Ex-autarca de Bragança vai tutelar os municípios

Hernâni Dias renunciou o cargo de presidente da Câmara de Bragança, enquanto Hélder Reis deixa Belém para ser o novo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional do Governo de Montenegro.

O ex-presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, vai ser o secretário de Estado da Administração Local no XXIV Governo Constitucional, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, substituindo o socialista Carlos Miguel. Hernâni Dias renunciou o cargo de autarca em março e estava a cumprir o terceiro e último mandato.

Natural de Fermentãos, Bragança, Hernâni Dias foi ainda professor de português e francês em várias escolas do distrito de Bragança, nomeadamente na Escola Secundária de Moncorvo, Vinhais, Miranda do Douro, Vila Flor, Sendim e Mirandela.

Em 2003 foi nomeado Delegado Regional do Instituto Português da Juventude (Delegação de Bragança), cargo que ocupou até junho de 2005. De 2009 ao final de 2011, foi presidente da direção da Associação Cybercentro de Bragança. É, ainda, desde 2009 presidente da Direção da Associação Centro Ciência Viva de Bragança.

Hernâni Dias, secretário de Estado da Administração LocalFacebook Hernâni Dias

Antes de ser presidente da autarquia de Bragança, foi presidente da junta de freguesia de Sendas, em Bragança, e vereador da Câmara Municipal entre 2009 e 2013.

Foi eleito, por maiorias absolutas, Presidente da Câmara Municipal de Bragança, pelas listas do PSD, nas eleições autárquicas realizadas em 29 de setembro de 2013 e 30 de setembro de 2017.

Hernâni Dias, de 56 anos, é casado e pai de dois filhos. É adepto da caça, praticante de ciclismo e caminhadas rurais, de acordo com a biografia de candidato pelo PSD.

Hélder Reis: De Belém para o Governo

Para além de Hernâni Dias, o economista Hélder Reis integra a equipa do ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e é o novo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional do Governo de Montenegro ao substituir Isabel Ferreira.

Até aqui consultor do Presidente da República para assuntos orçamentais, Hélder Reis nasceu em 1969, é licenciado em economia e mestrado em Economia Monetária e Financeira, com tese na área orçamental, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão.

Iniciou a sua atividade no Ministério das Finanças em 1999, na Direção-Geral de Estudo e Previsão (DGEP), membro do conselho de administração do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB) de junho de 2010 a julho de 2013 e coordenador da Comissão para o Acompanhamento do Acordo de Cooperação Económica entre Portugal e São Tomé e Príncipe de janeiro de 2010 a julho de 2013.

Hélder Reis, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional

Participou em diversos grupos de trabalho, designadamente, o grupo de trabalho para a monitorização da execução orçamental (2011), grupo de trabalho para o estudo da política fiscal, competitividade, eficiência e justiça do sistema fiscal (2009), grupo de trabalho para a revisão da Lei das Finanças Regionais (2006), grupo de trabalho para a revisão da Lei das Finanças Locais (2005/06) e grupo de trabalho para a reforma da tributação do património (2002/03).

Hélder Reis já tem experiência no Governo tendo em conta que foi secretário de Estado Adjunto e do Orçamento no Governo de Pedro Passos Coelho, entre 2013 e 2015. Em 2002, foi assessor económico pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, permanecendo nesse cargo até 2007.

Conheça a lista dos 41 secretários de Estado para integrar o novo Governo liderado por Luís Montenegro.

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Taxas Euribor aliviam nos três principais prazos

  • Lusa
  • 5 Abril 2024

Esta sexta-feira, a Euribor caiu em todos os principais prazos: a três meses para 3,885%, a seis meses para 3,834% e a 12 meses para 3,656%.

A taxa Euribor desceu esta sexta-feira a três, seis e 12 meses face a quinta-feira. Com estas alterações, a Euribor a três meses, que baixou para 3,885%, permaneceu acima da taxa a seis meses (3,834%) e da taxa a 12 meses (3,656%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que em janeiro passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, recuou esta sexta-feira para 3,834%, menos 0,010 pontos do que na quinta-feira, após ter avançado em 18 de outubro para 4,143%, um novo máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também baixou esta sexta-feira, para 3,656%, menos 0,007 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu, ao ser fixada em 3,885%, menos 0,006 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Na última reunião de política monetária, em 7 de março, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro de referência pela quarta vez consecutiva, depois de 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 11 de abril em Frankfurt.

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Juros dos empréstimos da casa registam maior queda em cinco anos

Taxa de juro média dos novos empréstimos da casa recuou em fevereiro pelo quinto mês seguido, refletindo a queda das taxas Euribor.

