O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de abril

  • ECO
  • 9 Abril 2024

Ao longo desta terça-feira, 9 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

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  • 9 Abril 2024

INE divulga o índice de custos de construção de habitação nova referente a fevereiro. Trabalhadores da EDP reúnem-se em vigília para reivindicar a valorização das suas carreiras profissionais.

Esta terça-feira, o Instituto Nacional de Estatística divulga diversos indicadores, incluindo o índice de custos de construção de habitação nova referente a fevereiro, enquanto o Conselho das Finanças Públicas (CFP) publica o relatório “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2024-2028” e o Banco de Portugal divulga o inquérito trimestral sobre mercado de crédito. É também para esta terça-feira que está marcada uma vigília de trabalhadores da EDP que reivindicam a valorização das suas carreiras profissionais.

INE revela custos de construção

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta terça-feira o índice de custos de construção de habitação nova referente a fevereiro. Em janeiro, os custos aumentaram 1,9% em termos homólogos, mais 0,2 pontos percentuais que em dezembro de 2023. O INE divulga ainda o índice relativo ao volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas na indústria bem como estatísticas sobre o comércio internacional.

Conselho das Finanças Públicas avança com perspetivas económicas e orçamentais

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) publica esta terça-feira o relatório “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2024-2028”. No último relatório publicado em 2023 e com horizonte temporal até 2027, o CFP foi mais pessimista nas suas previsões que outras instituições como o BdP ou FMI.

Banco de Portugal divulga inquérito sobre mercado de crédito

O Banco de Portugal divulga hoje o inquérito trimestral aos bancos sobre o mercado de crédito, no qual é feito um balanço dos últimos três meses e, também, uma previsão daquilo que será o próximo trimestre. Embora a procura por crédito para a compra de casa tenha recuperado no ano passado, sobretudo devido às renegociações dos empréstimos por parte das famílias por conta da subida das taxas de juro, os bancos anteciparam em janeiro uma nova quebra na procura da parte das famílias no primeiro trimestre de 2024.

Vigília de trabalhadores da EDP

É para o fim da tarde desta terça-feira (19h), junto à sede da EDP, que está marcada uma vigília de trabalhadores da empresa do setor energético. Os trabalhadores da EDP reivindicam a valorização das suas carreiras profissionais, sendo que esta vigília surge depois de no mês passado os trabalhadores terem rejeitado a proposta de valorização de carreiras e ameaçado avançar com uma greve. A concentração foi convocada pela Fiequimetal – Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (CGTP-IN) e pelos seus sindicatos na EDP (SITE Norte, SIESI, SITE Centro-Norte e SITE CSRA).

Termina reunião informal dos ministros da Agricultura da União Europeia

Chega ao fim esta terça-feira a reunião informal dos ministros da Agricultura da União Europeia que durou três dias. Recentemente a Comissão Europeia propôs avançar com uma revisão de algumas alíneas da política agrícola comum (PAC), “com o objetivo de proporcionar simplificações”, mantendo “uma política forte, sustentável e competitiva para a agricultura e a alimentação da UE”.

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Há mais uma empresa a testar semana de trabalho mais curta. Blip aposta em 36 horas semanais

Blip acaba de lançar projeto-piloto para testar semana de trabalho de 36 horas. Tecnológica fundada no Porto tem, neste momento, mais de 700 trabalhadores.

Há mais uma empresa portuguesa a oferecer uma semana de trabalho mais curta do que o habitual aos trabalhadores. Na tecnológica Blip, nos próximos quatro meses, só se trabalham 36 horas por semana. Este projeto-piloto serve dois objetivos: por um lado, melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e, por outro, reter e atrair “o melhor talento”.

“O que os nossos dados dizem é que o benefício mais precioso que podemos oferecer aos nossos colaboradores é tempo — tempo livre e mais tempo com os seus –, e foi isso que procuramos oferecer”, sublinha a diretora-geral desta tecnológica fundada no Porto, em 2009, e que conta com mais de 700 trabalhadores em Portugal.

De acordo com a informação avançada em exclusivo ao ECO, o projeto-piloto arrancou a 1 de abril e vai estender-se até 31 de julho. Neste âmbito, os trabalhadores podem usufruir da sexta-feira à tarde ou da segunda-feira de manhã “como complemento ao fim de semana“, consoante os mercados para os quais trabalham.

Importa explicar também que, durante o projeto-piloto, serão estabelecidas “métricas de sucesso, previamente acordadas e comunicadas, para permitir uma monitorização e avaliação dos resultados no final“.

Serão esses dados que servirão de base também à decisão futura de manter ou não este modelo inovador. “Temos sido muito transparentes com os nossos colaboradores, dizendo que a única certeza que temos é a de que o piloto tem um início e um fim”, realça a diretora-geral.

Sara Sousa explica também que este projeto estava a ser trabalhado desde o ano passado, pelo que ver o piloto começar agora é “um motivo de grande orgulho”.

