Biden confunde Macron com ex-Presidente francês Mitterrand (que morreu em 1996)

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Fevereiro 2024

A mais recente gaffe do Presidente norte-americano aconteceu no domingo, quando contava uma história sobre a cimeira do G7 em Inglaterra, que decorreu em junho de 2021.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confundiu Emmanuel Macron, atual Chefe de Estado francês, com François Miterrand, que foi presidente da França entre 1981 e 1995 e morreu em 1996.

Discursando num comício de campanha para as eleições presidenciais norte-americanas em Las Vegas, Biden contou uma história sobre a cimeira do G7 que teve lugar em Inglaterra, em junho de 2021, na qual Macron estava presente.

Logo depois de ser eleito, fui a uma reunião do G7 no sul de Inglaterra. Sentei-me e disse ‘A América está de volta!’ e Mitterrand, da Alemanha – quero dizer, de França – olhou para mim e disse: ‘Por quanto tempo estás de volta?’“, afirmou o Presidente norte-americano.

Esta não foi a primeira gaffe de Biden. Em junho do ano passado, quando comentava o anúncio da retirada das tropas russas de Kherson, confundiu a guerra na Ucrânia com a do Iraque, dizendo que o Presidente russo, Vladimir Putin, estava a “perder a guerra no Iraque”. “É difícil dizer, de facto. Mas ele está claramente a perder a guerra no Iraque. Está a perder a guerra em casa e tornou-se uma espécie de pária em todo o mundo”, declarou.

Na verdade, não era a primeira vez que o Presidente dos EUA confundia os dois conflitos armados. Uma semana antes dessas declarações, atribuiu a subida da inflação nos Estados Unidos a “uma guerra no Iraque”, quando queria referir-se ao conflito na Ucrânia.

Noutras ocasiões, afirmara que “Putin pode cercar Kiev com tanques, mas nunca conquistará o coração e a alma do povo iraniano”, em vez de dizer o “povo ucraniano”, e que a Suíça pretendia aceder à NATO, numa confusão com a Suécia.

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Capitão da seleção de râguebi renova enquanto embaixador da Vanguard Properties até 2025

  • + M
  • 6 Fevereiro 2024

No âmbito da parceria estão previstas diversas iniciativas de promoção da marca e do atleta ao longo deste ano, como por exemplo através das redes sociais da Vanguard Properties e de Tomás Appleton.

Duarte Zoio e Tomás Aplleton

A Vanguard Properties e o jogador de râguebi Tomás Appleton renovaram a sua ligação por mais um ano, pelo que o capitão do CDUL e da seleção portuguesa será o embaixador oficial da promotora imobiliária até 2025.

A ligação entre o atleta e a marca remonta a 2023, quando Tomás Appleton se tornou embaixador oficial da Vanguard Properties. No âmbito da parceria, estão previstas diversas iniciativas de promoção da marca e do atleta ao longo deste ano, como por exemplo através das redes sociais da Vanguard Properties e do Tomás Appleton.

“O Tomás Appleton é uma referência do desporto nacional e é um orgulho vê-lo a apoiar-nos por mais um ano. Tal como nós, o Tomás Appleton demonstra que a ambição e a excelência são valores fundamentais para se atingir o sucesso”, diz Duarte Zoio, diretor de comunicação institucional da Vanguard Properties, citado em comunicado.

Já Tomás Appleton refere que “ser embaixador oficial de uma marca tão relevante e conhecida no mercado como a Vanguard Properties é uma enorme responsabilidade e, também, um reconhecimento do meu trabalho que me deixa muito orgulhoso”.

A renovação desta parceria “consolida o compromisso da Vanguard Properties com o desporto nacional e a aposta que a promotora imobiliária tem feito nos mais jovens talentos desportivos portugueses, como o jogador de golfe profissional Pedro “Figgy” Figueiredo ou o circuito europeu de ténis dirigido aos sub-10 e sub-11, Vanguard Stars. Ainda no ténis, a Vanguard Properties é um dos main sponsors do Millennium bcp”, refere-se em nota de imprensa.

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Questão central na agricultura é perda de rendimentos e não proposta sobre pesticidas

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

"Colocar este suposto recuo da Comissão como uma forma de ir ao encontro das reivindicações dos agricultores está muito longe de resolver o problema", diz a Confederação Nacional da Agricultura.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) desvalorizou esta terça-feira a retirada pela Comissão Europeia da proposta para reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, considerando que a questão central é a perda de rendimento dos agricultores. “Isto é quase uma não notícia, o Parlamento [Europeu] já tinha chumbado [a proposta]. Como se o problema estivesse aqui”, afirmou Pedro Santos, da direção da CNA, em declarações à agência Lusa.

Para a confederação, “colocar este suposto recuo da Comissão como uma forma de ir ao encontro das reivindicações dos agricultores está muito longe de resolver o problema”: “O problema fulcral tem a ver com questões de rendimento e com a questão profunda da Política Agrícola Comum [PAC]. Enquanto não se atacar isso, estas coisas não são mais do que uma tentativa de atirar areia para os olhos de agricultores”, sustenta.

Garantindo que os agricultores “são os primeiros interessados a produzirem alimentos de qualidade, seguros e com menor impacto em termos ambientais”, a CNA critica que se “fale muito” em sustentabilidade ambiental na produção primária e “se esqueça” essa mesma sustentabilidade ao nível da distribuição e da comercialização. “Podemos, de facto, ter normas ambientais e formas de produzir mais amigas do ambiente, mas depois importamos coisas do outro lado do mundo, sabe-se lá como e com que impacto ao nível do transporte”, enfatiza Pedro Santos.

