Concurso para inspetor dos fundos europeus teve 160 candidaturas

Concurso interno para o preenchimento de 12 postos de trabalho de inspetor superior foi aberto pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão por dez dias e recebeu 160 candidaturas.

O Governo logo que iniciou a legislatura anunciou um reforço do número de inspetores para verificar o terreno se as regras de aplicação dos fundos europeus estão a ser cumpridas. O concurso recebeu 160 candidaturas que estão agora a ser analisadas, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Coesão Territorial, que tutela os fundos europeus.

Na apresentação do programa do Governo no Parlamento, a 11 de abril, Luís Montenegro, anunciou que iria reforçar os meios de combate à fraude e à corrupção no uso de fundos europeus. “Na primeira semana deste Governo, já está assinado o despacho conjunto que determina a abertura de concurso para reforçar em 60% o número de inspetores especializados neste combate. É preciso executar depressa, mas bem”, disse na altura.

Os 60% são o número proposto pela própria Agência para o Desenvolvimento e Coesão. “A Agência propôs” esse reforço de inspetores e “dois dias depois foi assinado um despacho conjunto pelo ministro das Finanças e o ministro Adjunto”, contou ao ECO, o ministro Adjunto e da Coesão em abril.

Na sua intervenção no Parlamento, aquando da apresentação do programa do Governo, Manuel Castro Almeida frisou que “quase 40 anos depois de receber os fundos da União Europeia não é aceitável que tenhamos qualquer tipo de permissividade, ainda que por ingenuidade ou omissão, com a fraude, a ilegalidade ou a corrupção”. Princípios que esteve subjacente à decisão de aumentar o número de inspetores, reforçando a fiscalização no terreno.

“Em Portugal, temos uma prática de nos dedicarmos muito a fiscalizar papéis. Os papéis podem não detetar muitas coisas, abusos e fraudes que o terreno deteta. Estar nos gabinetes em Lisboa a fiscalizar papéis, não me parece que seja muito produtivo”, disse Castro Almeida em entrevista conjunta à TSF e Jornal de Notícias. “Do nosso lado, há tolerância zero para a fraude”, acrescentou.

O concurso interno para o preenchimento de 12 postos de trabalho de inspetor superior foi aberto pela Agência por dez dias e recebeu 160 candidaturas. Apesar de decisão de abertura do concurso remontar a um despacho do conselho diretivo da Agência de 17 de abril, o concurso só abriu a 27 de maio, dia em que foi publicado na segunda série do Diário da República.

As Finanças não autorizavam abertura de concursos para inspetores de fundos europeus, que tinham a carreira congelada há 15 anos. A decisão de abrir o concurso resultou do facto de não existirem trabalhadores “em situação de valorização profissional cujo perfil se adequasse às características do posto de trabalho em causa”. O concurso tem validade de um ano e “destina-se ao preenchimento dos postos de trabalho vagos e existentes à data da sua abertura, bem como aos que vierem a vagar até ao termo do seu prazo de validade”.

Um inspetor superior principal ganha no máximo 900 euros, de ordenado base, a que acresce um suplemento de função de 22,5%, pago por 12 vezes. Ou seja, por mês cada inspetor ganhará 1.102,5 euros. Mas, durante a fase de estágio, os trabalhadores podem optar pelo vencimento do lugar de origem, já que o salário base é de 370 euros.

De acordo com as regras deste aviso, há 160 “trabalhadores com relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado previamente estabelecida”, com licenciatura, que querem mudar de função no Estado. Por outro lado, não podem concorrer “candidatos que, cumulativamente, se encontrem integrados na carreira, sejam titulares da categoria e, não se encontrando em mobilidade, ocupem postos de trabalho previstos no mapa de pessoal do órgão ou serviço idênticos aos postos de trabalho para cuja ocupação se publicita o procedimento”.

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IEFP tem mais 46 milhões para reforçar competências digitais dos trabalhadores

IEFP tem aberto mais um concurso, no âmbito do programa Formação Emprego Digital. Desta vez, dotação é de 46 milhões, foi adiantado ao ECO. Até agora, 194 mil trabalhadores já foram abrangidos.

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem aberto um novo concurso para o Formação Emprego Digital, programa que pretende reforçar as competências tecnológicas dos trabalhadores portugueses. Segundo foi adiantado ao ECO, a dotação, desta vez, é de 46 milhões de euros. No primeiro concurso, foram abrangidos 194 mil trabalhadores.

“No primeiro aviso de concurso — aberto entre novembro de 2022 e março de 2023, foram aprovadas 279 candidaturas, que abrangiam 193.935 trabalhadores“, avança ao ECO fonte oficial do IEFP, que garante que o programa não só está a “funcionar muito bem“, como está a ter “mais procura do que a inicialmente prevista“.