A taxa de juro média das novas operações de empréstimos à habitação registou em fevereiro a maior queda em quase cinco anos, refletindo a correção das taxas Euribor naquele mês, mostram os dados do Banco de Portugal.

Os créditos para a compra de casa concedidos em fevereiro tiveram uma taxa de juro média de 3,91%, o que representa uma descida de 0,14 pontos percentuais em relação a janeiro. Trata-se da maior queda desde agosto de 2019.

cinco meses que a taxa de juro dos novos empréstimos da casa está em queda, depois de em setembro ter atingido o valor mais elevado desde 2012. A inversão de tendência acompanhou a trajetória descendente das Euribor, as taxas que são usadas no cálculo da prestação da casa em mais de 90% dos contratos da casa em Portugal.

Juros da casa recuam há cinco meses

Fonte: Banco de Portugal

O Banco de Portugal explica que a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,09 pontos percentuais, fixando-se em 3,72% em fevereiro, enquanto a taxa de juro média dos contratos renegociados teve uma redução mais expressiva: reduziu-se 0,20 pontos percentuais para 4,23%.

A perspetiva de o Banco Central Europeu (BCE) começar a baixar as taxas de juro a partir do verão está a aliviar as outras taxas do mercado, incluindo as Euribor. Situação que está a resultar numa baixa do custo do crédito da casa, depois de um disparo dramático nos últimos dois anos.

As novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 2.495 milhões de euros em fevereiro, menos 107 milhões do que em janeiro.

No crédito ao consumo, a taxa de juro média das novas operações observou um aumento ligeiro para 9,53%.

Já no que diz respeito às empresas, registou-se uma descida da taxa dos empréstimos de 0,06 pontos percentuais em fevereiro, recuando para 5,61%. Os bancos emprestaram 1.481 milhões de euros às empresas, uma descida de 441 milhões de euros relativamente ao mês anterior. “Esta redução decorreu principalmente do decréscimo dos montantes renegociados”, justifica o supervisor.

(Notícia em atualização)

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Combustíveis sobem na próxima semana e gasóleo dá o salto maior

O litro de gasóleo deverá subir 3,5 cêntimos, enquanto o litro de gasolina deve aumentar meio cêntimo.

Os preços dos combustíveis vão aumentar na próxima segunda-feira. O litro de gasóleo deve subir 3,5 cêntimos e, no caso da gasolina, meio cêntimo, de acordo com fonte do setor.

A gasolina simples 95, de acordo com os dados disponibilizados pela Direção Geral de Energia e Geologia, marca uma média de 1,801 euros por litro, esta sexta-feira, enquanto o gasóleo simples está nos 1,618 euros. Desta feita, na segunda-feira, o preço médio do gasóleo a nível nacional deve subir para 1,653 euros por litro, e o da gasolina para 1,806 euros.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo Brent à sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. É ainda de recordar que os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

O barril de Brent, negociado em Londres e referência para o mercado de petróleo na Europa, está neste momento a valorizar menos de 1%, cotando ligeiramente acima da fasquia dos 91 dólares.

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Juros dos novos depósitos a prazo recuam pelo segundo mês

Bancos continuam a baixar a remuneração das poupanças das famílias perante a perspetiva de corte das taxas do BCE no verão. Juros dos depósitos a prazo baixam para mínimos de setembro.

A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares recuou pelo segundo mês consecutivo, baixando de 2,9% em janeiro para 2,81% em fevereiro, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Trata-se do valor mais baixo desde setembro do ano passado, com a evolução decrescente a refletir as expectativas dos bancos em relação à inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) a partir do verão. O mercado espera que o BCE comece a cortar as taxas diretoras dos máximos de 15 anos perante o alívio das pressões inflacionistas.

Em comparação com os outros países da Zona Euro, Portugal apresentava em fevereiro a sétima taxa de juro dos depósitos a prazo mais baixa da região da moeda única, onde a média se situava nos 3,17% (também baixando em relação a janeiro).

Portugal com a sétima taxa mais baixa na Zona Euro

De acordo com o supervisor, “a taxa de juro média caiu em todas as classes de prazo”. Nos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa média caiu 0,1 pontos percentuais para 2,82%. “Apesar da redução, esta continua a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em fevereiro”, indica o Banco de Portugal.

Quanto aos novos depósitos de 1 a 2 anos, a taxa de juro média registou uma diminuição mais acentuada, baixando 0,26 pontos percentuais de 2,65% para 2,39%, isto enquanto a remuneração média dos novos depósitos a mais de 2 anos decresceu de 2,12% para 2,06%.