Asseverando que “os agricultores não são inimigos do ambiente, antes pelo contrário, são os primeiros interessados, porque precisam dele para viverem e para executarem a sua atividade”, a CNA garante: “Esta decisão [da Comissão Europeia] não altera um milímetro daquilo que já tínhamos em termos de perspetivas e daquilo que é a necessidade de alteração da PAC para resolver problemas. E não é por aqui”.

Proposta de redução para metade de uso de pesticidas estava “ferida de morte”, afirma CAP

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) aplaude a retirada pela Comissão Europeia da proposta para reduzir para metade os pesticidas na agricultura até 2030, considerando que estava “ferida de morte” e ameaçava a viabilidade de muitos produtores. “A proposta em causa já tinha sido rejeitada pelo Parlamento Europeu, o que demonstra que estava, na sua origem, ferida de morte e não recolhia o acordo do Estados-membros”, afirmou à agência Lusa fonte oficial da CAP.

Para a confederação, a proposta – “concebida à margem dos agricultores europeus” –definia metas de redução no risco e no uso de pesticidas até 2030 “que, de tão exigentes, colocavam em causa a viabilidade da atividade de muitos produtores”. Adicionalmente, deixava estes produtores “numa clara e injusta posição de desvantagem competitiva perante os países terceiros, que, nos produtos importados pela União Europeia (EU), não são obrigados a cumprir os mesmos requisitos”.

A CAP considera, assim, muito positivo o anúncio hoje feito pela presidente da Comissão Europeia, que afirma que irá promover uma nova proposta relativa à redução do uso de pesticidas, mais amadurecida e, desta feita, em diálogo com os agricultores europeus. Essa é uma discussão que, sendo obrigatória e necessitando de decorrer num quadro comunitário rigoroso e exigente, não pode ser feita à margem de quem está no terreno e produz alimentos”, sustenta.

Segundo a confederação, os agricultores europeus, nomeadamente os portugueses, “estão empenhadíssimos na concretização do grande desígnio da Política Agrícola Comum [PAC], trabalhando e investindo diariamente na implementação de práticas mais sustentáveis, que garantam a eficiente gestão de recursos, ao mesmo tempo que preservam a biodiversidade e respondem aos exigentes critérios de segurança alimentar”.

No caso português, a CAP destaca o “enorme esforço” que tem vindo a ser feito pelos agricultores na reconversão das suas explorações e na implementação dos modos de produção biológica e integrada. Isto “superando as próprias expectativas e péssimas previsões do Ministério da Agricultura, que não soube acautelar os pagamentos previstos nas candidaturas no âmbito das medidas agroambientais”, enfatiza.

De acordo com a CAP, os agricultores portugueses estão disponíveis para participar no diálogo com vista à elaboração de uma nova proposta para redução do uso de pesticidas, sendo essa uma das mensagens que a comitiva da confederação irá transmitir na próxima semana em Bruxelas, onde se deslocará para uma “intensa ronda de contactos institucionais”.

Nesta “ronda” – que inclui uma audiência com o comissário europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Janusz Wojciechowski, um “périplo de encontros formais” com eurodeputados portugueses e de outras nacionalidades e uma reunião de trabalho na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) –, a CAP irá defender “a tão necessária simplificação da PAC e a harmonização do cumprimento das regras ambientais entre produtos alimentares europeus e terceiros”.

A presidente da Comissão Europeia anunciou esta terça que vai retirar a proposta da instituição visando reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, parte central da legislação ambiental europeia e que cai após protestos dos agricultores. “A Comissão propôs a DUS [Diretiva Utilização Sustentável dos Pesticidas] com o objetivo meritório de reduzir os riscos dos produtos fitofarmacêuticos químicos, mas a proposta tornou-se um símbolo de polarização [pois] foi rejeitada pelo Parlamento Europeu e também no Conselho já não se registam progressos, pelo que vou propor ao colégio que retire esta proposta”, anunciou Ursula von der Leyen.

Intervindo num debate na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, dedicado às conclusões da cimeira extraordinária da semana passada, que foi marcada por intensos protestos nos agricultores a cerca de 800 metros do local, a líder do executivo comunitário salientou que “a proteção da natureza só pode ser bem-sucedida através de uma abordagem ascendente e baseada em incentivos”.

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Jerónimo Martins, EDP, Sonae e BA Glass com nota máxima em ranking climático mundial

O ranking da Carbon Disclosure Project (CDP) é um dos mais badalados a nível global. Em 2023, cinco empresas portuguesas arrecadaram a máxima distinção.

Portugal está representado por cinco empresas na lista de “líderes climáticos” que é divulgada, anualmente, pelo Carbon Disclosure Project. Esta associação sem fins lucrativos reconhece os melhores desempenhos e transparência no que toca a matérias ambientais. De 2022 para 2023 detetam-se três repetentes, Jerónimo Martins, EDP e BA Glass, às quais se juntam a Sonae e Sonae MC.

