaça à cidadania (21% do conteúdo); rebaixam-nos ou desumanizam-nos gravemente (30% do conteúdo); e incitam à violência contra eles (31% do conteúdo).

A Ministra da Inclusão, Segurança Social e Migração, Elma Saiz, destacou o trabalho realizado pelo OBERAXE, nesta ocasião à frente deste projeto europeu. “O discurso de ódio não tem lugar em nenhum setor da nossa sociedade. A adesão de LALIGA a Score será, sem dúvida, um revulsivo para mantê-los fora dos espaços desportivos”, disse ela.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“É importante os líderes terem pessoas que os desafiem de formas diferentes”, diz Daniela Dias (Nestlé)

Há 19 anos na Nestlé, Daniela Dias garante que a diversidade é essencial para o sucesso das empresas. Ao ECO, diz que é importante que líderes sejam desafiados por perfis e visões diferentes.

Diversidade e inclusão não são modas passageiras que fazem, por momentos, as empresas saírem bem na fotografia. São mesmo chaves para o sucesso destas. Quem o diz é Daniela Dias, que trabalha há 19 anos na Nestlé e é hoje líder na área de negócios de health science. Em conversa com o ECO, deixa claro que é essencial que os líderes tenham à sua volta pessoas com perfis e visões diferentes. “Muitas vezes, digo ‘desafiem-me'”, atira a responsável.

“A inclusão e a diversidade trazem riqueza. Quando temos grande diversidade de pessoas com aspetos completamente diferentes, temos um outcome [resultado] muito mais rico, temos discussões muito mais ricas, e isso é muito importante“, sublinha a responsável pela área de negócio da Nestlé que se dedica à investigação da nutrição média, saúde e bem-estar.

De acordo com Daniela Dias, à medida que tem avançado na carreira e construído a sua equipa — neste momento, tem cerca de 30 pessoas sob a sua alçada –, estes têm sido temas aos quais tem prestado especial atenção. Mas garante que estes não são assuntos novos na Nestlé.

Por exemplo, no caso do género, conta que nunca viu, no seio da Nestlé, o facto de ser mulher como um obstáculo à sua carreira. “Nunca senti o género como uma barreira. Até senti como vantagem, por causa da política de colocarmos mulheres na liderança”, salienta a responsável, que frisa que sempre encontrou exemplos de muitas mulheres ao longo do seu percurso.

Tanto que, quando decidiu ser mãe, nem receou poder ser impactada negativamente. “Nunca senti discriminação, nem isso veio à minha cabeça”, assinala Daniela Dias.

Ora, a investigação que valeu o Nobel à economista Claudia Goldin mostra que, regra geral, ainda não é essa a experiência das mulheres no mercado de trabalho: a carreira delas tendem a sofrer com a chegada dos filhos, agravando-se significativamente o fosso (nomeadamente salarial) face a eles.

Apesar de essa ser a regra, Daniela Dias assegura ter tido outra experiência, e até adianta que a maternidade fez dela uma profissional e líder mais eficiente e empática, valorizando políticas como o regime híbrido que lhe permitem poupar tempo em deslocações e fazer uma melhor conciliação da vida pessoal e familiar.

“É muito importante as pessoas saberem que o líder cuida delas”

Desde que a pandemia nos fechou a todos em casa e forçou um boom do teletrabalho, que a pergunta não quer calar: afinal, estar 100% em casa ou, pelo menos, alguns dias por semana, prejudica ou não a cultura vivida nas equipas de trabalho?

Em conversa com o ECO, Daniela Dias assegura que o teletrabalho e o regime híbrido não têm de ser inimigos dessa cultura, mas é preciso trabalho.

Por exemplo, em janeiro de 2021, num dos pontos mais críticos da crise pandémica, contratou dez profissionais, os quais teve de integrar na empresa à distância. Fez, contudo, questão de seguir essas pessoas de perto e os resultados foram muito positivos.

“É preciso fazer um plano cuidadoso para a integração das pessoas com tempo individual. Não é só em grupo. Não são só os momentos de equipa, mas tempo individual e dedicar tempo a conhecer a pessoa, ter empatia”, detalha a responsável.

