Luís Montenegro atingido por tinta verde durante a campanha. “Era mais fácil podermos conversar”

Líder do PSD foi atingido por tinta verde num protesto de ativistas pelo clima na BTL. Partidos e Presidente da República já condenaram o ataque. Montenegro vai apresentar queixa-crime.

O líder da Aliança Democrática (AD) e presidente do PSD, Luís Montenegro, foi atingido esta quarta-feira por tinta verde numa ação de protesto organizada por ativistas pelo clima na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), em plena campanha eleitoral para as eleições legislativas. De acordo com a PSP, o ativista responsável foi intercetado e detido pelas autoridades. Montenegro diz que vai apresentar queixa-crime.

“Por mais tinta que me atirem, eu vou seguir o mesmo caminho”, reagiu Montenegro momentos após o incidente, recordando que a “preocupação ambiental” tem estado presente no programa social-democrata há 50 anos. “Tenho todo o respeito pelas pessoas que se manifestam pelo clima, mas era mais fácil podermos conversar“, atirou. Mais tarde, recuperado da situação, Montenegro rejeitou o aproveitamento político da situação e confirmou que vai apresentar queixa-crime ainda esta quarta-feira.

O líder da AD considerou que este tipo de ações – que visaram, no passado, o ministro das Finanças, Fernando Medina, e o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro – causam “transtorno excessivo“, mas que, ainda assim, mantém o “respeito pelas pessoas que se manifestam pelo clima”.

Ao ECO, fonte oficial confirma que o ataque foi da autoria do Movimento Fim ao Fóssil, liderado pelos estudantes da Greve Climática Estudantil. Em comunicado, os estudantes deste movimento que reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e o fim do gás para a produção de eletricidade até ao próximo ano considera que “nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática” e que “nenhum programa político prevê como vamos fazer a transição justa nos prazos da ciência”.

Quanto ao PSD, especificamente, afirmam que “defende o sistema fóssil que coloca o lucro à frente da vida”. “Eles nunca vão resolver esta crise. Se respeitassem os jovens não estariam a condenar o nosso futuro em nome do lucro”, acrescentam.

Ao lado de Montenegro encontrava-se Nuno Melo, líder do CDS e parceiro na coligação da AD. Embora não tivesse sido atingido pela tinta atirada pelos ativistas, o dirigente partidário considerou o momento como “brincadeira idiota de miúdos”. “Não é normal em democracia”, frisou.

O presidente do Partido Social Democrático (PSD), Luís Montenegro, reage após ter sido atingido por tinta à chegada à Feira de Turismo de Lisboa (BTL) durante uma ação de rua da Aliança Democrática (AD), no âmbito da campanha para as próximas eleições legislativas. 28 de fevereiro de 2024.EPA/ANDRE KOSTERS 28 fevereiro, 2024

Em campanha eleitoral em Leiria, após uma visita à Startup Leiria, Pedro Nuno Santos lamentou e condenou o protesto.Condeno qualquer protesto em contexto de campanha democrática“, disse, citado pelo Observador, declarando ainda o seu “respeito” por quem está a defender as suas propostas, incluindo a AD.

Inês Sousa Real subscreveu a condenação, afirmando não ser “a forma mais correta de lutar contra as alterações climáticas”. Em declarações aos jornalistas, a líder do PAN reconheceu a “insatisfação dos jovens” com as políticas no combate às alterações climáticas, defendendo ser importante “apostar na descarbonização” do país. “No próximo dia 10 de março, há uma força que está representada no boletim de voto e que luta pelo combate às alterações climáticas“, sublinhou a porta-voz do PAN.

Por seu turno, Mariana Mortágua recorreu às redes sociais para criticar os ativistas climáticos, considerando o protesto “um ataque à liberdade na campanha eleitoral” e à “democracia”. “Se os autores desta ação alegam uma causa justa, então são os piores defensores dessa causa“, publicou na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma rede social, Rui Rocha considerou o ataque “inaceitável e contraproducente para as causas que dizem defender”.

Em Vila Real, o porta-voz do Livre lamentou a ação dos ativistas que atingiram Montenegro com tinta verde, desejando que “o mesmo não aconteça com outros candidatos” e que, doravante, a campanha eleitoral seja “segura”. “Devemos desejar tranquilidade a toda a gente que está a fazer uma campanha eleitoral, que é um momento sagrado da democracia, que é o direito de voto”, apelou Rui Tavares.

O Presidente da República também se manifestou sobre o incidente. “Os problemas climáticos são universais e é um bom apelo dos jovens. Agora, penso que a partir de determinada altura é uma forma de atuação muito pouco eficaz“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas à saída da FIL, local onde o líder do PSD foi atacado com tinta verde.

PSP intercetou cinco ativistas responsáveis pelo ataque

A Polícia de Segurança Pública (PSP) comunicou esta quarta-feira ter intercetado cinco ativistas durante a BTL, em Lisboa, tendo um deles conseguido atirar tinta ao líder da AD.

Em comunicado, a PSP informa que no recinto da FIL tem em curso “um policiamento discreto e de visibilidade nas imediações daquele edifício”, tendo esse policiamento detetado “um grupo de indivíduos com comportamento suspeito”. Depois de terem sido abordados, as autoridades apuraram que os jovens “pertenciam a uma organização ambientalista”.

Desse grupo, 4 indivíduos foram abordados de imediato, os quais tinham sua posse uma lata de tinta que foi apreendida”. O quinto, detalha a PSP, “conseguiu atingir o líder da Aliança Democrática com tinta verde, bem como outros membros da comitiva”.