As empresas que chegaram ao nível A da CDP no que respeita ao clima são as que conseguem mais claramente transmitir os respetivos impactos ambientais e as que estão, simultaneamente, mais bem preparadas para encetar ações positivas para o clima e natureza, de forma a mitigar esses impactos. Esta entidade avalia o desempenho no que respeita às alterações climáticas, mas também florestas e segurança da água.

“Este resultado positivo e em dose dupla é um reconhecimento muito importante, vindo da entidade que é a referência mundial nesta avaliação e que nos coloca no mesmo patamar de excelência dos gigantes da economia mundial”, comenta João Günther Amaral, administrador executivo da Sonae, num comunicado enviado à imprensa.

No último ano, a Sonae MC reduziu em 34% as respetivas emissões, face a 2018. Além disso, aponta a aplicação de medidas de eficiência energética, redução a dependência de combustíveis fósseis, através do aumento da produção própria de energia com fontes renováveis ou a descarbonização da frota.

No caso da EDP, é distinguida pela CDP pelo sétimo ano pelos esforços climáticos. É objetivo da energética portuguesa abandonar o carvão até 2025, ser 100% verde até 2030 e alcançar a neutralidade carbónica até 2040. Na categoria de “segurança de água”, a EDP ainda conseguiu um A-. Além da EDP, também a EDP Brasil recebeu a avaliação mais alta na área relacionada com transparência e performance na ação climática.

A Jerónimo Martins, além de pontuar no máximo na categoria climática, arrecadando um ‘A’, conseguiu um ‘A-‘ tanto na segurança da água como na floresta. E leva ainda outro troféu: é, pelo quarto ano consecutivo, a empresa retalhista alimentar a nível mundial com melhor classificação pelo CDP, indica fonte oficial.

Ainda assim, avisa a CDP, as empresas que estão no patamar mais elevado do seu ranking “não estão, de todo, no final da sua jornada ambiental”, já que todos os anos são atualizados os critérios de forma a adequá-los à evolução científica, necessidades dos stakeholders e dos mercados.

Esta evolução é notória também pela oscilação que se tem verificado quanto aos nomes portugueses que figuram no topo da lista. Consulte abaixo as empresas portuguesas distinguidas desde 2020. No ano de 2019, por exemplo, nenhuma empresa portuguesa integrou a “A List” da CDP e em 2018, os últimos dados agora acessíveis, distinguiam-se a Galp e a The Navigator Company.

 

Só 2% chegam ao topo

Em 2023, quase 400 empresas conseguiram o rótulo de “líderes globais” no que toca as alterações climáticas, integrando a Lista A (lista de topo) do CDP. Olhando às vitórias por tema, o clima leva a melhor, com 346 empresas a integrarem a lista de topo, contra apenas 30 que conseguiram o mesmo feito em relação à floresta e 101 no que toca à água.

“Os temas ambientais estão ligados e têm de ser abordados em conjunto”, defende a organização. No entanto, apenas dez empresas das mais de 2.300 que submeteram os dados nas três áreas à avaliação do CDP conseguiram um triplo A, isto é, a pontuação mais alta em todas as três categorias avaliadas (ver tabela abaixo).

Empresas que conseguiram distinguir-se em simultâneo nas três áreas avaliadas pelo CDP: Clima, Florestas e Água.

Não houve nenhuma empresa portuguesa a integrar a “A List” de nenhuma outra categoria além das alterações climáticas.

No último ano, mais de 740 instituições financeiras com mais de 136 triliões de dólares em ativos solicitaram às empresas que divulgassem dados sobre impactos ambientais, riscos e oportunidades por meio da plataforma do CDP, e um recorde de 23.000 empresas responderam. A CDP acabou assim por receber mais dados este ano – um crescimento de 24% face a 2022 –, mas o número de empresas a arrecadar nota A não subiu proporcionalmente, aumentando apenas 14%. Das 21.000 empresas avaliadas, apenas 400, ou seja 2%, se posicionaram no topo, como líderes.

"O reporte é uma ferramenta crítica para atingir os objetivos de neutralidade carbónica e evitar a prática de greenwashing.”

CDP

“Mais [empresas] devem responder com dados compreensivos e de alta qualidade, necessários para acelerar na ação climática”, defende a organização sem fins lucrativos. A mesma entende que “o reporte é uma ferramenta crítica para atingir os objetivos de neutralidade carbónica e evitar a prática de greenwashing”.

Alinhada com o método de reporte TCFD (Task Force on Climate-Related Disclosures), a CDP detém a maior base de dados ambientais do mundo, sendo as suas classificações usadas como referência em processos de decisão de investimento e compras rumo a uma economia sustentável e neutra em carbono.

Notícia atualizada com a informação de que a BA Glass também foi distinguida com a nota A em 2022, depois de retificação da CDP

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Bruxelas propõe redução de 90% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

A garantia da competitividade da indústria europeia é uma das condições favoráveis que a Comissão Europeia aponta como essenciais para atingir o novo objetivo.

A Comissão Europeia propôs esta terça-feira uma redução de 90% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040, face a 1990, visando tornar a União Europeia (UE) o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050.

“A Comissão publicou hoje uma avaliação de impacto pormenorizada sobre as vias possíveis para atingir o objetivo acordado de tornar a União Europeia neutra em termos de clima até 2050. Com base nesta avaliação de impacto, a Comissão recomenda uma redução líquida de 90% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040, em comparação com os níveis de 1990”, indica o executivo comunitário em comunicado.