“Por esse facto se decidiu lançar novo aviso de concurso“, indica o IEFP. As candidaturas a este novo concurso têm de ser apresentadas até às 18h00 do dia 17 de julho.

O instituto sinaliza que a intenção é ter as candidaturas aprovadas até ao final de agosto, de modo a que em setembro as entidades possam dar início às ações de formação.

Convém explicar que, ao contrário de outros programas do IEFP, neste quem apresenta as candidaturas não são os trabalhadores que querem fazer formação, nem sequer as empresas para as quais trabalham.

Antes, as candidaturas a projetos têm de ser apresentadas pelos parceiros sociais (ou seja, confederações patronais ou centrais sindicais), pelas entidades da economia social certificadas, as instituições do ensino superior ou outras entidades formadoras certificadas.

Na candidatura, essas entidades têm logo de indicar o âmbito e objetivos da formação que pretendem ver apoiada, bem como a carga horária, o número de formandos a abranger (até mil), o volume de formação, o custo e o regime (presencial, remoto ou híbrido).

De uma forma geral, tanto por parte das empresas, como por parte dos trabalhadores, há preferência pela Formação Emprego Digital.

Rita Messias

Presidente da direção da APEFOR

Com base neste modelo — e porque garante que os trabalhadores recebem subsídio de refeição, quando a formação acontece fora do horário laboral –, a presidente da direção da Associação Portuguesa de Entidades Formadoras (APEFOR) já tinha declarado, em conversa com o ECO, que o Formação Emprego Digital era mais atrativo do que outras medidas do IEFP também com vista a reforçar as competências digitais dos trabalhadores, como o cheque de formação digital.

No caso desse outro programa, é o trabalhador que tem de se candidatar e paga logo o custo da formação, recebendo só mais tarde um reembolso por parte do IEFP. Já no âmbito do Formação Emprego Digital, o trabalhador não só não tem de pagar nada, como até pode receber o tal subsídio.

“De uma forma geral, tanto por parte das empresas, como por parte dos trabalhadores, há preferência pela Formação Emprego Digital“, assegurou Rita Messias.

Por exemplo, conforme já avançou o ECO, o cheque de formação digital só tem aprovadas, até ao momento, cerca de 1.500 candidaturas, longe do objetivo de 25 mil trabalhadores abrangidos que o Governo definiu com o prazo de setembro de 2025.

Tanto o cheque de formação digital, como o formação emprego digital fazem parte do programa Emprego + Digital 2025, que é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O objetivo global é abranger 200 mil trabalhadores, meta que o IEFP adianta que ainda não está cumprida, mas deverá ser alcançada até ao final deste ano, bem antes do prazo.

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Défice do primeiro trimestre ainda permite excedente em 2024

Um défice orçamental no primeiro trimestre não dita qual o desfecho do saldo na globalidade do ano, mas há riscos, consideram os economistas consultados pelo ECO.

O défice de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) registado pelo Estado português no arranque do ano não se traduz automaticamente no risco de um saldo orçamental negativo no final de 2024. O argumento é sublinhado ao ECO por três economistas, que alertam antes para o impacto de eventuais decisões que se tomem no resto do ano.

Os dados divulgados, esta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que Portugal voltou a registar um défice, em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas), nos primeiros três meses do ano, o que compara com o excedente orçamental de 1,1% alcançado em igual período do ano passado. O desequilíbrio no arranque do ano não é, contudo, inédito, antes pelo contrário. Apenas no ano passado se registou pela primeira vez (desde o início dos anos 2000, série histórica do INE) um saldo positivo neste período, correspondente a 692 milhões de euros.

Antes, no primeiro trimestre de 2022, por exemplo, Portugal registou um défice de 0,6% do PIB, enquanto nos primeiros três meses de 2021 o défice atingiu 5,7% e no mesmo período de 2019 o saldo foi neutro.

O défice de 0,2% do PIB nos primeiros três meses deste ano corresponde a -118,9 milhões de euros, resultado de um aumento da despesa (11%) superior ao da receita (7,3%).

“Com um défice de cerca de 100 milhões de euros digamos que está tudo em aberto”, considera o economista e diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira. O economista recorda, por exemplo, que o saldo é afetado pelo efeito extraordinário da alocação adicional de verbas ao Sistema Elétrico Nacional (SEN) para redução das tarifas de eletricidade.

“O resultado pode ser revertido”, acredita, acrescentando que “a herança não tem uma gravidade e expressão que ponha em causa o resto do ano”. Contudo, alerta que existe o “risco político” de medidas que venham a ser tomadas, devido à atual configuração do parlamento.

Por seu lado, o economista e coordenador do NECEP – Católica Lisbon Forecasting Lab, João Borges de Assunção, destaca que “os aumentos de despesa pública no primeiro trimestre (11,0% face ao trimestre homólogo) são algo preocupantes, mas resultam da aplicação do orçamento de Estado para 2024”. “Os dados parecem ser consistentes com a informação já veiculada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO)”, refere, cujas dados apontaram para um défice de 259 milhões de euros até março, em contabilidade pública (na ótica de caixa).