O Banco de Portugal adianta ainda que o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 7.548 milhões de euros em fevereiro, uma redução de 2.040 milhões em relação ao mês anterior.

No que toca aos depósitos de empresas, também houve uma redução de 0,1 pontos percentuais da taxa de juro média em fevereiro, baixando de 3,42% em janeiro para 3,32%. As novas operações de depósitos totalizaram 5.403 milhões de euros naquele mês, menos 2.155 milhões em relação a janeiro, com 99,5% do montante aplicado em depósitos a prazo até 1 ano.

(Notícia atualizada às 11h27)

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Estudo da Adecco sugere que IA vai mesmo reduzir empregos

  • ECO
  • 5 Abril 2024

Cerca de quatro em cada dez executivos inquiridos pela Adecco assumiram esperar ter menos trabalhadores nas suas empresas por causa da inteligência artificial.

A inteligência artificial (IA) vai conduzir várias empresas a empregarem menos pessoas nos próximos cinco anos, segundo um estudo do Grupo Adecco citado pela Reuters. A IA generativa, capaz de criar textos, imagens e vídeos, permite eliminar as tarefas mais repetitivas, mas também tem gerado receios por poder tornar alguns empregos obsoletos.

Cerca de quatro em cada dez executivos seniores que participaram no estudo da Adecco assumiram esperar ter menos trabalhadores nas suas empresas por causa desta tecnologia. No entanto, a maioria dos inquiridos diz não ter feito progressos suficientes para adotar IA nas suas operações.

“Quase todos os empregos vão ser afetados pela IA, de uma forma ou outra”, considerou Denis Machuel, CEO da Adecco, em declarações à Reuters. “A IA pode ser um ‘assassino de empregos’ e também pode criar empregos”, acrescentou.

“Há dez anos, havia um grande receio de que muitos empregos fossem destruídos pelo digital, quando, na verdade, muitos empregos foram criados pelo mundo digital”, afirmou. “Entre os postos de trabalho criados pela IA e os postos de trabalho destruídos, acreditamos que vai haver um equilíbrio“, rematou o responsável.

O relatório foi realizado com base num inquérito a executivos de 2.000 grandes empresas dos EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão, Espanha, Canadá, Austrália e Singapura, de vários setores de atividade, nomeadamente, defesa, farmacêutica, cuidados de saúde, indústria e logística.

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Preço da OPA sobre a Greenvolt mantém-se nos 8,3 euros

Como o preço mínimo definido pelo perito independente escolhido pela CMVM para analisar a oferta da KKR sobre a Greevolt ficou 12% abaixo do preço da OPA, a oferta mantém-se como antes, nos 8,3 euros.

As condições da oferta pública de aquisição (OPA) preliminar sobre a Greenvolt lançada a 21 de dezembro pela norte-americana da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) mantêm-se inalteradas e, para já, não sofrem qualquer alteração.

Num comunicado publicado esta quinta-feira à noite no seu site, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM) revela que a consultora EY, no papel de perito independente indicado pela CMVM para avaliar a contrapartida mínima da OPA lançada pela KKR, “entregou o seu relatório de avaliação, do qual resulta a definição de uma contrapartida mínima de 7,3 euros a oferecer na oferta pública de aquisição preliminarmente anunciada sobre a Greenvolt – Energias Renováveis” por parte da empresa de private equity dos EUA.

Como o preço mínimo da avaliação da EY fica 12% abaixo dos 8,3 euros propostos pela KKR para comprar as ações da empresa liderada por João Manso Neto, “prevalece o valor mais elevado”, que foi “oferecido pelo oferente”, esclarece a CMVM.

A metodologia principal adotada pelos quatro peritos da EY que avaliaram o negócio da Greenvolt baseou-se no método do rendimento, que resultou num intervalo de valorização da empresa entre 7,3 a 9 euros por ação.

No entanto, o regulador sublinha que “o lançamento da oferta continua ainda dependente da verificação das restantes condições previstas no (ponto 17 do) anúncio preliminar” como, por exemplo, a aprovação da aquisição das ações pelas Autoridades da Concorrência dos vários países em que a Greenvolt opera, nomeadamente a portuguesa que, no final de fevereiro, anunciou que não se iria opor à operação.

O relatório de avaliação da EY, que define 7,3 euros por ação como a contrapartida mínima na OPA pela KKR, reflete não só as expectativas futuras de desempenho da Greenvolt, como também um alinhamento com as condições de mercado e transações semelhantes, garantindo assim uma proposta justa e fundamentada para os acionistas da Greenvolt.