Dadas as eleições europeias de junho de 2024, a proposta legislativa sobre esta matéria caberá à próxima Comissão Europeia, devendo depois ser acordada com o Parlamento Europeu e os Estados-membros no Conselho, tal como exigido pela legislação da UE em matéria de clima, acrescenta a instituição, sendo hoje apenas sugerido um objetivo intermédio.

Na comunicação hoje divulgada, que antecede então essa proposta, Bruxelas estipula algumas “condições políticas favoráveis que são necessárias para atingir o objetivo de 90%“.

Entre elas estão a plena aplicação de metas como a da redução das emissões poluentes em, pelo menos, 55% até 2030, a garantia da competitividade da indústria europeia, a criação de condições de concorrência equitativas com os parceiros internacionais e ainda a concretização de um diálogo estratégico sobre o quadro pós-2030, nomeadamente com a indústria e o setor agrícola, numa altura de intensos protestos dos agricultores em toda a UE.

"A definição de uma meta climática para 2040 ajudará a indústria, os investidores, os cidadãos e os governos europeus a tomarem decisões nesta década em que manterão a UE no bom caminho para cumprir o seu objetivo de neutralidade climática em 2050.”

Comissão Europeia

Esse objetivo implica, ainda, políticas sociais e a descarbonização da indústria e dos setores da energia e dos transportes, de acordo com a Comissão Europeia.

“A definição de uma meta climática para 2040 ajudará a indústria, os investidores, os cidadãos e os governos europeus a tomarem decisões nesta década em que manterão a UE no bom caminho para cumprir o seu objetivo de neutralidade climática em 2050. Enviará sinais importantes sobre a forma de investir e planear eficazmente a longo prazo, minimizando os riscos de ativos irrecuperáveis”, argumenta o executivo comunitário.

De acordo com as contas da instituição, as importações de combustíveis fósseis representaram mais de 4% do PIB da UE em 2022, numa altura de sérias consequências da guerra da Rússia contra a Ucrânia e de forte dependência de países terceiros, cenário que Bruxelas quer evitar com a transição climática.

Estima-se também que, nos últimos cinco anos, os danos económicos relacionados com o clima na Europa ascendam a 170 mil milhões de euros.

Além disso, a avaliação de impacto da Comissão Europeia dá ainda conta de que o aumento do aquecimento global resultante da inação poderá reduzir o PIB da UE em pelo menos 7% até ao final do século.

 

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Alemanha vai contribuir com fragata para missão europeia no Mar Vermelho

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

A fragata alemã participará na operação "Aspides" para "proteger a navegação comercial e a liberdade das vias marítimas" no Mar Vermelho.

A Alemanha contribuirá com uma fragata para a missão europeia no Mar Vermelho contra os ataques dos rebeldes Huthis, confirmou esta segunda-feira o Ministério da Defesa alemão, anunciando que o navio zarpará quinta-feira de Wilhelmshaven (norte). A fragata participará na operação “Aspides” para “proteger a navegação comercial e a liberdade das vias marítimas” no Mar Vermelho, “enquanto se aguarda a receção de um mandato europeu e nacional”, disse o ministério.

Cerca de 240 soldados viajarão a bordo do “Hessen”, que tem vindo a efetuar manobras nos mares do Norte e Báltico como parte das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) nos últimos seis meses. “Uma potencial operação no Mar Vermelho será um novo teste de força para o navio e a sua tripulação”, disse o comandante do navio, capitão Volker Kübsch, segundo o ministério.

“Lá [no Mar Vermelho], a ameaça já não é abstrata, mas completamente concreta e é constituída por um grande número de armas que são usadas regularmente”, acrescentou, referindo-se aos ataques dos rebeldes iemenitas pró-iranianos Huthis. Sábado, a Itália anunciou que lhe foi atribuído o comando tático da missão, na qual participará com o envio de um navio, segundo o ministro da Defesa, Guido Crosetto, italiano

Por seu lado, o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, garantiu que será “uma missão defensiva, não apenas de acompanhamento” e que a Grécia ou a França estão a ser consideradas para o quartel-general da missão, “mas poderá haver uma rotação”.

Tal como explicou na semana passada o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, o objetivo será “a proteção dos navios, a interceção de ataques contra navios” e acrescentou que a iniciativa não participará “em qualquer tipo de ação contra os Huthis”.

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Há mais câmaras a cobrar IRC. Número sobe para 216

Mais de 70% das 308 autarquias do país vão tributar os lucros das empresas em sede de derrama. São mais 12 em comparação com 2023. Mas há menos dois municípios a aplicar a taxa máxima, de 1,5%.

O número de autarquias que, este ano, vão cobrar IRC às empresas instaladas no seu concelho subiu para 216. São mais 12 face há um ano, quando 204 municípios tinham decidido aplicar a derrama municipal. Assim, das 308 câmaras do país, mais de 70% optaram por tributar o lucro das empresas relativas ao exercício de 2023, segundo as contas do ECO com base na lista da Autoridade Tributária (AT) publicada esta segunda-feira.

Há ainda 92 autarquias que não vão aplicar o imposto, muitas das quais estão localizadas no interior do continente e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. A informação divulgada pelo Fisco visa o correto preenchimento da declaração de rendimentos modelo 22 do IRC que as empresas têm de entregar até 31 de maio ou até ao último dia do quinto mês posterior à data do termo do período de tributação.