Segundo os dados do INE, divulgados esta segunda-feira, o crescimento da despesa corrente resulta do aumento dos encargos com prestações sociais (11,6%), das despesas com pessoal (9,6%), dos encargos com juros (9,7%), do consumo intermédio (4,1%), dos subsídios (103,4%) e da outra despesa corrente (6,7%).

Para João Borges de Assunção, contudo, “ainda é cedo” para retirar ilações para a totalidade do ano. “Os dados das contas públicas são bastante voláteis na frequência trimestral mesmo quando anualizados. Há muitos efeitos sazonais e pontuais que limitam a possibilidade de tirar grandes conclusões para o resto do ano. Ainda mais numa altura em que houve mudança de governo”, refere.

No entanto, adverte que “neste momento a preocupação com as finanças públicas é real”. “Por um lado, a atual composição do parlamento é favorável a medidas que prejudicam as finanças públicas, e por outro vão entrar em vigor critérios ligeiramente diferentes para a condução da política orçamental nos países do euro com elevados níveis de dívida, como é ainda o caso de Portugal”, argumenta.

“Mas penso que vai demorar algum tempo até se conseguir ver nos dados trimestrais do INE sobre saldos e poupança dos vários setores institucionais, sinais inequívocos de preocupação com as contas”.

Por seu lado, Ricardo Ferraz, investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona, alerta que embora existam os resultados de apenas um trimestre, “ainda assim, as campainhas devem soar”. “É que o INE diz-nos que a despesa corrente cresceu 11% em termos homólogos, o que corresponde a um aumento de quase 2,5 mil milhões de euros; sendo que podemos considerar que a grande parte desse valor é despesa permanente”, justifica.

O economista adverte que “já foram adotadas novas medidas, agora no tempo do atual Governo, que também têm impacto nas contas do Estado”. “Parece-me evidente que há riscos que não devem ser desvalorizados. O Governo deve por isso estar muito atento e adoptar uma postura cautelosa na condução da política orçamental, caso contrário o excedente orçamental previsto para o conjunto de 2024 poderá ficar em causa”, afirma.

Novas regras ditam menor margem orçamental

Os dados do INE foram conhecidos depois de, na última sexta-feira, a Comissão Europeia ter transmitido bilateralmente a Portugal a trajetória de referência que o país deverá usar no desenho do plano orçamental estrutural de médio prazo.

O plano, que será negociado com Bruxelas durante o verão, já condicionará o Orçamento do Estado para 2025 e obrigará o Ministério das Finanças a um ajustamento orçamental, uma vez que o país ainda tem um rácio da dívida pública superior a 60% do PIB (99,1% em 2023).

Portugal é um dos oito países – entre os 12 com um peso da dívida superior a 60% do PIB – cujos novos critérios de Bruxelas determinam o ajustamento orçamental ao longo de períodos de quatro e de sete anos, a par da Áustria, Bélgica, Alemanha, Grécia, Hungria, Eslovénia e Espanha, de acordo com uma análise do think-tank Bruegel.

Ainda assim, o ajustamento pedido a Portugal será pequeno, porque o país já tem excedentes primários “consideráveis”, calcula o think-tank. Contudo, ao contrário da maioria dos países, que teriam de fazer maiores ajustamentos com o anterior quadro de governação, Portugal fica com menor margem orçamental com os novos critérios.

O país terá de fazer um ajustamento de 1% do PIB no caso do plano de quatro anos e de 0,7% no caso de sete anos face em comparação com as antigas regras. Este cenário irá condicionar o desenho do próximo Orçamento do Estado, tendo o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, avisado recentemente – ainda antes do arranque das negociações orçamentais – que as medidas da oposição serão analisadas dentro de um quadro que não coloque em causa o equilíbrio das contas públicas.

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Decisão sobre novas metas de qualidade dos CTT nas mãos do Governo

Anacom diz que já enviou ao Governo a proposta com novos parâmetros de qualidade para o serviço postal universal. Decisão técnica, mas sensível, está nas mãos da tutela.

Há sensivelmente oito meses, a 24 de outubro de 2023, a Anacom aprovou um “projeto de proposta” com novos parâmetros de qualidade de serviço para os CTT, metas que a empresa terá de cumprir caso venham a ser aprovadas pelo Governo. Sucedeu-se uma consulta pública, concluída faz esta semana meio ano. Mas há quase dois anos e meio que os Correios aguardam pela definição de novas metas, mais alinhadas com as “melhores práticas” da União Europeia.