A metodologia principal adotada pelos quatro peritos da EY que avaliaram o negócio da Greenvolt baseou-se no método do rendimento, que resultou num intervalo de valorização da empresa entre 7,3 a 9 euros por ação. Esta abordagem considerou os fluxos de caixa futuros esperados, descontados a uma taxa que reflete o custo de capital da Greenvolt, colocando assim o intervalo superior num prelo 8,4% acima dos 8,3 euros oferecidos pela KKR.

Além do método do rendimento, a EY utilizou abordagens comparativas, nomeadamente a análise de múltiplos de mercado e de transações semelhantes. “O valor por ação da Greenvolt foi estimado tendo por base um lote de empresas comparáveis e o respetivo múltiplo EV/EBITDA”, referem os peritos responsáveis pela avaliação, sublinhando ainda que, em virtude do perfil de empresa de crescimento da Greenvolt, os múltiplos utilizados tiveram como referência as estimativas de EBITDA para 2024 e anos seguintes, e para efeitos comparáveis foi tido em conta o “EV/EBITDA pagos em transações de empresas comparáveis ocorridas nos últimos três anos.”

A EY estima, por exemplo, que a Greenvolt feche 2024 com um volume de negócios consolidado de 1.058 milhões de euros, 174% acima dos 386 milhões registados em 2023, e atinja os 1.426 milhões em 2027; e que o EBITDA quadruplique em quatro anos, passando de 103 milhões em 2023 para 408 milhões em 2027, conferindo à empresa uma margem EBITDA de 29%, face aos 19% que deverá registar em 2024.

A consultora revela ainda que foram consideradas outros elementos na sua avaliação, como a cotação histórica da Greenvolt entre os últimos 90 e 360 dias antes da oferta da KKR, os preços-alvo de analistas também antes da oferta e o capital próprio contabilístico por ação entre dezembro de 2021 e dezembro de 2023, para corroborar a robustez da avaliação.

Recorde-se que a 19 de janeiro deste ano, o Conselho de Administração da Greenvolt considerou justo o preço oferecido pela KKR, sustentando que a entrada de novo capital na empresa permitirá “acelerar o plano de negócios”.

Na data de lançamento da oferta preliminar, o preço oferecido pelo fundo norte-americano apresentava um prémio de 11% face à cotação de fecho do dia anterior e um prémio de 32,1% em relação ao preço médio ponderado das ações nos últimos seis meses até ao dia do anúncio da oferta preliminar (20 de dezembro de 2023).

No entanto, os 8,3 euros por ação é um preço 17% inferior aos 10 euros com que a KKR avaliou a empresa liderada por João Manso Neto 11 meses antes do anúncio da OPA, quando investiu 200 milhões de euros na aquisição de obrigações convertíveis em ações da Greenvolt.

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José Luís Carneiro defende que há espaço para PS negociar com o Governo

  • Lusa
  • 5 Abril 2024

Questionado sobre a possibilidade de o PS aprovar o Orçamento para 2025, José Luís Carneiro disse que "há espaço de diálogo o político com aqueles que hoje têm uma maioria relativa no Parlamento".

O ex-ministro da Administração Interna José Luís Carneiro defende que há margem para diálogo sobre o Orçamento e áreas estratégicas com o governo, numa entrevista em que critica a altivez do discurso do primeiro-ministro na tomada de posse.

Em entrevista ao jornal Público, questionado sobre a possibilidade de o PS aprovar o Orçamento para 2025, José Luís Carneiro disse que há espaço de diálogo.

Questionado sobre o facto de o secretário-geral socialistas considerar essa aprovação “difícil”, respondeu: “Ele [Pedro Nuno Santos] disse que seria difícil [aprovar o Orçamento]. Portanto, isso significa que há espaço para diálogo político com aqueles que hoje têm uma maioria relativa no Parlamento“, referiu

“O próprio primeiro-ministro, na posse, apelou a esse diálogo“, insistiu.

Na entrevista ao Público, o candidato derrotado à liderança do Partido Socialista referiu que o PS deve ser oposição, mas que há áreas estratégicas em que em que os socialistas devem negociar com o Governo.

“É necessário o diálogo construtivo e a oposição construtiva, como tem vindo a ser assumido pelo secretário-geral do PS”, disse o agora deputado, exemplificando depois as áreas em que considera importante haver essa negociação: soberania, política externa, defesa, segurança, consolidação da reforma do Estado e as reformas do sistema político e eleitoral e da Justiça.