Por outro lado, há menos duas autarquias a aplicar a taxa máxima, de 1,5%. Este ano, 125 municípios optaram pelo tributo mais alto, enquanto, em 2023, eram 127 as câmaras nesta tabela. Entre os 125 concelhos que cobram a taxa mais elevada, há vários que oferecem reduções ou isenções de imposto caso o volume de negócios não tenha ultrapassado os 150 mil euros. Há municípios que definem ainda outros critérios para atribuir um alívio na derrama municipal como a criação de postos de trabalho, a mudança da sede social para o concelho e o exercício de uma atividade numa determinada área.

A lei prevê que a derrama municipal incide sobre o lucro tributável (e não isento) de IRC que corresponda à proporção do rendimento gerado na área geográfica do município. A taxa geral não pode ir além de 1,5% e as autarquias podem aplicar isenções e reduções do imposto.

No ofício circulado que acompanha a listagem das taxas de derrama a aplicar sobre o exercício de 2023, a AT explica que a “a taxa normal da derrama municipal é aplicada quando o sujeito passivo não reúna os requisitos para aproveitar de alguma taxa reduzida ou isenção lançadas pelo município”.

No mesmo documento, assinado pela subdiretora-geral da AT, Helena Pegado Martins, o Fisco refere ainda que apenas podem beneficiar das taxas reduzidas da derrama municipal as empresas que reúnam os requisitos específicos definidos pelo município e que não reúnam “os requisitos para aproveitar de alguma das isenções” lançadas pelas autarquias.

Entre as autarquias que vão cobrar a taxa máxima de 1,5%, sem isenções ou reduções de taxa, estão Aveiro, Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Portimão, Vila Real de Santo António, Celorico da Beira, Nazaré, Campo Maior, Marvão ou Alandroal.

Lisboa, Felgueiras, Maia, Porto, Braga, Figueira da Foz, Abrantes, Leiria, Guimarães, Alcochete, Ílhavo, Cantanhede, Miranda do Douro, Fundão ou Cuba estão entre os municípios que combinam a taxa máxima com reduções ou isenções de imposto.

Almada, Barreiro, Coimbra, Santarém, Paredes de Coura, Cascais, Lourinhã, Peniche, Covilhã, Barcelos, S. João da Madeira, Vale de Cambra, Alcácer do Sal, Beja ou Évora vão aplicar uma taxa inferior a 1,5%.

Enquanto Bragança, Castelo Branco, Óbidos, Baião, Póvoa do Varzim, Arganil, Oliveira do Hospital, Mira, Portalegre, Bombarral, Loulé, Monchique, Silves, Funchal (Madeira) ou Santa Cruz das Flores (Açores) estão entre os municípios que não vão cobrar derrama às empresas.

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Um terço dos estagiários não são remunerados, o que pode agravar desigualdade

Estágios não remunerados podem gerar desigualdade de oportunidades entre jovens de diferentes origens sociais, avisa TCE, que alerta que há poucos dados, o que dificulta a criação de políticas.

Há cada vez mais jovens europeus a fazerem estágios antes de encontrarem o primeiro emprego, mas um terço deles ainda não são remunerados, o que pode agravar as desigualdades. O alerta foi dado esta terça-feira pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE), num documento em que analisa a situação geral dos estágios na União Europeia, bem como o seu financiamento e regulamentação nos 27 Estados-membros.

“Os inquéritos indicam que atualmente cerca de um terços dos estagiários no mercado de trabalho não são remunerados. Este é um problema para os jovens, que se veem obrigados a recusar um estágio por não terem condições financeiras para o fazer, e pode dificultar aos jovens desfavorecidos a encontrarem um primeiro emprego”, sublinha o TCE.

Não há estatísticas oficiais sobre esta questão, mas o Tribunal de Contas Europeu estima que todos os anos 3,7 milhões de jovens da União Europeia façam estágios, sendo que a percentagem de jovens que tiveram esse tipo de experiência de trabalho “aumentou muito na última década“.

“No entanto, para os estágios serem úteis, é preciso garantir que têm qualidade e os estagiários não substituem trabalhadores habituais“, alerta o TCE. E lembra que em 2014 o Conselho da União Europeia recomendou aos Estados-membros que aplicassem uma série de normas mínimas para assegurar a qualidade dos estágios (como um contrato escrito, objetivos de aprendizagem e duração razoável).

Ora, se os estágios tiverem qualidade, tendem a “levar a resultados positivos em termos de emprego“, o que é “particularmente importante”, uma vez que os jovens são “os mais afetados pelo desemprego”.

A propósito, o TCE assinala que cerca de dois terços dos estagiários encontraram emprego nos seis meses seguintes a terminarem o estágio.

No entanto, a União Europeia não tem regras uniformes para os estágios (até a sua definição “varia muito” entre países, sendo que 16 dos Estados-membros nem têm uma definição jurídica), o que dificulta a recolha de dados fiáveis e, consequentemente, a criação de políticas adequadas.

Também em Portugal os estágios têm ganhado terreno, sendo que o Instituto do Emprego e Formação Profissional a disponibiliza vários apoios nesse sentido.

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Pedro Nuno Santos assinala silêncio da direita sobre dimensão do resgate na SATA

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

"Até hoje não houve um único ano em que a SATA tenha dado lucro. Mas a TAP dá lucro desde 2022. A diferença é que aqui somos nós e nos Açores é a direita toda junta”, disse o secretário-geral do PS.

