“Depois de um golpe de Estado, há sempre um processo de saneamento.” Fafe reage a despedimentos na Global Media

"Depois de um golpe de Estado, há sempre lugar a um processo de saneamento. E normalmente com a óbvia promoção da mediocridade", comenta o ex-CEO do Global Media Group (GMG).

José Paulo Fafe, até ao final de janeiro CEO do Global Media Group, já reagiu ao anúncio de um despedimento coletivo no grupo, tornado público esta terça-feira, que incide, sobretudo, sobre a direção e jornalistas do Diário de Notícias e assessores contratados durante a sua administração.

“É dos livros e só surpreende quem possa ter andado distraído: depois de um golpe de Estado, há sempre lugar a um processo de saneamento. E normalmente com a óbvia promoção da mediocridade”, diz, num comentário por escrito enviado ao +M.

Espero que o Sr. Presidente da República continue tão interventivo e ‘atento’ a todo este processo como publicamente mostrou estar em dezembro passado. E já agora, os sindicatos, as ERC’s, os Blocos da vida, o dr. Adão Silva e esses vultos todos que nos habituámos a ver na primeira linha da defesa da liberdade de imprensa”, acrescentou.

Como noticiou esta terça-feira o +M, a Global Media vai avançar para um despedimento coletivo: “O Global Media Group iniciou hoje o processo de reestruturação de equipas internas, o que nos forçou a um despedimento coletivo fundamentado na complicadíssima situação financeira que resultou da gestão dos últimos meses, cujo impacto foi público”, lê-se numa nota interna a que o +M teve acesso.

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Santarém pode substituir a Portela? A nova discórdia sobre o aeroporto

Novo ofício das Forças Armadas confirma conflito de tráfego aéreo de Santarém com base área de Monte Real, limitando a expansão do aeroporto da cidade ribatejana.

A versão final do relatório da Avaliação Ambiental Estratégica sobre o novo aeroporto reabilita Santarém como solução, mas a discórdia entre a Comissão Técnica Independente (CTI) e os promotores mantém-se a propósito da possibilidade de a infraestrutura na cidade ribatejana escalar para um hub intercontinental.

Depois de ter sido considerada uma opção inviável na versão preliminar do relatório, devido às restrições ao tráfego aéreo provocadas pela proximidade à base aérea de Monte Real, Santarém volta a ser hipótese.

Santarém pode ser uma opção como aeroporto complementar ao Humberto Delgado. Teria a vantagem de permitir ultrapassar no curto prazo as condicionantes criadas pelo contrato de concessão, tendo ainda como vantagem um financiamento privado”, aponta o documento. Isto porque é a única localização que fica fora do raio de 75 quilómetros em que a ANA tem direito de preferência sobre uma nova infraestrutura.

Uma decisão bem acolhida pelos promotores do projeto, mas que não sana a discórdia, uma vez que a Magellan 500 defende que Santarém tem condições para ser um grande hub intercontinental e não apenas um aeroporto complementar.

“É um reconhecimento da qualidade global do projeto do aeroporto de Santarém. Entendemos que o projeto não tem apenas capacidade para ser um aeroporto complementar, o que ficou demonstrado pelo trabalho feito ao longo de diversas reuniões técnicas de topo com a NAV em dezembro e janeiro, que culminaram num conjunto de soluções de navegação aérea que demonstram que o projeto é escalável para um grande hub aeroportuário“, afirma ao ECO o porta-voz da Magellan 500, Carlos Brazão.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, também defende o projeto. “Houve um grande trabalho que os promotores de Santarém fizeram com a NAV, e onde foram discutidas estas matérias, e chegou-se à conclusão que podia ser um hub internacional“, afirmou em declarações à RTP3.

Fonte oficial da NAV confirma “contactos informais com os promotores do referido projeto”. “De qualquer forma, e independentemente destes contactos, reitera-se que qualquer alteração de pressupostos requer novos estudos e análises a serem solicitadas pela CTI”, afirma ainda.

A opinião expressa no relatório final da Comissão Técnica Independente (CTI) é de que existem “limitações aeronáuticas militares” que impossibilitam que Santarém possa operar como aeroporto único substituindo o Humberto Delgado. Uma visão reforçada esta terça-feira pela coordenadora-geral, que, em entrevista à RTP3, apontou a existência de um ofício do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA) que “confirma a impossibilidade de cedência de espaço aéreo em Monte Real”.

O ofício assinado sobre o chefe de gabinete do EMFA e que consta do relatório final conclui que, “apesar das alterações introduzidas pelos promotores da opção Santarém às configurações previstas (…), verifica-se que, no que concerne à utilização do espaço aéreo, os procedimentos previstos para o projeto do aeroporto em Santarém colidem com a inviolabilidade do espaço aéreo de Monte Real, com impacto direto na sua estrutura de espaço aéreo e, consequentemente, na operacionalidade da Base Aérea n.º 5, sendo incompatíveis com a prontidão exigida para a missão atribuída e com a resposta cabal aos compromissos internacionais assumidos por Portugal no âmbito das alianças e parcerias internacionais que integra”, nomeadamente a NATO.