Enquanto as novas metas não aparecem, apesar de isso estar previsto na nova concessão do serviço postal universal, os CTT têm trabalhado com objetivos que remontam a abril de 2021, alguns dos quais a empresa já considerou serem “impossíveis” de cumprir. Assim, sem surpresa, o grupo falhou todos os objetivos em 2022, e tê-los-á falhado também em 2023, à exceção de um, de acordo com os dados preliminares, conforme noticiou o ECO.

Agora, segundo o regulador das comunicações, há mais de um mês que a bola está do lado do Governo: “Findos os prazos de audição e consulta ao mercado e analisados os contributos, recebidos, a Anacom remeteu ao Governo, em 2 de maio de 2024, a proposta de parâmetros de qualidade de serviço e objetivos de desempenho associados à prestação do serviço postal universal (conjuntamente com o relatório de audiência prévia e da consulta realizados)”, confirmou fonte oficial.

Contactado pelo ECO, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, que tutela este setor, não respondeu.

A decisão a tomar pode ser sensível por dois motivos. Primeiro, porque será a primeira vez que o ónus está no Governo e não na Anacom, na medida em que Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas, decidiu em 2022 retirar ao regulador o poder de definir unilateralmente estes critérios técnicos. Na Lei Postal atualmente em vigor, a Anacom propõe ao Governo, e o Executivo decide.

Segundo, porque os CTT já se mostraram, no dia 27 de outubro de 2023, pouco satisfeitos com a proposta da Anacom quando a mesma foi conhecida em outubro de 2023. A empresa entende que a “significativa simplificação” anunciada pelo regulador, além de “tardia”, é “mais aparente do que real”. Pior, o grupo diz que a passagem de 24 para apenas oito indicadores continua desfasada “das melhores práticas europeias, o que contraria o previsto na lei e no contrato de concessão”.

Contactada, fonte oficial dos Correios confirmou que “a posição dos CTT face aos indicadores de qualidade aplicáveis ao contrato de 2022 não se alterou”.

Assim, para a tutela protagonizada pelo ministro Miguel Pinto Luz, a decisão a tomar está entre contrariar o regulador, aprovando indicadores diferentes ou ajustados, ou validar a intenção da Anacom e arriscar um braço-de-ferro com a empresa liderada por João Bento, que tem fama de recorrer a arbitragens com o Estado para defender o que considera serem os seus direitos.

“No âmbito da lei, compete ao membro do Governo responsável pela área das comunicações fixar, para um período plurianual mínimo de três anos, os parâmetros de qualidade de serviço e os objetivos de desempenho associados à prestação do serviço universal, nomeadamente os respeitantes aos prazos de encaminhamento, à regularidade e à fiabilidade dos serviços, bem como as regras relativas à sua medição, monitorização e divulgação”, recorda a Anacom, salientando que os CTT foram consultados no âmbito da proposta que submeteu ao Executivo.

Qualquer que seja a decisão do Governo, ela desbloqueará automaticamente um dos dois mecanismos de compensação que podem ser impostos aos Correios sempre que a empresa não cumpra num dado ano os indicadores definidos pelo Estado. Isto porque a concessão que entrou em vigor em fevereiro de 2022 determinou que, até haver novos indicadores, essa compensação será sempre por via de “obrigações de investimento” e nunca pela via alternativa de cortes nos preços do correio, como aconteceu vários anos antes da chegada da nova concessão.

Certo é que, mais de dois anos volvidos desde 2022, ano em que a empresa falhou todos os objetivos, não se conhece qualquer plano de investimentos que os Correios terão de cumprir para compensar os utilizadores do serviço postal. E, sobre isso, a empresa limita-se a responder que “o processo administrativo está a decorrer”.

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Anacom propõe ao Governo obrigar CTT a investirem na melhoria do serviço postal

Regulador já enviou ao Ministério das Infraestruturas a proposta final para obrigar os CTT a compensar utilizadores pelas falhas de 2022 no correio, por via de obrigações de investimento.

A Anacom remeteu ao Governo, no dia 2 de maio, uma proposta para obrigar os CTT a realizarem investimentos na melhoria do serviço postal, por terem violado os parâmetros de qualidade do correio em 2022, disse ao ECO fonte oficial do regulador.

Os CTT falharam todas as metas que tinham de cumprir nesse ano e, por esse motivo, outrora, teriam de compensar os utilizadores com uma descida dos preços do correio. Mas, em 2021, nas negociações do novo contrato de concessão com Pedro Nuno Santos, na altura ministro das Infraestruturas, o anterior Governo aceitou que, até à publicação de novos indicadores de qualidade, a penalização a aplicar aos CTT será sempre por via de “obrigações de investimento”.

“Na sequência do incumprimento dos parâmetros de qualidade de serviço e objetivos de desempenho associados à prestação do serviço postal universal em 2022, a Anacom enviou ao membro do Governo responsável pela área das comunicações, em 2 de maio de 2024, uma proposta para aplicação do mecanismo de compensação assente na realização de obrigações de investimento por parte dos CTT”, disse ao ECO fonte oficial do regulador.