O secretário-geral do PS prometeu esta terça-feira não perder “nem mais um segundo” sobre a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa e considerou que a direita está em silêncio sobre a dimensão do resgate na SATA. Estas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos no final de um almoço com a Confederação do Turismo de Portugal (CFP), em Lisboa, após a intervenção de abertura do presidente desta entidade, Francisco Calheiros.

Francisco Calheiros disse que Pedro Nuno Santos, enquanto ministro das Infraestruturas, “teve razão” quando em 2022 fez publicar contra a vontade do primeiro-ministro, António Costa, uma portaria em que numa primeira fase se avançava para a construção de uma solução aeroportuária no Montijo e, depois, a médio e longo prazos, em Alcochete.

O secretário-geral do PS não se debruçou de forma desenvolvida sobre esse episódio que marcou a sua presença no Ministério das Infraestruturas, mas advertiu que nenhuma solução para o futuro aeroporto de Lisboa terá um apoio maioritário e que gerará sempre contestação.

Temos um aeroporto com uma pista esgotada, já tivemos 50 anos de debates com 19 localizações diferentes estudadas. Do que é que Portugal está à espera. Fiz uma tentativa que se frustrou e com a certeza que não vou perder nem mais um segundo, por duas razões: a primeira é a de que precisamos mesmo de avançar sobre o novo aeroporto o quanto antes; e a segunda é simbólica, porque precisamos de passar a mensagem que o país tem de avançar, não pode ter medo de decidir”, declarou.

A seguir, referiu-se a um dos temas do frente-a-frente que na segunda-feira à noite travou na SIC com o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que atacou a despesa efetuada pelo Estado com a intervenção financeira na TAP em conjuntura de pandemia da covid-19. Pedro Nuno Santos observou que esse tema foi levantado tipo “metralhadora” por Rui Rocha na fase final do debate, quando já não dispunha de tempo para lhe responder.

Perante os empresários do turismo, voltou a defender o resgate então efetuado na TAP, apesar de ter reconhecido que esse processo “teve erros e falhas” e que “é uma mochila que vai carregar às suas costas”.

Assinalou porém que a TAP, antes da pandemia, quando a gestão era privada, dava 100 milhões de euros de prejuízo por ano, contrapondo que transportadora aérea nacional se salvou com a intervenção, que agora dá lucro (200 milhões nos primeiros nove meses do ano em 2023), faz encomendas junto de empresas nacionais num valor de 1,3 mil milhões de euros e é responsável por trazer para Portugal os turistas que mais tempo permanecem no país.

Mas avançou também com um novo argumento, depois de se queixar que a política portuguesa se caracteriza por vezes pela “incoerência e dualismo”. O secretário-geral do PS observou então que a SATA também foi resgatada e a dimensão da intervenção do Governo Regional dos Açores do PSD, CDS e PPM, então também suportado no parlamento pela IL e Chega, correspondeu a 10% do PIB da região autónoma, enquanto no caso da TAP rondou os 1,5% do PIB nacional.

Não estou a criticar a intervenção pública na SATA, mas nunca ouvi nenhum criticar essa operação. Nunca ouvi ninguém queixar-se. E até hoje não houve um único ano em que a SATA tenha dado lucro. Mas a TAP dá lucro desde 2022. A diferença é que aqui somos nós e nos Açores é a direita toda junta”, declarou.

Pedro Nuno Santos sustenta que Luís Montenegro “não tem forma de governar”

O secretário-geral do PS assinalou ainda que o presidente do PSD tem assegurado que não governa com o Chega se ficar em segundo nas eleições, o que indica que Luís Montenegro “não tem forma de governar”.

Na intervenção inicial do almoço, o presidente da CFT disse ter ficado satisfeito quando o PS obteve maioria absoluta nas legislativas de janeiro de 2022, porque esse resultado indiciava mais de quatro anos de estabilidade politica e o tempo necessário para fazer reformas de fundo no país.

Já no que respeita às perspetivas para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, Francisco Calheiros manifestou-se apreensivo com um resultado que provoque instabilidade, tendo nesse contexto criticado a solução “Gerigonça” de 2015, “com partidos adversários do turismo” na esfera do poder. Pedro Nuno Santos defendeu a seguir a solução política “Geringonça” de 2015, mas pronunciou-se principalmente sobre o que está em causa nas eleições de 10 de março.

“Acredito que só teremos um Governo com estabilidade em Portugal se o PS tiver uma grande vitória nas eleições legislativas. Não é credível ao dia de hoje que qualquer partido tenha maioria absoluta”, começou por observar, antes de procurar associar o PSD à ingovernabilidade. “O meu principal adversário diz que não governa se ficar em segundo e diz que não governa com o Chega. Então, não tem forma de governar”, apontou.

Depois, vincou a sua tese sobre a importância de o PS ter condições para formar Governo. “Tenho dito ao longo do tempo e continuarei a dizer: Não sabemos qual a configuração parlamentar que sairá das eleições de 10 de março, mas sabemos que o Governo será mais estável – falo por mim – quanto mais força tiver o PS. A nossa concentração é ter um resultado que garanta a Portugal um Governo com estabilidade, liderado pelo PS”, insistiu.

Em relação aos executivos minoritários de António Costa, que foram suportados no parlamento pelo PCP, Bloco de Esquerda e PEV, o líder socialista contrariou a posição de Francisco Calheiros.