Acrescenta ainda que o projeto em Santarém “tem impacto igualmente em infraestruturas do Exército, nomeadamente na área de Tancos e em Santa Margarida, as quais são essenciais ao aprontamento do Corpo de Tropas Aerotransportadas e da Brigada Mecanizada”.

Na resposta à CTI, a NAV também aponta que o ofício do EMFA “clarifica a indisponibilidade para a cedência das áreas militares do bloco de Monte Real”. “A indicação que recebemos da NAV é que face às limitações do espaço aéreo, [Santarém] não pode ter movimentos superiores ao Humberto Delgado, que são 38 por hora“, afirma Rosário Partidário. Daí que, para a Comissão, Santarém não pode evoluir para hub internacional.

“Há limitações em Santarém. Os próprios promotores não estavam à espera delas. O aeroporto poderá existir, mas com uma utilização muito reduzida e não como a alternativa que Portugal necessita”, aponta também Carlos Mineiros Aires, presidente da Comissão de Acompanhamento da Avaliação Ambiental Estratégica, citando a carta do EMFA. “Não ver ser possível fazer ali um aeroporto com duas pistas, a menos que a base aérea de Monte Real saísse de lá”.

“Afinámos as soluções de tráfego, e Santarém já só impacta muito parcialmente duas áreas de espaço aéreo”, contrapõe Carlos Brazão, acrescentando que a opção pelo Campo de Tiro de Alcochete conflitua com cinco áreas e Vendas Novas com seis.

“Estamos empenhados em trabalhar com a NAV e a Força Aérea em melhorar as soluções para que afetem ainda menos as áreas militares que são importantes e críticas para o país”, assegura o porta-voz da Magellan 500. “Estamos de volta à corrida e com mais força que nunca.”

O relatório final da CTI foi entregue ao Governo esta segunda-feira. “O próximo Governo quando entrar em funções está em condições de decidir”, afirmou esta terça-feira o ainda primeiro-ministro.Vai decidir com certeza bem. Qualquer decisão é uma boa decisão, tendo em conta o atraso que temos mas porque esta decisão vai beneficiar de uma boa base técnica”, acrescentou António Costa.

(noticia atualizada às 18h20 com esclarecimento da NAV sobre reuniões com a Magellan 500)

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Chega ganha poder para impor comissões de inquérito e pedir fiscalização de leis

  • Lusa
  • 12 Março 2024

Reforço do grupo parlamentar do Chega confere ao partido novos instrumentos para usar na legislatura, como requerer fiscalização de leis ao TC e impor comissões de inquérito.

O Chega ultrapassou a fasquia de um quinto dos deputados nas legislativas de domingo, o que lhe permite impor a constituição de comissões parlamentares de inquérito ou requerer a fiscalização da constitucionalidade de leis.

O crescimento de 12 para 48 deputados abre ao partido liderado por André Ventura mais possibilidades de ação, como poder recorrer ao Tribunal Constitucional para pedir a fiscalização de constitucionalidade de leis.

A Constituição da República Portuguesa estabelece que um décimo dos deputados à Assembleia da República, 23, pode pedir a fiscalização abstrata da constitucionalidade e da legalidade de diplomas.

Quanto à fiscalização preventiva da constitucionalidade, 46 deputados, ou seja, um quinto dos representantes da Assembleia da República em efetividade de funções, podem requerer ao Tribunal Constitucional esta apreciação sobre “qualquer norma constante de decreto que tenha sido enviado ao Presidente da República para promulgação como lei orgânica”.

Com mais de um quinto dos deputados, o Chega pode também forçar a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito.

A Constituição estabelece que “as comissões parlamentares de inquérito são obrigatoriamente constituídas sempre que tal seja requerido por um quinto dos deputados em efetividade de funções, até ao limite de uma por deputado e por sessão legislativa”.

Nesta legislatura, o Chega propôs várias comissões de inquérito, que acabaram todas rejeitadas. Perante os chumbos, e uma vez que não tinha deputados suficientes para avançar potestativamente (com caráter obrigatório), o partido tentou desafiar o PSD para levar por diante os inquéritos, mas nunca foi acompanhado nas suas propostas.

O Regimento da Assembleia da República estabelece que os quatro maiores grupos parlamentares podem propor um vice-presidente “e, tendo um décimo ou mais do número de deputados, pelo menos um secretário e um vice-secretário”.

Nesta legislatura, o Chega propôs quatro nomes diferentes para vice-presidente da Assembleia da República, mas foram todos rejeitados.

No que toca às candidaturas para presidente da Assembleia da República, “devem ser subscritas por um mínimo de um décimo e um máximo de um quinto”, sendo eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções.

Com um grupo parlamentar maior, o Chega irá também ganhar mais direitos potestativos no parlamento, como debates de urgência ou de atualidade ou a fixação da ordem do dia das sessões plenárias.

Relativamente aos decretos que tenham sido vetados politicamente pelo Presidente da República, a nova apreciação do diploma pelo parlamento pode ser agendada por um décimo dos deputados, ou seja, 23.