“Foi de imediato intercetado e detido pela PSP, e apreendida a lata de tinta utilizada para cometer o ilícito criminal”, revela o comunicado.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h14 com mais informação)

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Mesmo com injeção, prejuízos dos hospitais EPE do SNS pioraram em 2022

"Todas as entidades públicas empresariais do SNS analisadas registaram resultados líquidos negativos" em 2022, indica o Conselho das Finanças Públicas. Retoma após pandemia e inflação pesaram.

Os resultados das entidades públicas empresariais (EPE) integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) agravaram-se em 2022 com a retoma após a pandemia e com a subida da inflação, atingindo no total um saldo negativo de 1,3 mil milhões de euros, de acordo com o relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) divulgado esta quarta-feira. Isto apesar do Governo ter avançado com uma injeção extraordinária nos hospitais do SNS no final desse ano.

“Todas as EPE do SNS analisadas registaram resultados líquidos negativos, num total agregado negativo de 1,3 mil milhões de euros”, lê-se no relatório sobre o setor empresarial do Estado. Este valor representa um agravamento de 169 milhões face a 2021.

Os resultados das EPE do SNS “agravaram-se com a retoma da atividade assistencial após a pandemia, pela subida acentuada da inflação e, em menor expressão, pela redução da receita, por via das taxas moderadoras”, explica o CFP. O organismo adianta ainda que “mais de metade das 42 EPE do SNS apresentaram capitais próprios negativos no final de 2022”.

O CFP salienta ainda “que entre as cinco EPE do SNS que registaram um menor prejuízo estão as ex-PPP (Parcerias Público Privadas) do Hospital de Braga (-1,9 milhões de euros) e do Hospital de Vila Franca de Xira (-5,8 milhões de euros)”.

Estes resultados deram-se mesmo depois de em dezembro de 2022 o Governo ter avançado com uma injeção extraordinária de 1.022 milhões de euros nos hospitais do SNS para pagamento a fornecedores externos. Tem sido habitual este tipo de injeções extraordinárias no SNS, mas o CFP já tinha sinalizado num relatório do ano passado que o montante das injeções a partir de 2017 (quando se tornaram mais significativas) “foi incapaz de contribuir para a redução estrutural da dívida do SNS”.

No final de 2023, o Governo também fez injeções financeiras que totalizaram os 1.200 milhões de euros no SNS para diminuir o volume dos pagamentos aos fornecedores.

Esta situação dos hospitais do SNS não é nova. Já em 2019 o CFP tinha alertado que os contratos celebrados pelo Estado com os estabelecimentos de EPE para o SNS são “economicamente desequilibrados”, já que preveem, logo à partida, prejuízos operacionais. Na ligação contratual entre as EPE e o Estado, os indicadores económico-financeiros têm-se “deteriorado ao longo dos anos, representando aumentos da dívida, caso o Estado não efetue aumentos de capital estatutário regulares e significativos como forma de cobrir prejuízos acumulados que são, algo paradoxalmente, previstos à partida”, notava o CFP.

Apenas um terço das empresas tiveram lucro

Apesar deste resultado das EPE integradas no SNS, é de salientar que as empresas não financeiras do SEE melhoraram o resultado, ainda que continuem a “demonstrar um desequilíbrio económico, com um resultado líquido negativo de 1,2 mil milhões em 2022, implicando a necessidade de reforços de capital por parte do acionista público para evitar a deterioração da situação financeira e patrimonial das empresas”.

Já as empresas financeiras, excluindo a participação da Parpública na Efacec, conseguiram obter um desempenho positivo com um resultado líquido de 867 milhões. “Este desempenho foi fortemente impulsionado pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos, o maior do SEE, que beneficiou do contexto favorável das taxas de juro”, explica o CFP.

Mas num balanço geral, “apenas 33 das 87 empresas (ou grupos de empresas) alcançaram resultados líquidos positivos em 2022, num total de 441 M€ (27 empresas em 2021). As restantes 54 registaram prejuízos de 1,6 mil M€ (dos quais 162,5 M€ decorrentes da TAP SGPS, a empresa a registar o maior prejuízo)”. A saúde é também das grandes responsáveis por este resultado, sendo que esse setor foi o que acumulou mais prejuízos em 2022, “representando cerca de 80% do resultado líquido negativo do SEE daquele ano”.

Como um todo, verificou-se um crescimento do valor acrescentado bruto do setor empresarial do Estado em 43,6%, que segundo o organismo passou a representar aproximadamente 4,0% do PIB nacional em 2022.

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Casa do Douro volta a ser pública e de inscrição obrigatória para os viticultores

Após dez anos com gestão privada e inscrição facultativa, há nova mudança de estatutos na Casa do Douro, que volta à esfera pública. Recupera a sede na Régua, mas só terá eleições no final do ano.

É oficial. A histórica Casa do Douro volta a ser uma associação pública de inscrição obrigatória, obrigando os associados singulares ao pagamento de uma quota anual, dez anos depois de ter visto alterados os seus estatutos para associação com gestão privada e inscrição facultativa em 2014, durante o Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.

Com esta mudança, aprovada no Parlamento a 11 de janeiro com os votos favoráveis do PS, PCP, BE, PAN, Livre e do deputado social-democrata Artur Soveral de Andrade (o PSD absteve-se, enquanto Chega, IL e o socialista Capoulas Santos votaram contra), é também entregue a esta entidade o edifício-sede no Peso da Régua (distrito de Vila Real).