Percebo as críticas que o presidente da CFT fez sobre a solução encontrada em 2015, mas aposto que aqui não há nenhum empresário que, entre 2025 e 2019, não tenha visto a situação da sua empresa a melhorar. Até admito situações excecionais, mas foram quatro anos de crescimento, de recuperação. As empresas ganharam mais, não saíram em 2019 a perder face a 2015. Houve receios que não se confirmaram”, sustentou.

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Estudantes organizam cimeira para debater desafios do ensino português

  • Trabalho
  • 6 Fevereiro 2024

Rui Rio, Pedro Santana Lopes, Marisa Matias, Pedro Siza Vieira, Susana Peralta e Rui Tavares são alguns dos nomes que participarão na cimeira organizada pelos estudantes da FEP em torno do ensino.

Afinal, como se resolve a crise do alojamento dos estudantes? E devem as propinas continuar a descer? Estes são dois dos temas que vão ser discutidos na II Cimeira do Ensino, que terá lugar na Faculdade de Economia do Porto (FEP), no dia 15 de fevereiro. Neste ciclo de conferências são participantes, nomeadamente, o ex-ministro Pedro Siza Vieira, a eurodeputada Marisa Matias e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.

“Depois da primeira edição no ano passado, a II Cimeira do Ensino aspira a estimular o debate de ideias sobre o ensino, através das vozes de forças vivas da sociedade portuguesa, como políticos, especialistas, docentes e estudantes, tornando a FEP o centro deste debate, essencial para o futuro do país“, anunciou a associação de estudantes dessa faculdade, que está a organizar este evento.

Esta cimeira acontece numa altura em que o país vive um período de pré-campanha eleitoral e os estudantes apelam a que o tema do ensino não seja esquecido pelos partidos, já que acreditam “na centralidade da educação, seja ela pré-primária, primária, secundária ou superior”.

“Lembramos a centralidade da educação para um crescimento sustentado da nossa economia e, essencialmente, para a prossecução da justiça de oportunidades vital para qualquer democracia saudável”, sublinha a associação de estudantes.

O programa já pode ser consultado online, sendo que a abertura ficará a cargo do ex-Presidente da Câmara Municipal do Porto e do PSD, Rui Rio. “No encerramento, teremos a honra de ouvir o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e o atual Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz e ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes”, destacam os estudantes.

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Governo está a fazer “todos os esforços” para comprar pintura de Domingos Sequeira

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

A secretária de Estado da Cultura fez saber que o assunto foi entregue à Museus e Monumentos de Portugal e "aguardam-se desenvolvimentos para muito breve".

A secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, assegurou aos signatários da carta aberta sobre a exportação da pintura “Descida da Cruz” estarem em curso “todos os esforços” para conhecer as “eventuais condições de compra” da obra.

Numa carta de resposta à missiva assinada por 12 especialistas em museus e património manifestando indignação pela “exportação indevida” da pintura, que consideram “gravemente lesiva do património português”, a secretária de Estado fez saber que o assunto foi entregue à Museus e Monumentos de Portugal (MMP) e “aguardam-se desenvolvimentos para muito breve”.

“O Governo averiguou o sucedido, e procurando recentrar o assunto pediu à MMP, entidade agora com as atribuições relacionadas com a aquisição e circulação de obras de arte, que envidasse todos os esforços junto dos proprietários para aferir as eventuais condições de compra da obra ‘Descida da Cruz’, de Domingos Sequeira”, lê-se na carta de resposta, a que a agência Lusa teve acesso.

Na mensagem, Isabel Cordeiro agradece a “preocupação expressa por todos os signatários relativamente a este assunto” e acrescenta que o conselho de administração da MMP “prossegue os contactos necessários para que possa ser efetivamente equacionada a apresentação desta obra no Museu Nacional de Arte Antiga, nunca proposta”.

Aguardam-se desenvolvimentos para muito breve sobre os quais daremos notícia”, conclui, na missiva enviada aos subscritores da carta aberta, no mesmo dia em que foi publicamente divulgada, na qual pediam “todos os esforços” para a aquisição do quadro.

A mensagem, enviada sábado ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e à secretária de Estado da Cultura, era assinada por historiadores de arte, museólogos, arqueólogos e outros especialistas da área do património, como Raquel Henriques da Silva, Luís Raposo e Vítor Serrão, que manifestaram “profunda indignação” por “esta ocorrência indigna e gravemente lesiva do património português”.

O quadro a óleo é da autoria de Domingos Sequeira (1768-1837), um pintor português que, devido ao seu talento, conseguiu proteção aristocrática e uma bolsa para se aperfeiçoar em Roma, onde privou com vários mestres e conquistou diversos prémios académicos. O seu trabalho situa-se entre o Classicismo e o Romantismo, de um modo similar ao espanhol Francisco de Goya (1746-1828).

A saída da “Descida da Cruz” do país foi avançada a 26 de janeiro pelo semanário Expresso, indicando que estaria à venda em Madrid, “apesar dos pareceres negativos sobre a sua saída de Portugal”, após uma autorização de saída, no ano passado, segundo a notícia, por parte dos responsáveis da então Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), justificada pela “inexistência de qualquer ónus jurídico”.