O Chega quadruplicou o número de deputados nas eleições de domingo, passando de 12 para, pelo menos, 48, de acordo com os resultados provisórios, numa altura em que ainda não foram atribuídos os quatros mandatos dos círculos da Europa e Fora da Europa.

A Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.

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António Costa diz que legislaturas são para cumprir até ao fim

O primeiro-ministro espera que a recente instabilidade política não se torne num novo padrão, argumentando que os anos de estabilidade governativa foram bons para a economia.

Perante os resultados das eleições de domingo, António Costa reforçou que é importante que “a recente instabilidade política não passe a ser o novo padrão”. O ainda primeiro-ministro questionado sobre um possível quadro de instabilidade política e a possibilidade do país voltar a eleições dentro de uns meses, defendeu que as “legislaturas devem-se cumprir”.

Não é uma questão de desejar. As legislaturas devem-se cumprir”, defendeu António Costa, questionado sobre se deseja que haja uma estabilidade política e o novo governo tenha condições para governar, à margem do 2º encontro das Agendas Mobilizadoras, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que está a decorrer esta terça-feira em Santa Maria da Feira.

A Aliança Democrática, liderada por Luís Montenegro, foi a força política mais votada nas eleições legislativas do último domingo, mas existe o receio que a AD não tenha condições para governar e não consiga alcançar entendimentos, à direita e à esquerda, para aprovar o seu Orçamento do Estado, precipitando o país para um novo cenário de eleições. O André Ventura já fez saber que se não for envolvido nas negociações chumba o próximo OE, porque isso “seria humilhar o Chega”, e Pedro Nuno Santos também foi claro ao dizer que apesar de não aprovar nenhuma moção de rejeição ao Governo, não irá suportar um Governo minoritário da AD, apesar de reconhecer que existem pressões dentro do próprio PS para que o faça.

Sem querer tomar posições sobre qual deve ser a posição do Partido Socialista (PS) em relação a possíveis entendimentos para viabilizar o orçamento, António Costa realçou que um quadro de estabilidade política, como a que o país viveu nos últimos anos, é importante para a economia. “Para Portugal tem sido vantagem competitiva importante ter havido estabilidade nas legislaturas. Espero que o facto de termos tido uma recente instabilidade da legislatura não passe a ser um novo padrão”, sublinhou, apelando a “uma estabilidade nas legislaturas”. Ainda assim, reconheceu que é necessário refletir sobre os resultados eleitorais, do qual assume responsabilidades, e a subida do Chega.

Quanto a decisões importantes, como o novo aeroporto, António Costa refere que o “próximo Governo quando entrar em funções está em condições de decidir o novo aeroporto”, uma vez que terá na mão o relatório final produzido pela Comissão Técnica Independente. Em relação a qual poderá ser a decisão, Costa diz que “qualquer decisão é uma boa decisão” e o novo Governo vai beneficiar de ter na mão um “estudo com informação técnica sólida”.

PRR não pode parar

O primeiro-ministro realça ainda que o PRR resulta de um compromisso com a União Europeia até 2026 e “não é por haver uma mudança de maioria parlamentar que o PRR vai ter qualquer sobressalto“, destacando que é muito importante que “todos continuemos a remar no mesmo sentido”.

A falar sobre as Agendas Mobilizadoras, o primeiro-ministro nota que este programa é “muito importante para o futuro”, compreendendo projetos “desde a área da agricultura, até áreas mais sofisticadas como o espaço”.

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Medina garantiu em Bruxelas que Montenegro irá manter política das “contas certas”

Ministro das Finanças passou "mensagem de confiança" aos homólogos europeus de que o líder da AD, depois de indigitado, irá respeitar a política de "contas certas" levada a cabo pelo PS.

O Ministro das Finanças revelou ter transmitido uma “mensagem de confiança” aos homólogos europeus relativamente à continuidade da política orçamental “de contas certas” levada a cabo pelo PS. “O futuro Governo liderado pela Aliança Democrática (AD) e por Luís Montenegro irá dar continuidade à trajetória de contas certas que o país tem seguido“, afirmou Fernando Medina, esta terça-feira, em Bruxelas.

O responsável pela pasta das Finanças explicou ter transmitido essa mensagem por ter sido esse um “compromisso assumido no programa eleitoral da AD”, estando por isso “convicto” de que Montenegro irá “continuar esse trabalho” se for indigitado como primeiro-ministro, na próxima semana, depois do apuramento dos votos do círculo da emigração. Esse momento deverá acontecer no dia 20 de março, altura em que o Presidente da República receberá o líder da AD no Palácio de Belém.

Quis partilhar essa mensagem de continuidade e de confiança aos parceiros europeus de que esse caminho vai ser perseguido. Fi-lo com a convicção de que vai ser feito, tal como está inscrito no programa da AD que foi apresentado nas eleições”, acrescentou em declarações aos jornalistas, não resistindo deixar um recado: “Obviamente, caberá ao futuro Governo fazer prova disso.”