O regulador lembra também que, “nos termos do Contrato de Concessão, os CTT, entidade concessionária da prestação do serviço postal universal, devem apresentar ao concedente um plano de investimentos que deve identificar as ações e os investimentos para melhoria das falhas verificadas, os quais devem beneficiar diretamente a prestação dos serviços abrangidos pela concessão e/ou os utilizadores finais”.

Desconhecem-se quais são os investimentos que os CTT poderão ser obrigados a fazer por terem falhado em 2022 os objetivos definidos pela Anacom. Fonte oficial dos CTT disse apenas que “o processo administrativo está a decorrer”, sem dar mais detalhes, e, contactado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação não respondeu.

Em janeiro de 2024, ainda no Governo de António Costa, fonte oficial do governante responsável tinha respondido ao ECO: “A pedido do Governo, a proposta do regulador para a aplicação do mecanismo de compensação foi submetida aos CTT, estando atualmente em fase de audiência prévia. Finda a audiência prévia, o regulador deverá remeter ao Governo a respetiva proposta de decisão final.”

É essa proposta final que terá sido enviada ao ministro Miguel Pinto Luz em maio deste ano, não sendo público qualquer desenvolvimento neste processo desde então. A Anacom explica que o Governo “deve pronunciar-se sobre o referido plano, após consulta da Anacom, no prazo máximo de 90 dias, podendo requerer a substituição ou a modificação de determinados investimentos quando comprovadamente os mesmos não constituam um benefício para a prestação dos serviços abrangidos pela concessão e/ou os utilizadores finais”.

Dito isso, ressalva: “A Anacom desconhece se o Governo já determinou aos CTT a aplicação do referido mecanismo de compensação e se os CTT já apresentaram o aludido plano de investimento.”

Certo é que, como noticiou o ECO em março de 2022, a nove meses do final do ano, os CTT já estavam a acautelar possíveis obrigações de investimento caso falhassem, como veio a verificar-se, as metas de qualidade definidas para o correio. Em resposta a um analista numa conferência telefónica de apresentação de resultados, o líder dos CTT disse que, caso o Governo acionasse o mecanismo de compensação, não haveria necessidade de realizar investimentos adicionais.

Um mês antes, em fevereiro de 2022, fonte oficial do Ministério então tutelado por Pedro Nuno Santos (atual secretário-geral do PS e líder da oposição) confirmou não existir “qualquer ‘normativa’ definida, à partida, para as obrigações de investimento”.

À luz destas declarações, ao longo dos últimos anos o ECO tem tentado saber se o Governo e os utilizadores do serviço postal universal dispõem de alguma garantia de que os investimentos que os CTT serão obrigados a fazer não iriam ocorrer independentemente de ser ou não acionado o mecanismo de compensação, ou se, no limite, podem até já estar concluídos. Porém, sem sucesso.

CTT acertam uma

Estas informações surgem dias depois de o ECO ter noticiado que dados preliminares sugerem que os CTT voltaram a falhar os objetivos de qualidade do serviço postal universal em 2023, embora tenham conseguido cumprir uma das 22 metas.

Como ainda não foram definidos novos indicadores de qualidade, como previa a nova concessão (os indicadores em vigor remontam a 2021 e os CTT consideram que alguns são “impossíveis” de cumprir), a empresa está em risco de ficar sujeita a um segundo plano de investimentos, confirma fonte oficial da Anacom.

“Nos termos do Contrato de Concessão, o incumprimento dos indicadores de qualidade de serviço que vigoraram em 2023 são convertidos em obrigações de investimento”, reconhece o regulador.

É esse trabalho que está a ser feito agora: “A Anacom encontra-se a avaliar os valores dos indicadores verificados em 2023. Concluindo-se pelo incumprimento, a Anacom proporá ao Governo a aplicação do mecanismo de compensação aplicável, o qual de acordo com o Contrato de Concessão se deverá traduzir na realização de obrigações de investimento pelos CTT.”

Mas o regulador liderado por Sandra Maximiano, que na nova concessão perdeu para o Governo a competência de decidir unilateralmente os indicadores de qualidade, remata: “Sem prejuízo, de acordo com a lei [postal], havendo incumprimento competirá ao Governo a decisão a adotar sobre a aplicação do mecanismo de compensação.”

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Greenvolt regista prejuízo de 2,7 milhões no primeiro trimestre e vai às compras no Reino Unido

Decréscimo dos resultados até março "não espelha o previsto pela Greenvolt para o ano de 2024". Empresa de energia anuncia compra de uma central de biomassa no Reino Unido por 230 milhões de euros.