“A presente lei serve de título bastante para inscrição no registo predial, a favor da Casa do Douro restaurada pela presente lei, do seu edifício-sede e para o cancelamento da anterior inscrição”, lê-se no diploma publicado em Diário da República esta quarta-feira.

Por outro lado, o próximo ministro das Finanças irá determinar em portaria “a forma de ressarcir, se a isso houver lugar, a entidade que nessa data usa o nome de Casa do Douro e que, por esta via, perde esse direito, ficando a Casa do Douro restaurada pela presente lei com o direito exclusivo à utilização da referida denominação”. Trata-se da Federação Renovação do Douro, que tinha ganho o concurso para a gestão privada da organização duriense.

No entanto, segundo os prazos previstos na nova lei, as eleições para a Casa do Douro, que foi criada em 1932 para defender os viticultores e a viticultura duriense, apenas deverão acontecer perto do final do ano. É que esta lei apenas entra em vigor daqui a 60 dias e só a partir daí começam a contar os 240 dias para a realização do processo eleitoral, cuja data será fixada pelo próximo titular da pasta da Agricultura.

Já quanto ao saneamento financeiro aplicável ao património da Casa do Douro e que incide sobre as dívidas verificadas até junho de 2016, “mantém-se autónomo deste outro e na dependência dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Agricultura. E os novos órgãos, lê-se ainda, “não podem reclamar, até ao termo [desse processo], qualquer direito sobre o património” da instituição que seja anterior a essa data.

Finalmente, o diploma agora publicado e que tinha sido promulgado pelo Presidente da República a 20 de fevereiro, determina ainda que o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), após consultar a Comissão Nacional de Proteção de Dados, deve colocar à disposição da “nova” Casa do Douro os elementos atualizados referentes à identificação dos viticultores e ao cadastro.

Marcelo Rebelo de Sousa deu luz verde ao decreto parlamentar “atendendo à ainda muito maior urgência do que a existente em 2016, perante anterior versão do mesmo diploma, e também ao consenso dos autarcas da região”. No entanto, sublinhou na mensagem que acompanhou a promulgação, fê-lo “apesar de considerar que permanecem as dúvidas de há quase oito anos acerca da operacionalidade de uma fórmula de outro tempo, dúvidas acentuadas pela complexa repartição de atribuições com o IVDP”.

Em 2020 chegou a entrar em vigor uma lei que reinstitucionalizou a Casa do Douro como associação pública e de inscrição obrigatória, e foram até marcadas eleições. Porém, no ano seguinte o Tribunal Constitucional apontou inconstitucionalidades à lei, nomeadamente uma insuficiência na definição de competências de natureza pública, tendo o processo regressado à Assembleia da República em 2023.

A instituição tem como atribuições controlar e manter atualizado o recenseamento dos viticultores da Região Demarcada do Douro e assegurar, de forma partilhada e articulada com o IVDP, a organização, manutenção, atualização, gestão e certificação do registo cadastral de todas as parcelas de vinha do território e representar os viticultores durienses.

Deve ainda realizar ações de fiscalização e emitir parecer obrigatório sobre as normas a integrar no comunicado de vindima relativo às denominações de origem Porto e Douro e indicação geográfica, bem como integrar e indicar os representantes da produção no conselho interprofissional do IVDP.

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Confiança dos consumidores continua a subir em fevereiro. Clima económico diminui

A confiança dos consumidores mantém a sua trajetória ascendente em fevereiro. No entanto o clima económico inverteu a sua tendência depois de subidas consecutivas nos últimos três meses.

A confiança dos consumidores continuou a subir em fevereiro, pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Já o clima económico apresentou uma trajetória descendente, depois de ter aumentado entre novembro e janeiro.

O indicador de confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e fevereiro, sendo que a evolução deste indicador resultou do “contributo positivo das perspetivas de evolução futura da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar, assim como das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar“, refere o relatório do INE.

Depois de um aumento significativo observado no primeiro mês do ano, o saldo das perspetivas dos consumidores sobre a evolução futura dos preços também diminuiu em fevereiro, o que contribuiu para o desempenho positivo do indicador.

Já em sentido contrário, “as expectativas de realização de compras importantes por parte das famílias” contribuíram de forma negativa para a evolução deste indicador.

Evolução da confiança dos consumidores:

Por seu lado, o clima económico diminuiu em fevereiro, depois de em janeiro ter assinalado três meses consecutivos de subida. Segundo os dados do INE, em fevereiro o indicador de clima económico foi de 1,7 contra os 1,9 registados no mês anterior. Mesmo assim, este valor é superior aos registados nos últimos oito meses do ano passado, sendo preciso recuar até abril de 2023 para encontrar um valor mais elevado (estava em 2,3).

Segundo o INE, o indicador de confiança diminuiu nos serviços, mas aumentou na indústria transformadora, construção e obras públicas e também no comércio.

Para a diminuição do indicador de confiança nos serviços em fevereiro – registado em sentido contrário a uma tendência de subida verificada nos últimos três meses – contribuíram as opiniões negativas sobre as “perspetivas relativas à evolução da procura e sobre a evolução da carteira de encomendas”. Já as apreciações sobre a atividade da empresa contribuíram positivamente.

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Casa de Freddie Mercury à venda por 34,8 milhões de euros

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2024

A casa em Londres que foi propriedade do ex-vocalista da banda britânica Queen, Freddie Mercury, foi colocada à venda por um preço inicial de 34,8 milhões de euros.