Questionado sobre se o PS está disponível para apoiar uma governação da AD, respondendo ao apelo de “responsabilidade” lançado por Montenegro, Medina voltou a sublinhar que na próxima legislatura o “PS fará e liderará oposição”, argumentando que a formação de um bloco central apenas contribuiria para o crescimento do Chega.

“O resultado das eleições ditou que a AD vai governar o país, e assim vai ser. O PS vai ser oposição. Não é bom que se confundam esses papéis, nem é bom um bloco central“, afirmou, alertando que “no dia em que isso acontecer, a única força de oposição seria o partido de extrema-direita” e que isso resultaria num crescimento no ato eleitoral seguinte. Ainda assim admitiu concordar com a posição assumida por Augusto Santos Silva de que o PS e PSD devem negociar e fazer compromissos entre si em matérias importantes.

Sobre o crescimento da extrema-direita em Portugal, o ainda ministro das Finanças recordou que essa é uma tendência que se verifica, também, no resto da Europa. “Portugal era, de certa forma, um quadro de exceção. Tínhamos uma maioria estável. Agora temos um quadro político diferente, mais espartilhado, com um partido de extrema-direita com uma expressão significativa”, disse.

Apesar deste cenário “desafiante”, no qual o Chega se prepara para arrancar a próxima legislatura com 48 deputados, cimentando a sua posição como terceira força política, Medina garante que “Portugal irá fazer esse caminho”, ainda que admita ser “um desafio para quem vier assumir responsabilidades no Governo“.

Questionado ainda sobre se o PS irá chumbar um eventual orçamento retificativo apresentado pela AD, Fernando Medina não abre o jogo, recordando ser ainda membro do Governo, não sendo por isso o momento para começar a fazer oposição. Esse trabalho, irá reservar para quando assumir um lugar na Assembleia da Republica na bancada do PS. “Asseguro o meu lugar”, frisou.

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Moedas diz que AD não vai governar com Chega

  • Lusa
  • 12 Março 2024

O presidente da Câmara de Lisboa afirmou que a AD não vai governar com o Chega, lembrando que o líder dos sociais-democratas, Luís Montenegro, foi claro sobre o assunto durante a campanha eleitoral.

LisO presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), afirmou hoje que a Aliança Democrática (AD) não vai governar com o Chega, lembrando que o líder dos sociais-democratas, Luís Montenegro, foi claro sobre o assunto durante a campanha eleitoral.

“Eu penso que o líder da AD [Aliança Democrática, formado por PSD, CDS e PPM] foi claro, assim como eu como presidente da câmara fui claro: não governo com o Chega e a AD não governa com o Chega“, disse Carlos Moedas aos jornalistas, no final da inauguração do novo funicular da Graça, que liga o bairro à Mouraria.

Carlos Moedas respondia assim aos jornalistas, quando questionado sobre declarações à Antena 1 do presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, que defendeu hoje conversações com o Chega para formação do novo Governo de direita.

O autarca considerou que as eleições legislativas de domingo foram “um momento único” de “mudança de ciclo para o país e que, agora, aqueles que ganharam vão formar Governo”.

O presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que os portugueses “não querem andar de eleição em eleição”, mas que querem “um governo estável, com o projeto claro da AD que ganhou as eleições”.

Carlos Moedas lembrou que os partidos que “têm responsabilidade no parlamento vão fazer o que têm de fazer e [decidir] se querem ou não um governo que mude de ciclo”.

É ele [Luís Montenegro] que vai ser o primeiro-ministro, é da responsabilidade do PS, do Chega e dos outros partidos” o apoiar, sublinhou.

Carlos Moedas reiterou o seu apoio ao líder do PSD, reiterando haver “clareza” no seu programa para “clareza de uma mudança de ciclo”, liderada por Montenegro.

“Tem um programa, os deputados sejam do PS e do Chega vão ter de aceitar ou não o programa e vão ter de discutir na Assembleia [República], mas será um Governo AD e de Montenegro”, frisou.

A Aliança Democrática, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.

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Economia portuguesa cresce mais quando “induzida” por maior contributo do Norte

Entre 2000 e 2022, crescimento económico médio anual na região Norte foi superior à média nacional. Análise da CCDR destaca "modelo industrial mais aberto ao exterior e diversificação de mercados".

Entre 2000 e 2022, a Região Norte cresceu acima da média nacional com uma progressão económica anual de 1%. Um valor superior à média nacional (0,8%), mas inferior à registada nos Estados-Membros da União Europeia (1,4%), contabiliza a CCDR-Norte.

De acordo com dados divulgados esta terça-feira por este organismo, no período analisado, a “economia da região mostrou-se mais resiliente do que a nacional em contexto de crise e mais pujante em períodos de expansão, resultante do modelo industrial mais aberto ao exterior e da maior diversificação de mercados”.

O maior ritmo de crescimento económico do Norte no quadro nacional e europeu ocorreu no período anterior à crise pandémica, marcado por fatores como o aumento simultâneo do emprego e da produtividade, o reforço da internacionalização e o incremento da componente tecnológica dos bens exportados.