Daniela Dias acrescenta que é importante que os empregados sintam que os líderes cuidam deles, que não serão despedidos por um erro, e que há alguém que os protege. “Dá muito trabalho, mas é o que nos leva a uma equipa altamente envolvida“, salienta a mesma.

Defende que estas práticas são fundamentais não só para a retenção do talento, mas também para os resultados das equipas. “No passado, estivemos nos três melhores países do mundo em termos de resultados, na minha área de negócio, na Nestlé”, remata Daniela Dias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 21 Maio 2024

Esta terça-feira, os cabeças de lista da AD, PS, Chega e CDU para as europeias estarão frente a frente num debate televisivo. Governo reúne-se novamente com os sindicados dos professores.

No mesmo dia em que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) volta a reunir-se com as estruturas sindicais do setor da educação, terá lugar mais um debate televisivo das eleições europeias entre os cabeças de lista do PS, AD, Chega e CDU. A Mota-Engil divulga o trading update relativo ao primeiro trimestre, o PSD vai apresentar o projeto de substituição para a descida do IRS e a Eurostat divulga dados relativos à balança de pagamentos.

PSD apresenta projeto de substituição para a descida do IRS

O grupo parlamentar do PSD vai dar uma conferência de imprensa esta terça-feira, pelas 11h45, onde vai apresentar o projeto de substituição para a descida do IRS. O diploma, a que o ECO teve acesso, iguala a redução das taxas dos 3.º e 4.º escalões, apresentada pelo PS, ou seja, passam de 22,50% para 22% e de 25,50% para 25%, respetivamente, e em comparação com a proposta inicial do Executivo.

Ministério da Educação volta a reunir-se com os professores

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) volta-se a reunir com as 12 estruturas sindicais do setor da educação nesta terça-feira. Em causa está a devolução do tempo de serviços aos docentes, congelados desde o período da troika.

Debate para as europeias entre AD, PS, CH e CDU

Os cabeças de lista Marta Temido, do Partido Socialista (PS), Sebastião Bugalho, da Aliança Democrática (AD), Tânger Correia pelo Chega (CH) e João Oliveira pela Coligação Democrática Unitária (CDU) vão estar frente a frente em mais um debate para as eleições europeias. Vai ser transmitido esta noite pela RTP1.

Quantas pessoas pediram asilo à União Europeia?

O organismo de estatísticas europeu Eurostat vai divulgar esta terça-feira dados sobre o custo de trabalho e vagas de emprego relativos ao primeiro trimestre de 2024, os dados do comércio internacional de bens, da balança de pagamentos e da produção em construção relativos a março, assim como os pedidos de asilo relativos a fevereiro deste ano.

Mota-Engil divulga dados operacionais do 1.º trimestre

O grupo de infraestruturas cotado na Bolsa Portuguesa, Mota-Engil, apresenta esta segunda-feira o trading update referente ao primeiro trimestre. A empresa registou um crescimento de 54% na área de engenharia e construção em 2023 face ao período homólogo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Professores confiam em acordo “histórico” com o Ministério da Educação

Tudo vai depender da aproximação da tutela às exigências dos sindicatos: descongelamento integral em quatro tranches de 25%. UTAO vai avaliar também impacto positivo da medida do lado da receita.

Os sindicatos que representam o setor da Educação estão com fortes expectativas sobre a reunião desta terça-feira com o Ministério da Educação, a última agendada tendo em vista a recuperação dos 6 anos 6 meses e 23 dias de tempo de serviço que estão congelados desde a troika. Em declarações ao ECO, as estruturas sindicais antecipam que se chegarem a um acordo com o Governo será “um dia histórico”. Mas tudo dependerá das “aproximações” que a tutela fizer. Por isso, não afastam o pedido de reunião suplementar.