Para José Luís Carneiro “o primeiro grande desafio estratégico são as questões da demografia, que se articularam com as questões das migrações” e, sobre este assunto, questionado se pode haver acordo, responde: “Entendo que a abordagem que o doutor Luís Montenegro fez do assunto constitui uma antítese daquilo a que o país está obrigado no âmbito do Pacto das Migrações”.

“É preciso haver esse diálogo construtivo, porque, se optássemos por aquele modelo de migrações, estaríamos a falar da falência da economia em setores vitais e de graves problemas no financiamento da Segurança Social”, sublinhou.

Na entrevista, o ex-ministro sublinhou que detetou no discurso de tomada de posse do primeiro-ministro, Luís Montenegro,sinais de alguma altivez, nomeadamente no modo como se dirigiu ao PS”.

“Se o Presidente da República afirmou que uma das principais responsabilidades da nova maioria é a de alargar o seu espaço político de apoio, e tendo sido o PS a encontrar, ainda há dias, a solução para um impasse institucional da eleição da mesa da Assembleia da República, dando sinais de grande maturidade institucional, o primeiro-ministro dirigir-se ao PS e dizer que espera um partido de diálogo e não um partido de bloqueio, é relativamente ofensivo”, afirmou.

Insistiu que o PS tem que continuar a defender as propostas políticas que apresentou aos eleitores e aguardar, insistindo: “Ouvimos ontem [terça-feira] uma intervenção que tem dimensões de contradição que devem ser esclarecidas na apresentação do Programa do Governo”.

“Por exemplo, o primeiro-ministro afirmou que não se pode criar a ilusão de que as contas públicas permitem dar tudo e a todos — o que, do nosso ponto de vista, está correto —, mas ao mesmo tempo prometeu uma redução da carga fiscal e aumentos salariais em várias áreas”, recordou, questionando: “como é que se compatibiliza essa redução da carga fiscal com a manutenção deste acordo de rendimentos que foi estabelecido em sede de concertação social?”

Questionado sobre se concorda com o secretário-geral do PS, com Pedro Nuno Santos, quando afirma que o PS irá liderar a oposição para não dar esse protagonismo ao Chega, o ex-ministro de António Costa respondeu: “O estatuto que o povo nos concedeu foi o da oposição”.

“Deveremos assumi-lo construtivamente, sempre colocando como o centro das nossas preocupações aquilo que corresponde às prioridades dos portugueses e do país”, ressalva.

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Sindicato Independente dos Médicos espera que Governo aumente salários até 2026

  • Lusa
  • 5 Abril 2024

O novo secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos espera que o Executivo cumpra o acordo estabelecido com o anterior Governo e critica a gestão do Serviço Nacional de Saúde.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Nuno Rodrigues, espera que o novo Governo reponha até 2026 a valorização salarial de 15% para os médicos, completando o acordo intercalar alcançado com o anterior executivo. Nuno Rodrigues defende ainda que “há um problema de gestão” no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o aumento do orçamento nos últimos nove anos não se refletiu nos salários dos profissionais.

“Apesar do acordo intercalar do ano passado [com o anterior Governo], os médicos desde 2015 ainda não atingiram a paridade do poder de compra e, portanto, é necessário ainda uma valorização salarial”, defendeu Nuno Rodrigues à agência Lusa.

Na primeira entrevista desde que foi eleito aos 41 anos para o cargo no passado dia 23 de março no Congresso Nacional do SIM, o médico de Saúde Pública adiantou que o sindicato tinha combinado com o anterior Governo socialista que esse aumento seria feito numa legislatura, que terminaria em 2026.

“Portanto, esperamos que até 2026 aquilo que pedimos ao Governo anterior não será menos do que vamos pedir a este Governo (…) de atingirmos a valorização que falta”, defendeu, sublinhando: “Já conseguimos 15% e, portanto, faltam os 15% que tínhamos prometido aos nossos associados de atingir esse valor junto do Governo”.

Antes da crise política que levou à queda do Governo, a proposta conjunta do SIM e da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) foi de, no decurso da legislatura (2022 a 2026) obter um aumento de 30% dos salários dos médicos, a redução para as 35 horas de trabalho, e a redução do período semanal de urgência de 18 para as 12 horas.

A necessidade de faseamento destas medidas já tinha sido aceite entre o Governo, a FNAM e o SIM, que considerou o acordo intercalar alcançado como a primeira etapa desse faseamento. Questionado se o SIM vai voltar à mesa negocial juntamente com a FNAM, Nuno Rodrigues afirmou “a mesa foi sempre conjunta”, as estratégias e as propostas é que “foram diferentes”.