De resto, em preparação deste piloto, a Blip disponibilizou uma série de masterclasses sobre, nomeadamente, otimização de produtividade, colaboração e como lidar com a mudança. O objetivo é “apoiar os colaboradores na adaptação a este período”, assegura a empresa.

A Blip não é a única empresa portuguesa a testar a semana de trabalho mais curta. No ano passado, cerca de duas dezenas de empresas experimentaram-na, no âmbito de um projeto-piloto dinamizado pelo Governo. Dessas, pelo menos, três empresas já decidiram que vão manter a semana mais curta, conforme escreveu o ECO.

Lá fora, as empresas que testaram também têm mantido o modelo. No Reino Unido, das 61 empresas que participaram no piloto, 56 decidiram continuar com o modelo inovador, das quais 18 deram-no logo como permanente.

Ainda assim, nem tudo são rosas. A Crioestaminal — uma das empresas que participou no projeto-piloto do Governo e decidiu manter a semana mais curta — admitiu ao ECO que enfrentou “dificuldades em equilibrar o número de dias livres entre os colaboradores” e que “foi difícil reduzir a duração e frequência de reuniões para as tornar mais produtivas“.

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Empresas que violem aumento salarial obrigatório de 8% apanham multa até 10 mil euros

A atualização dos ordenados dos trabalhadores do privado, não abrangidos por contratação coletiva, é de aplicação obrigatória. Incumprimento pode constituir contraordenação grave, alertam juristas.

As empresas estão mesmo obrigadas a aumentar os salários em 7,89% aos mais de 104 mil trabalhadores do privado que não estão abrangidos por instrumentos de regulamentação coletiva. Se violarem a portaria, assinada pelo anterior Governo de António Costa, e publicada em Diário da República no dia da tomada de posse dos ministros de Luís Montenegro, arriscam pagar uma multa que pode chegar aos 9.690 euros, ou seja, quase 10 mil euros, segundos os juristas consultados pelo ECO.

O diploma tem efeitos retroativos a 1 de março e mereceu oposição por parte de todas as confederações patronais. A CIP – Confederação Empresarial de Portugal, liderada por Armindo Monteiro, alertou mesmo que “a atualização de 7,89% terá maior repercussão no terceiro setor, nomeadamente nas organizações não governamentais e sem fins lucrativos, as quais, pela sua própria natureza, dificilmente poderão suportar os encargos do aumento salarial projetado”, de acordo com o mesmo diploma.

Em causa estão trabalhadores da limpeza, vigilantes, telefonistas, auxiliares, técnicos administrativos e de secretariado, técnicos de contabilidade, de apoio jurídico, de informática ou de recursos humanos que não estão abrangidos por instrumentos de contratação coletiva.

lisboa pessoas rua

“Não obstante a contestação das confederações patronais, verificando-se os requisitos previstos no artigo 517.º do Código do Trabalho e considerando que a atualização da referida portaria tem o efeito de melhorar as condições mínimas de trabalho de um conjunto significativo de trabalhadores, o aumento em causa é de aplicação obrigatória“, afirma ao ECO o especialista em Direito Laboral, Jorge Silva Marques da sociedade de advogados Broseta.

“As entidades empregadoras abrangidas por esta portaria são obrigadas a aplicar os aumentos salariais previstos, à semelhança do que aconteceu nos anos anteriores”, reforça Cláudia Ribeiro da Silva, da Abreu Advogados.

Não obstante a contestação das confederações patronais, verificando-se os requisitos previstos no artigo 517.º do Código do Trabalho e considerando que a atualização da referida portaria tem o efeito de melhorar as condições mínimas de trabalho de um conjunto significativo de trabalhadores, o aumento em causa é de aplicação obrigatória.

Jorge Silva Marques, da Broseta

Mas a atualização salarial apenas “é aplicável no território do Continente”, ressalva Eduardo Castro Marques, sócio fundador da Dower Law Firm. Ou seja, Madeira e Açores estão fora do âmbito deste diploma. O jurista salienta ainda que “basta que exista um instrumento de regulamentação coletiva negocial potencialmente aplicável a uma determinada relação laboral para que a portaria de condições de trabalho dos trabalhadores administrativos não seja aplicável”.

Coima entre 204 e 9.690 euros

Assim, e nos casos, em que a portaria é de cumprimento obrigatório, as empresas têm mesmo de atualizar as remunerações em 7,89%. A violação da lei dá direito a uma multa que pode oscilar entre 204 e 9.690 euros, dependendo da gravidade da situação e do volume de negócios da empresa.

“Quanto ao valor das coimas, dispõe o artigo 554.º do Código do Trabalho que as mesmas serão aplicadas num intervalo de valores, tendo por referência o valor da unidade de conta (UC) de 102 euros, em 2024, e em função de fatores variáveis (volume de negócios da empresa, dolo ou negligência). Assim, neste contexto, da situação mais leve até à situação mais grave, as coimas poderão ir de 204 a 9.690 euros“, esclarece Jorge Silva Marques.