A casa em Londres que foi propriedade do ex-vocalista da banda britânica Queen, Freddie Mercury, foi colocada à venda por um preço inicial de 34,8 milhões de euros, adiantou esta terça-feira o The Telegraph. O Garden Lodge, residência em estilo georgiano, está localizada no exclusivo bairro de Kensington, onde o astro da banda de rock viveu até sua morte em 1991.

Por questões de privacidade, a imobiliária Knight Frank, responsável pela venda, publicará online apenas duas fotos da casa, o hall de entrada e parte da sala de jantar. A habitação apenas poderá ser vista pelos interessados que demonstrem que têm fundos suficientes para adquiri-la, segundo o Telegraph.

Freddie Mercury (1946-1991) deixou a propriedade e todo o seu interior a Mary Austin, a sua amiga mais próxima, que se mudou para lá logo após a morte do músico britânico. O conteúdo da casa foi vendido em leilão no ano passado e agora Austin decidiu vender a propriedade também.

Para evitar que fãs dos Queen se façam passar por compradores, a imobiliária só irá partilhar os detalhes da casa e marcar visitas depois de avaliados os fundos dos potenciais compradores.

A casa, que Mercury comprou em 1980, tem, entre outras coisas, bar, biblioteca e oito quartos. Austin referiu ao Telegraph que a estrela dos Queen lhe disse: “Deixei-te a casa porque serias a mulher com quem eu me teria casado e, por direito, tudo isto teria sido teu de qualquer maneira”.

Mercury e Austin tiveram um relacionamento de seis anos e permaneceram amigos após a separação. O cantor chegou a referir-se a Mary Austin como a sua mulher e admitiu que ela era a “sua única amiga” e que não queria “mais ninguém”.

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Ordem dos Advogados apela a próximo Governo que olhe para a Justiça como um investimento

A Ordem dos Advogados comprometeu-se em insistir com os decisores políticos "para que olhem para a justiça, não sob o prisma do processo judicial A ou B que é mediático".

A bastonária da Ordem dos Advogados (OA) vai entregar ao novo Governo – que sairá das eleições legislativas – um documento que elenca como matérias urgentes para classe de cerca de mais de 35 mil advogados. Em causa estão as alterações ao Estatuto dos Advogados, a necessidade de revisão do sistema de previdência, o acesso à justiça e valores das custas judiciais e ainda procuradoria ilícita.

Na terça-feira decorreu o I Fórum Nacional da Advocacia, uma iniciativa do Conselho Geral da Ordem dos Advogados -liderado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro – em que participaram diversas associações da advocacia, desde as que representam os jovens advogados, passando pelos direitos humanos, aos direitos dos migrantes e ao direito penal, tendo todas elas manifestado preocupações que abrangem temas como “a inteligência artificial, o próprio orçamento da Justiça e os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”.

Quanto à previdência da Advocacia entendeu-se “que é necessário garantir direitos sociais à classe e que se espera que haja abertura para se encontrar uma solução rápida que cumpra com esse desiderato”.

Falou-se ainda do futuro da profissão, nomeadamente o desafio de integrar a inteligência artificial no sistema de justiça, reconhecendo-se que, “apesar das preocupações quanto à sua implementação prática, é imperativo explorar o potencial desta tecnologia”.

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados sublinhou ainda que nesta reunião verificou-se “unanimidade relativamente aos perigos que resultam das alterações promovidas na Lei dos Atos Próprios dos Advogados e no Estatuto da Ordem dos Advogados, nomeadamente com a entrega dos atos próprios da advocacia a pessoas que não têm a certificação adequada nem as prerrogativas necessárias para os praticar no interesse e benefício dos cidadãos e empresas”, segundo comunicado.

A Ordem dos Advogados comprometeu-se ainda em insistir com os decisores políticos “para que olhem para a justiça, não sob o prisma do processo judicial A ou B que é mediático, mas sim na perspetiva da aplicação de medidas concretas de investimento, que possam trazer benefícios para os cidadãos e empresas, como é, por exemplo, a garantia de aconselhamento jurídico para vítimas de crimes graves, para os reclusos e para os jovens nos centros de detenção de menores e o acesso à justiça por parte da população e empresas”.

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Economia paralela encolhe há duas décadas. Vai valer 17% do PIB este ano

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2024

As estimativas avançadas ficam ainda longe dos valores com que o Chega diz contar para financiar as medidas de corte dos impostos e aumento das despesas presentes no seu programa eleitoral.

A economia paralela em Portugal deve representar este ano 17% do Produto Interno Bruto (PIB), calcula o economista Friedrich Schneider, naquela que tem sido uma tendência de descida moderada, mas regular, ao longo dos últimos 20 anos. Segundo os especialistas, existe ainda alguma margem para que continue a encolher para os níveis de alguns países do norte da Europa, noticia esta quarta-feira o Público.

Ao longo dos anos, vários partidos e governos têm esperado contar com o combate à economia paralela para a obtenção de meios adicionais de financiamento do Estado, sem que seja preciso aumentar mais os impostos. No entanto, as estimativas avançadas ficam ainda longe dos valores com que o Chega diz contar para financiar as medidas de corte dos impostos e aumento das despesas presentes no seu programa eleitoral, sublinha o jornal.

O partido de direita foi mais longe do que o habitual com um programa para a legislatura até 2028 que combina medidas que levam a um aumento da despesa (como colocar o valor das pensões mínimas em 820 euros) com outras de redução da receita (como cortes significativos em impostos), esperando encontrar a solução para isso em enormes ganhos com o combate à corrupção e com a redução drástica da economia paralela.