Neste intervalo, entre 2013 e 2019, o crescimento económico médio anual do Norte foi de 2,8%, que compara com 2,3% em Portugal e 2,1% na UE27. Nesta fase, a Região Norte apresentou o maior contributo para o crescimento económico do país, destacando-se a convergência real do Norte e de Portugal no quadro europeu.

O ciclo económico mais recente (2019-22) – o qual inclui a crise pandémica e a fase de recuperação que se seguiu – foi um “exemplo dessa resiliência”: o crescimento económico do Norte foi, em média anual, de 1,4%, um valor superior ao nacional (1,2%) e ao da média dos Estados-Membros da UE27 (1,1%), assinala o relatório.

Por oposição, entre 2000 e 2008, o crescimento económico médio anual do Norte foi de 1%, um valor inferior ao nacional (1,1%) e ao da UE27 (2,0%). “Neste período observou-se a divergência real do Norte e de Portugal no contexto europeu, sendo que a Área Metropolitana de Lisboa foi a que mais contribuiu para o crescimento económico nacional neste período, caracterizado pelo aumento do endividamento externo do país”.

A principal conclusão do estudo aponta ainda “para a inexistência de evidências que o maior crescimento económico nacional resulta do maior contributo da região mais desenvolvida, a Área Metropolitana de Lisboa”. Nota que “a economia nacional registou o maior aumento do PIB na fase em que este foi induzido por um maior contributo do Norte”. O dinamismo regional e o impacto nacional são justificados pela dimensão populacional e económica da região e o reforço de fatores competitivos – como a internacionalização, a industrialização e a inovação.

A economia nacional registou o maior aumento do PIB na fase em que este foi induzido por um maior contributo do Norte, assinala o estudo da CCDR.

A mais recente edição das contas regionais do INE confirmou que o crescimento económico do Norte em 2022 foi de 5,6%, o valor mais elevado do corrente século, mas ficou aquém do nacional (6,8%). Em balanço, entre 2000 e 2022, o crescimento médio anual do PIB em volume do Norte foi de 1%, que compara com um crescimento de 0,8% em Portugal. Durante esse período, a economia do Norte convergiu com a média nacional, mas divergiu com a UE27, que assistiu a um crescimento económico médio anual de 1,4%”, lê-se na nova edição do boletim Norte Estrutura.

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Cabos submarinos 2Africa do consórcio da Vodafone amarrados em Carcavelos à estação da Altice

  • Lusa
  • 12 Março 2024

Lançado em maio de 2020, o novo cabo ligará 33 países de três continentes (Europa, África e Ásia) e terá 46 pontos de amarração ao longo de 45 mil quilómetros de extensão.

O sistema de cabos submarinos 2Africa, do consórcio internacional da qual faz parte a Vodafone, foi amarrado e ligado esta terça-feira em Carcavelos, Cascais, à estação de cabos submarinos da Altice Portugal, dona da Meo.

“O 2Africa, o maior sistema de cabos submarinos do mundo, chegou a Portugal graças aos investimentos de um consórcio internacional“, refere a Vodafone Portugal, em comunicado, adiantando que “a amarração do cabo ocorreu esta terça-feira em Carcavelos, um dos pontos de desembarque europeus e a partir do qual esta infraestrutura de última geração entra em Portugal Continental”.

Em 12 de fevereiro tinha sido publico um despacho em Diário da República a reconhecer como “ação de relevante interesse público” o projeto de instalação e amarração do cabo submarino de telecomunicações em fibra ótica no sistema 2Africa na praia de Carcavelos foi reconhecido como “ação de relevante interesse público”, segundo despacho publicado esta terça-feira.

O consórcio 2Africa integra oito parceiros internacionais: Bayobab, Center3, China Mobile International, Meta, Orange, Telecom Egypt, Vodafone Group e WIOCC. A Alcatel Submarine Networks é responsável pelo fabrico e instalação do cabo 2Africa.

“A chegada a Portugal do cabo 2Africa, o maior cabo submarino de fibra do mundo, reforça a importância estratégica do país — sobretudo pela sua localização privilegiada — para este tipo de infraestruturas fundamentais às comunicações nacionais e internacionais, potenciando a digitalização de empresas, instituições e clientes particulares”, afirma o chief network officer [administrador com o pelouro da rede] da Vodafone Portugal, Paulino Corrêa, citado em comunicado.

“A Vodafone associa-se orgulhosamente a este projeto que faz de Portugal uma peça fundamental no desenvolvimento tecnológico, reforçando ainda mais a ligação do país ao mundo”, acrescenta.

O cabo oferece uma importante capacidade adicional para responder à procura de serviços globais de telecomunicações nas próximas décadas (serviços de Internet, videoconferência, aplicações multimédia e móveis avançadas para vídeo digital, televisão de alta-definição e computação em nuvem) e melhorará a conectividade para empresas, instituições e clientes particulares.

Lançado em maio de 2020, o novo cabo ligará 33 países de três continentes (Europa, África e Ásia) e terá 46 pontos de amarração ao longo de 45 mil quilómetros de extensão, quando estiver concluído.