A jurista da Abreu Advogados distingue ainda entre contraordenação leve, quando é relativo a um trabalhador, ou grave, caso incida sobre a maior parte dos funcionários. Assim, “a violação de disposição de instrumento de regulamentação coletiva de trabalho respeitante a uma generalidade de trabalhadores constitui contraordenação grave, à qual corresponde uma coima variável em função do volume de negócios da empresa e do grau da culpa do infrator, a fixar entre 612 e 9.690 euros”.

Se a infração for relativa a um trabalhador, estamos perante uma contraordenação leve, “a que corresponde uma coima variável em função do volume de negócios da empresa e do grau da culpa do infrator, entre 204 e 1.530 euros”, sinaliza Cláudia Ribeiro da Silva.

A ACT poderá fiscalizar o cumprimento da portaria, quer no âmbito de ação inspetiva por si promovida, quer no âmbito de denúncia do trabalhador.

Eduardo Castro Marques, da Dower Law Firm

A empresa poderá escapar à contraordenação grave caso o valor total das coimas relativas à aplicação de contraordenações leves relativa a cada trabalhador “seja igual ou superior ao quantitativo mínimo da coima da contraordenação grave, ou seja, de 612 euros”, ressalva a a mesma advogada.

Mas as entidades patronais só serão punidas se houver uma inspeção por parte da Autoridade das Condições do Trabalho (ACT) ou uma denúncia por parte do trabalho que espolete uma ação de fiscalização. “A ACT poderá fiscalizar o cumprimento da portaria, quer no âmbito de ação inspetiva por si promovida, quer no âmbito de denúncia do trabalhador”, indica Eduardo Castro Marques.

Associações sem fins lucrativos também têm de pagar os aumentos

No caso de organizações não governamentais ou associações sem fins lucrativos que aleguem insuficiência financeira para proceder à atualização salarial de 7,89%, como indicou a CIP, os aumentos também são obrigatórios. Ou seja, não há exceções à lei.

“A portaria é aplicável às entidades empregadoras por ela abrangidas, não estando prevista qualquer causa de exclusão da sua aplicação, nomeadamente, por razões de incapacidade financeira das entidades empregadoras”, sublinha Cláudia Ribeiro da Silva.

Por isso, “os aumentos terão de ser pagos”, conclui Eduardo Castro Marques. “No limite, poderá ser discutido em Tribunal se estão ou não verificados os pressupostos de que depende a aplicabilidade da portaria de condições de trabalho dos trabalhadores administrativos a determinada relação laboral”, acrescenta.

A portaria é aplicável às entidades empregadoras por ela abrangidas, não estando prevista qualquer causa de exclusão da sua aplicação, nomeadamente, por razões de incapacidade financeira das entidades empregadoras.

Cláudia Ribeiro da Silva, da Abreu Advogados

Neste sentido, Jorge Silva Marques salienta que a obrigatoriedade “não obsta a que qualquer entidade possa querer fazer valer direitos que julgue que lhe assistem, no âmbito de regime de exceção que possa acreditar existir”. “Contudo, não descortinamos regimes específicos de exceção nesta matéria“, ressalva.

É certo que a CIP e Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) contestaram a atualização remuneratória. Contudo, o jurista da Dower Law Firm lembra que “o procedimento para a emissão de portaria de condições de trabalho exige a constituição de uma comissão técnica” que contou com “assessores designados pelos representantes dos trabalhadores e dos empregadores interessados”.

Entre os prós e os contras, o Governo considerou “que a atualização da referida portaria tem o efeito de melhorar as condições mínimas de trabalho de um conjunto significativo de trabalhadores e de promover a aproximação das condições de concorrência entre empresas”, pelo que “procedeu à respetiva emissão”, realça Castro Marques.

Aumentos entre 60 e 95 euros

A atualização das remunerações vai abranger 104.250 trabalhadores por conta de outrem a tempo completo, o que se traduz num aumento de 10.353 funcionários que integram este universo face aos 93.897 que beneficiaram do regime no ano passado, indica o diploma.

Analisando os 11 níveis salariais da tabela remuneratória destes funcionários, os aumentos oscilam, em termos nominais, entre 95,03 euros, para a categoria mais elevada, relativa a um diretor de serviços que auferia 1.201,97 euros mensais brutos e que salta para 1.297 euros; e 60 euros para a categoria mais baixa referente a um trabalhador das limpezas que ganhava o ordenado mínimo, de 760 euros, e que transita para os 820 euros, o novo valor da retribuição mínima garantida, segundo cálculos do ECO.

Os custos com aumentos salariais de pelo menos 5% ainda não podem ser majorados em 50% em sede de IRC, relativo ao benefício fiscal criado pelo Governo cessante de António Costa. O Executivo socialista tinha-se comprometido com os parceiros sociais, no reforço do acordo de rendimentos, assinado em outubro de 2023, a incluir, nesta medida, as portarias de condições de trabalho, como é o diploma em causa. Resta saber o que fará o novo Governo de Luís Montenegro.