A Unida Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ainda está a estudar o custo do descongelamento integral da carreira dos professores e dos educadores de infância. Uma encomenda solicitada pelo PSD na anterior legislatura e que ainda não tem data para apresentar o respetivo relatório. A análise também terá em conta o impacto positivo do lado da receita, revelou ao ECO Rui Baleiras, coordenador da entidade que apoia os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública. Independentemente destas contas, o Ministério irá avançar com a contagem do tempo de serviço congelado.

Na véspera de mais uma ronda negocial com o ministro Fernando Alexandre, que poderá ser decisiva para se alcançar um acordo, a Federação Nacional de Educação (FNE) e o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) garantem que não têm “linhas vermelhas”. Insistem apenas numa devolução de “quatro tranches de 25%” e que seja devolvido “a totalidade do tempo de serviço”. Já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) insiste que há que “compensar” os professores que estão no topo da carreira, isto apesar de Fernando Alexandre já ter vindo afastar essa hipótese.

Esperamos mesmo que possa ser a última reunião. Isso seria bom sinal, seria sinal de que chegaríamos a acordo”, antecipa Pedro Barreiros, secretário-geral da FNE, lembrando que o sindicato apresentou a “segunda contraproposta no dia 15 [de maio] e, se houver as aproximações” que desejam, estar-se-á “eventualmente na possibilidade de estar num dia histórico”.

“Se houver as aproximações que desejamos da parte do Ministério em relação à contraproposta que fizemos chegar estaremos no bom caminho e estaremos eventualmente na possibilidade de estar num dia histórico”.

Pedro Barreiros

Secretário-geral da FNE

Para já, o segundo maior sindicato de professores diz que “importa ver, em concreto, os passos que o Ministério dá” para se aproximar das estruturas sindicais, mas garante não ter “linhas vermelhas”. “Só temos linhas verdes de aproximação”, reitera. A posição é partilhada pela presidente do SIPE, que diz estar com “expectativa de que o ministro da Educação ceda ou se aproxime um bocado mais” das suas propostas.

Tanto a FNE como a SIPE exigem que a devolução seja feita em quatro tranches. Mas, se Júlia Azevedo quer que seja feita a um ritmo de “25% por ano e em quatro anos, a começar já a 1 de setembro”, Pedro Barreiros propõe um calendário mais curto. “A nossa proposta é de quatro tranches de 25%, sendo que, no primeiro ano, se recupera metade do tempo de serviço e, em dois anos e 11 meses, se recupera a totalidade do tempo de serviço”. “Ou seja, na nossa proposta, o início da recuperação será no dia 1 de setembro de 2024 e a última tranche será no dia 31 de julho de 2027”, explica o secretário-geral da FNE.

Na última reunião, o Governo aproximou-se, em parte, das reivindicações dos sindicados, mostrando-se disponível para devolver o tempo de serviço congelado a um ritmo maior: de 25% na primeira (prevista para 1 de setembro) e segunda tranches. Já na terceira fase, mantêm-se os 20%, mas, na quarta e quintas, as parcelas encurtam para 15% (em cada um desses anos).

Fenprof não desiste de compensações no topo

O Governo cedeu também, em parte, na intenção de revogar o “acelerador de carreiras”, garantindo que seria “reconhecido aos docentes o tempo de serviço contabilizado” através desse mecanismo, “com regras específicas para a progressão para os 5.º e 7.º escalões da carreira”. Esta é, aliás, uma “condição essencial” apontada pelos três sindicatos ouvidos pelo ECO para se alcançar um acordo.

É fundamental garantir que todos os professores que foram alvo do congelamento, e não apenas os que tiveram o congelamento na íntegra, possam ficar dispensados de vagas ou sejam criadas vagas adicionais que lhes permitam aceder ao 5.º e ao 7.º escalões sem constrangimentos”, adianta o líder da FNE.

“Há muitos professores que estão a perder mais do que os 6 anos, 6 meses e 23 dias, porque, quando se recuperou os 2 anos, 9 meses e 18 dias, alguns não puderam recuperar o tempo de serviço”, uma vez que, para progredirem, necessitavam de vaga e “esse tempo de serviço foi utilizado não para recuperação, mas para a lista de espera de vaga”, esclarece.