A Meo, da Altice Portugal, tem estado ligada à indústria de cabos submarinos nacionais e internacionais há mais de 50 anos.

É a empresa responsável pela operação dos cabos submarinos que ligam o Continente-Açores-Madeira (CAM), bem como pela operação do sistema de cabos submarinos que interliga as ilhas dos Açores que constitui o sistema Inter-Ilhas.

A Meo tem duas Estações de Cabos Submarinos (ECS) internacionais, localizadas em Sesimbra (inaugurada em 1969) e Carcavelos (cuja origem remota ao século XIX). Além destas, existem outras ECS nas ilhas (Açores e Madeira) e no continente que amarram cabos submarinos domésticos.

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Agendas mobilizadoras vão criar mais oito mil milhões de volume de negócios até 2026

As agendas mobilizadoras vão criar 18 mil novos postos de trabalho e oito mil milhões de euros de volume de negócios. Costa Silva diz que estes investimentos vão ajudar a transformar a economia.

As 53 agendas mobilizadoras, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vão permitir à economia portuguesa chegar a 2026 com mais oito mil milhões de euros de volume de negócios e mais 18 mil postos de trabalho, dos quais 11 mil altamente qualificados. O ministro da Economia e do Mar acredita que estas agendas mobilizadoras vão contribuir para tornar a economia portuguesa numa economia cada vez mais competitiva e resiliente.

As agendas mobilizadoras prometem chegarmos a 2026 com mais oito mil milhões de euros de volume de negócios da economia portuguesa”, adiantou o ainda primeiro-ministro após uma visita aos stands dos consórcios, no âmbito do 2º Encontro das Agendas Mobilizadoras, em Santa Maria da Feira.

António Costa lembrou ainda que “na avaliação que a Comissão Europeia fez, o nosso PRR é o quinto que acrescenta mais valor acrescentado à economia”, que se traduz em mais 2,5% a 3% do nosso Produto Interno Bruto (PIB).

O primeiro-ministro falava aos jornalistas à entrada para o segundo Encontro Anual das Agendas Mobilizadoras, que decorre hoje no Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.Lusa 12 março, 2024

“É fundamental que a inovação se transforme em produtos e serviços que possam chegar ao mercado. Por outro lado, criamos uma economia de maior valor acrescentado, mais conhecimento e onde se vai criar 18 mil postos de trabalho, 11 mil dos quais de alto valor acrescentado”, concluiu.

António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, destacou a “transformação que a economia nacional está a ter”, para o qual já estão a contribuir as agendas mobilizadoras, que estão a “transformar o perfil produtivo da economia portuguesa, através da interação da ciência e inovação com o que é a economia nacional“.

Costa Silva realçou que estas mudanças, que já estão a acontecer no chão de fábrica. Embora sejam “mudanças graduais”, mostrou-se otimista, realçando o novo modelo no qual assentam as agendas mobilizadoras, que promove a formação de consórcios entre empresas, universidades e centros tecnológicos, e uma partilha de trabalho, com uma “interação contínua entre os vários intervenientes”.

O responsável salientou que o objetivo é “tornar Portugal numa economia cada vez mais competitiva e que seja capaz de se afirmar no mercado internacional“, permitindo ao PIB resistir à difícil conjuntura internacional, marcada por guerras e situações de incerteza geopolítica.

Costa Silva realçou o reforço da capacidade de exportação do país nos últimos dois anos. “Temos uma economia cada vez mais exportadora” e a “produção externa estimula a capacidade das nossas empresas”, frisou.

A aposta numa força de trabalho cada vez mais qualificada, assim como o reforço na inovação e no Investimento Diretor Estrangeiro foram outros dos pontos destacados pelo ministro da Economia para reforçar a competitividade da economia nacional, frisando o papel das agendas mobilizadoras também para promover esta transformação, cujos projetos começam a revelar avanços. “Em 2023, tivemos um aumento de 7,6% do número de patentes e 27% das novas patentes que já foram registadas no âmbito das agendas“, informou o ministro.

Costa Silva aproveitou ainda para destacar alguns dos projetos desenvolvidos no âmbito das agendas mobilizadoras, que vão desde a aeronáutica, à energia e ao espaço, passando pela saúde e pela tecnologia e cobrem “vários espaços que podem ser relevantes na economia nacional”.

Os protótipos apresentados no encontro de Santa Maria da Feira incluem projetos como o veículo APM, da Salvador Caetano, que vai estar nos Jogos Olímpicos de Paris, uma motorizada elétrica da Continental, o investimento desenvolvido pelo consórcio liderado pela Neuroaspace, que vai impedir a colisão de 300 satélites com lixo espacial, entre outros.

António Costa Silva realçou ainda o papel da Inteligência Artificial, uma área que, segundo os estudos, “pode ter efeito na economia de cerca de 15 mil milhões de euros por ano até ao fim do ano de 2030″.

Estamos a mudar o paradigma. Trabalhamos todos em conjunto para mudar o país, ligando a ciência à economia e tendo muita atenção ao que é a economia“, rematou.