Subsídio de refeição acima da Função Pública, mas arrisca pagar IRS

O subsídio de refeição vai aumentar 0,39 euros ou 6,5%, passando de 6 para 6,39 euros, o que significa que este apoio diário vai descolar do valor praticado na Administração Pública (6 euros).

Mas é preciso ter em conta que este montante, que resulta num valor mensal de 151,8 euros, superior em 19,8 euros mensais face ao montante do ano passado, de 132 euros, vai passar a pagar IRS, porque ultrapassa o limite estabelecido para a Função Pública, caso seja pago por transferência bancária.

Isto significa que os 39 cêntimos diários ou 8,58 mensais de diferença terão de ser tributados, a não ser que a empresa efetue o pagamento do subsídio por cartão de refeição e aí o teto de isenção vai até 9,60 euros por dia ou 211,2 euros por mês, considerando 22 dias úteis. Ou seja, se o apoio for em cartão continua isento de IRS.

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Questões salariais e valorização das carreiras devem ser feitas “fora do Orçamento do Estado”, diz Pedro Nuno

O líder do PS notou uma "dose de arrogância" na carta de resposta de Montenegro. Pedro Nuno diz ainda que seria um "ganho muito importante para a UE" ter Costa como presidente do Conselho Europeu.

As questões salariais e valorização das carreiras devem ser feitas “fora do Orçamento do Estado”, defendeu Pedro Nuno Santos esta segunda-feira em entrevista à TVI e CNN Portugal.

“Se o Governo quiser resolver os problemas daqueles grupos profissionais [Função Pública] deve fazê-lo fora do Orçamento de Estado e se possível antes. Nós achamos que é possível fazer antes. Não há nenhuma ligação com o Orçamento de Estado, isso é uma matéria diferente”, afirmou o secretário-geral do PS na sua primeira entrevista desde a derrota nas eleições legislativas de 10 de março.

Pedro Nuno Santos defendeu ainda que se a AD não propuser um orçamento retificativo é porque “não estão interessados em resolver problemas que durante a campanha disseram que queriam resolver”.

“Se querem resolver o Partido Socialista está disponível para o fazer, não há nenhuma razão para adiar a resolução de problemas que estão identificados, nomeadamente a valorização da Função Pública”, acrescentou.

A estabilidade “vale muito” e é por isso que o Partido Socialista, ao não ter conquistado maioria, “assumiu o seu lugar na oposição”, defendeu ainda Pedro Nuno Santos.

“Não é a nós que tem de estar a ser sacada a responsabilidade de garantir um Governo estável e duradouro. O pior serviço que faríamos ao país e à democracia era deixarmos o Chega isolado a liderar a oposição. Nós não faremos isso, por razões democráticas e por razões programáticas. Temos um programa muito distante da AD”, disse, referindo que em algumas matérias há maior proximidade entre a AD e o Chega do que com o PS.

Pedro Nuno nota “arrogância” na carta de resposta de Montenegro

Esta segunda-feira soube-se que Pedro Nuno Santos escreveu uma carta a Luís Montenegro na qual disse estar disponível para trabalhar com o PSD, nomeadamente para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública.

Na missiva, o líder do PS elencou as condições para aprovar um orçamento retificativo e disse estar disposto a “trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções, se necessário em sede de orçamento retificativo, para um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político”.

Luís Montenegro reagiu à carta, saudando o “exercício de responsabilidade política e compromisso” do líder do PS. O primeiro-ministro comprometeu-se também a agendar “oportunamente uma reunião de trabalho” sobre a valorização de carreiras e salários na Administração Pública.

Sobre a reação de Montenegro à carta, Pedro Nuno Santos defendeu na entrevista que não deixa de ter a “dose de arrogância que tem caracterizado Luís Montenegro desde as eleições”, referindo que isso foi notório quando a AD achou que não havia necessidade de diálogo para a eleição do presidente da Assembleia da República.

“A resposta à carta quase que remete o Partido Socialista para uma mera função de no final de todo um processo firmar um acordo. E o Partido Socialista não pode estar nessa posição”, argumentou. Pedro Nuno Santos apontou também baterias ao líder do Chega: “André Ventura é o chefe da confusão. Não é mais do que isso“, afirmou, referindo que este “não pode ser levado a sério em quase tema nenhum”.

Quanto ao milhão de portugueses que votaram no Chega, Pedro Nuno Santos defendeu que tem “de conseguir mostrar que o Chega não tem soluções para resolver nenhum problema. É um voto inútil, não serve para resolver problema nenhum, antes pelo contrário. E por isso é que é chefe da confusão, não é líder de oposição nenhuma”, observando ainda que a direita tradicional tem integrado discursos do Chega.

Sobre a Operação Influencer, Pedro Nuno Santos defendeu que este “não é um caso qualquer”, mas antes que “teve consequências democráticas profundas”.

“Não é uma brincadeira qualquer e é natural que seja exigido não só tratamento com respeito, urgência e celeridade em relação a António Costa, mas verdadeiramente em relação a todos os portugueses e todo o país que têm direito de rapidamente perceber o que é que aconteceu, porque tivemos uma maioria absoluta interrompida e uma Assembleia da República dissolvida”, afirmou.