“Independentemente disso, o Sindicato Independente dos Médicos está sempre disponível para negociar. Não nos vamos é tornar num sindicato de protesto pelo protesto”, salientou.

Acrescentou ainda: “Nós somos construtivos, queremos o bem do SNS, da saúde dos portugueses e achamos que a melhor forma de o conseguir é dando melhores condições aos médicos e, portanto, estamos disponíveis para colaborar e falaremos com certeza com o próximo Governo e com a outra estrutura sindical”.

Questionado se as negociações com os sindicatos não forem retomadas rapidamente pode haver contestação dos profissionais de saúde, Nuno Rodrigues respondeu: “os médicos são pessoas ponderadas e moderadas não podem é ficar sempre à espera de um amanhã que nunca vem”.

“E, portanto, os médicos estão disponíveis para negociar com tranquilidade, com perspetiva de futuro, com gosto, sempre no sentido da construção e não da destruição e do protesto per si”, afirmou, sustentando: “O que os médicos querem menos é fazer greves (…) o protesto pelo protesto”.

Segundo Nuno Rodrigues, o que os médicos pretendem é ter “condições de trabalho para estarem tranquilamente nos seus locais de trabalho a dar o seu melhor pelos portugueses” e, se isso for possível, “naturalmente que não haverá essas reivindicações”.

Já questionado sobre se o surgimento de movimentos inorgânicos, como o “Médicos em Luta”, pode retirar força aos sindicatos, afirmou que foi uma forma “de protesto e demonstração pública de insatisfação”.

“Antes de chegarmos a acordo [com o Governo] houve 18 longos meses de negociação, muitas vezes infrutífera, e naturalmente os colegas muitas vezes ficam com reações exacerbadas perante a inoperância que vão assistindo. Da nossa parte achamos que foi apenas um movimento realmente de protestos e demonstração pública de insatisfação”.

Ressalvando que “toda a gente tem o direito a protestar e toda a gente tem o direito a reivindicar”, Nuno Rodrigues defendeu que neste caso são os sindicatos que têm o poder de negociação e, por isso, representam os médicos junto do Ministério da Saúde.

Má gestão do SNS

Nuno Rodrigues realça ainda que o orçamento do SNS aumentou 72% entre 2015 e 2024, passando de 7.874 milhões de euros para 13.506 milhões de euros.

No mesmo período, o salário bruto de um médico no primeiro grau da carreira subiu 19%, aumentando de 2.746 euros para 3.281 euros.

“Há aqui um problema de gestão e tem de se perguntar para onde foi o dinheiro. Para os médicos não foi claramente. E, portanto, há aqui um problema de gestão que tem de ser resolvido”, disse o especialista em Saúde Pública na primeira entrevista desde que foi eleito secretário-geral, no dia 23 de março, no Congresso Nacional do SIM, substituindo Jorge Roque da Cunha.

Nuno Rodrigues defendeu, por outro lado, que “a forma mais competitiva” do Estado conseguir não ter um aumento da despesa pública em saúde é a contratação coletiva, neste caso, com os médicos”.

Questionado se concorda com o recurso aos setores privado e social para aliviar a sobrecarga no SNS, afirmou que o sindicato não vê essa questão como relevante “no sentido de que o mais importante é que as pessoas realmente tenham acesso à saúde em Portugal”.

Defendeu, contudo, que “a forma mais competitiva” do Estado conseguir não ter um aumento da despesa pública em saúde é a contratação coletiva, neste caso, com os médicos.

“Se o SNS for competitivo e o setor social e privado forem supletivos nas falhas que possa haver isso é importante, mas tem de haver um reforço na eficiência do Serviço Nacional de Saúde e na sua competitividade, porque é disso que se trata”, defendeu Nuno Rodrigues que iniciou a atividade sindical em 2015 e fazia parte do secretariado nacional do SIM desde 2018.

Sobre o novo Executivo, Nuno Rodrigues disse esperar que, “apesar de ser minoritário, seja um Governo de ação e de medidas concretas” e que “mostre serviço a favor dos portugueses e neste caso da saúde dos portugueses que tão maltratada tem sido”.

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Câmara de Lisboa demite dois fiscais de obras condenados em tribunal por corrupção

  • Lusa
  • 5 Abril 2024

Dois funcionários da Divisão de Fiscalização da Câmara Municipal de Lisboa e um proprietário de uma obra em curso na cidade ficaram detidos em maio de 2022. Em outubro passado, foram condenados.