A Greenvolt apresentou um prejuízo de 2,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, abaixo dos 300 mil euros de lucro obtidos no mesmo período do ano anterior. Os resultados foram divulgados na terça-feira através de um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os resultados até março “não representam as expectativas da Greenvolt para o conjunto de 2024, antecipando-se uma melhoria significativa da atividade e da rentabilidade ao longo do ano”, lê-se no mesmo relatório.

As receitas totais do grupo cresceram quase 60% para 101,6 milhões euros no primeiro trimestre de 2024, “beneficiando do forte crescimento do segmento de utility scale e da geração distribuída, que contrariou o impacto da quebra nos preços da eletricidade no Reino Unido, afetando o negócio da biomassa”.

A empresa apresenta este desempenho depois de ter terminado o ano de 2023 com uma queda de 93% nos lucros, para os 1,2 milhões de euros. A mesma tendência descendente havia sido apresentada no primeiro trimestre do ano passado quando a empresa registou um resultado líquido de 300 mil euros, na altura uma queda de 74% face ao período homólogo.

No segmento de biomassa, a performance foi afetada pelos preços “continuamente baixos” da eletricidade no Reino Unido e pela época de chuvas “prolongada” em Portugal, o que tem impacto na qualidade da matéria-prima, ditando a quebra face ao ano anterior.

No que toca ao solar de grande escala (utility scale) não se registaram operações de rotação de ativos, mas assinala que “estão em curso quatro processos de venda, dois dos quais já com propostas vinculativas e dois com um proponente preferencial, que se espera estejam concluídos durante este ano”, informa o comunicado. O solar distribuído ainda não atingiu o break-even devido a condições meteorológicas adversas e à demora na obtenção de licenças.

O EBITDA relativo aos primeiros três meses do ano foi de 18,7 milhões, 21,3% abaixo do período homólogo. No segmento de biomassa esta rubrica totalizou 8,6 milhões de euros, representando um decréscimo de 43%. No sentido contrário, o total de receitas operacionais atingiu 101,6 milhões de euros, 60% acima do primeiro trimestre de 2023.

Compra central de biomassa britânica por 230 milhões

Também esta madrugada, a Greenvolt anunciou a assinatura de um contrato de aquisição de uma participação de 100% na Kent Renewable Energy, uma central de cogeração a biomassa localizada em Kent, no Reino Unido.

Deverá representar uma “fonte adicional de receitas estáveis para o grupo” e posicionar a Greenvolt como ator “de referência” no setor da biomassa do Reino Unido. A transação está avaliada em 195,3 milhões de libras esterlinas (230,47 milhões de euros) e deverá ser concluída no quarto trimestre de 2024, sujeita às condições e aprovações habituais.

Esta central entrou em funcionamento em 2018 e tem uma capacidade de 28,1 megawatts (MW) de eletricidade) e 25 MW de calor. Em 2023, a central elétrica gerou mais de 210 GWh com uma disponibilidade total de 93% para o ano.

Localizada numa das áreas florestais mais densas do Reino Unido, beneficia de um acordo de fornecimento de biomassa sustentável durante 25 anos com um fornecedor líder focado em temas de sustentabilidade, acrescenta a empresa.

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F.Rego sobe negócios mas desce lucro a absorver as empresas adquiridas

  • ECO Seguros
  • 24 Junho 2024

A corretora comprou três mediadoras num ano e meio. Em 2023 teve os custos da reorganização mas só este ano tem as receitas. Quer ser a maior operadora de capital exclusivamente nacional.

A corretora F.Rego subiu 4,1% os seus negócios em 2023 ultrapassando os 10,7 milhões de euros enquanto os resultados líquidos desceram 3,8% para 1,82 milhões de euros. No entanto, fonte da empresa indica o volume de prémios intermediados cresceu cerca de 8%, devendo-se o desfasamento com a faturação a uma alteração das imputações de receita entre empresas do Grupo, incluindo as participadas localizadas no estrangeiro.

O CEO Pedro Rego quer a corretora familiar como a maior a operar em Portugal com capitais 100% nacionais.

Segundo o relatório e contas da F. Rego, a baixa nos lucros deveu-se à absorção das novas aquisições concretizadas no ano passado. “Os processos de aquisição e consolidação das sociedades SR Mediação de Seguros e Francisco Leite Mediação de Seguros, representaram um esforço adicional na racionalização de operações redundantes, a unificação de sistemas e processos e a gestão de recursos humanos”, acrescentando que “esses esforços de integração geraram, naturalmente, custos adicionais no curto prazo, sendo que esse impacto dissipar-se-á ainda durante o exercício de 2024”.

Por outro lado, o benefício das novas participadas só este ano se vai verificar no lado das vendas dado “essas compras terem ocorrido no último trimestre de 2023, o impacto positivo que se espera na consolidação das respetivas receitas, na F. Rego, será apenas verificado no exercício de 2024”, afirma a empresa.