Com as eleições europeias no horizonte, Pedro Nuno Santos só vai divulgar a lista de candidatos socialistas depois do debate do programa do Governo. António Costa será um dos nomes? O líder do PS preferiu não entrar em “especulação” mas disse que não é “incompatível” o ex-primeiro-ministro entrar nas listas e ser um candidato a presidente do Conselho Europeu.

“Seria um ganho muito importante para a UE e para Portugal”, disse, antes de acrescentar que Costa tem a “respeitabilidade de toda a Europa”.

Já quanto à comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso das gémeas, pedida pelo Chega, Pedro Nuno Santos acredita que “não vai acrescentar nada”. O líder socialista afirmou que “não há intenção de se esconder coisa nenhuma” e que o tema, que salpicou o Presidente da República, deve ser tratado no âmbito das audições das comissões parlamentares. O funcionamento do Parlamento não se pode “reduzir” às CPI, disse.

Sobre a localização do novo aeroporto, “quanto mais depressa se tomar a decisão, melhor”, defendeu o líder do PS, acrescentando esperar que o Governo tome a decisão “rapidamente” e deixando a garantia: “Não vamos obstaculizar a decisão em relação à localização“.

Conforme referiu também na entrevista, Alcochete é a decisão mais “consistente” e “sólida” porque já “sobreviveu ao teste de muitos anos”. Santarém “não me parece que seja a melhor escolha”, disse Pedro Nuno Santos, acrescentando que se devem “levar a sério” as conclusões da Comissão Técnica Independente.

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Mais de 1,2 milhões de contribuintes já entregaram declaração de IRS

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

Dos 1.242.448 agregados que já entregaram a declaração de IRS, mais de um milhão (1.011.923) tinham apenas a declarar salários de trabalho por conta de outrem ou de pensões.

O Portal das Finanças registou a submissão de mais de 1,2 milhões de declarações anuais do IRS, ao fim de primeira semana do prazo de três meses de que os contribuintes dispõem para cumprir esta obrigação declarativa.

Apesar de já há vários anos ter deixado de haver fases e prazos distintos para a entrega de declaração em função dos rendimentos, os dados do Portal das Finanças revelam que a maioria dos agregados que já arrumou as contas anuais do IRS teve apenas rendimentos de trabalho dependente e/ou de pensões em 2023.

Dos 1.242.448 agregados (inclui contribuintes singulares e casados ou unidos de facto) que já entregaram a declaração de IRS, mais de um milhão (1.011.923) tinham apenas a declarar salários de trabalho por conta de outrem ou de pensões.

Ainda que este ano não tenha havido qualquer indicação sobre o prazo médio para o pagamento do reembolso, os últimos anos têm mostrado que a devolução do imposto chega à conta dos contribuintes menos de 20 dias após a entrega da declaração – quando não são detetadas divergências ou erros de preenchimento.

No ano passado (relativamente à campanha de 2022) o prazo médio de pagamento do reembolso foi de 19,5 dias, e de 16 dias no IRS automático. De acordo com a lei, os contribuintes que ao longo de 2023 não fizeram retenção na fonte ou a fizeram em valor suficiente, têm até ao dia 31 de agosto para pagar o imposto em falta.

O prazo para a entrega da declaração anual do IRS termina no dia 30 de junho. Em 2023, a Autoridade Tributária e Aduaneira registou a sumição de 6.341.880 declarações de IRS através do Portal das Finanças – sendo que este número inclui declarações de substituição e relativas a rendimentos de anos anteriores.

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Iranianos acusam EUA de darem “luz verde” a ataque israelita em Damasco

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

"Gostaria de dizer em voz alta, daqui de Damasco, que a América tem responsabilidade pelo que aconteceu e deve ser responsabilizada", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano acusou esta segunda-feira os Estados Unidos de darem “luz verde” a Israel para o ataque ao consulado do Irão na Síria que matou há uma semana sete oficiais militares da Guarda Revolucionária, incluindo dois generais. “Gostaria de dizer em voz alta, daqui de Damasco, que a América tem responsabilidade pelo que aconteceu e deve ser responsabilizada”, disse Hossein Amirabdollahian aos jornalistas durante uma visita à capital síria, onde se encontrou com o seu homólogo, Faisal Mekdad.

Amirabdollahian também se avistou com o Presidente sírio, Bashar Al-Assad, com quem discutiu a situação na Faixa de Gaza e a situação mais ampla na região, de acordo com um comunicado do gabinete da presidência da Síria. O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano inaugurou a abertura de uma nova secção consular num edifício próximo do que foi bombardeado há uma semana e justificou as suas afirmações dizendo que Washington e “dois países europeus” não condenaram o ataque às instalações diplomáticas.