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Crise das empresas tecnológicas trava investimento estrangeiro no Porto

Investimento concretizado com o apoio da InvestPorto caiu 27% em 2023, para 429 milhões de euros. Ainda assim, a autarquia garante que continuam a chegar empresas internacionais à cidade Invicta.

O investimento concretizado em 2023 com o apoio da InvestPorto caiu 27% face ao ano anterior, para 429 milhões de euros. “Não quer dizer que não estejam a chegar empresas internacionais à cidade do Porto. Significa, sim, que o investimento que concretizaram foi menor do que no ano anterior. São coisas diferentes”, salienta o vereador da Economia da Câmara Municipal do Porto.

Em declarações ao ECO/Local Online, Ricardo Valente destaca ainda que esta situação é transversal a outros países europeus, onde o investimento direto estrangeiro caiu 50%.E aponta o dedo ao contexto económico internacional, a reboque dos “despedimentos massivos” nas empresas tecnológicas que têm desacelerado o investimento.

“É normal [a redução homóloga] porque as empresas, sobretudo as tecnológicas, desinvestiram muito, fizeram despedimentos massivos e, portanto, a lógica de investimento na Europa foi de crescimento negativo“, justifica o autarca. No caso da cidade Invicta, explanou, “não quer dizer que haja menos empresas internacionais, pelo contrário; em termos de investimento concretizado é que o valor desceu em relação a 2022″.

Apesar de considerar prematuro avançar com estimativas para 2024, o vereador da Economia admite que “nota-se perfeitamente uma desaceleração de investimento no Porto”. O que considera “normal” face ao contexto económico mundial de incerteza em que as empresas tecnológicas estão a ser muito afetadas por uma onda de despedimentos, citando o caso da Fartech. A somar a tudo isto, enfatiza, “é um ano muito complicado pela questão política em Portugal, que traz incerteza sobre a eventual existência de uma maioria no Governo”.

Desde 2015, ano em que a agência InvestPorto foi criada, foram apoiadas mais de 475 empresas e investidores com 550 projetos de investimento na cidade, dos quais 59 foram registados em 2023. Representam mais de 1,8 mil milhões de euros investidos na cidade e a criação de 22.500 empregos diretos. O investimento direto estrangeiro (IDE) representa 65% dos projetos apoiados neste período. Reino Unido, França, EUA, Israel e Alemanha surgem à cabeça dos investidores internacionais oriundos de mais de 40 países e que optaram por se instalar na Invicta.

No ano passado, a InvestPorto regista 429 milhões de euros de investimentos concretizados na cidade. Apesar da quebra homóloga, frisa que este valor é mais do dobro do montante relativo a 2021 (286 milhões de euros). Os investimentos concretizados em 2023 previam a criação de mais de 2.311 postos de trabalho diretos.

Nota-se perfeitamente uma desaceleração de investimento no Porto. (…) O ano de 2024 vai ser muito complicado pela questão política em Portugal, que traz incerteza.

Ricardo Valente

Vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização da Câmara do Porto

“Os projetos apoiados pela InvestPorto têm um contributo importante para o desenvolvimento económico do Porto, não apenas em termos do emprego e investimento gerado, mas também devido à transferência de tecnologia e know-how, à reabilitação do património urbano da cidade e ao aumento da competitividade e visibilidade internacional”, sustenta a autarquia liderada por Rui Moreira.

Esta estratégia municipal colocou a cidade no mapa mundial do investimento, com a fixação de diversas operações de empresas multinacionais. É o caso da francesa Natixis – a maior empresa na área da tecnologia, que emprega 2.500 pessoas e “vai crescer ainda mais” – ou da Critical TechWorks, uma joint venture do Grupo BMW e da Critical Software, que tem o escritório instalado nas imediações dos Paços do Concelho.

Química britânica abre centro e laboratório

A InvestPorto não apoia as empresas com benefícios fiscais nem com subsídios. “O apoio ao investimento direto estrangeiro funciona numa lógica competitiva. O apoio conferido passa por ajudar a empresa a “tomar a melhor decisão”, o que envolve, por exemplo, a organização de visitas à cidade ou fazer a ponte para o estabelecimento de parcerias com universidades.

Foi o que aconteceu com a mais recente empresa internacional a instalar-se na Invicta. A britânica Elementis, que opera no setor químico, vai investir três milhões de euros no seu primeiro centro global de excelência e laboratório de investigação e desenvolvimento (I&D) no país, que vai abrir no segundo semestre de 2024 e criar perto de 80 empregos.

“É um exemplo de captação de investimento pela InvestPorto”, sustenta o mesmo responsável. Neste caso, a capital nortenha foi escolhida entre 100 cidades europeias que a empresa tinha em análise. “Vai trazer toda a componente de finanças e recursos humanos e depois a parte científica, de laboratório”, descreve o vereador.

A empresa internacional estabeleceu um protocolo com o Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) para desenvolvimento de novos produtos na área da química sustentável. A empresa já avançou que pretende lançar 50 novos produtos até 2026.

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Arranca a maior edição de sempre da BTL com nove estreias de destinos internacionais

  • Ana Petronilho
  • 28 Fevereiro 2024

Este ano as estrelas da feira são Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura, os Açores o destino nacional convidado e o internacional é Cabo Verde. Jordânia, Uruguai e Vietname são algumas das estreias.