O requerimento para “exportação temporária” e “eventual venda” da obra “A Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira, na posse do descendente do duque de Palmela Alexandre de Souza e Holstein, tinha como destino a Galeria Colnaghi, de Madrid, pelo prazo de um ano, a contar do dia 2 de novembro de 2023, sendo o valor atribuído de 1,2 milhões de euros, segundo o semanário.

Na altura, o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), Joaquim Caetano, tinha emitido um parecer negativo a este pedido de venda, defendendo a necessidade de se iniciar “de imediato, o processo de classificação da pintura como Bem de Interesse Nacional, impedindo a sua saída de território nacional”.

“Descida da Cruz” faz parte de um grupo de quatro pinturas tardias de Domingos Sequeira – com “Ascensão”, “Juízo Final” e “Adoração dos Magos”, esta última já na posse do MNAA por adquisição através de uma campanha pública – feitas durante os seus últimos anos de vida, em Roma, onde morreu em 1837. Pelo menos um grande estudo preparatório da obra, na posse do MNAA, está classificado como bem de interesse nacional. Joaquim Caetano defendia a classificação das outras duas pinturas da mesma série, que se encontram na posse da família Holstein.

Na carta aberta enviada segunda-feira à Lusa, especialistas como Adília Alarcão, António Filipe Pimentel, Aurora Carapinha, Jorge Custódio e José Alberto Seabra Carvalho manifestavam ainda “profunda indignação pelo comportamento do ex-diretor-geral do Património Cultural [João Carlos dos Santos] e por via dele de toda a DGPC, que, além de manifestar grave ignorância cultural, não cumpre, nem justifica o não cumprimento das claras disposições e orientações da Lei de Bases dos Museus Portugueses no que se relaciona com a exportação de bens museológicos de excecional valor cultural”.

O ministro da Cultura já veio a público comentar a “lamentável falha” dos serviços da DGPC e indicar que estão em curso diligências para conhecer as condições de uma eventual compra, por proposta da Comissão de Aquisição de Bens Culturais, entidade à qual compete identificar e sinalizar as obras de arte e apresentar propostas fundamentadas. A Lusa pediu segunda-feira uma reação ao instituto Património Cultural, presidido por João Carlos dos Santos, e à Museus e Monumentos de Portugal – as duas entidades resultantes da reorganização da DGPC -, e aguarda resposta.

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Autorizado investimento de 7,5 milhões no troço Caldas da Rainha – Louriçal da Linha do Oeste

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

Este projeto representa um investimento de 7,5 milhões de euros que, segundo o despacho, será repartido em tranches a aplicar em cada um dos anos, com exceção de 2028.

A autorização para a repartição de encargos para a eletrificação e modernização do troço Caldas da Rainha-Louriçal, na Linha do Oeste, no valor de 7,5 milhões de euros, foi esta terça-feira publicada em Diário da República.

O despacho, emitido pela Infraestruturas de Portugal (IP) autoriza a assunção de encargos plurianuais entre os anos de 2025 e 2030 para a contratualização da empreitada “Linha do Oeste – Eletrificação e Modernização do Troço Caldas da Rainha-Louriçal – Projeto de Execução”, prevista no Plano Nacional de Investimentos 2030.

O projeto representa um investimento de 7,5 milhões de euros que, segundo o despacho, será repartido em tranches a aplicar em cada um dos anos, com exceção de 2028, que não tem qualquer valor atribuído.

A repartição determina uma verba de 3.588.438,00 euros para o ano de 2025, duas tranches de 1.393.281,00 euros para os anos de 2026 e 2027, 375.000,00 euros para 2029 e 750.000,00 euros para 2030.

Seis meses depois tudo está na mesma e não há concurso aberto e, muito menos, linha modernizada e eletrificada, verificando-se atrasos em cima de atrasos; promessas em cima de promessas, atirando cada vez para mais tarde a modernização e a eletrificação de toda a Linha do Oeste.

Comissão para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO)

A IP deliberou igualmente lançar o procedimento pré-contratual necessário à contratação da execução da “Linha do Oeste – Eletrificação e Modernização do Troço Caldas da Rainha-Louriçal“, o qual será integrado “em futura candidatura no âmbito do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027”, é referido no despacho.

A publicação ocorre um dia depois de a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) ter considerado “inaceitável” o atraso na abertura do concurso para a modernização e eletrificação do troço Caldas da Rainha/Louriçal, anunciada pela IP em junho de 2023. “Seis meses depois tudo está na mesma e não há concurso aberto e, muito menos, linha modernizada e eletrificada, verificando-se atrasos em cima de atrasos; promessas em cima de promessas, atirando cada vez para mais tarde a modernização e a eletrificação de toda a Linha do Oeste, com todos os prejuízos que daí decorrem”, referiu a CPDLO em comunicado.

Na nota, a comissão manifestava “sérias dúvidas” de que a modernização e eletrificação do troço entre Meleças e Caldas da Rainha fiquem concluídas no primeiro semestre deste ano, data com que “o Governo se comprometeu perante esta comissão, na pessoa do secretário de Estado das Infraestruturas”.

O cumprimento do prazo “não irá ser possível se o ritmo das obras não aumentar significativamente”, lia-se no comunicado.

O projeto de modernização da Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz) está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a de eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças (Sintra) e Torres Vedras, num investimento de 61,7 milhões de euros.

A segunda consiste na modernização e eletrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, orçada em 40 milhões de euros. Já o investimento global é de 160 milhões de euros, incluindo expropriações, de acordo com a empresa.

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