A Câmara de Lisboa, presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, demitiu dois fiscais municipais de obras, condenados em tribunal, em outubro do ano passado, pela prática de crimes de corrupção.

A decisão foi tomada na quarta-feira, em reunião privada do executivo, composto por 17 vereadores, por unanimidade, disse esta sexta-feira à Lusa fonte da autarquia.

Em maio de 2022, a Polícia Judiciária anunciou a detenção de dois funcionários da Divisão de Fiscalização da Câmara Municipal de Lisboa e um cidadão proprietário de uma obra em curso na cidade, por suspeitas de corrupção, tendo recolhido “prova relevante” e apreendido “elevadas quantias” de dinheiro.

Os dois fiscais de obras da autarquia ficaram, na altura, em prisão preventiva, tendo o empresário aguardado o desenrolar do inquérito sujeito à medida de coação de proibição de contactos com outras pessoas envolvidas no processo.

De acordo com as propostas de demissão dos dois fiscais aprovadas na quarta-feira na reunião do executivo, a que a Lusa teve acesso, um dos trabalhadores foi condenado a uma pena única de cinco anos de prisão, suspensa na sua execução pelo mesmo período, pela prática, em autoria, de seis crimes de corrupção passiva e de seis crimes de corrupção passiva, em coautoria.

“O trabalhador solicitou e aceitou vantagens ilícitas em troca de atos ou omissões contrárias aos deveres funcionais a que estava obrigado. O visado agiu sempre livre, voluntária e conscientemente, bem sabendo e não podendo ignorar que todas as suas condutas eram proibidas e punidas por lei. Agiu com o mais elevado grau de dolo — dolo direto — sendo o grau de gravidade disciplinar dos factos por aquele praticados extremamente grave”, lê-se na proposta de demissão, na sequência do processo disciplinar instaurado pela autarquia.

Quanto ao outro funcionário, foi condenado a uma pena única de quatro anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução pelo mesmo período, pela prática de seis crimes de corrupção passiva.

“Contrariamente ao imposto pelas suas funções, os visados decidiram, em data concretamente não apurada, abordar proprietários de imóveis que se encontravam a realizar obras sem cumprirem os requisitos de comunicação prévia à Câmara Municipal de Lisboa e solicitar quantias monetárias aos mesmos, a troco da ausência de fiscalização daquelas obras […]”, violando “o dever geral de prossecução do interesse público, de isenção, de zelo e de lealdade”, lê-se também na outra proposta.

Questionada em maio de 2022 sobre as detenções por suspeitas de corrupção, a autarquia afirmou que “a transparência e o combate à corrupção são uma prioridade central no trabalho que é desenvolvido diariamente na Câmara Municipal de Lisboa”.

No mês passado, a autarquia aprovou, por unanimidade, a Estratégia da Transparência e Prevenção da Corrupção, que vigorará até 2026, no âmbito do compromisso do município de atuar por “uma organização mais íntegra, transparente e confiável”.

“A proposta de Estratégia da Transparência e Prevenção da Corrupção surgiu de um amplo processo participativo interno, que envolveu trabalhadores, dirigentes e eleitos, e externo, que contou com os contributos de cidadãos e entidades dos setores político, académico, social e empresarial”, segundo o documento aprovado.

O documento foi sujeito a consulta pública, por um período de 30 dias úteis, que decorreu entre 22 de dezembro de 2023 e 05 de fevereiro de 2024, em que foram recebidas 26 participações, “das quais 17 foram aceites e incorporadas na proposta”.

Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) — que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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Enlitia aposta em salários, teletrabalho e recrutamento rápido para atrair trabalhadores

CEO da Enlitia (que aplica a inteligência artificial às renováveis) reconhece que competição pelo talento não tem sido fácil. Por isso, empresa "acelerou" salários, teletrabalho e até recrutamento.

Com o boom do teletrabalho, a competição pelo talento tornou-se global. E isso tem tornado os processos de recrutamento levado a cabo por empresas portuguesa (ainda) mais complicados. Em declarações ao ECO, o CEO da Enlitia explica que, perante este cenário, foi mesmo preciso acelerar algumas medidas, como a adoção do trabalho remoto, a melhoria dos salários e o encurtamento do próprio recrutamento.

“Neste momento, concorremos globalmente por talento“, sublinha Tiago Santos. “Esta globalização acelerou muitas das medidas que implementamos, como tornamo-nos uma empresa totalmente remota, com flexibilidade de horários, melhorarmos substancialmente o pacote de benefícios e o pacote salarial, e acelerarmos todo o processo de recrutamento, conseguindo contratar no próprio dia”, enumera.