O programa das agendas mobilizadoras prevê um investimento de 7,7 mil milhões de euros, com um incentivo de 2.915 milhões de euros.

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Programa Consolidar já chegou a 15 empresas. Taxa de execução é de 8,5%

Só sete capitais de risco do Consolidar já investiram em empresas. 3XP Global, ActiveCap, Inter-Risco, Oxy Capital ainda não têm operações. Já foi feito o primeiro investimento de Venture Capital.

Um ano e meio após o lançamento no terreno, o Programa Consolidar já chegou a 15 empresas, nas quais foram investidos 83,1 milhões de euros, colocando a taxa de execução deste programa em 8,5%.

“No contexto da relação de proximidade entre BPF [Banco Português de Fomento] e Sociedades Gestoras selecionadas, estas reportaram a expectativa de que o investimento dos fundos geridos nas empresas se aproxime dos 300 milhões de euros até ao final de junho, demonstrando impacto positivo e significativo destes programas no tecido empresarial português”, avança o BPF em comunicado.

Desde o último balanço feito no final do ano passado, foram mais três as empresas nas quais as capitais de risco fizeram os seus investimentos. Manuel de Castro e Filhos (Palsystems), Plenário Campestre e Uhub Student Residences II receberam 6,57 milhões de euros de investimento privado e 9,82 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR).

De sublinhar que apenas sete capitais de risco investiram já em empresas. 3XP Global, ActiveCap, Inter-Risco, Oxy Capital ainda não fizeram qualquer investimento. Este programa arrancou a 29 de setembro de 2022, com 14 capitais de risco, mas o leque foi reduzido para 11. Contudo, a meta continua a ser a mesma: injetar 500 milhões de euros em PME e mid caps até 31 de dezembro de 2025.

O Programa Consolidar prevê que as capitais de risco selecionadas assegurem a subscrição de fundos com uma dotação mínima de 40 milhões de euros cada um, sendo a comparticipação do FdCR, lançado no contexto do PRR, entre 10 e 50 milhões de euros por fundo, e que o investimento nos fundos de capital de risco a subscrever seja acompanhado de investimento privado, com uma comparticipação de, pelo menos, 30% do capital total de cada fundo.

Programa de Venture Capital tem mais duas capitais de risco

O BPF revelou ainda esta terça-feira que contratou mais três capitais de risco no âmbito do Programa de Venture Capital: a Bynd Venture Capital, a Draycott e a Magnify Afterburner Capital Partners, aumentando para 15 o número de sociedades contratadas. Além disso, escolheu mais duas, após uma reafetação de verbas, e já foi feito o primeiro investimento.

Recorde-se que o banco selecionou, em setembro do ano passado, 16 capitais de risco para operacionalizarem o programa de um leque de 44. Mas a lista final acabou por perder, por desistência, a Biovance Capital Parteners, que se propunha investir 60 milhões de euros alavancados com 15,9 milhões do FdCR. Era uma das capitais de risco que se propunha investir mais, a par da Indico Capital Partners, que já foi contratada mas assenta numa percentagem muito menor de capitais próprios (25 milhões de euros contra 35 milhões do FdCR).

Com 400 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência o objetivo é que as capitais de risco escolhidas potenciem um investimento de 652,25 milhões na capitalização de empresas viáveis.

“Estas três novas contratualizações contam com um investimento total de 39,75 milhões de euros do FdCR, estimando-se que possam investir na economia portuguesa cerca de 65 milhões de euros, para fomentar a inovação e a competitividade em áreas chave como as Ciências da Vida, a Eficiência Energética, as Tecnologias de Informação e a Economia Verde, contribuindo ativamente para o crescimento económico do país e para a criação de emprego”, avança em comunicado a instituição liderada por Ana Carvalho e Celeste Hagatong.

Já este ano foram “selecionadas novas sociedades de capital de risco: a Insight Venture e a Vesalius Biocapital IV Partners, que se encontram em processo de contratação”, revela o BPF. Justificando que esta seleção decorre “da reafetação de verbas entretanto tornadas disponíveis” e garantindo que a seleção foi feita “de acordo com a classificação final das candidaturas elegíveis”.

Foi esta classificação que levou a Quadrantis a interpor uma providência cautelar ao Programa de Venture Capital, tal como o ECO avançou. Mas, o banco submeteu, a 5 de março, ao tribunal competente, uma resolução fundamentada na qual “identifica a existência de grave prejuízo para o interesse público que resultaria de qualquer atraso da execução do programa”.

O primeiro investimento no âmbito deste programa deverá realizar-se “no curto prazo”, diz o BPF porque a Oxy Capital fez a primeira chamada de capital de 3,75 milhões de euros. Mas no site do banco é possível ver que o investimento já foi feito a 9 de fevereiro na Crossing Answers, uma empresa de Viseu, no setor das TIC. O investimento global foi de 625 mil euros, dos quais cerca de 267 mil euros do FdCR.