Hossein Amirabdollahian reiterou as promessas de Teerão de que responderá ao ataque, amplamente atribuído a Israel, e que parece indicar uma escalada nos ataques de Israel a altos responsáveis do Irão, que apoia o grupo islamita Hamas na guerra contra as forças de Telavive na Faixa de Gaza e o movimento xiita libanês Hezbollah, que tem dirigido ataques aéreos quase diários contra solo israelita.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, reafirmou esta segunda o apoio do grupo libanês a uma resposta militar de Teerão ao ataque que matou o general Mohammad Reza Zahedi, um alto oficial militar da Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana, e que agravou os receios de um conflito em espiral no resto do Médio Oriente.

Embora Israel tenha conduzido ataques regularmente contra oficiais militares e aliados iranianos, a morte de Zahedi foi o golpe mais significativo para Teerão desde que um ‘drone’ dos Estados Unidos matou o líder da Força Quds, general Qassim Soleimani, em 2020, em Bagdade. Israel, que raramente reconhece ataques contra alvos iranianos, disse que não tinha comentários sobre o ataque na capital síria.

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Geert Wilders abandona proposta de retirar Países Baixos da UE

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

"Queremos assegurar-nos de que a União é uma união económica e o menos possível uma união política. Em termos de migrações, queremos sair um pouco da UE", disse o neerlandês de extrema-direita.

O neerlandês de extrema-direita Geert Wilders, apresentou esta segunda-feira o programa do seu partido (PVV) às eleições europeias de junho sem qualquer referência a um ‘Nexit’ (variante neerlandesa do ‘Brexit’, saída do Reino Unido da União Europeia)”.

Wilders, oficialmente o único membro do Partido Pela Liberdade (PVV), cujo programa tinha até agora como uma das principais propostas a saída imediata dos Países Baixos da União Europeia (UE), já não defende a convocação de um referendo para esse fim, tendo esta segunda-feira admitido que “já não há no país apoio para um ‘Nexit'”, embora mantenha o discurso de o “resgatar” à influência de Bruxelas, sustentando que o poder comunitário deve ser “minado a partir de dentro”.

Queremos assegurar-nos de que a União é uma união económica e o menos possível uma união política. Em termos de migrações, queremos sair um pouco da UE, com uma exceção. Preferimos fazer isso em vez de sair completamente da UE, uma coisa que agora só um em cada cinco neerlandeses apoia”, declarou.

No programa eleitoral das eleições gerais nos Países Baixos, em novembro passado, o PVV ainda tinha o ‘Nexit’ como bandeira, tal como nas eleições europeias de 2019, quando o partido fez campanha com um tom mais firme e duro, apelando para um ‘Nexit’. No entanto, Wilders advertiu de que continua a “representar os seus eleitores e a imigração é um tema importante” e se mantém “firme nisso”, razão pela qual não fará “quaisquer concessões” em matéria de política de asilo.

“A cooperação económica intensiva é do nosso interesse”, admite agora o PVV, mas sublinhando que “não quer um superestado europeu” e trabalhará “arduamente para mudar a União a partir de dentro”. No texto do programa eleitoral europeu, também não é feita qualquer referência ao Islão e afirma-se que o PVV apoia a luta da “Ucrânia contra o agressor russo”.

O partido de extrema-direita neerlandês diz apoiar a cooperação europeia no âmbito militar, mas “não sob a bandeira da UE” e opõe-se à criação de um Exército europeu. Embora nas europeias de 2019 o PVV não tenha obtido qualquer mandato, uma sondagem da agência Ipsos mostrou em março que um quarto dos neerlandeses que planeiam exercer o seu direito de voto a 06 de junho tem a intenção de votar no PVV, o que lhe daria nove assentos no Parlamento Europeu.

O PVV de Wilders venceu as eleições gerais de novembro passado com 37 dos 150 mandatos do parlamento neerlandês, o que lhe dá prioridade para tentar formar Governo, embora não consiga fazê-lo sem o apoio de mais três partidos, que lhe dariam maioria parlamentar e com os quais está agora a negociar alguma fórmula de executivo de centro-direita sem ele como primeiro-ministro.

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Nova direção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público toma posse quinta-feira

O procurador Paulo Lona é quem irá presidir a nova direção. Já António Ventinhas assumirá a presidência da Mesa da Assembleia Geral e José Góis a presidência do Conselho Fiscal.

A nova direção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) eleita para o triénio 2024-2027 vai tomar posse no próximo dia 11 de abril, pelas 15h00. A cerimónia decorrerá no auditório do Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa.

O procurador Paulo Lona é quem irá presidir a nova direção. Já António Ventinhas assumirá a presidência da Mesa da Assembleia Geral e José Góis a presidência do Conselho Fiscal.

Paulo Lona foi eleito com 438 votos, seis votos nulos e 28 em branco. A lista do procurador foi a única a concorrer à liderança do SMMP. O grande objetivo é a “defesa intransigente do Ministério Público e da autonomia dos magistrados”.

“Preocupa-nos que se pense em pactos de regime para alterar a justiça. Há muitas coisas a fazer: faltam oficiais de justiça, magistrados, técnicos… Esses são os reais problemas. O que os preocupa são dois ou três processos”, afirmou o procurador na altura que ganhou as eleições.