Com o turismo em Portugal a bater todos os recordes, é sem surpresa que este ano se assiste à maior edição de sempre da Bolsa de Turismo de Lisboa. A maior feira de turismo do país arranca esta quarta-feira, na Feira Internacional de Lisboa, com 400 expositores, ligados a 1.400 empresas e 85 destinos internacionais, dos quais nove são estreias. A cerimónia de inauguração, tal como aconteceu nos últimos anos, vai contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Até dia 3 de março, as estrelas da 34.ª edição do certame serão Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura em 2024, que é a cidade convidada da BTL Cultural e o destino internacional convidado é Cabo Verde, tendo em conta que é “um destino de eleição dos turistas portugueses”, refere em comunicado a BTL. Em terras lusas, os Açores são o destino nacional convidado e Coimbra o município convidado.

Os 85 destinos vão estar representados diretamente, através dos respetivos turismos ou através de tour operadores. Entre as estreias de destinos internacionais, da Ásia conta-se a presença da Jordânia, das Seychelles e do Vietname. Da Europa destaca-se a Itália, e como destinos americanos estarão na feira a Guatemala, a Venezuela e o Uruguai, bem como o estado de Paraíba e a cidade de Aracaju no Brasil.

“As expectativas para a edição de 2024 são bastante elevadas” diz ao ECO Dália Palma, gestora da BTL, porque “conseguimos ocupar todo o espaço de exposição [os quatro pavilhões da FIL] com destinos internacionais, organizações nacionais públicas e privadas” e com “uma oferta diversificada ao nível de expositores, setores e conteúdos”.

Dália Palma sublinhou ainda a parte de hosted buyers internacionais, um programa que visa apoiar a vinda de compradores internacionais com interesse específico no destino Portugal, que este ano conta com “um total de 200 operadores internacionais”, representados por 42 mercados emissores. Um número bastante acima dos 120 hosted buyers registados em 2023 e atinge o dobro dos assinalados em 2022.

Também a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) diz ao ECO que “tudo indica que será uma excelente BTL, que vem em excelente altura do ano, do ponto de vista da dinamização das vendas antecipadas” com a feira a funcionar como “barómetro para 2024” estando previsto “um record de vendas”.

O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, adianta ainda que “apesar dos constrangimentos conhecidos como as guerras, a perda de poder de compra ou a instabilidade política, a generalidade dos operadores turísticos relata níveis de reservas superiores ao ano anterior”, que “terá sido o melhor de sempre”.

Durante os cinco dias de feira, os profissionais do setor procuram reforçar o networking e a promoção de relações comerciais. Os restantes visitantes podem planear e comprar pacotes de férias, conhecer novos destinos ou assistir a palestras sobre turismo.

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Partidos concordam com nova vaga de investimento em infraestruturas, mas há diferenças

Se há tema que une os partidos, da extrema-esquerda à extrema-direita, é o investimento em infraestruturas de transportes. Há, ainda assim, algumas diferenças de relevo.

  • O ECO vai divulgar 5 séries semanais de trabalhos sobre temas cruciais para o país, no período que antecede as eleições legislativas de 10 de março. Os rendimentos das famílias, o crescimento económico, a crise da habitação, o investimento em infraestruturas e os problemas da Justiça vão estar em foco. O ECO vai fazer o ponto da situação destes temas, sintetizar as propostas dos principais partidos e ouvir a avaliação dos especialistas

Se das eleições de 10 de março sair um governo minoritário, há uma matéria em que não deverá ter dificuldade em encontrar apoios: o investimento em infraestruturas de transportes. Todos defendem a aposta na ferrovia e na alta velocidade, a expansão da rede de metro ou a construção de um novo aeroporto. Há, no entanto, matérias em que existe discórdia.

O Plano Nacional de Investimentos 2030 e o Plano Rodoviário Nacional servem de trave mestra à maioria das propostas para o investimento em infraestruturas. Mas se há quem defenda, por exemplo, que a terceira travessia do Tejo deva ser rodoferroviária e não apenas para comboios.

No novo aeroporto, o PAN não desiste de Beja, e em relação à TAP há uma clara clivagem entre os partidos. O mesmo acontece em relação às Parcerias Público-Privadas, a que Bloco e PCP querem dar um fim antecipado.

Comum a todos é não divulgarem os valores do investimento associado às suas propostas.

Ferrovia

Depois de um longo período de falta de investimento na ferrovia, assinalado em vários programas, todos os partidos sublinham nos programas eleitorais a necessidade de apostar em força no setor, por motivos económicos mas também para cumprir as metas da descarbonização.

O PS, por exemplo, escreve que o país carece de investimento em todos os modos de transporte, mas destaca a rede ferroviária como “a espinha dorsal de todo o sistema de transportes”, merecendo, por isso, o estatuto de “prioridade”. Ou não tivesse sido esta uma aposta do agora secretário-geral dos socialistas quando era ministro das Infraestruturas de António Costa.

O programa da AD é mais vago nos planos, mas inequívoco no apoio ao desenvolvimento do transporte ferroviário, que considera ter um papel “indelével no ecossistema do serviço público de transporte de passageiros e de mercadorias”. A meta da coligação passa por aumentar a quota do transporte ferroviário para ambos os fins.

A Alta Velocidade, em particular a linha Porto – Lisboa, cujo concurso para o primeiro troço foi já lançado, é unânime. Há, também, um apoio genérico à aprovação do Plano Nacional Ferroviário, que contempla ainda uma linha para Vigo, ligando o Porto a Braga e Valença. Quase todos salientam ainda a importância da ligação entre Lisboa e Madrid, sendo o partido de André Ventura o único a defender o uso da bitola europeia.