Ou seja, “os que não usaram esse tempo para subir na lista ficaram à espera, mas agora conseguem recuperar esse tempo”, enquanto “quem usou esse tempo subiu na lista, mas acabou por perdê-lo”, acrescenta o secretário-geral da Fenprof, apontando que esta é uma condição indispensável para chegarem a acordo com o Governo.

É preciso compensar os professores que também perderam tempo de serviço, mas com todo este arrastamento da situação ao longo deste tempo já não conseguem recuperar e têm graves prejuízos na sua aposentação.”

Mário Nogueira

Secretário-geral da Fenprof

Mário Nogueira defende ao ECO que é necessário “compensar os professores que também perderam tempo de serviço, mas com todo este arrastamento da situação ao longo deste tempo já não conseguem recuperar e têm graves prejuízos na sua aposentação“. “Sem isso não é possível chegar a acordo“, assegura. “O Governo sempre disse que pretendia recuperar integralmente o tempo que esteve congelado. Ora se é integralmente tem que incluir esses professores”, sustenta Mário Nogueira.

Certo é que o ministro da Educação, Ciência e Inovação foi taxativo nessa matéria: “Não está em cima da mesa a questão de efeitos [compensatórios] para os professores aposentados e não está também nenhum efeito previsto para os professores no topo da carreira”, disse no final da última reunião, justificando que “o país não consegue reparar todos os danos” provocados por crises”.

Estas são, por isso, as “questões de fundo” que a Fenprof quer ver asseguradas e, sem elas, não assina um acordo. A maior estrutural sindical dos professores defende ainda que a recuperação seja feita em três anos, mas não vê o prazo proposto pelo Governo como uma linha vermelha, dado que há duas condições que considera essenciais e que estão garantidas: começar a descongelar a carreira, este ano, e acabar no prazo da legislatura.

Apesar de expectantes, os três sindicatos ouvidos pelo ECO deixam em aberto se haverá acordo ou se vão pedir negociação suplementar no decorrer da reunião agendada para esta terça-feira na Avenida Infante Santo, em Lisboa. “Depois desta reunião vamos fazer um inquérito aos nossos associados para perguntar o que entendem que mais podemos fazer”, indica Júlia Azevedo. Mediante essa resposta, o SIPE saberá “se há hipótese de assinatura de um acordo” ou se “fará a última contraproposta para a reunião suplementar”. “Mas linhas vermelhas não temos o que queremos é mesmo a recuperação o mais rápido possível”, resume a líder sindical.

Na última reunião, o ministro reiterou que qualquer alteração à proposta vai ter “um impacto orçamental significativo”, pelo que, diz, que prefere não avançar com números publicamente. “As contas estão feitas e quando estivermos a proposta fechada serão apresentadas com toda a transparência, prometeu. No programa de Governo, a estimativa era de cerca de 300 milhões de euros.

UTAO também vai estudar impacto positivo do lado da receita

O estudo solicitado pelo PSD, no ano passado, sobre o impacto orçamental do descongelamento da carreira dos docentes e educadores de infância está a ser realizado pela UTAO, entidade que tem estado em permanente contacto com o Ministério da Educação.

Além do custo da medida, os técnicos que apoiam os deputados no Parlamento também vão analisar os efeitos benéficos do lado da receita, designadamente, por via da arrecadação fiscal em sede de IRS e das contribuições sociais. A recuperação do tempo de serviço implica uma progressão na carreira com consequência direta no aumento dos salários. Assim, ordenados mais altos descontam mais IRS e Segurança Social.

“O estudo que está a ser elaborado contabiliza também o impacto no saldo orçamental do conjunto das Administrações Pública”, ou seja, não só a despesa como também a receita, indicou ao ECO o coordenador da UTAO, Rui Baleiras.

Para já, ainda não há um prazo para a conclusão do relatório, mas certamente estará pronto antes de outubro, isto é, antes da entrega da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2025.

De salientar que a tutela tenciona avançar com a contagem do tempo de serviço já este ano, a partir de 1 de setembro, independentemente do estudo da UTAO estar pronto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.