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Empresários pedem ponderação cuidadosa na privatização da Azores Airlines

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

"A avaliação foi muito baixa. Isso é um facto que já foi divulgado e daí também tem que se tirar algumas conclusões", defendeu Mário Fortuna, da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada.

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada apelou esta segunda-feira ao Governo Regional e à Azores Airlines para “ponderarem cuidadosamente” e retirarem conclusões sobre a avaliação do júri no processo de privatização da companhia aérea.

“A avaliação foi muito baixa. Isso é um facto que já foi divulgado e daí também tem que se tirar algumas conclusões”, defendeu Mário Fortuna aos jornalistas, em Ponta Delgada, quando questionado sobre o concurso público da privatização da Azores Airlines, à margem da apresentação da marca Feira da Indústria, Comércio e Serviços dos Açores.

Na sexta-feira, o júri do concurso público da alienação da companhia aérea manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente no relatório final, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia. O líder da associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria defendeu que “nada deve ser descartado”, incluindo a abertura de um novo concurso para a privatização da Azores Airlines, alertando, contudo, para a importância da entrada de capital privado na transportadora.

“O passo seguinte será o de entrar em negociação com o único candidato que acabou por ficar no concurso ou então fazer um ‘reset’ ao concurso e utilizar as novas informações e as novas circunstâncias que se criaram no último ano para fazer acertos no concurso”, declarou.

A expectativa da associação empresarial, acrescentou, “é que a administração da SATA e o governo ponderem cuidadosamente os dados que têm em presença para que se trace o melhor percurso para que, até final de 2025, se consiga cumprir com o que a União Europeia exige que a SATA faça”. O presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada lembrou ainda que a alienação da SATA “desencadeou-se num determinado momento” e “teve um percurso também marcado pela instabilidade política”

“Pequenos erros produzem grandes prejuízos, é um setor muito sensível. Continua a ser importante a abertura do capital da SATA a privados para uma gestão que tem de ser de grande rigor em todos os sentidos. É um instrumento demasiado valioso, mas também muito perigoso”, alertou o também professor universitário, que foi secretário regional da Economia em 1990, num governo liderado pelo social-democrata Mota Amaral.

O presidente do júri para a privatização da Azores Airlines, Augusto Mateus, admitiu na sexta-feira que o júri tem reservas quanto à capacidade da Newtour/MS Aviation para assegurar a viabilidade futura da companhia, alertando para a necessidade de existir “força financeira” para cumprir as exigências do caderno de encargos. O caderno de encargos da privatização da Azores Airlines prevê uma alienação no mínimo de 51% e no máximo de 85% do capital social da companhia.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

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Eurodeputados aprovam mais 5,8 mil milhões no orçamento da UE em 2024 para apoio a Kiev

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

Os eurodeputados sublinham que "o apoio financeiro, baseado em subvenções e empréstimos através do Mecanismo de Apoio à Ucrânia, ajudará a manter o Estado e os serviços essenciais a funcionar".

A comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu deu esta segunda-feira ‘luz verde’ a mais 5,8 mil milhões de euros no orçamento da União Europeia (UE) para 2024, principalmente para apoiar a Ucrânia este ano, com 4,8 mil milhões. A proposta foi aprovada numa reunião desta comissão parlamentar, em Bruxelas, na qual estes eurodeputados aprovaram – com 16 votos a favor, um contra e duas abstenções –, um projeto de relatório relativo à proposta apresentada pelo executivo comunitário no início de março.

Em comunicado, a assembleia europeia explica que a ‘luz verde’, que terá de ser confirmada pelo aval em plenário no final deste mês de abril , visa aumentar em 5,83 mil milhões de euros as dotações de autorização e em 4,14 mil milhões de euros as dotações de pagamento. “Os eurodeputados consideram estes aumentos como reforços significativos, já propostos anteriormente pelo Parlamento Europeu”, indica a instituição na nota.

No início de março, a Comissão Europeia apresentou a sua proposta de orçamento retificativo para 2024, com a quase totalidade deste ‘bolo’ a referir-se ao novo Mecanismo de Apoio à Ucrânia e à mobilização da reserva ucraniana (4,8 mil milhões de euros).

“Os eurodeputados sublinham que o apoio financeiro, baseado em subvenções e empréstimos através do Mecanismo de Apoio à Ucrânia, ajudará a manter o Estado e os serviços essenciais a funcionar, apoiando simultaneamente a Ucrânia no seu caminho para a reconstrução, recuperação, reforma e adesão à União”, indica o Parlamento Europeu na nota de imprensa.

Segue-se, depois, o reforço do Fundo Europeu de Defesa no âmbito da nova Plataforma de Tecnologias Estratégicas para a Europa (376 milhões de euros), incremento da Reserva Europeia de Solidariedade e da Reserva para Ajudas de Emergência (365 milhões de euros), reforço do Mecanismo de Reforma e Crescimento para os Balcãs Ocidentais (501 milhões de euros) e a adaptação da reserva do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização para os Trabalhadores Deslocados às necessidades dos últimos anos.