A F. Rego tem vindo a adquirir mediadoras de seguros depois de, em 2022, ter absorvido a mediadora de Coimbra Wise Broker, através da holding do grupo, adquiriu no último trimestre de 2023, totalidade do capital das empresas SR Mediação de Seguros, de Leiria, e a Francisco Leite Mediação de Seguros, de Matosinhos. Durante o ano passado “aprofundou a parceria já existente com o mediador Unânime Mediação de Seguros”, refere a F.Rego.

A corretora afirma ainda que com este processo de consolidação e crescimento, quer “sedimentar-se como a maior corretora de seguros de capital 100% nacional e continuar o seu processo de ascensão nacional que, em 2022, a colocou em 7.º lugar no ranking das corretoras em Portugal”.

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Gallagher explica como podem as empresas proteger-se da instabilidade política

  • ECO Seguros
  • 24 Junho 2024

As seguradoras estão a alterar as coberturas que oferecem, com o aumento da violência política e social. A corretora aconselha as empresas a responder proativamente antes de um risco ocorrer.

As empresas devem preparar proativamente respostas para enfrentar os riscos emergentes que resultam da crescente instabilidade política global, avança a corretora Gallagher.

As eleições em vários países neste ano fomentam instabilidade política e social. Além disso, as campanhas de desinformação, insatisfação dos cidadãos e até a vulnerabilidade económica podem desencadear confrontos entre os cidadãos e países afetando a atividade económica, seja através de políticas de expropriação estatais, seja através de violência que pode interromper negócios.

“Violência política é um perigo para a humanidade e é difícil prever com exatidão como é que os humanos vão reagir a certas situações”, disse Charles Howards, chefe do departamento de Terrorismo da Gallagher. “Claro que conseguimos verificar tendências e mudanças dinâmicas, mas é muito difícil dizer exatamente o que vai acontecer”, acrescenta o especialista.

O resultado das eleições vai moldar o cenário geopolítico o que poderá levar as empresas a ter que reavaliar as suas decisões.

Incertezas quanto à instabilidade política podem desencorajar investimento direto estrangeiro, travar empreendedorismo e ser um obstáculo à confiança dos investidores.

Além disso, nos períodos de instabilidade social aumentam os riscos de roubo assaltos e danos à propriedade.

Assim como formas populares de demonstração do descontentamento, como as manifestações, podem dificultar o acesso dos trabalhadores ao local trabalho (e até colocar em causa a segurança), assim como interrupções nas cadeias de abastecimento.

Além da interrupção normal de negócio pode haver interrupção operacional devido a quarentenas, zonas de exclusão, encerramento da Internet.

A resseguradora apresenta diferentes formas das empresas se adaptarem a estas incertezas:

  • Analisar regularmente os pontos de tensão geopolíticos, pode ajudar as empresas a responder às ameaças. Podem fazê-lo através da análise dos relatórios focados nessa matéria, permitir ao gestor de crise e risco traçar planos em conformidade com os riscos, melhorar segurança e implementar planos de contingência.
  • Apostar em consultores especialistas para identificarem os riscos de forma a empresa conseguir agir e responder proativamente antes das condições piorarem.
  • Diversificar as suas operações por diversas jurisdições, para assim diversificar o risco.

As seguradoras estão a retirar a apólice de todos os riscos patrimoniais da cobertura de ataques, motins e distúrbios civis (SRCC), devido ao aumento da frequência dos eventos e, consequentemente, as suas despesas com sinistros.

Segundo o relatório, as apólices autónomas de cobertura de violência política são caras, mas a principal vantagem é ser raro haver disputas quando as queixas são apresentadas.

Cada vez mais gestores de riscos estão a interessados em apólices autónomas, à medida que as seguradoras são cada vez mais restritas nas coberturas oferecidas nas SRCC.

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Ex-mediador julgado em Coimbra por fraude de 30 mil euros

  • ECO Seguros
  • 24 Junho 2024

O arguido não transferia os valores recebidos para a companhia de seguros, antes, falsificava tanto as cartas verdes como os recibos. Muitos automobilistas circularam sem seguro válido.

Um ex-mediador de seguros enfrenta julgamento no Tribunal da Relação de Coimbra por ter enganado dezenas de clientes, apropriando-se para benefício próprio do dinheiro destinado ao pagamento das apólices de seguro, avançou esta segunda-feira o Diário de Coimbra.

O arguido não transferia os valores recebidos para a companhia de seguros, antes, falsificava tanto as cartas verdes como os recibos. Como consequência, muitos automobilistas circularam sem seguro válido, sem esse conhecimento.