A Iniciativa Liberal define como prioridade “a ligação de todas as capitais de distrito por via ferroviária, de modo a que estejam colocadas a duas horas de distância de Lisboa ou do Porto”. Um desígnio comum a outros programas, tal como a eletrificação da totalidade da rede. O aumento da quota do transporte ferroviário de mercadores é também salientado.

Terceira Travessia do Tejo

Ligada com a Alta Velocidade está a construção de uma nova ponte sobre o Tejo, projeto que também recolhe o apoio geral dos partidos. O PS aponta para uma travessia ferroviária, que permitirá articular a Alta Velocidade até Madrid e reduzir tempos de viagem para o Alentejo ou Algarve.

O Bloco de Esquerda também defende que a terceira travessia do Tejo seja “exclusivamente ferroviária”, “com serviço a várias valências ferroviárias, como alta velocidade, a rede nacional e regional ferroviária e metropolitanos”.

Já o PCP considera que a ponte deve incluir o modo rodoviário, defendendo que a ligação seja entre Chelas e o Barreiro.

gráficos infraestruturas eleições

Novo aeroporto

Ligada com a terceira travessia do Tejo está a localização do novo aeroporto. O projeto será determinante para ligar a infraestrutura a Lisboa em alta velocidade, caso venha a situar-se na margem sul.

Tal como a aposta na ferrovia, a necessidade de reforçar a capacidade aeroportuária é também unânime entre os partidos. A Comissão Técnica Independente (CTI) encarregue da Avaliação Ambiental Estratégica irá apresentar o relatório final após as eleições de 10 de março.

Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro prometem uma decisão rápida, mesmo que não exista consenso entre os dois maiores partidos. A Iniciativa Liberal também defende que se dê “rapidamente início ao processo de construção do novo aeroporto”, acenando com uma decisão no espaço de um mês.

O secretário-geral do PS diz que seguirá a recomendação da CTI, que aponta o Campo de Tiro de Alcochete como a localização com mais vantagens. Bloco e PCP assumem nos programas esta localização. Luís Montenegro afirmou recentemente que também se baseará no relatório da Comissão, não sendo, no entanto, conclusivo sobre nenhuma localização.

O PAN destoa ao defender que se considere a opção Beja, que não chegou a ser estudada pela CTI, devido à distância de Lisboa. No programa propõe que se assegure a “avaliação da opção Aeroporto de Beja (seja como solução principal, seja como solução complementar) no âmbito da decisão política sobre o novo aeroporto e concretizar a opção estratégica que tenha menor impacto ambiental a nível local (…) e que a mesma se integra plenamente nas redes ferroviárias de escala metropolitana, nacional e europeia, e que responde de forma adequada a uma procura compatível com a resposta à crise climática.

O Chega propõe que o Estado renegoceie com a Vinci, no âmbito da escolha da solução aeroportuária para Lisboa, “uma participação que lhe permita ter um assento na administração da ANA”. O PCP e o Bloco vão mais longe e querem retomar o controlo público sobre a concessionária dos aeroportos.

E a TAP?

Se os temas acima são, com diferenças, largamente consensuais, o mesmo não acontece em relação à TAP, a companhia aérea que teria como hub a nova infraestrutura aeroportuária.

O PSD e a Iniciativa Liberal estão unidos no relançamento da privatização a 100% da companhia aérea. Já o secretário-geral do PS tem defendido que o Estado preserve a maioria do capital numa venda a investidores privados, destoando da opção do Governo.

O partido liderado por Rui Tavares está alinhado com Pedro Nuno Santos e defende “manter o controlo público da TAP mesmo em
caso de privatização da empresa, alterando o modelo anunciado para uma venda de menos de 50%” da companhia. Também para o Chega “o Estado deverá procurar manter na TAP uma participação que lhe permita ter assento no conselho de Administração”.

“A TAP deve ter propriedade e gestão públicas, única forma de garantir os interesses do país”, defende por sua vez o BE. O PCP também quer “travar o processo de privatização da TAP”. O PAN propõe uma “consulta pública” que não exclua a manutenção de uma participação do Estado na companhia.

Metro e Metrobus

A aposta num sistema de transportes públicos multimodal e integrado é também consensual, com expansão da rede de metro ou a utilização do Metrobus, contribuindo para a descarbonização.

O PS detalha que pretende avançar com as obras para a expansão do Metro de Lisboa e do Metro Sul do Tejo. No Porto, concluir as obras em curso nas Linhas Rosa, Amarela e Rubi e assegurar o avanço dos projetos para a terceira fase das novas linhas para Gondomar, Maia, Trofa e Matosinhos. Aposta ainda em colocar em funcionamento o Sistema de Mobilidade do Mondego, em Metrobus, e em avançar para a criação de um Sistema de Mobilidade do Cávado-Ave.

A Iniciativa Liberal também aposta no aumento da capilaridade das redes de metropolitano e metro de superfície nas regiões metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como “promover os sistema de Metrobus/BRT em cidades de média dimensão”.

O Chega quer avaliar “a viabilidade da ligação do metropolitano entre Almada e Lisboa”, para acabar com “a descontinuidade entre os metros da margem sul e margem norte”.

Portos

A AD propõe “concretizar os investimentos, com recurso a Fundos Europeus e em parceria com os privados, que se afigurem necessários para maximizar a utilização do potencial dos portos, pelo aumento de capacidade das infraestruturas, em especial no segmento dos contentores, e pelo aumento das ligações terrestres rodoferroviárias”. A coligação de direita quer ainda “implementar a transformação digital e apoiar a transição energética dos portos”.