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Costas Markides dá “masterclass” sobre estratégia a 80 executivos no Porto

  • Trabalho
  • 12 Março 2024

Professor da London Business School vai ao Porto dar uma "masterclass" sobre estratégia de negócios a 80 executivos. Evento acontece no arranque de julho, antes da QSP Summit.

Costas Markides, professor da London Business School, vai estar no Porto no início de julho para dar uma masterclass de dois dias sobre estratégia de negócios a 80 executivos. Este programa formativo fará parte da QSP Summit, a “maior conferência de gestão e marketing da Europa”.

“O QSP Summit expande o seu programa e desvenda um novo momento: nos dias que antecedem o evento principal, terá lugar uma business strategy Masterclass conduzida por Costas Markides, prestigiado professor e um dos principais especialistas globais em estratégia e inovação”, foi anunciado esta terça-feira, numa nota enviada às redações.

Em maior detalhe, a masterclass terá lugar no Porto Palácio Hotel a 1 e 2 de julho. Destina-se a “80 executivos de topo com interesse em elevar o seu conhecimento estratégico e posicionar-se na vanguarda da inovação e do sucesso”.

Entre os tópicos que serão abordados estão como desenvolver estratégias adaptadas ao contexto VICA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), como implementar estruturas que promovam uma cultura de inovação contínua, como mobilizar toda a organização no suporte à transformação digital, além de técnicas para recrutar, motivar, e reter talentos, “fazendo-os sentir integrados na cultura da empresa”.

“Através de discussões interativas, case studies e exercícios práticos, esta masterclass promete ser uma jornada imersiva, entre teoria e sabedoria prática, adaptada às necessidades únicas dos participantes”, é assegurado.

O professor Costas Markides estará depois na QSP Summit, a 4 de julho, no palco principal. A conferência acontece entre 2 e 4 de julho nas cidades do Porto e Matosinhos. “O evento promete reunir mais de 3.500 participantes durante os três dias, consolidando-se como um encontro crucial para gestores e profissionais do setor, num ambiente de partilha de conhecimentos que define o futuro da indústria”, é sublinhado.

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Global Media avança com despedimento coletivo. Direção do DN despedida

Grupo de media comunicou internamente um despedimento coletivo. A direção do Diário de Notícias foi despedida, bem como quase todos os jornalistas contratados na administração de José Paulo Fafe.

A Global Media vai avançar para um despedimento coletivo. “O Global Media Group iniciou hoje [terça-feira] o processo de reestruturação de equipas internas, o que nos forçou a um despedimento coletivo fundamentado na complicadíssima situação financeira que resultou da gestão dos últimos meses, cujo impacto foi público”, lê-se numa nota interna a que o +M teve acesso.

A direção do Diário de Notícias, contratada pela administração de José Paulo Fafe e liderada por José Júdice, foi despedida esta terça-feira. As demissões envolvem, sobretudo, pessoas contratadas precisamente pelo ex-CEO do grupo e, de acordo com a lista à qual o +M teve acesso, engloba pelo menos 17 profissionais, entre jornalistas do Diário de Notícias, assessoras e assistentes de marketing.

Bruno Contreiras, atual diretor do Dinheiro Vivo, assume durante três meses a direção do Diário de Notícias, deixando o grupo em julho.

“Estando conscientes de que este processo tem grande impacto nas operações do Diário de Notícias, tudo faremos para minorar as suas consequências. A verdade é que a situação atual era insustentável tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de vista da equidade com os profissionais que há muito tempo mantêm viva a chama editorial do Diário de Notícias. Por isso se impunha esta decisão, que visa também lançar um projeto renovado para o DN que será desenvolvido em articulação profunda com a atual redação“, escreve a administração, num comunicado que termina com as assinatura “criar, envolver, inspirar”.

“Isto não é um despedimento coletivo, é um saneamento, é a ‘limpeza’ das pessoas que estavam afetas à anterior administração”, comenta Ana Cáceres Monteiro, subdiretora do DN, que foi despedida por telefone por Vítor Coutinho, o atual presidente da comissão executiva do grupo. Parte das pessoas foram despedidas por email, conta. “Entendo que despeçam a direção. Não entendo que sejam despedidos jornalistas. A redação, mesmo com os jornalistas que entraram na administração de José Paulo Fafe, já era demasiado pequena. Isto é uma guerra de acionistas e nós todos fomos apanhados neste fogo cruzado”, acrescenta.

Em entrevista ao Público, a 5 de fevereiro, Marco Galinha, presidente do Conselho de Administração do Global Media Group, garantia que não seriam feitos cortes na redação do DN. “Acredito seriamente que, com o Diário de Notícias bem organizado, o prejuízo é mínimo, não é relevante. O DN está a perder um milhão de euros, 1,2 [milhões] por ano. Ainda há muitos cortes a fazer, não nos jornalistas mas em termos estruturais“, afirmava na entrevista, na qual admitia “manter um DN a perder entre 500 e 700 mil euros por ano”.

O despedimento coletivo conhecido esta terça-feira antecede a dois dias da greve geral de jornalistas marcada para dia 14. A motivação teve origem, precisamente, na ameaça de despedimento coletivo na Global Media.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h08)

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