Segundo o jornal, o ex-mediador residia em Arganil e operava exclusivamente para uma seguradora desde 2011, sendo responsável pela angariação e gestão de contratos, assim como a cobrança dos prémios. O esquema ilícito teve início em 2013, tendo desviado ao longo de 5 anos cerca de 30 mil euros. Esse montante acabou por ser parcialmente coberto pela proprietária de seguradora, que ao detetar a fraude, denunciou o caso às autoridades competentes. Nota que o processo judicial conta com cerca de 100 testemunhos.

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ASF adia informação nos prémios e lança instruções às seguradoras

  • ECO Seguros
  • 24 Junho 2024

Regulador lançou recomendações relacionados com preço dos seguros que só entram em pleno vigor em 2025. Por enquanto só publicou instruções.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Pensões (ASF) publicou instruções para as seguradoras aplicarem as recomendações lançadas em 2023 para uma maior transparência nos prémios de seguros. Segundo avançou o Correio da Manhã (acesso pago), as instruções surgem em substituição do anunciado balanço relativo à aplicação das recomendações no primeiro trimestre.

As recomendações, que entram em pleno vigor em 2025, relacionavam-se com os avisos de pagamento dos prémios dos ramos automóvel, incêndio e doença e os respetivos aumentos. O órgão regulador entendeu que tendo em conta as reclamações que recebia, as informações prestadas aos segurados era insuficiente. Além disso, garantiu fazer um balanço para o primeiro trimestre deste ano e iria divulgar uma lista das seguradoras que estivessem a seguir as recomendações.

Cerca de 10 meses após a publicação das recomendações a 29 de março de 2023, a ASF publicou as “instruções sobre a aplicação da circular n.º 3/2023 referente à informação a prestar pelos seguradores nas alterações dos prémios”. Nota que recomendou, por exemplo, que as seguradoras incluíssem nos avisos de pagamento o valor do prémio da anuidade anterior ou anteriores e indicar os fatores de impactaram a variação do prémio, por exemplo.

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Cotrim Figueiredo retira candidatura à presidência dos liberais europeus

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

O eurodeputado da Iniciativa Liberal desiste da candidatura quatro horas após o anúncio, depois de assistir a uma "retirada de apoio de última hora de várias delegações".

O eurodeputado da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, desistiu esta segunda-feira da candidatura à presidência do grupo Renovar a Europa, quatro horas depois de a anunciar, devido à perda de apoio de várias delegações.

“Depois da retirada de apoio de última hora de várias delegações, decidi não avançar com a minha nomeação para presidente do Renovar a Europa”, declarou João Cotrim de Figueiredo, em comunicado.

O ex-presidente da Iniciativa Liberal acrescentou, durante o período de anúncio da candidatura e retirada, que teve “discussões francas e frutíferas” com a atual presidente do grupo político, a eurodeputada francesa Valérie Hayer.

“Concluímos que partilhamos uma preocupação comum sobre a necessidade de fazer o Renovar a Europa evoluir em resposta às indicações que nos deram os últimos resultados eleitorais”, acrescentou.

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Costa aguarda condições para depor na comissão de inquérito ao caso das gémeas

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

Quando questionado sobre se vai depor presencialmente ou por escrito na comissão, o ex-primeiro-ministro respondeu não ter sido "notificado de nada".

O antigo primeiro-ministro António Costa disse esta segunda-feira que vai depor na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma, aguardando que a Assembleia da República indique as condições em que o pode fazer. “Aguardo que a Assembleia da República me diga e em que condições é que eu posso depor, mas claro que deporei, se há essa deliberação”, afirmou António Costa, em Leiria.

Quando questionado sobre se vai depor presencialmente ou por escrito na comissão respondeu não ter sido “notificado de nada”. O antigo chefe do executivo adiantou ter sabido da aprovação da sua audição pela comunicação social. Na semana passada, PSD, IL e CDS-PP aprovaram o requerimento do Chega para a audição do antigo primeiro-ministro António Costa pela comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma.

O requerimento para ouvir o antigo chefe de Governo foi aprovado com os votos favoráveis dos deputados do Chega, PSD, IL e CDS-PP, a abstenção de BE e PCP e os votos contra de PS, Livre e PAN. De acordo com o regime jurídico dos inquéritos parlamentares, os ex-primeiros-ministros podem optar por “depor por escrito, se o preferirem”.

Se for essa a opção de António Costa, terá de remeter à “comissão, no prazo de 10 dias a contar da data da notificação dos factos sobre que deve recair o depoimento, declaração, sob compromisso de honra, relatando o que sabem sobre os factos indicados”, acrescenta o regime jurídico.

Em causa no processo, que tem como arguidos o ex-secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales e Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, está o tratamento hospitalar das duas crianças luso-brasileiras que receberam o medicamento Zolgensma. Com um custo de dois milhões de euros por pessoa, este fármaco tem como objetivo controlar a propagação da atrofia muscular espinal, uma doença neurodegenerativa.

O caso está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República, mas a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal. Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

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