O PCP considera que é urgente um forte investimento na rede de portos nacionais, reforçando a gestão pública, fomentando uma lógica de complementaridade em vez da concorrência entre portos”. Um modelo defendido também pelo PS, que põe a ênfase na “melhoria das ligações ferroviárias dos portos às principais fronteiras”.

O Chega quer “reformular o modelo orgânico de gestão dos portos” e defende “o reequipamento e modernização das principais infraestruturas portuárias” de forma a torná-las mais competitivas.

O PAN, embora não seja o único, coloca a ênfase na eletrificação dos navios de cruzeiro e na diminuição da sua pegada ambiental.

Estradas

A rodovia foi a infraestrutura em que Portugal mais investiu no último século, mas não deixa de merecer referência nos programas eleitorais, com melhoramentos em situações pontuais, aliás previstos no Plano Nacional de Investimentos 2030.

O Chega, por exemplo, defende que é necessário “potenciar as infraestruturas rodoviárias que já existem e que se encontram subaproveitadas, com o objetivo de captar o efetivo valor do que está subaproveitado por falta da conexão final (missed links)”. Um investimento previsto no âmbito do PRR.

O PCP propõe um “programa de beneficiação e renovação das estradas nacionais e municipais, a requalificação da rede nacional de Autoestradas, assegurando ainda que a mesma efetua a ligação a todas as capitais de distrito”.

Portagens e PPP

Se há algo que divide os partidos é o modelo de financiamento das grandes infraestruturas. Quer o PS quer os partidos da direita não questionam o recurso às Parcerias Público-Privadas (PPP). Já o Bloco de Esquerda e o PCP querem o seu fim antecipado na rodovia.

O movimento coordenado por Mariana Mortágua defende esse caminho para “viabilizar eliminação das portagens para as autoestradas de acesso às regiões do interior do país ou onde não existam alternativas rodoviárias efetivas (A22, A23, A24, A25, A28, A29, A41, A42)”.

Para o partido liderado por Paulo Raimundo, “as portagens devem ser eliminadas em todas as ex-SCUTS e nas áreas metropolitanas”.

Pedro Nuno Santos também defende o fim das portagens nas ex-SCUT, tal como André Ventura, “com base na disponibilidade orçamental existente”.

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Hoje é (mesmo) o último dia para validar faturas para o IRS

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2024

Contribuintes têm até ao final do dia desta quarta-feira para validar e confirmar as faturas relevantes para o IRS de 2023, depois de o prazo ter sido prolongado pelo Governo.

Os contribuintes têm até ao final do dia para validar e confirmar as faturas relevantes para o IRS de 2023, após o Ministério das Finanças ter decidido prolongar o prazo por dois dias.

Este processo deveria ter ficado concluído na segunda-feira, mas foi alargado depois de, ao longo daquele dia, a funcionalidade do e-fatura do Portal das Finanças ter registado constrangimentos e limitações no acesso o que, segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), se deveu ao elevado número de acessos então registado.

Num comunicado na terça-feira em que anuncia o prolongamento do prazo até esta quarta-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, refere que este também se aplica à validação das faturas quando efetuada através da aplicação e-fatura – que, para o efeito, foi alvo de alterações técnicas.

Na mesma informação, o governante indica que os prazos de reclamação prévia dos valores apurados pela AT se mantêm, tal como os da entrega da declaração anual do IRS.

Assim, de 16 a 31 de março, os contribuintes podem consultar as despesas dedutíveis apuradas pela AT e para reclamarem, se for caso disso, dos valores relativos às despesas gerais familiares e dedução pela exigência de fatura.

De referir que o valor que cada contribuinte consegue abater ao seu IRS está diretamente relacionado com as faturas de despesas realizadas durante o ano anterior e às quais pediu ao emitente para associar o seu NIF (Número de Identificação Fiscal).

O prazo para a entrega da declaração do IRS começa em 1 de abril e termina em 30 de junho, sendo que há já várias categorias de contribuintes que estão abrangidos pelo IRS automático o que, no limite, lhes permite deixar que o sistema preencha e ‘entregue’ a declaração sem a sua intervenção.

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Carris lança app para carregamento de passes através do telemóvel

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2024

Os pagamentos podem ser efetuados por MbWay ou com um cartão de crédito na app criada pela Carris. A empresa pretende facilitar o dia-a-dia aos utilizadores dos transportes públicos.

A Carris lança esta quarta-feira a aplicação “CarrisWay” que vai permitir carregar os passes e outros títulos de transporte no cartão Navegante através de um telemóvel, anunciou a empresa de transporte rodoviário de Lisboa.

Com a “CarrisWay”, a empresa pretende facilitar o dia-a-dia aos utilizadores dos transportes públicos, que podem comprar bilhetes e carregar os passes no seu smartphone e sem recorrer aos pontos habituais de carregamento.

Os pagamentos podem ser efetuados por MbWay ou com um cartão de crédito, “sendo possível carregar vários outros títulos de transporte no cartão navegante personalizado, inclusivamente os títulos gratuitos”, acrescentou a Carris, destacando que a app também permite a emissão de um comprovativo de carregamento.

A transportadora informou ainda que a app foi criada pela própria empresa, que é assim “o primeiro operador de transportes do mercado nacional a criar e lançar uma aplicação própria para este fim”.

A app está disponível para smartphones com tecnologia NFC compatível, para os sistemas Android e iOS.

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