A proposta surge depois de, no início de fevereiro, numa cimeira europeia extraordinária em Bruxelas, os líderes da UE terem chegado a acordo sobre a revisão do Quadro Financeiro Plurianual 2024-2027 para incluir uma reserva financeira de 50 mil milhões de euros (dos quais 17 mil milhões de euros em subvenções) para os próximos quatro anos para a Ucrânia, mobilizados consoante a situação no terreno.

Para esse acordo foi crucial um retrocesso por parte da Hungria, que ameaçou durante várias semanas vetar esta reserva financeira para a Ucrânia por contestar a suspensão de verbas comunitárias a Budapeste. A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

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Mais de metade dos cuidadores informais sem acesso ao subsídio da Segurança Social

Prestação média mensal é de 351,22 euros, um aumento de 45,22 euros face ao valor de outubro. Neste momento, há 14 mil pessoas com o estatuto ativo, mas apenas 6.359 recebem a ajuda do Estado.

Mais de metade dos cuidadores informais não consegue ter acesso ao apoio do Estado, segundo dados enviados ao ECO pelo Instituto da Segurança Social (ISS). Neste momento, das 14 mil pessoas com estatuto reconhecido, apenas 6.359 têm direito ao subsídio, o que corresponde a 45,4% do universo. Isto significa que 7.641 cuidadores ou 54,5% não reúnem os requisitos para receber o apoio.

Ainda assim, representa um aumento do número de cuidadores que passaram a aceder à ajuda da Segurança Social em comparação com os dados de outubro do ano passado. Nessa altura, apenas um terço era elegível para o subsídio.

O estatuto de cuidador informal “já foi reconhecido a 18.815 pessoas, encontrando-se quase 14 mil no estado ativo. Existem, ainda, 4.200 requerimentos em fase de análise”, indicou o ISS.

“O valor médio desta prestação é de 351,22 euros”, revelou o mesmo instituto. Isto corresponde a um aumento de 45,22 euros ou de 14,8% em relação ao valor médio de 306 euros, em outubro do ano passado. Esta evolução positiva traduz em parte a subida do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que dita o montante de referência do apoio ao cuidador informal, e que progrediu de 480,43 euros, em 2023, para para 509,26 euros, este ano, um aumento de de 28,83 euros ou de 6%.

De salientar que apenas os cuidadores principais, isto é, que são familiares que vivem com a pessoa cuidada, têm direito a um apoio financeiro que é igual à diferença entre os rendimentos do cuidador e o valor do IAS, que está nos 509,26 euros. Por exemplo, se os ganhos mensais do cuidador totalizarem 200 euros, o apoio poderá ir até aos 309,26 euros, este ano.

Para ter acesso ao subsídio, o cuidador informal principal não pode receber prestações por desemprego e deve preencher a condição de recursos, segundo a qual os rendimentos mensais do conjunto do agregado familiar, no qual o cuidador se insere, não podem ser superiores a 662,04 euros, isto é, 1,3 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais.

O subsídio é majorado em 50% do valor das contribuições sociais sobre a remuneração de um IAS, se o cuidador informal principal estiver inscrito no regime do seguro social voluntário, e enquanto pagar regularmente as respetivas contribuições, de acordo com as regras que podem ser consultadas na página da Segurança Social.

Desde que a regulamentação do estatuto do cuidador informal entrou em vigor, a 11 de janeiro de 2022, que os prazos para apresentação dos comprovativos para pedir o reconhecimento de tal estatuto têm sido continuamente adiados. Na semana passada, o Governo prorrogou pela sétima vez a data limite, desta feita, de 30 de abril para 31 de outubro 2024.

“Continuam a verificar-se alguns constrangimentos na obtenção dos documentos instrutórios do processo, nomeadamente a declaração médica e o comprovativo do pedido para intentar ação de acompanhamento de maior”, pelo que “é necessário proceder à prorrogação do prazo previsto […], permitindo, assim, o deferimento e a manutenção do Estatuto do Cuidador Informal, salvaguardando a entrega posterior dos referidos documentos”, de acordo com a portaria publicada a 1 de abril e assinada pela ex-secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes.

“Atualmente, estão 1.491 processos de Estatuto do Cuidador Informal deferidos, a aguardar a entrega do comprovativo do pedido para intentar ação de acompanhamento de maior e a declaração médica comprovativa de que a pessoa cuidada se encontra no pleno uso das suas faculdades intelectuais para 1º grau”, sinalizou ao ECO o ISS. O diploma publicado permite assim “viabilizar o deferimento dos requerimentos, de modo a que as pessoas possam desde logo beneficiar do estatuto”, acrescenta o instituto.

Recorde-se que o estatuto do cuidador informal começou por funcionar durante cerca de um ano, num sistema de projetos-piloto, circunscritos a 30 concelhos. Com a entrada em vigor do decreto regulamentar n.º 1/2022, o estatuto e as medidas de apoio passaram a ser aplicados em todo o território continental.

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