A Enlitia, convém explicar, foi lançada na primavera do ano passado, fruto da emancipação da área de inteligência artificial da portuguesa Smartwatt.

A empresa dedica-se, neste momento, à aplicação dessa tecnologia às energias renováveis, com o objetivo de maximizar e rentabilizar a produção, consumo e distribuição.

Ora, em 2023, a Enlitia tinha como objetivo contratar dez novos trabalhadores, mas acabou por não conseguir cumprir essa meta (integrou sete profissionais), confessando dificuldades no processo de recrutamento.

“A nossa atividade requer profissionais altamente qualificados na área de tecnologia e energia”, salienta o CEO, que avança que este ano o objetivo é contratar 16 novos profissionais. Isto para reforçar “as vertentes técnicas de desenvolvimento de algoritmos, software, gestão de projeto e comercial”, revela Tiago Santos.

Na visão do CEO, o salário continua a ser “o maior fator” na atração e retenção de profissionais, mas os demais benefícios também têm peso, defende.

O pacote de benefícios que construímos oferece estabilidade às pessoas e tem um impacto muito positivo na motivação de cada, reduzindo a sua abertura a novas oportunidades. Ninguém sai de onde é feliz,

Tiago Santos

CEO da Enlitia

Por exemplo, Tiago Santos acredita que o pacote de benefícios (com seguro de saúde, horário flexível, subsídio de refeição até ao limite da isenção fiscal e dias extra de férias) acaba por desincentivar a abertura dos quadros a novas oportunidades noutras empresas. “Ninguém sai de onde é feliz“, realça.

Além disso, oferecer um pacote de benefícios tão robusto tem permitido a esta empresa aumentar a compensação dos profissionais, “sem o impacto da carga fiscal atualmente praticada”, acrescenta o responsável.

Já no que diz respeito à flexibilidade, o CEO adianta que a “comunicação constante” é a chave para o sucesso. “Existem múltiplas reuniões por dia, muitos momentos de trabalho conjunto marcados, ou seja, encontramo-nos virtualmente na maior parte das horas do dia“, destaca Tiago Santos.

Aliás, por fazer uma forte aposta no teletrabalho, a Enlitia também oferece hoje um onboarding 100% remoto as seus novos trabalhadores. “Cada novo membro tem um tutor que o acompanha além da parte de recursos humanos, e estão agendadas diversas sessões virtuais para facilitar a passagem de conhecimento“, assinala Tiago Santos.

O responsável acrescenta ainda que “todo o mundo Enlitia está refletido numa página web para leitura do novo membro onde fica a conhecer todos os procedimentos gerais, ferramentas de trabalho, as outras equipas, objetivos anuais, entre outros”. “E, desta forma, é possível fazer onboarding à distância e também nos tornamos muito mais eficientes a fazê-lo“, entende.

Ainda assim, Tiago Santos assegura que o maior argumento para a atração de novos trabalhadores não são os tais benefícios, o teletrabalho ou o salário. É “o desafio e o impacto positivo daquilo que fazemos“, remata.

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Famílias mais pobres quase sem acesso a novos créditos à habitação

  • ECO
  • 5 Abril 2024

No ano passado, tal como em 2022, a percentagem de novos créditos à habitação atribuídos às famílias com menores rendimentos foi de apenas 3%, deixando-as dependentes do mercado de arrendamento.

No ano passado, foi quase impossível as famílias com menores rendimentos acederem a novos empréstimos para a compra de habitação. Se no terceiro trimestre de 2018 a percentagem de crédito concedido a “mutuários de risco elevado” foi de 32%, esta afundou para 3% em 2022 e 2023, noticia o Público a partir de um relatório do Banco de Portugal.

É o efeito das recomendações da medida macroprudencial para baixar os riscos do sistema financeiro, implementadas em setembro de 2018, que “continuaram a ser cumpridas em 2023”, com a melhoria de alguns indicadores. Só que esse aperto das regras para a concessão de crédito está a deixar as famílias mais vulneráveis dependentes de um mercado de arrendamento onde as rendas são cada vez mais caras, e, conjugado com o aumento das taxas de juro, sem a capacidade de adquirirem uma casa própria.

Ainda assim, em setembro de 2023, o Banco de Portugal aliviou um desses “travões” ao decidir que a chamada taxa de stress — que, nos contratos com taxa variável ou mista, faz agravar a taxa de juro para efeitos de cálculo da taxa de esforço — seria reduzida de três pontos percentuais para metade, no contexto dos juros mais elevados e perto do pico.

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